Afinal, quem trabalha quanto na UE?
O Eurostat estudou duração efectiva de trabalho anual para o conjunto dos países da União Europeia (UE). Afinal, em Portugal trabalha-se bem mais do que se quer fazer acreditar.
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Victor Jorge
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Um recente estudo realizado pelo Eurostat permite dispor, pela primeira vez, de dados harmonizados para o conjunto dos países da União Europeia (UE) relativos à duração efectiva de trabalho anual, entendo-se por duração efectiva o número de horas realmente consagradas por cada trabalhador ao seu trabalho.
Este estudo trata separadamente o trabalho assalariado e o trabalho não assalariado, distinguindo ainda o trabalho a tempo completo e o trabalho a tempo parcial.
Os dados divulgados pela Coe-Rexecode (Centre d’observation économique et de Recherche pour l’Expansion de l’économie et le Développement des Entreprises, em francês) mostram que, na categoria trabalhadores assalariados a tempo completo, Portugal surge em 14.º lugar ao nível da UE (27) no número de horas de trabalho efectivo realizado em 2010 (6.º lugar ao nível da “zona euro” com 1.877 horas. À frente de Portugal ficam ao nível da “zona euro” Malta (1.983 horas) a Grécia (1.971) a Eslováquia (1.930), Chipre (1.913) e a Alemanha (1.904).
O país da “zona euro” com menos horas trabalhadas é a Finlândia (1.670), seguido da França (1.679).
Comparando os anos de 1998 e de 2010 regista-se uma redução de 99 horas em Portugal, sendo de referir que, com a excepção da Dinamarca, todos os países da UE (27) registaram reduções no número de horas, sendo que, em 16 dos países da mesma União a 27, a redução de horas foi superior à portuguesa. Assim, a nível da “zona euro”, países como Bélgica, Alemanha, Irlanda, Espanha, França, Itália, Luxemburgo, Malta, Áustria, Eslováquia ou Finlândia registaram reduções superiores à portuguesa.
Os dados da Coe-Rexecode mostram, também, que, ao nível dos trabalhadores assalariados a tempo completo, Portugal surge em 13.º lugar a nível da UE, em 2010, com 2.224 horas trabalhadas (10.º lugar a nível da “zona euro”), sendo os lugares cimeiros ocupados pela Áustria (2.551 horas), Alemanha (2.459), França (2.453) e Bélgica (2.402). Nos últimos lugares surgem a Bulgária (1.754), Reino Unido (2.016), Luxemburgo (2.064), Roménia (2.068), Espanha (2.074) e Lituânia (2.091).
Comparando ao anos de 1998 e de 2010, Portugal regista uma redução de 252 horas. Também aqui apenas um país (Bélgica) viu o número de horas aumentar nestes 12 anos, sendo que, na generalidade dos países, as reduções foram mais acentuadas que para o trabalho assalariado, sendo de referir que o número de horas trabalhadas era também significativamente superior (o diferencial em alguns casos era superior a 40%).
Ou seja, Portugal surge em ambos os indicadores a “meio da tabela” no que se refere ao conjunto de países da UE, sendo que ao nível da “zona euro” se verifica “uma diferença posicional entre trabalho assalariado e o não assalariado, com o primeiro destes a ocupar uma posição relativa superior em termos do número de horas trabalhadas”, destaca a análise.
Dos números apresentados não é possível aferir qualquer equivalência entre o crescimento económico dos respectivos países e o número de horas trabalhadas (países com maiores níveis de crescimento tiveram reduções significativas do número de horas – caso da Irlanda -, havendo, igualmente, países que mantiveram um elevado número de horas e registaram um comportamento económico deficiente – caso da Grécia).
Contudo, para as duas principais economias do euro – Alemanha e França -, o diferencial de horas alargou-se significativamente para os trabalhadores assalariados a tempo completo (em 2010 a Alemanha regista mais 225 horas do que a França quando em 1998 essa diferença era apenas de 110 horas).