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Tecnologia e Indústria: o que está a mudar?

O atual cenário de automatização e digitalização dos modelos de negócio, acompanhado pela transição global para uma economia mais verde, tem estado a transformar os mais diversos setores, à medida […]

Nuno Ferro
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Tecnologia e Indústria: o que está a mudar?

O atual cenário de automatização e digitalização dos modelos de negócio, acompanhado pela transição global para uma economia mais verde, tem estado a transformar os mais diversos setores, à medida […]

Nuno Ferro
Sobre o autor
Nuno Ferro

O atual cenário de automatização e digitalização dos modelos de negócio, acompanhado pela transição global para uma economia mais verde, tem estado a transformar os mais diversos setores, à medida que os líderes adaptam as suas estratégias. Este fenómeno é particularmente visível no setor industrial, num momento em que desafios como os constrangimentos nas cadeias de abastecimentos, as pressões para a relocalização da produção, as exigências para reduzir a pegada de carbono ou a própria escassez de talento se fazem sentir fortemente.

A contínua aposta no investimento tecnológico, combinada com a necessidade de as empresas fazerem face ao aumento nos custos de produção, está a transformar este sector e pode representar o início de um futuro melhor para os empregadores e trabalhadores. A crescente adoção da robótica, a utilização dos gémeos digitais, a fabricação aditiva ou a introdução da Inteligência Artificial e da Realidade Virtual nos processos de fabricação ou de suporte à produção, fazem com que a tecnologia assuma, hoje, um papel central na indústria. Tendo isto em conta, importa perceber de que forma pode o talento adaptar-se às mudanças, continuar a evoluir e a contribuir para a evolução do setor.

Uma preocupação comum em torno da automação é a de que esta resultará na perda de empregos em larga escala, já que o trabalho anteriormente feito por pessoas é assumido pela tecnologia. No entanto, diversos estudos mostram que a adoção das novas tecnologias tem resultado realmente num aumento líquido do número de empregos.

As novas tecnologias irão eliminar determinados postos de trabalho, mas também vão criar novas oportunidades. Efetivamente, no sector industrial, o que observamos é que os avanços tecnológicos estão a permitir que as funções evoluam, de tarefas monótonas para missões mais variadas, qualificadas e seguras. Sendo esta uma boa notícia para os trabalhadores, implica também alguns riscos. É importante reconhecer que os tipos de empregos que estão a ser criados, e as competências de que estes novos trabalhadores necessitarão, estão a ser redefinidos, sendo cada vez mais necessários profissionais com conhecimentos tecnológicos e experiência digital. Isto coloca um importante desafio aos trabalhadores – que veem a sua empregabilidade a diminuir se não conseguirem adquirir as competências que lhes permitam evoluir para as funções de futuro – e também às empresas, já que a disponibilidade no mercado deste tipo de competências não está a acompanhar a procura crescente.

Este é um problema que tende a agravar-se. A reforma iminente de muitos trabalhadores experientes, associada à falta de interesse por carreiras na indústria por parte das gerações mais jovens – que ainda têm perceções desfavoráveis sobre o trabalho na indústria – e à concorrência de outros sectores, faz com que atrair e manter uma força de trabalho qualificada seja um desafio persistente. Esta escassez de talento dificulta as iniciativas de transformação digital e põe em causa a capacidade de as empresas inovarem e responderem às novas exigências do mercado.

Neste contexto, a aposta na construção do talento torna-se uma estratégia fundamental para resolver os desafios no acesso às competências. O investimento em programas de formação, a promoção de parcerias com instituições de ensino e a melhoria dos ambientes de trabalho são iniciativas indispensáveis para atrair a próxima geração de profissionais da indústria transformadora. As empresas devem, igualmente, procurar desenvolver propostas de valor diferenciadas, que ajudem a competir com outros setores, em especial dando visibilidade aos seus trabalhadores – e em particular às gerações mais novas – sobre o impacto do seu trabalho nos resultados da organização e integrando-os nas discussões sobre a tecnologia e sobre a forma como esta impactará o seu trabalho.

Do ponto de vista dos profissionais, é igualmente importante que estes estejam dispostos a adquirir novas competências e evoluir. Embora alguns possam temer ser substituídos pelas tecnologias emergentes, de acordo com o estudo Global Insights – Tendências do Mundo do Trabalho no Sector Industrial, do ManpowerGroup, 59% dos empregadores do setor industrial acreditam que estas vão ter um impacto positivo no número de trabalhadores nos próximos dois anos. Por isso, é importante que os profissionais aprendam a trabalhar com estas novas ferramentas, desenvolvendo skills técnicas que garantam a sua permanência e crescimento no mercado de trabalho.

A próxima década representará um marco decisivo para as empresas industriais, que terão de atrair, desenvolver e fidelizar o talento qualificado capaz de prosperar num mundo de trabalho cada vez mais orientado pela tecnologia. As empresas vencedoras serão aquelas que capacitarem a sua força de trabalho com as ferramentas certas e investirem na sua aprendizagem contínua, permitindo-lhes acompanhar a rápida evolução tecnológica e acrescentar valor no processo de transformação das organizações.

Sobre o autorNuno Ferro

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