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Opinião

Nutracêuticos: alimentos ou medicamentos?

Surgem cada vez mais suplementos nutricionais no mercado, desenvolvidos por empresas do sector, os chamados nutriceuticals. (…) O crescimento deste tipo de produto é uma tendência interessante para a inovação e o crescimento do negócio, tanto para as empresas alimentares como para as farmacêuticas. Estas últimas estão principalmente presentes no canal da farmácia e da parafarmácia, mas têm a oportunidade de entrar na distribuição moderna.

Opinião

Nutracêuticos: alimentos ou medicamentos?

Surgem cada vez mais suplementos nutricionais no mercado, desenvolvidos por empresas do sector, os chamados nutriceuticals. (…) O crescimento deste tipo de produto é uma tendência interessante para a inovação e o crescimento do negócio, tanto para as empresas alimentares como para as farmacêuticas. Estas últimas estão principalmente presentes no canal da farmácia e da parafarmácia, mas têm a oportunidade de entrar na distribuição moderna.

David Lacasa
Sobre o autor
David Lacasa

Os alimentos funcionais estão presentes nas prateleiras das lojas há algumas décadas, mas foi nos últimos anos que assistimos ao seu grande crescimento. Produtos enriquecidos com proteínas para estimular a atividade desportiva, probióticos para ajudar a melhorar a nossa microbiota, bebidas calmantes… As prateleiras dos supermercados assemelham-se cada vez mais às de uma farmácia.
É por isso que as empresas farmacêuticas começam a entrar na categoria. Surgem cada vez mais suplementos nutricionais no mercado, desenvolvidos por empresas do sector, os chamados nutriceuticals.
A Europa é a zona onde este mercado está a desenvolver-se mais. De acordo com a Innova Market Insights, 39% dos lançamentos globais de suplementos são efetuados nesta região, seguida da América do Norte com 34%. A mesma fonte indica que os suplementos com rótulo vegan cresceram 18% nos últimos 5 anos, acompanhando o crescimento do movimento vegetariano.
Os consumidores consideram que estes suplementos ajudam a prevenir as doenças em vez de as curar, o que se estende a todo o sector alimentar, cada vez mais orientado para a saúde preventiva.
Os três domínios mais abrangidos por estes produtos são a saúde imunitária (34% dos lançamentos, segundo o IMI), a saúde mental (30%) e a energia (28%). Os suplementos destinados à saúde da mulher (+22%) estão também a crescer significativamente.
O crescimento deste tipo de produto é uma tendência interessante para a inovação e o crescimento do negócio, tanto para as empresas alimentares como para as farmacêuticas. Estas últimas estão principalmente presentes no canal da farmácia e da parafarmácia, mas têm a oportunidade de entrar na distribuição moderna.
Para as empresas do sector alimentar, esta é uma área que pode complementar a sua carteira de produtos. Muitas já estão a entrar no segmento dos alimentos funcionais e daí para o segmento dos suplementos é apenas um passo.
Além disso, surge a possibilidade de colaboração entre empresas de ambos os sectores: faria sentido um refrigerante de aspirina ou uma bebida de paracetamol? Na intersecção entre a alimentação e os medicamentos, existe um potencial de hibridação e de verdadeira inovação.
Outra área interessante para as empresas do sector alimentar é a possibilidade de entrar no canal farmácia, onde a dinâmica do negócio é diferente: a existência de um prescritor, menor presença de marcas próprias, outro tipo de regulamentação, capilaridade… A oportunidade é mais do que interessante para ser analisada e o mercado é grande e está a crescer.
Não é por acaso que o mercado europeu dos complementos alimentares ultrapassa os 33,4 mil milhões de euros e o da Península Ibérica os 2 mil milhões. Um valor que também está a crescer a uma taxa de 5%. Não há muitos mercados atuais com estes valores.
Trata-se, portanto, de uma área de grande interesse para a inovação alimentar e para o desenvolvimento de novos produtos e crescimento do negócio, tanto para as empresas alimentares como para as farmacêuticas. Um mercado que já existe, mas com um longo caminho a percorrer. Atrevemo-nos?

Sobre o autorDavid Lacasa

David Lacasa

Partner da Lantern
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