Num cenário cada vez mais orientado pela inteligência artificial (IA) e pela análise de dados, as empresas enfrentam o desafio de tirar partido destas ferramentas de forma eficaz e estratégica. Segundo um estudo recente da McKinsey, 72% das organizações afirmaram ter adotado pelo menos uma tecnologia de IA, mas apenas 25% conseguiram alcançar um impacto significativo nos seus resultados. Adicionalmente, a Gartner prevê que, em 2025, 90% das estratégias empresariais incluirão dados e análises como ativos essenciais.
Para superar este desafio, a Stratesys aposta numa abordagem que combina inovação tecnológica e visão estratégica. De acordo com Beatriz Fernández Alonso, Customer Associate Director da Stratesys, “a inteligência artificial e a análise de dados não devem ser apenas ferramentas operacionais, mas sim motores de inovação e crescimento”.
A integração eficaz da IA e da análise de dados não se limita a uma escolha entre uma abordagem tecnológica ou empresarial, mas requer a fusão de ambas. Este equilíbrio permite criar soluções que maximizam o valor estratégico e asseguram a viabilidade técnica a longo prazo.
A IA como motor de transformação
A inteligência artificial (IA) está a consolidar-se como a tecnologia dominante da próxima década, transformando profundamente a forma como vivemos e trabalhamos. O impacto é global. De acordo com o Bosch Tech Compass deste ano, que envolveu mais de 11.000 inquiridos em países como Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Reino Unido e Estados Unidos, as competências em IA são consideradas essenciais, tanto a nível profissional como pessoal.
Nos últimos quatro anos, verificou-se um aumento expressivo na perceção da importância da IA: a percentagem de pessoas que acreditam que esta tecnologia será determinante na próxima década subiu de 40% para 67%. Na Alemanha, o otimismo em relação ao potencial da IA é ainda mais acentuado, com 72% dos inquiridos a reconhecerem o impacto desta tecnologia, face a 42% registados há apenas dois anos. Noutros países como França (70%), China (69%) e Estados Unidos (68%), os resultados são igualmente elevados.
A crescente relevância da IA está a impulsionar uma maior procura por competências específicas. Segundo o estudo, 71% dos inquiridos acreditam que as competências em IA serão “importantes” ou “muito importantes” no futuro. Na China, 91% das pessoas partilham esta visão, seguidas pela Índia (89%), enquanto nos países ocidentais as percentagens variam entre 56% e 64%.
No contexto profissional, mais de metade das pessoas a nível global já utilizam IA no trabalho, embora este número seja substancialmente mais baixo na Alemanha (45%), em contraste com a China e a Índia (69%). Contudo, a formação em IA ainda é limitada: apenas 25% dos inquiridos afirmaram já ter recebido algum tipo de formação nesta área. Na Índia (57%) e na China (38%), os números são mais elevados, mas em países como Brasil (14%) e França (15%), a percentagem é consideravelmente baixa.
Embora 43% dos inquiridos acreditem que a IA terá um impacto positivo na sociedade, a perceção varia consoante a região. A China lidera o otimismo com 66% dos inquiridos a expressarem uma visão positiva, seguida pelo Reino Unido (53%) e pelos Estados Unidos (41%). No entanto, há preocupações em relação à segurança do emprego. Globalmente, 49% dos inquiridos consideram-se em risco devido à IA, enquanto 51% acreditam que o seu trabalho não será afetado. Estes dados refletem uma divisão significativa sobre o impacto da tecnologia no mercado de trabalho.
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Inês Arnal Bergera, diretora de marketing do Burger King Portugal
“No Burger King olhamos sempre para o futuro”
No setor do retalho, a inteligência artificial (IA) tem-se afirmado como uma ferramenta crucial para personalizar a experiência do cliente e promover práticas mais sustentáveis. O Burger King é um exemplo de como a IA está a ser integrada para melhorar operações e fortalecer a relação com os consumidores, mantendo sempre a essência da marca.
De acordo com Inês Arnal Bergera, diretora de marketing do Burger King Portugal, a marca tem vindo a apostar na tecnologia como parte da sua estratégia de evolução e crescimento. “No Burger King olhamos sempre para o futuro para continuar a crescer e a evoluir, o que inevitavelmente passa por estudar as possibilidades oferecidas pela IA. Implementamos continuamente melhorias e atualizações tanto a nível operacional como na forma como nos relacionamos com clientes, tendo sempre como objetivo oferecer-lhes o melhor serviço e a melhor experiência”, afirma em declarações ao Hipersuper.
A empresa tem investido em ferramentas como a app e as redes sociais, que se tornaram canais fundamentais para compreender o perfil dos clientes e oferecer experiências personalizadas. Estas plataformas, suportadas por tecnologias inteligentes, permitem à marca adaptar os seus serviços às necessidades dos consumidores, criando um modelo de comunicação mais próximo e eficaz.
No que respeita à sustentabilidade, o Burger King já utiliza tecnologias baseadas em IA para evitar o desperdício de produtos. “Trabalhamos com tecnologia para evitar o desperdício de produtos, seja através de sistemas de inventários inteligentes, análise de desperdício de alimentos ou tecnologias de conservação de alimentos”, destaca Inês Arnal Bergera.
Apesar da aposta na inovação tecnológica, a diretora de marketing sublinha que o Burger King mantém os seus valores fundamentais. “Apesar de a inovação estar sempre presente, o Burger King respeita a sua essência, as suas origens. Há 70 anos que é uma marca empática, diversificada, generosa… isto significa que transmite uma personalidade honesta e confiante que acolhe sempre seja quem for, pelo que o fator humano continua a ser um dos maiores ativos da marca e uma das melhores formas de partilhar os seus valores.”.
O impacto na logística
Nos últimos anos, o setor da logística tem registado transformações profundas, impulsionadas pela crescente exigência de eficiência e agilidade. Tecnologias como a inteligência artificial (IA) e a automação estão a redefinir a forma como as cadeias de abastecimento são geridas, criando operações mais inteligentes, sustentáveis e eficazes.
De acordo com a HAVI, empresa global especializada em soluções inovadoras de cadeia de abastecimento para o setor da restauração, uma das grandes tendências que vão marcar este setor em 2025 será levar a IA e a automação a novos patamares.
A IA tem desempenhado um papel transformador, sobretudo através do planeamento autónomo, uma funcionalidade que permite ajustar estratégias em tempo real com base em múltiplas variáveis, como a procura e as condições de mercado. Estas capacidades possibilitam tomadas de decisão rápidas e informadas, reduzindo os tempos de resposta e melhorando a eficiência.
Outra área onde a IA está a demonstrar impacto significativo é na otimização dinâmica de rotas, uma solução que contribui para a redução de custos operacionais, ao mesmo tempo que minimiza o consumo de recursos. Além disso, a gestão de stocks e o planeamento de compras têm sido alavancados por sistemas de IA, que garantem maior precisão e ajudam a evitar desperdícios, ao preverem com maior rigor as necessidades futuras.
Por outro lado, a automação complementa a IA ao eliminar tarefas repetitivas, reduzir o erro humano e aumentar a produtividade. Este conjunto de ferramentas não só melhora os níveis de serviço, como também torna as operações mais sustentáveis, um aspeto cada vez mais relevante para o setor.
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Paulo Alexandre Silva, diretor de Estratégia e Desenvolvimento de Operações dos CTT
Otimizar a logística e reforçar a experiência do cliente
Os CTT – Correios de Portugal têm apostado na integração de inteligência artificial (IA) nos seus processos logísticos e operacionais, procurando otimizar rotas, prever tendências no comércio eletrónico e personalizar a experiência do cliente. A tecnologia surge como um aliado fundamental para enfrentar os desafios de um setor em rápida transformação, mas sempre em equilíbrio com o papel das equipas humanas.
Paulo Alexandre Silva, diretor de Estratégia e Desenvolvimento de Operações dos CTT, explica que “a inteligência artificial permite a otimização de rotas e planos de distribuição ao analisar grandes volumes de dados em tempo real, incluindo variáveis como tráfego e condições meteorológicas. Esta tecnologia não só torna os processos mais eficientes, como também contribui para a sustentabilidade, ao planear rotas ecológicas e otimizar a utilização de veículos elétricos.”
Os CTT têm vindo a implementar modelos de machine learning que organizam rotas de forma quase instantânea (near real time), considerando fatores como o volume e a tipologia de encomendas, janelas de entrega, utilização de lockers e até a densidade urbana. Paulo Alexandre Silva acrescenta que, no futuro, a IA poderá ainda incorporar variáveis como riscos de não entrega e pontos de entrega alternativos, reforçando a fiabilidade da rede logística.
O responsável afirma que a tecnologia também desempenha um papel importante na prevenção de falhas e manutenção. Protótipos de sensorização nos veículos e equipamentos de sorting, associados a algoritmos de IA, permitem prever problemas antes que ocorram, reduzindo interrupções operacionais e aumentando a eficiência da cadeia logística.
Outro exemplo, diz Paulo Alexandre Silva, é o uso de IA para prever picos de encomendas, antecipando a procura com base em dados históricos e ajustando os recursos necessários para garantir uma gestão adequada de sorting e entregas na last mile.
Comércio eletrónico e entregas rápidas
Com o crescimento do comércio eletrónico e a necessidade de entregas rápidas, os CTT têm vindo a adaptar os seus serviços às novas exigências do mercado. Paulo Alexandre Silva refere que “a IA é essencial para antecipar tendências e personalizar serviços, garantindo que respondemos de forma ágil às necessidades dos consumidores.”
Entre as iniciativas desenvolvidas, destaca-se o serviço CTT Now, que garante entregas em duas horas em Lisboa e Porto, ou no próprio dia noutras localidades de Portugal Continental. O diretor explica ainda que a plataforma Collectt centraliza todos os pontos de entrega e recolha na Península Ibérica, incluindo lojas, agentes Payshop e mais de 1.000 cacifos Locky, que são uma alternativa conveniente e sustentável para os consumidores.
No atendimento ao cliente, Paulo Alexandre Silva afirma que os chatbots, como a assistente virtual Helena, proporcionam respostas rápidas às solicitações dos clientes, otimizando o atendimento sem comprometer a qualidade do serviço.
Um equilíbrio essencial
Apesar do foco crescente na automação, Paulo Alexandre Silva garante que os CTT reconhecem a importância de manter o papel central das equipas humanas na garantia da qualidade do serviço e no atendimento ao cliente. “O objetivo é que a automação funcione como uma ferramenta de apoio, complementando as capacidades humanas, e não como uma substituição”, conclui.
Nos Centros de Produção, tecnologias como IA e robótica processam cartas e encomendas com eficiência, mas os operadores continuam a ser indispensáveis para lidar com exceções, encomendas de formatos irregulares e garantir a qualidade dos processos.
Além disso, os dispositivos móveis utilizados pelos distribuidores fornecem informações em tempo real sobre rotas e notificações de clientes, reduzindo erros e melhorando a experiência dos utilizadores. Para garantir uma transição equilibrada, Paulo Alexandre Silva explica que os CTT promovem programas de formação contínua para as suas equipas operacionais e técnicas, preparando-as para o crescimento da automação e capacitando-as para enfrentar novos desafios.
“O equilíbrio entre automação e equipas humanas não é uma escolha binária, mas uma sinergia necessária”, afirma Paulo Alexandre Silva. Os carteiros e colaboradores das lojas continuam a ser o rosto do serviço, assegurando o contacto humano em situações complexas que a tecnologia ainda não consegue resolver.
A visão dos CTT passa por criar uma experiência multicanal integrada, onde o cliente pode iniciar o processo de envio numa aplicação ou computador e concluir a entrega num locker, com várias opções de pagamento disponíveis. Paulo Alexandre Silva explica que a combinação entre automação, IA e o papel humano é central para alcançar este objetivo, permitindo reduzir os tempos de entrega, aumentar a visibilidade da cadeia logística e garantir um serviço eficiente e de alta qualidade.
“Nos CTT, o cliente tem sempre a escolha final. Estamos a desenvolver alternativas sustentáveis, como o self-service nas lojas, chatbots mais inteligentes e soluções robotizadas no sorting, para criar um serviço que combine eficiência, conveniência e sustentabilidade”, conclui Paulo Alexandre Silva.
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O impacto na segurança
A inteligência artificial (IA) continua a progredir de forma acelerada, consolidando-se como uma das principais tendências tecnológicas que vão moldar o setor da segurança nos próximos anos. Segundo a Axis Communications, as novas aplicações de IA generativa (GenAI) começam a amadurecer rapidamente, criando novas possibilidades, mas também desafios éticos, legais e de negócios.
A conclusão é clara: a IA generativa apresenta um potencial significativo no setor da segurança. Por exemplo, pode facilitar a interação dos operadores com soluções de segurança através de linguagem natural, simplificando e acelerando processos. Já as capacidades analíticas baseadas em deep learning prometem elevar o reconhecimento de objetos para um novo nível, permitindo que estas análises sejam realizadas diretamente nas câmaras de vigilância.
Apesar destes avanços, os modelos de IA generativa ainda apresentam limitações práticas, pelo menos a curto prazo, indica ainda a Axis Communications. A execução destes modelos requer uma capacidade elevada de computação e processamento, levantando questões sobre como equilibrar o custo da IA – nomeadamente o investimento financeiro, o consumo energético e o impacto ambiental – com o seu valor efetivo.
O impacto nos pagamentos digitais
O crescimento dos pagamentos digitais a nível global está a transformar o mercado, impulsionado pela adoção de tecnologias que tornam as transações mais rápidas, seguras e adaptadas às preferências dos consumidores. Olhando para 2025, o ecossistema de pagamentos apresenta-se mais digital e flexível, integrando inovações tecnológicas que estão a estabelecer novos padrões de usabilidade e proteção.
“A globalização tem impulsionado a simplificação e rapidez dos pagamentos internacionais. Da mesma forma, novas ferramentas como a inteligência artificial e biometria, que estabelecem novos padrões de segurança e usabilidade, contribuem para um ecossistema de pagamentos mais robusto e eficiente. Paralelamente, novas opções de meios de pagamento, como os pagamentos conta-a-conta (A2A), têm tido cada vez mais relevância, destacando a importância de assegurar níveis de proteção semelhantes aos já existentes”, afirma Rita Mendes Coelho, country manager da Visa em Portugal, em comunicado.
Prevenção de fraudes
Entre as tendências que vão marcar o futuro dos pagamentos, destaca-se a utilização da inteligência artificial (IA) na personalização de experiências de pagamento e na prevenção de fraudes. Com recurso a algoritmos de deep learning, a IA será capaz de analisar padrões de transações em tempo real, identificando potenciais riscos antes que se tornem um problema.
A Visa tem investido significativamente na implementação de soluções baseadas em IA no setor de pagamentos ao longo das últimas três décadas. Nos últimos dez anos, a empresa destinou 3,3 mil milhões de dólares à sua infraestrutura de IA e dados, com o objetivo de reforçar a segurança e eficiência das transações. Em 2023, a Visa introduziu o Visa Protect, uma solução de segurança baseada em IA que já demonstrou impacto na redução de fraudes em diversos tipos de transações, tanto dentro como fora da sua rede.
Também a Mastercard, aposta em inteligência artificial e tokenização para revolucionar pagamentos. De acordo com a empresa, os avanços tecnológicos estão a transformar os comportamentos de consumo, elevando os padrões de simplicidade e segurança. Por exemplo, a empresa prevê que, até 2030, os consumidores não precisarão de introduzir números de cartão, palavras-passe ou códigos únicos para realizar transações online. A combinação da tokenização com a autenticação biométrica e a carteira digital click to pay promete tornar o processo de checkout online tão simples quanto pagar numa loja física.
“A tecnologia está a refinar-se rapidamente, gerando novos casos de uso e até novos modelos de negócio. À medida que estas inovações se consolidam, assistimos a uma integração cada vez maior de mais pessoas e empresas na economia digital”, refere a Mastercard.
As pequenas empresas desempenham também um papel crucial na transformação dos pagamentos digitais. Durante a pandemia, muitas conseguiram prosperar graças à rápida adoção de pagamentos eletrónicos e do comércio digital. No entanto, a presença online é apenas o início.
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Cláudio Pimentel, CIO da Cofidis
Ética e personalização
A inteligência artificial (IA) está também a transformar o setor financeiro, trazendo benefícios significativos na personalização de serviços, automatização de processos e aumento da segurança. Na Cofidis, esta tecnologia é vista como um aliada para melhorar operações e reforçar a relação com os clientes, mantendo sempre uma abordagem ética e humana.
De acordo com Cláudio Pimentel, CIO da Cofidis, “a inovação e a tecnologia só fazem sentido quando estão ao serviço das pessoas”. “A IA ajuda-nos a melhorar os nossos processos e a garantir decisões mais seguras e rápidas, mas sempre mantendo a proximidade e a atenção que cada cliente merece”, garante.
Embora a Cofidis ainda não aplique IA diretamente na análise de risco, recorre a modelos estatísticos que garantem explicabilidade e transparência nas decisões. Segundo Cláudio Pimentel, “estes modelos têm-se mostrado eficazes na avaliação de risco e na prevenção de endividamento excessivo, respeitando também as exigências da regulamentação europeia, como o IA ACT, que nos obriga a ser cuidadosos na análise dos aspetos éticos relacionados com a concessão de crédito”.
Por outro lado, a IA é utilizada noutras áreas do processo, como o reconhecimento ótico de caracteres (OCR), que acelera a análise de documentos submetidos pelos clientes, e na prevenção de fraudes digitais, um problema crescente em Portugal. Além disso, a tecnologia permite identificar o momento ideal para propor soluções de crédito personalizadas, garantindo que estas respondem de forma eficaz às necessidades de cada cliente, sempre com respeito pela privacidade e condições individuais.
A automatização é uma das áreas onde a IA tem trazido benefícios tangíveis. Ferramentas como o OCR reduzem erros manuais e aceleram o tempo de resposta aos clientes, permitindo uma validação mais rápida da informação e a apresentação de propostas de crédito ajustadas. Apesar do uso de IA, a Cofidis mantém o fator humano como elemento central. “Se surgirem dúvidas ou for necessária uma análise mais aprofundada, a nossa equipa de especialistas intervém pessoalmente, garantindo a atenção e o cuidado que nos caraterizam”, explica Cláudio Pimentel.
No atendimento ao cliente, a empresa está a trabalhar na utilização de IA para apoiar os colaboradores, por exemplo, através da transcrição e análise de chamadas. Este tipo de tecnologia permite identificar dúvidas ou intenções dos clientes e melhorar a qualidade do atendimento, mantendo os elevados níveis de serviço da Cofidis.
“Embora atualmente não utilizemos IA generativa para atendimento direto, estamos a explorar formas de colocar a tecnologia ao serviço dos nossos colaboradores, otimizando processos e garantindo que continuamos a oferecer um serviço empático e de qualidade”, sublinha Cláudio Pimentel.
A integração da inteligência artificial no setor financeiro enfrenta vários desafios, particularmente no que toca à ética, transparência e confiança no relacionamento com os clientes. Para a Cofidis, garantir uma abordagem centrada nas pessoas é fundamental. “A tecnologia pode otimizar processos, tornando-os mais simples e seguros, mas nunca pode perder de vista o impacto que tem nas pessoas”, destaca Cláudio Pimentel ao nosso jornal. Entre os principais desafios, o responsável apontou a necessidade de dados fiáveis e consistentes para alimentar as soluções de IA, a transparência na recolha e uso dos dados dos clientes, e a mitigação de potenciais vieses nos modelos, de forma a garantir decisões justas e inclusivas.
Além disso, o cumprimento de regulamentações como o RGPD e o futuro IA ACT é uma prioridade, assegurando que todas as soluções tecnológicas são sólidas, éticas e sustentáveis. “Dispomos de uma governação forte e de uma estratégia de IA bem definida, que nos permite respeitar os princípios éticos, a privacidade dos nossos clientes e a necessidade de mitigar vieses”, afirma.
Apesar dos desafios, a Cofidis vê um futuro promissor com a aplicação responsável da inteligência artificial. “Acreditamos que, com uma aplicação responsável e centrada nas pessoas, a IA trará benefícios não só para o setor financeiro, mas sobretudo para os nossos clientes, parceiros e colaboradores, criando soluções mais personalizadas e acessíveis”, conclui Cláudio Pimentel.
Este artigo foi publicado na edição 430