Adega de Favaios assinala 50 anos da marca Casa Velha
O Casa Velha Reserva tinto de 1974 foi emblemático para a Adega de Favaios, pelo “pioneirismo” na valorização e comercialização direta de vinhos DOC Douro.
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Cinquenta anos depois o lançamento do primeiro Casa Velha Reserva tinto, a Adega de Favaios apresenta as novas colheitas desta marca, que “assuem um simbolismo reforçado” pelo facto de serem lançadas no ano dos 50 anos da Revolução do 25 de Abril. O Casa Velha Reserva branco 2022, o Casa Velha Grande Reserva branco 2022 e o Casa Velha Reserva tinto 2021 já estão no mercado.
“Nem sempre consensual, alguns associados defendiam que a Adega deveria limitar-se à vinificação e venda a granel, como era o mais comum nas cooperativas, a aposta na comercialização direta de vinhos em garrafa, desde 1961, foi substancialmente reforçado a partir de 1974, nomeadamente com o lançamento de vinhos VQPRD/DOC e o registo de marcas nas décadas seguintes”, recorda a Adega de Favaios.
O Casa Velha Reserva branco 2022 foi elaborado a partir das castas Gouveio, Viosinho e Rabigato, a uma altitude entre os 600 e 700 metros. As uvas foram colhidas em vindima manual no início de setembro e cerca de 70% do lote fermentou e estagiou em barricas de três anos durante 12 meses. Os restantes 30% fermentaram e estagiaram em inox durante 12 meses. Após o blend final o estágio em inox prolongou-se por mais seis meses com levantamento regular das borras finas.
O Casa Velha Grande Reserva branco 2022 foi produzido a partir das castas Gouveio, Viosinho, Arinto e Rabigato, colhidas também entre os 600 e 700 metros. As uvas foram pré-selecionadas nas melhores vinhas do planalto de Favaios. Os vinhos de Gouveio e Viosinho (90% do lote) fermentaram e estagiaram em barricas de primeiro e
segundo ano durante 12 meses. O Arinto e o Rabigato (restantes 10% do lote) fermentaram e estagiaram em inox durante 12 meses. Apos o blend final o estagio em inox prolongou-se por mais seis meses com levantamento regular das borras finas.
Já o Casa Velha Reserva tinto 2021 nasceu a partir de uvas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca, três castas tradicionais do Douro, a uma altitude entre os 250 e os 350 metros. A vindima manual foi feita no final de setembro e estagiou em barricas de carvalho francês durante 18 meses. Teve ainda um estágio mínimo de seis meses em garrafa.
“O esforço financeiro que a Adega tem realizado nas últimas duas décadas, associado à qualidade das uvas do planalto de Favaios, tem permitido que a cooperativa produza de forma consistente brancos de qualidade notável e, mais recentemente, de tintos”, adianta Miguel Ferreira, diretor de enologia da adega.
“Temos vindo a crescer de forma contínua desde 2004/2005, acontecendo apenas um ou dois anos com ligeiro declínio, pouco representativo nesta linha ascendente”, acrescenta o presidente da direção da cooperativa, Mário Monteiro, lembrando que este ano – e contrariando a crise que se vive no setor – espera um aumento de produção da adega na ordem dos 10%.
Com um volume de faturação anual próximo dos 20 milhões de euros, a Adega de Favaios vinifica anualmente cerca de 7,4 milhões de litros de vinhos, entre moscatéis (43%), vinho do Porto (16%) e vinhos DOC Douro brancos, tintos, rosé e espumantes (41%).
Presente em todos os continentes, num total de 25 países, com destaque para o mercado da saudade na Europa, mas igualmente para os mercados do Brasil, EUA, Canadá, China e Angola, o crescimento da exportação (atualmente 10% do volume de negócios) é outra das apostas estratégicas da Adega. A funcionar desde 2012, o serviço de enoturismo tem beneficiado igualmente de investimentos, sendo a adega visitada por cerca de 25 mil pessoas/ano, muitas delas provenientes dos Estados Unidos da América, Reino Unido e França.