CAP alerta o Governo para diminuição da área de produção de cereais
A CAP alerta para a “situação económica extremamente frágil” dos agricultores de cereais, cuja área de produção tem vindo a diminuir.

Hipersuper
Nestlé Portugal lança série dedicada à literacia alimentar
Casa Relvas aumenta o portfólio com três novos monocastas
CONFAGRI diz ser “incompreensível” a redução do apoio à horticultura
Snacking é uma forma de conexão segundo estudo de tendências da Mondelēz
HAVI implementa em Portugal um projeto-piloto de gestão de armazéns
Jerónimo Martins entre as 100 melhores empresas mundiais em diversidade e inclusão social
Essência do Vinho regressa ao Porto com 4.000 vinhos de 400 produtores
Indústria alimentar e das bebidas exportou 8.190 M€ em 2024
Festival da Comida Continente de volta em julho
Embalagem e logística têm melhorado a eficiência operacional
De acordo com a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a área total de cereais decresceu cerca de 350 mil hectares nos últimos 20 anos, ou seja, -56%. Só nos últimos dez anos foram menos 124 mil hectares e no último ano, a área total de cereais viu-se reduzida em 11 mil hectares (-4%).
A diminuição da área de produção de cereais levou a CAP a reunir o seu conselho consultivo setorial, e a emitir um conjunto de alertas.
“Portugal tem historicamente um grau de autoaprovisionamento baixo em cereais, que é atualmente de cerca de 18%, sendo de 4% no caso do trigo mole e de 25% no caso do milho grão”, informa a confederação, acrescentando que, em alguns casos, “a crescente exposição do nosso país à importação de cereais coloca-nos na dependência de países com elevada instabilidade política e comercial e não contribui para a desejada soberania alimentar da União Europeia, condição sine qua non da sua autonomia estratégica”.
Perante esta realidade, a CAP faz cinco apelos ao Governo:
– Inverta esta tendência garantindo o rendimento e a sustentabilidade económica dos agricultores, “de forma a fomentar em todo o território uma diversificação cultural que permita implementar um mosaico variado de produções agrícolas, florestais e agroindustriais, fundamental, tanto do ponto de vista, como económico e social”. Nesse sentido, defende que a revisão do atual PEPAC, agora em curso, é a oportunidade para melhorar a distribuição de valores alocados ao pagamento ligado aos cereais;
– Crie uma medida que permita fomentar a ‘agricultura de precisão’, apoiando os agricultores aderentes e os técnicos das suas organizações;
– Agilize o processo de controlo populacional de certas espécies, como o javali, “que ao destruir inúmeras culturas inviabilizam a agricultura, nomeadamente de cereais, em vastas áreas de minifúndio do nosso país”;
– Reforce as medidas de segurança no mundo rural e garanta “penas dissuasoras para os responsáveis pelos roubos e destruições que se têm verificado desde há anos”;
– “Se empenhe a nível europeu” na manutenção de algumas substâncias ativas de proteção das culturas, para as quais não existem alternativas eficazes, “determinantes para a competitividade técnica e ambiental deste setor”.