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Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca

Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca

Entrevista

“Temos que apostar mais nas marcas portuguesas”

“Se nós queremos crescer enquanto economia, se queremos que a nossa economia seja uma economia de valor, temos que apostar mais nas marcas portuguesas, criar marcas em Portugal, fazer de Portugal a base para o lançamento de marcas para mercados internacionais”, defende Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca em entrevista.

Ana Grácio Pinto
Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca

Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca

Entrevista

“Temos que apostar mais nas marcas portuguesas”

“Se nós queremos crescer enquanto economia, se queremos que a nossa economia seja uma economia de valor, temos que apostar mais nas marcas portuguesas, criar marcas em Portugal, fazer de Portugal a base para o lançamento de marcas para mercados internacionais”, defende Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca em entrevista.

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Ana Grácio Pinto
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Fundada em 1994, a Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, está a celebrar 30 anos. Mantém a missão de criar para as marcas um ambiente de concorrência leal, que encoraje a inovação e garanta um máximo valor aos consumidores. E defende um país que, para além de produzir bem, crie marcas que centrem essa produção. “Se nós queremos crescer enquanto economia, se queremos que a nossa economia seja uma economia de valor, temos que apostar mais nas marcas portuguesas, criar marcas em Portugal, fazer de Portugal a base para o lançamento de marcas para mercados internacionais”, defende Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca em entrevista.

A Centromarca foi criada com o objetivo de estudar, em conjunto, os problemas que afetam a marca e coordenar os esforços para lhes dar uma resposta eficaz. Congrega, atualmente, 50 associados que detêm mais de 800 marcas e tem um volume de vendas anual no mercado nacional da ordem dos 6000 milhões de euros.

Tradição e inovação são duas características das marcas portuguesas. Temos marcas quase centenárias, outras centenárias, outras bicentenárias. Que, apesar das dificuldades e desafios, mantêm-se. Num mundo global, competitivo a vários níveis, num país que tem passado por desafios económicos, as marcas portuguesas tradicionais são um case study, em sobrevivência e adaptação?
Sim, são. E temos, como referia, várias marcas que são históricas, marcas que têm percurso. Algumas, inclusive, que não são hoje detidas por empresas portuguesas, mas são marcas portuguesas. Há marcas que são internacionais, mas que os portugueses assumem quase como suas, porque os acompanharam na vida toda.
Nós tivemos um mercado, e temos um mercado, que enquanto dimensão nacional é relativamente pequeno. Um mercado que, até há 20 ou 30 anos, era relativamente suficiente para algumas das nossas marcas, mas começa a ser relativamente pequeno para muitos produtos e por isso hoje a necessidade, de muitas destas marcas que querem sobreviver e querem continuar, de pensar não apenas no consumidor português, não apenas no mercado português, mas no mercado muito mais globalizado.
Pedro Pimentel, diretor geral da CentromarcaPor isso, a grande questão que eu diria que Portugal vive é a nossa economia. Quando olhamos para a economia como um todo, percebemos que apesar de termos setores fortemente exportadores, nesses setores as marcas não são um ponto forte. Nós somos um país que produz imenso para marcas de grande qualidade para o mundo todo, mas temos poucas marcas portuguesas com expressão internacional e muito menos com expressão global.
Por isso, na Centromarca tentamos fazer essa pedagogia todos os dias. Se nós queremos crescer enquanto economia, se nós queremos que a nossa economia seja uma economia de valor, nós temos que apostar mais nas marcas portuguesas, criar marcas em Portugal, fazer de Portugal a base para o lançamento de marcas para mercados internacionais e sabemos que isso é um investimento muito caro, logicamente. Não é fácil. Quem já está no mercado, e as marcas que nós conhecemos da vida toda que já estão no mercado, têm sempre uma vantagem, relativamente a qualquer marca que chegue. Nós temos marcas que para nós são muito conhecidas, mas são muito conhecidas num espaço pequeno e a questão é conseguir fazer com que essas marcas adquiram tração e adquiram capacidade para entrar em mercados internacionais.
Logicamente, nós começamos sempre por mercados que conhecemos melhor ou por proporção de proximidade ou mercados onde, por exemplo, a comunidade portuguesa tem alguma presença, mas isso não chega. Tem que ser mais do que isto, temos que fazer mais do que isto. E, nesse ponto, julgo que há um ponto de viragem. Sentimos nestes últimos quatro ou cinco anos que há um movimento de reaproximação das produções relativamente ao consumo. Há a perceção hoje, cada vez mais, de que eu não posso estar completamente dependente de mercados que em termos de abastecimento estão a cinco mil quilómetros de distância e que, por vicissitudes de segurança, pandemias, etc., de repente há problemas de abastecimento. Por isso, hoje, mesmo as grandes marcas internacionais começam a perceber que a proximidade é importante do ponto de vista da produção. Produzir na Europa pode ser muito mais interessante que produzir no Médio Oriente ou no Extremo Oriente por uma questão de proximidade. E, nesse ponto, Portugal, como qualquer outro país da Europa, mas Portugal, até pela posição geográfica que tem, acaba por ter alguma vantagem relativamente a uma situação anterior.
Mas precisamos de marca. Não basta produzir bem. Nós, quando produzimos um fato de homem para uma marca internacional, o fato de homem sai daqui por 15% do preço, que depois é o preço que nós pagamos no mercado, e os 85% estão na marca. Por isso, é importante converter boa produção em marcas nacionais. E isso não tem sido um trabalho fácil.
Acho que em Portugal também temos sempre um bocadinho esta defesa: o mercado é pequenino, tudo é difícil, mas temos de conseguir ultrapassar essas dificuldades. Portugal não é assim tão pequeno. Quando olhamos no espaço da União Europeia, há vários países bastante mais ‘poderosos’ que nós, com populações ainda mais pequenas que nós. É importante nós termos a noção que um mercado interno mais forte ajuda as empresas a terem um trampolim para saltarem. Se eu conseguir gerar aqui mais valias, se eu conseguir gerar aqui riqueza suficiente para poder investir, torna-se mais fácil fazer esse trabalho, saltar do nosso mercado para um mercado mais alto.
Há produtos, por exemplo na área do grande consumo, onde realmente temos uma força grande, no vinho, no azeite, no conserveiro, etc., porque temos alguma especialização, qualidade e alguma diferenciação relativamente a outros mercados, mas isso não chega, tem que ser um bocadinho mais do que isso. Nós falamos muito da ‘Marca Portugal’, mas muito mais importante que a Marca Portugal, é ter aquilo que eu chamo de ‘Portugal de marcas’. Isto é, quando falamos de um país como a Suíça, toda a gente se recorda de marcas que tem, quando falamos da Alemanha, de Dinamarca, nós recordamos marcas, e muitas vezes compramos um produto alemão e dizemos que é bom, não porque ele seja especialmente forte naquela área, mas porque temos a consciência de que é uma marca que vem da Alemanha.
Por isso, é um pouco esta mudança, inclusive do ponto de vista político: percebermos que podemos fazer investimentos grandes em cimento, em máquinas, em estruturas, mas tudo isso perde parte significativa da importância se depois na venda destes produtos nós não conseguimos cativar o valor que a marca significa.

E em Portugal, apesar de todas as dificuldades, há marcas novas inovadoras. O futuro das marcas portuguesas de fabricante tem que obrigatoriamente passar pela inovação?
Eu diria que o futuro de qualquer marca passa sempre pela inovação, por uma razão simples: muitas destas marcas centenárias de que estamos a falar, só são centenárias porque souberam inovar ao longo do tempo. Porque se elas se tivessem mantido a fazer exatamente a mesma coisa que faziam há 100 anos, já tinham morrido.
Há uma segunda questão: acho que a inovação é relevante se nós conseguimos vendê-la. Nós temos muita coisa inovadora do ponto de vista, quer de processo, quer de engenharia, quer de introdução de novos ingredientes. São completamente inovadores, mas depois ninguém sabe. E o problema passa por onde? Porque não há esta diferenciação, não há comunicação. Não há inovação se não houver comunicação. Eu não consigo que uma pessoa me compre um produto inovador se a pessoa não o conhecer.

As empresas tiram pouco partido da comunicação? Da ligação afetiva de portugalidade que as suas marcas têm?
Eu tenho que comunicar a inovação, muitas vezes, quando comunico, também tenho que ser inteligente. Hoje em dia a comunicação já não é como era antes. Nós andamos todos os dias com um telemóvel na mão, que é, se calhar, a porta de entrada de muito que se comunica.
Pedro Pimentel, diretor geral da CentromarcaNós temos muitos produtos que, se produzirem 10 mil unidades, é uma enormidade. E temos outros de que se não se produzir um milhão de unidades, eu nem sequer sobrevivo. Tudo depende do grau de massificação. Por isso, se tenho um produto de consumo alargado, que precisa de um mínimo de escala para trabalhar, eu tenho que ter uma comunicação muito ‘metralhadora’. Mas se eu tiver um produto de nicho, muito focado em determinado tipo de segmento de consumidores, se calhar, tenho que acertar exatamente naqueles consumidores. Hoje fala-se tanto em inteligência artificial, que também vai servir para isso, para personalizar a mensagem.
Mas diria que, para além disso, há uma terceira questão que é muito importante. Hoje, toda a gente fala: o ADN da nossa empresa é a inovação”. Tudo é inovação. E acho que, claramente, o consumidor já não se ‘excita’ só porque dizem que qualquer coisa é nova, que é inovadora. Nós temos que perceber que ela é inovadora, mas tem que ser relevante. Por isso, hoje em dia, uma das grandes dificuldades é conseguir fazer com que uma inovação, seja percebida pelo consumidor como inovadora, seja comunicada como tal, e depois seja entendida como alguma coisa que é relevante.
E só para ter um número, na nossa área de consumo, em cada dez produtos que são lançados num ano, só três é que chegam ao fim do primeiro ano. Menos de dois chegam ao fim do segundo ano. Por isso, há oito, em que se gastou dinheiro, em que se gastou energia, em que se gastou comunicação, que vão para trás. A questão prática é: é possível diminuir a taxa de insucesso? Se calhar diminui-se a taxa de insucesso se se tentar menos, se nós formos mais focados nos produtos.
As marcas têm sempre este papel, responder às minhas necessidades, mas também antecipar as minhas necessidades. Uma marca tem que pensar não no que eu quero hoje, é no que eu vou querer daqui a dois anos. E isso não é fácil. Mas este trabalho que se faz todo o dia, aí sim é onde a inovação entra realmente.

O futuro das marcas, por exemplo no setor alimentar, será trabalhar os produtos de conveniência?
Sim, é a (questão da) relevância. Se eu tiver um produto que é completamente inovador, mas que depois, para o utilizar, tenho que dar 32 passos, tenho que juntar quatro ingredientes diferentes, eu perco-me. Qual é o segmento em Portugal que está a ter maior crescimento no mercado? É a comida pronta. Porquê? Porque as pessoas, no fundo, sabem que se forem, por exemplo, ao Pingo Doce, provavelmente não vão comprar a mesma comida que se forem a um restaurante, mas também vão gastar um dinheiro diferente. Tivemos os dois anos da pandemia, ou o primeiro, da pandemia, em que aparentemente as pessoas adoravam cozinhar e perderam horas infinitas a fazê-lo, mas foram coisas anormais em períodos anormais. Não é o que nós somos. O que nós somos é realmente uma população que tem um tipo de vida em que tenta gastar algum tempo em lazer e depois não queremos gastar todas as horas a cozinhar.
E do lado das empresas, é cada vez mais uma lógica de encontrar soluções. Muitas vezes não é transformar, não é fazer produtos novos, é dar-lhes uma roupagem do ponto de vista da utilização para o consumidor que lhes permita ser uma utilização mais facilitada.

Num artigo que publicou em fevereiro, indicou que desde o final de janeiro e durante cerca de dois meses a Centromarca iria apresentar a associados, e não só, as principais impressões que as dinâmicas do mercado deixaram no universo FMCG ao longo de 2023. Quais são e de que forma vão influenciar em 2024?
Primeiro, nós não trabalhamos só com marcas nacionais, trabalhamos com todo o tipo de marcas. Nos últimos anos, essencialmente nos últimos dois anos, assistimos a um fenómeno que não é português, diria que é muito comum em uma série de grandes países, que é um fenómeno de transferência de consumo, daquilo que nós chamamos de marcas de fabricante para as marcas de distribuidor. E estamos aqui a falar de, diria, três coisas em simultâneo.
Primeiro, estamos a falar de um mercado que, se ganhou o valor, perdeu o volume. Isto é, uma parte dos consumidores em Portugal, muito por força da inflação e dos aumentos de preços, tiveram que fazer opções. Por isso, há aqui uma primeira questão, as escolhas. E essas escolhas, num período como nós tivemos, de inflação muito alta, envolveram o produto, ou seja, que tipo de produtos eu compro; envolveram marcas, que tipo de marcas eu compro; envolveram volumes, quanto é que eu compro. Eu posso comprar uma garrafa de azeite, um frasco de shampoo da marca de que gosto ou de uma marca própria que é mais barata?
Pedro Pimentel, diretor geral da CentromarcaPor isso, houve três efeitos práticos. O que nós chamamos de transferência de marcas, o que nós chamamos de downgrading ou downtrading, que é, no fundo, comprar a mesma quantidade, mas de produtos mais baratos e volumes. E os volumes, em determinados momentos, tiveram quebras muito significativas. Nós chegamos a ter um período, no primeiro semestre do ano passado, em que a quebra de volume, medida, chegou a 8%. É muito. Quando nós estamos a falar de produtos básicos, não estamos a falar de trocar um frigorífico. Estamos a falar de comida, estamos a falar de bebida, estamos a falar de higiene. Esse número, depois, foi tornando-se menos pesado ao longo do ano. Nós já fechámos 2023 com números mais curtos, na ordem dos 3% de quebra, mas chegámos a pontos onde a quebra foi muito alta. E isso tem uma relação com comunicação. Não tem relação direta com a comunicação das marcas, mas tem uma relação direta com aquilo que é a comunicação que nós todos assistimos. Nós tivemos meses, no início do ano, em que inflação era tema ao pequeno-almoço, almoço, lanche, jantar, de abertura de telejornal, de capa de jornal, de tudo o mais.
Quer dizer, passámos da fase em que os supermercados eram os amigos das famílias portuguesas, para os supermercados serem o sítio onde as pessoas não se sentiam confortáveis. Passámos uma fase em que todas as marcas eram acusadas de estar a tentar roubar, a tentar tirar às pessoas aquilo que as pessoas tão sofridamente ganhavam. E quando este ruído de fundo existe, todos nós acabamos por ser impelidos a fazer um esforço de contenção, um esforço de volume, um esforço do tipo de produtos que consumimos e um esforço das marcas que consumimos.
Por isso, e vou fazer agora aqui um pouco de futurologia, 2024 tem características que podem, não em relação a 2017 ou 2018, mas em relação a 2023, trazer alguns sinais um bocadinho mais positivos.
O primeiro sinal mais positivo é a inflação, hoje é muito mais curta do que era, acho que nós vamos fechar, diria, com alguma probabilidade, vamos fechar 2024 com uma inflação entre os 2 e os 2,5, não tem nada a ver com os 10% a que chegámos no ano passado. Segunda questão, em 2024, muitas pessoas vão ter aumentos salariais que são superiores à inflação, ou seja, como tiveram aumentos salariais bastante inferiores à inflação no ano anterior, e como isto é refletido em termos do ano anterior, faz um bocadinho de sentido perceber isso. Terceiro efeito, vamos ver o que é que a política deixa fazer, mas há claramente uma intenção de haver, pelo menos nos escalões mais baixos, com os menores rendimentos, algum benefício fiscal via IRS. E quarto, e um enorme ponto de interrogação, em Portugal mais de um quarto das famílias portuguesas têm crédito de habitação, o crédito de habitação tem taxas de juros, taxas de juros têm evolução, nós sabemos que as taxas de juros vão baixar, ninguém sabe é quando. Se a decisão de baixa for tomada até no final do semestre, provavelmente no último trimestre de 2024, ainda as pessoas vão ser de alguma forma beneficiadas. Parece que não, mas podemos estar a falar de incrementar o rendimento disponível das pessoas entre 100 e 200 euros por mês. Por isso, estes quatro fatores, sendo que três são basicamente certos e um é incerto, não se sabe quando, fazem com que o mercado, de alguma forma, vá ser um pouco mais favorável do que o ano passado, com as pessoas a terem um poder de compra ligeiramente maior e isso pode ser favorável para o mercado.
Do ponto de vista prático, as marcas têm um problema que eu diria que é o mais importante. As empresas, se querem continuar a ter um papel ativo no mercado, têm que ter um mínimo de vendas, têm que ter um mínimo de produção, por isso vão ter que recuperar uma parte deste mercado. Se o mercado cresce, porque os consumidores consomem mais, nós podemos crescer porque vamos buscar um bocadinho a este adicional. Se o mercado crescer 10% e eu for buscar a minha parte nesses 10%, eu cresço porque o mercado cresce.
Mas nós sabemos que não é certo que o mercado vá crescer. Há produtos em que nós readaptamos o nosso consumo. E para estes mercados, onde o crescimento efetivo não aconteça, vai ser um bocadinho atribulado, quer dizer, alguém vai ter que chegar ali e para eu crescer, alguém vai ter que perder.
Há um fenómeno que eu acho que é muito relevante. Hoje, quando vamos a um espaço comercial, olhamos para a prateleira, o número de referências diferentes, de marcas de diferentes no mercado é cada vez mais curto. Temos uma marca líder, às vezes duas marcas, mas depois quando entramos na escala mais abaixo, é difícil vender porque os produtos não chegam à prateleira, e não havendo na prateleira, eu não compro.
E esse é um problema sério. Temos, de um lado um mercado a crescer por lojas de cadeias, em que o seu sortido são basicamente marcas próprias, e do outro lado temos muitas cadeias que, apesar de terem um sortido muito mais amplo, o que estão a abrir são lojas de pequena dimensão, são lojas ditas de proximidade. São lojas que têm menos metros quadrados. Se têm menos metros quadrados, têm sempre um sortido mais curto. É um desafio difícil num mercado que, do ponto de vista de trend, está muito direcionado para a marca própria. Estes anos acabaram por gerar, do ponto de vista dos consumidores, uma aproximação a modelos de negócios, estamos a falar daquilo que chamamos de sortido curto, discount.
Se for ver os rankings percebe que quem cresce, efetivamente, é essencialmente a Mercadona. E são lojas em que a presença das marcas é muito curtinha. Muito, muito curtinha. E, depois, percebemos que os outros, muitas vezes, em reação a este crescimento das marcas destes retalhistas, também têm políticas suas de crescimento da marca própria.
Isto, do ponto de vista do mercado, tem um efeito, mas, do ponto de vista das marcas de fabricantes, logicamente, tem um efeito muito negativo. As marcas fabricantes vendem mais ou vendem menos, pelas suas estratégias, pela sua capacidade de inovação, pela sua comunicação. Mas, todas elas dependem de um fator para além destes todos: o nosso cliente, que não é o consumidor. Porque o meu cliente é quem me compra o produto. E quem me compra o produto não é o consumidor, é o retalhista. Se o meu cliente quiser que eu venda, eu vendo. Se o meu cliente não estiver tão interessado que eu venda, eu vou ter muito mais dificuldades.
O futuro da marca de fabricante e a sua dinâmica, passa muito pelas estratégias que os próprios retalhistas adotem, do ponto de vista das suas prateleiras. Mas depois, do ponto de vista do consumidor, acho que também há uma realidade que eu gostaria de dizer. Acho que as pessoas chegam a um ponto em que também se cansam de uma oferta demasiado curta, de não se ter escolha. E a nossa expectativa, é que 2024 e seguintes, se a condição económica o ajudar, são anos em que, depois deste afunilar em torno da marca própria, a distribuição terá, na nossa opinião, algum interesse em dinamizar esta diversificação, e isso é sempre um aspeto positivo.
Do ponto de vista das marcas portuguesas, cada período de dificuldades económicas, tradicionalmente é um período que gera aquilo que eu chamaria de consumo patriótico. Claro que dizemos muitas vezes isto, mas depois quando chegamos à prateleira, se a escolha for muito mais barata ou for a coisa que eu quero e não for portuguesa, já não é tão relevante. Mas, na verdade, o patriotismo do consumo existe, genericamente. E acho que se trabalhou também um bocadinho isso ao longo dos anos. Essas campanhas de ‘Portugal Sou Eu’, do ‘Compre o Que É Nosso’, ajudaram um bocadinho nesta fase. A origem ajuda a fazer a história. Eu posso estar a comprar esta garrafa de água e explicar às pessoas onde é o Luso. Aqui em Portugal, eu consigo explicar às pessoas com alguma facilidade porque é que a Água do Luso não é igual à Água Monchique. Por isso, há uma capacidade de contar essa história que o tal patriotismo ajuda. Ou seja, ser uma marca portuguesa, é uma mais-valia nestes períodos.

Em relação aos mercados internacionais, quais são os grandes riscos ou desafios das marcas portuguesas este ano? Por um lado, na importação de matérias-primas, e, por outro, na sua capacidade exportadora…
Diria que temos aqui duas questões que são juntas. Uma é uma questão de supply chain, da cadeia de abastecimento. Nós produzimos algumas coisas em Portugal que não são só feitas com matérias-primas portuguesas, e estamos num mercado mais confuso, seja do ponto de vista de transportes, seja do ponto de vista, no caso do alimentar, de maus anos agrícolas em algumas zonas, matérias-primas que tiveram agravamentos muito fortes, como café, cacau, açúcar.
Esse é um lado. Outro lado é um fenómeno que passou a ser hoje um problema sério em muitas empresas: a capacidade de estocar. Há dois anos atrás isso não era uma questão. A dada altura, começo a ter um problema: se eu não tiver aqui a matéria-prima eu não consigo trabalhar. Basta um barco atrasar uns dias ou não vir, ou o custo de ter disparado, ou os seguros. Tudo isso tem um impacto brutal. E de repente, no final de 2022, as empresas descobriram que nos seus balanços tinham uma conta calada de espaços de armazenagem que não tinham para os produtos, de custos de estocagem porque nós temos de comprar antecipadamente. E muitas vezes, a ter que fazer este custo de estocagem em períodos que podemos estar a comprar caro, quando o produto daqui a meio dúzia de meses estará com cotações muito mais baixas. Tudo isto é complicado. Isto é um lado. O outro, diferente, é que o problema que atravessamos no ano passado e há dois anos com as dificuldades económicas e quebra de poder de comprar, não o passamos só nós. Todos os países da Europa e do mundo diria que passaram. Alguns menos, outros mais do que nós passamos aqui.
Isto tudo leva a um terceiro ponto que no nosso caso não tem a ver com a parte de exportação, mas tem a ver com uma parte de exportação, que é o turismo. Uma parte importante do nosso mercado é o mercado de turismo, seja o que os turistas compram, seja o que consomem. Nós, por exemplo, estamos com 2024 a crescer em relação ao 2023, mas com uma taxa de crescimento bastante mais baixa que aquela em que estamos habituados a crescer.
Por isso, acho que são três fenómenos que tendencialmente desajudam. Como é que se dá a volta a isto? Por um lado, tentando controlar as estocagens, controlar a capacidade, estabilizar custos na medida do possível. Não é fácil, mas tenta-se. E perceber que, muitas vezes, nós temos que também tentar outros mercados. Se trabalho com dez mercados e dois dos nossos mercados fortes estão mais fracos hoje, tenho que recuperar um pouco disso que perdi aqui, noutros mercados. Temos que ser ambiciosos.

Esse caminho faz-se por não nos centrarmos tanto na Europa e ‘partirmos’ para outros continentes?
Também. E, acima de tudo, perceber o grau de saturação de determinados mercados e os mercados onde nós podemos ter posições interessantes. Por exemplo, nós estamos a meia-dúzia de quilómetros do norte da África. O norte da África, quer por razões quer de capacidade económica, quer de população, tem mercados que não sendo brutais, são importantes. São mercados onde muitos dos países de origem dos produtos europeus têm dificuldades. Por exemplo, França tem dificuldades em mercados como a Argélia. Itália tem dificuldades em mercados como a Líbia, como o Egito. Espanha tem dificuldades em mercados como Marrocos. E nós, felizmente, temos uma posição relativamente simpática.
O que é que isto significa? Significa uma dificuldade que muitas vezes as empresas têm, que é uma questão cultural, é uma questão de língua, é uma questão de hábitos de consumo, é uma questão de perceber como um negócio se faz; é um negócio mais dirigido, é um negócio que não é tão livre como há na Europa. Aqui há sempre algum tipo de intermediação, muitas vezes é um papel que o Estado tem do ponto de vista daquilo que são as orientações dos produtos no mercado. E nesse aspeto, aquilo que nós chamamos de diplomacia económica, o que é no fundo também mobilizar o Estado, a primeira ponte entre estados para depois fazer chegar os produtos, durante anos fizemos uma diplomacia económica muito assente em empresas tipo Efacec, cimenteiras, a indústria pesada, construção civil, etc. E esquecemos ao longo deste tempo que havia um mercado, por exemplo, alimentar que se podia conquistar também.
Claro que há empresas que o fazem, há empresas que exportam. Agora, quando eu estou para me afogar há umas boias. E neste caso, quando o mercado começa a ter algumas dificuldades naquilo que é o nosso mercado mais tradicional, nós temos que ser um bocadinho ambiciosos, também haver aqui algum risco, que eventualmente não gostaríamos de adotar. Mas é um risco que se nós não corrermos também não teremos resultados. E a dificuldade é que exportar é uma coisa, internacionalizar é outra. Quer dizer, às vezes é também termos a noção da dimensão, e as empresas portuguesas por definição são empresas de pequena, média dimensão, não são muito grandes, não podem disparar para todos os lados, não têm meios para fazê-lo. Muitas vezes atuar em consórcio pode ser uma questão interessante.

A Centromarca tem vindo a sensibilizar as forças políticas para os seus principais dossiers. Quais são, atualmente, esses dossiers?
Primeiro, a questão básica, essencial, e na qual estamos a trabalhar em força é este: há que fazer a harmonização do IVA em todos os produtos alimentares. Não faz sentido que eu faça as minhas escolhas, mais à esquerda, mais à direita, porque sou conduzido fiscalmente para um produto.
E mais, para mim, o IVA tem um defeito, em relação à questão de que estávamos a falar antes, que é o maior de todos. O nosso IVA, as taxas reduzidas de IVA, são aplicadas a produtos que estão especificados no código. Nenhum produto inovador está especificado no código. Por isso, qualquer produto inovador paga logo, à cabeça, 23%. Há uma sobretaxa à inovação. Isso não faz sentido.
Depois, não faz sentido que produtos parecidos, muitas vezes completamente semelhantes, tenham taxas completamente diferentes. Terceiro, não faz sentido que cada um de nós, quando vai lançar um produto no mercado, tenha que fazer um exercício de boa-fé, e dizer lendo aqui parece para aqui, mas se eu ler aqui parece para ali. É um exercício de base de adivinhação que tem implicações fiscais fortes. O Estado devia avançar nesse sentido. Estamos perfeitamente abertos a negociar com o Estado. O Estado é quem tem de decidir, mas estamos abertos a negociar com o Estado. Eventualmente, a taxa mínima, para onde gostávamos de pôr tudo, pode não ser a taxa atual. Podemos, imaginando, aumentar um ponto a taxa mínima para ir buscar aquilo que o Estado vai perder de receita nas outras coisas. Não é uma questão de receita fiscal, é uma questão de harmonização fiscal. Nós queremos que as pessoas tenham gastos normais no seu consumo, se possível que façam alguma poupança, mas não é a questão de embaratecer os produtos. É uma questão de harmonia, de que não haja diferenciação e não haja discriminação.
Isto é um assunto do Ministério das Finanças, mas é um assunto em que nós precisamos de dois pontos certos, o Ministro da Agricultura e o Ministro da Economia. Esta é a primeira questão.
Segunda questão. Está de ser discutido em termos europeus um diploma
sobre prazos de pagamento. É um regulamento, vai ser aplicado em toda a União Europeia, não temos a certeza se ele ainda vai ser aprovado na atual legislatura europeia, já que vamos ter agora eleições europeias, mas se não for, que o seja depois. A questão prática é, independentemente dos prazos acordados pela lei, é fazer perceber que a circulação de dinheiro é fundamental à economia. E quando nós estamos a falar num período em que os juros, como falámos há pouco, são taxas elevadas, o custo de dinheiro é mais alto, a circulação de dinheiro favorece a economia. Permite, por exemplo as compras das minhas matérias-primas serem mais facilitadas, permite com que eu não necessite de crédito bancário da mesma forma, por aí vai. Há uma discussão séria e complicada sobre quais os prazos a adotar, acima de tudo que esses prazos sejam adotados não só pelo Estado relativamente aos seus pagamentos a particulares, como depois entre particulares, e que haja uma fiscalização efetiva de que estes prazos se fazem.
Terceira questão. Nós tivemos as greves dos agricultores nos últimos meses, as instituições europeias até como reação a essas greves têm que apresentar algumas medidas, essas medidas estão muito corporizadas num diploma que tem a ver com o que nós chamamos UTP, as Práticas Comerciais Desleais. É preciso que estas medidas que estamos aqui a desenhar – e aqui os governos têm um papel muito importante – sejam medidas práticas, que tenham impacto, mas que sejam medidas pouco burocráticas. Porque se vamos criar para dar resposta aos problemas, e depois na prática acaba por só a ter confusão a mais e nenhuma resolução… por isso, acima de tudo que as medidas que sejam adotadas, e algumas propostas estão em cima da mesa, sejam mais práticas, aplicáveis, aplicáveis a todos os Estados Membros, como seja uma coisa feita à medida de cada país nas suas dimensões.
A quarta questão. Nós temos um fenómeno em Portugal de há muitos anos de contrafação, falsificações, etc, que é preciso combater, sem dúvida. Mas temos um outro fenómeno chamado copycats, ou as copias parasitárias, que no grande consumo têm um peso relevante, espalhado em todo o tecido e que prejudica quem seriamente trabalha. É um fenómeno que está muito mal legislado, nós precisávamos construir conceitos que depois a lei aplicasse. Que muitas vezes não pode ser só em Portugal, tem que ser de alguma forma europeia, mas aqui estamos preparados para a legislação portuguesa o fazer.
Quinto ponto. Nós entendemos – e estamos a falar de um processo que vamos ter agora com o Portugal 2030, estamos a falar de negociações internacionais – que a marca, e o incorpóreo, o design, a patente, as marcas enquanto marcas, tem que ser uma parte importante daquilo que é o esforço de apoio que o Estado, através dos programas, faça. Eu vou construir uma fábrica nova, paredes, cimento, telhados, máquinas, tudo isso é relativamente fácil de enquadrar, e esquecemos que depois é preciso vender. E muito do vender passa por construção de marca, design, campanhas de programas nacionais. Por isso, fazer com que os programas de apoio adotem uma cultura marca. Perceberem que se nós queremos ter uma produção mais forte, se queremos ter um maior valor, isso precisa desta parte incorpórea, e que os programas de apoio também deem relevância a isto, quer do ponto de vista de tipologia de despesas que possam ser suportadas, quer do ponto de vista do percentual que isto pode representar no total.
Por isso, existir, o que nós chamamos de uma cultura de marca, que não é só uma estratégia das empresas. Que o Estado também faça esse papel de: nós temos programas de apoio que estamos a designar, e temos que pensar nisto. Porque se queremos converter uma produção de garrafas numa produção de valor acrescentado, temos que ser uma marca forte.

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2024 foi o melhor ano de sempre em vendas nas lojas dos centros comerciais

Em declarações ao Hipersuper, Carla Pinto, diretora executiva da APCC, sublinha que “os centros comerciais são hoje muito mais do que meros locais de compras” e que “os dados evidenciam o forte contributo que este setor continua a dar para a economia nacional”.

Segundo a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC), em 2024 houve um aumento global de 7% nas vendas em relação a 2023, com dezembro a ser o melhor mês do ano e a área de restauração a crescer 11% relativamente ao ano anterior. 2024 foi mesmo o melhor ano de sempre em vendas nas lojas dos centros comerciais.

“Estamos muito satisfeitos com os resultados alcançados pelos nossos lojistas em 2024 e que confirmam a tendência de crescimento que tem vindo a verificar-se. Os dados evidenciam o forte contributo que este setor continua a dar para a economia nacional e são também a prova da importância dos centros comerciais no dia a dia dos portugueses, com a disponibilidade horária e de dias de funcionamento a serem um fator decisivo na escolha e preferência dos inúmeros visitantes”, sublinha a diretora executiva da APCC, Carla Pinto.

Mais pagamentos, mais faturação

Dados de um estudo da REDUNIQ Insights desenvolvido para a APCC, sobre as vendas com meios de pagamento eletrónico, indicam que a faturação aumentou 7% em comparação com 2023, foi superior 14% em relação a 2022 e cresceu 31% face a 2019 (o período pré-pandemia).

Subiu também o número de transações em relação a 2023 (+7%), tendo sido ainda superior aos anos anteriores, “o que significa que os resultados estão também sustentados num maior número de visitantes e não apenas no valor das compras efetuadas”, detalha a APCC.

Foi no 4º trimestre que se realizou o maior número de vendas nos centros comerciais – o indicador do gasto médio por cliente aumentou em todos os meses deste período face a 2023, o que acontece pela primeira vez. E dezembro foi o melhor mês de faturação, com cada compra a registar um valor médio de 40,97 euros, enquanto a nível global o valor médio de cada transação foi de 33,80 euros. O estudo indica também que 23 de dezembro foi o melhor dia do ano, seguido dos dias 21 e 22 do mesmo mês e de 30 e 29 de novembro (período da Black Friday).

O peso do período pós-laboral

Quanto aos melhores dias da semana e horários, o estudo revelou o período pós-laboral mantém um peso muito relevante, com 38% do total de transações a serem feitas a partir das 18h. Já os fins de semana representaram 35% das vendas, ao longo do ano. Um outro dado a reter do estudo revela que os turistas representaram 12% do total da faturação.

Numa análise aos setores representados nestes espaços, a restauração registou um crescimento de 11% na faturação, em relação a 2023, e de 9% no número de transações. A moda mantém-se como o segmento com maior peso no total da faturação (36%), seguida dos supermercados (23%) e do setor dos eletrodomésticos & tecnologia (11%).

“(Os centros comerciais) Dão resposta, de uma forma integrada, às necessidades das pessoas”

Ao Hipersuper, a diretora executiva da APCC, Carla Pinto, detalha os fatores do crescimento de vendas nos centros comerciais:

A que fatores atribui o contínuo crescimento de vendas nos Centros Comerciais? A diversidade de oferta será o principal?
Existem diversos fatores que, no nosso entender, contribuem para que os centros comerciais sejam locais preferenciais para fazer compras, mas também para momentos de lazer ou para fazer uma refeição. Desde logo, a diversidade de oferta, já que num só espaço as pessoas podem encontrar múltiplas propostas, mas, igualmente importante, os centros comerciais são hoje muito mais do que meros locais de compras. São ponto de encontro, de lazer e bem-estar, onde existem desde serviços de saúde, como hospitais, clínicas e farmácias, a uma vasta oferta cultural, de entretenimento, restauração e atividade física, por exemplo. Dão resposta, de uma forma integrada, às necessidades das pessoas e assumem uma grande relevância no dia a dia dos portugueses, de quem aqui vive ou visita o país.

Os horários de fim de semana são ‘fundamentais’ para o dinamismo de vendas nos Centros Comerciais?
Toda a disponibilidade horária e de dias de funcionamento dos centros comerciais é fundamental para o dinamismo destes espaços. Os fins de semana assumem uma grande importância, já que o sábado é o melhor dia de vendas, logo seguido de domingo, e o horário pós-laboral é decisivo, ao longo de toda a semana, para as escolhas dos visitantes. Ou seja, os centros comerciais garantem conveniência e comodidade e os resultados alcançados pelos nossos lojistas, em 2024, comprovam isso mesmo.

O turista é um cliente que ‘veio para ficar’?
O turismo é a atividade económica em maior crescimento do nosso país e, naturalmente, os centros comerciais não ficam à margem desta realidade, quer pela sua localização ou pela própria estratégia de mercado. As compras em centros comerciais sempre fizeram parte dos percursos turísticos, pois são uma componente cultural fundamental para quem visita Portugal, e acreditamos que assim continuará a ser. Em 2023 e 2024, o consumo estrangeiro representou 12% do total de vendas, sendo que esta é uma média nacional, havendo centros comerciais cuja exposição a este fenómeno é ainda mais elevada. Os dados do ano passado deixam-nos muito satisfeitos pelos resultados alcançados pelos nossos lojistas e evidenciam o forte contributo que este setor continua a dar para a economia nacional, sem esquecer a importância do cliente estrangeiro na atividade destes espaços.

A APCC é uma Associação de âmbito nacional que congrega empresas investidoras, promotoras e gestoras de centros comerciais, para além de empresas de comércio a retalho e fornecedores de serviços ao sector. Conta atualmente com mais de 170 associados, com 104 conjuntos comerciais, que integram mais de 8.500 lojas. O setor cria mais de 280 mil postos de trabalho e recebe mais de 550 milhões de visitas por ano.

 

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

Loja-Escola do Centro Incluir Norte

Retalho

Programa do Grupo Jerónimo Martins destacado pelo Fórum Económico Mundial

O Programa Incluir foi criado há 10 anos pelo Grupo Jerónimo Martins e promove a empregabilidade de pessoas em situação de desvantagem no acesso ao mercado de trabalho.

Hipersuper

O Fórum Económico Mundial reconheceu o programa como uma iniciativa de excelência no domínio da Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI).

Criado em 2015 e desenvolvido pelo Grupo Jerónimo Martins, o Programa Incluir é um de oito case-studies, e o único de Portugal, em destaque no ‘Diversity, Equity and Inclusion Lighthouses 2025 Insight Report’, um relatório desenvolvido pelo Centro para a Nova Economia e Sociedade do Fórum Económico Mundial. Este documento tem por objetivos revelar e destacar iniciativas empresariais de grande impacto social, selecionadas após análise por um painel de peritos, e partilhar boas práticas de DEI com líderes empresariais e do sector público espalhados pelo mundo.

O Programa Incluir visa a promoção da empregabilidade de grupos de pessoas em situação de desvantagem no acesso ao mercado de trabalho, com destaque para pessoas com deficiência, migrantes e refugiados e pessoas em situação social de risco, através da melhoria das competências e da criação de oportunidades de emprego.
“Desde a sua criação, o programa contou com mais de 1.700 participantes, já proporcionou mais de 1.000 oportunidades de trabalho e levou à contratação de mais de 800 pessoas pelo Grupo e suas companhias em Portugal”, revela o Grupo um comunicado.

Mais de 2.820 colaboradores do Grupo já receberam formação para assumir o papel de tutores e desenvolver o potencial de pessoas em situação de desvantagem. No âmbito deste programa, o Grupo Jerónimo Martins construiu mais de 100 parcerias com Organizações Não Governamentais (ONG) especializadas em inclusão social, para apoiar na identificação de potenciais candidatos, e concretizou mais de 500 adaptações técnicas das instalações da empresa para acolher pessoas com deficiência.

Centros de formação em Lisboa e Porto
É nos Centros Incluir, construídos de raiz em Lisboa e no Porto, que o Grupo dinamiza a formação, “com base numa metodologia inovadora de formação e desenvolvimento, customizada para cada formando e adaptada às funções que podem ser desempenhadas em cada um dos negócios do Grupo”, informa a empresa.
A primeira fase da formação decorre em sala, com treino de competências comportamentais e relacionais e simulação prática de tarefas numa área do Centro Incluir, onde foi construída uma loja-escola. Segue-se uma segunda fase para formação prática em contexto de trabalho, com o suporte de tutores – colaboradores responsáveis pelo acompanhamento e desenvolvimento de cada formando no local de trabalho – e da equipa de Inclusão. Concluídas estas duas fases, os formandos estão preparados para serem contratados pelas Companhias do Grupo.

Para Susana Correia de Campos, Employee Relations and Internal Social Responsibility Global Director do Grupo Jerónimo Martins, “este reconhecimento por parte do Fórum Económico Mundial posiciona o Grupo Jerónimo Martins enquanto uma referência a nível global na implementação de boas práticas de diversidade, equidade e inclusão”.
“Por outro lado, valida o percurso que temos desenvolvido de abordagem inclusiva em relação às comunidades a que pertencemos, assente na criação de oportunidades de emprego e de formação, e é um importante incentivo para o forte e contínuo envolvimento das nossas equipas neste desígnio-chave, que tem contribuído para o reforço da cultura do Grupo e para o fortalecimento do espírito de equipa”, complementa.

As políticas de inclusão do Grupo Jerónimo Martins têm sido destacadas a nível nacional e internacional. Desde 2021 que a holding do Grupo Jerónimo Martins tem a distinção Marca Entidade Empregadora Inclusiva atribuída pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), tendo subido ao nível de Excelência em 2023. Também o Recheio Cash & Carry é Marca Entidade Empregadora Inclusiva desde 2021 enquanto o Pingo Doce tem esta distinção desde 2023. O Programa Incluir foi premiado na primeira edição dos European Commerce Awards, do EuroCommerce, como a melhor prática na categoria Qualificação e Inclusão.

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Não Alimentar

Manuel Magalhães é o novo Head of Development & Living da Cushman & Wakefield

A Cushman & Wakefield consultora global de serviços imobiliários, contratou Manuel Magalhães como Head of Development & Living, uma área identificada como estratégica para a empresa em 2025.

Hipersuper

Com cerca de 15 anos de experiência no setor da construção e imobiliário, o novo Head of Development & Living da Cushman & Wakefield (C&W) tem como prioridade o apoio a promotores e investidores na compra e venda de terrenos para construção e de edifícios para reabilitação, bem como de imóveis para uso residencial no seu sentido mais universal, ou seja, para habitação, residências de estudantes ou residências seniores.

“É com grande entusiasmo que encaro este regresso à C&W para liderar a área de Development & Living e apoiar os nossos clientes a tomar as melhores decisões de investimento, aplicando o vasto know-how da C&W. O mercado de promoção imobiliária está muito ativo e 2025 afigura-se como um ano de muitas oportunidades”, afirma Manuel Magalhães.

Entre 2018 e 2022, Manuel Magalhães já tinha colaborado com a C&W enquanto consultor sénior na área de Development & Living. No seu currículo conta-se ainda o desempenho de diversas funções em empresas como Teixeira Duarte, Avenue, Burger King e Vizta. Licenciado e mestre em Engenharia Civil pela Universidade de Coimbra, tem ainda uma pós-graduação em Gestão e Avaliação Imobiliária, no Instituto Superior de Economia e Gestão – ISEG, acreditada pela RICS.

“Com o mercado neste segmento a crescer, queremos dar a melhor resposta às diferentes necessidades dos nossos clientes. Deste modo, a entrada do Manuel Magalhães reforça o posicionamento da C&W e o foco que temos para a área de Development & Living. O ano de 2025 continuará a ser marcado por um reduzido investimento público, acentuando a necessidade de uma maior oferta privada à qual devemos estar atentos. Os segmentos de residências de estudantes e de estruturas residenciais para idosos, têm ganhado relevância em anos recentes e constituem apostas incontornáveis para o crescimento do mercado imobiliário residencial alternativo”, destaca David Lopes, Partner e Head of Capital Markets da Cushman & Wakefield.

A Cushman & Wakefield é uma consultora líder global que presta serviços imobiliários para ocupantes e investidores em todo o mundo. Conta com 52 mil colaboradores distribuídos por 400 escritórios em 60 países. Em 2023 registou uma faturação de 9.5 mil milhões de dólares através de serviços de agência, representação de inquilinos, vendas e aquisições, gestão de imóveis, gestão de projetos, avaliações, entre outros.

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Retalho

Academia de Talentos Adecco tem 40 vagas disponíveis

As vagas, distribuídas por diversas áreas e localizações, oferecem oportunidades de estágio a recém-licenciados.

Hipersuper

O Grupo Adecco Portugal fez regressar a Academia de Talentos Adecco, agora na sua 3ª edição. As candidaturas estão abertas até 31 de março e destinam-se a jovens recém-licenciados ou em final de curso “que desejam integrar o mercado de trabalho com um programa de formação intensivo e inovador”, apresenta.

Este ano, a Academia disponibiliza 40 vagas em áreas como Recursos Humanos, Finanças, Jurídico, Análise de Dados, Marketing, entre outras. As oportunidades abrangem várias localizações no país, incluindo Lisboa, Porto, Braga, Aveiro, Coimbra, Viseu, Castelo Branco, Leiria, Setúbal, Évora e Faro, e são realizadas sob o modelo de estágio profissional através do programa + Talento do IEFP e de estágios internos promovidos pela Adecco.

O programa combina formação prática e acompanhamento personalizado, sendo que durante o estágio, os trainees terão acesso a mentoria por colaboradores seniores, bem como a acompanhamentos periódicos da chefia direta e do departamento de Recursos Humanos, Informa a Adecco Portugal.

“Queremos oferecer aos jovens a oportunidade de desenvolverem o seu potencial, num ambiente que valoriza a diversidade, a inovação e o crescimento contínuo. Esta edição reforça o nosso compromisso em capacitar talentos que podem fazer a diferença nas organizações de amanhã”, afirma Vânia Borges, diretora de Recursos Humanos da Adecco Portugal, destacando que na edição anterior, “68% dos trainees integraram as equipas da Adecco após o programa e, para esta edição, o objetivo é manter ou superar a taxa de fidelização, refletindo o nosso compromisso continuo com a atração e fidelização de talentos”.

Relativamente aos benefícios da Academia, incluem Kit de Boas Vindas, dias de folga extra em datas especiais como aniversário, Carnaval, véspera de Natal ou véspera de Ano Novo, descontos em parceiros Adecco, prenda de aniversário, momentos de confraternização (como Team Buildings ou Jantar de Natal), acesso a uma plataforma gratuita de suporte psicológico, formação personalizada através das plataformas LinkedIn Learning e TAG University e primazia à progressão interna e acompanhamento contínuo.

Os interessados podem inscrever-se até 31 de Março de 2025, através da página oficial: https://lp.egoi.page/4eze76JG/academia_talentosadecco.

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Retalho

Adrian Orbea é o novo presidente da Henkel Ibérica

Adrian Orbea vai acumular o novo cargo com a sua atual responsabilidade no negócio de Adhesive Technologies como diretor geral da divisão de Adhesive Consumer para Portugal e Espanha.

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Adrian Orbea vai substituir David Cazorla que, após um ano como presidente, foi nomeado vice-presidente sénior de Adhesive Technologies, General Manufacturing e Maintenance para a América do Norte e México, mantendo a sua posição como diretor global de Vehicle Repair and Maintenance do Grupo Henkel.

O novo presidente da Henkel Ibérica vai acumular o cargo com a sua atual responsabilidade no negócio de Adhesive Technologies como diretor geral da divisão de Adhesive Consumer para Portugal e Espanha.

“É com grande orgulho e entusiasmo que aceito o desafio de me tornar presidente da Henkel Ibérica. O meu principal objetivo será a realização do nosso propósito corporativo: ‘Pioneers at heart for the good of generations’, reforçando ainda mais a inovação, a sustentabilidade, a diversidade e a inclusão. Construir uma cultura corporativa forte, diversificada e verdadeiramente inclusiva, baseada na justiça e no respeito, que promova um ambiente de trabalho onde todos se sintam à vontade para serem eles próprios, é fundamental para a inovação e o sucesso da empresa”, assegura.

Adrian Orbea estudou Gestão e Administração de Empresas na ESADE e possui uma vasta experiência profissional de mais de 18 anos na Henkel. Ocupou diferentes cargos de responsabilidade e desenvolveu a sua extensa carreira em cidades como Barcelona (Espanha), Dusseldorf (Alemanha), Cidade do México (México) e Viena (Áustria), entre outras.

Fundada em 1876, a Henkel detém posições de liderança no mercado mundial no sector industrial e de consumo. As três marcas mais fortes da empresa são Loctite, Persil e Schwarzkopf. No ano fiscal de 2023, a Henkel registou vendas de mais de 21,5 mil milhões de euros e lucros operacionais ajustados de cerca de 2,6 mil milhões de euros.

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I&D

Arquiteturas híbridas e IA generativa marcam setor da segurança em 2025

A Axis Communications identificou seis tendências tecnológicas que vão afetar setor da segurança em 2025.

Hipersuper

Tecnologias cada vez mais avançadas de visão artificial, áudio e controlo de acessos, arquiteturas de segurança híbridas e a IA generativa vão marcar o setor, segundo a empresa de tecnologias de sistemas de proteção de segurança física ligados a dados.

Arquiteturas de segurança híbridas
Segundo a  Axis, arquiteturas híbridas, as que utilizam da melhor forma as tecnologias de Edge, Cloud e no local,  tornaram-se a escolha de eleição para as soluções de segurança. “As soluções híbridas oferecem liberdade de escolha para armazenar e/ou visualizar vídeos e ou gerir dispositivos, entre outros, combinando tecnologias de Edge, Cloud e no local para conseguir uma solução de sistema total otimizada, ou utilizando a sua flexibilidade como convier”, defende a empresa.

Evolução da IA
“As aplicações reais da GenAI no setor da segurança começam a ficar disponíveis, e cada passo da evolução traz consigo um novo conjunto de oportunidades, mas também considerações éticas, legais e de negócios. A IA generativa pode ajudar os operadores a interagir com as soluções de segurança em linguagem natural; e a analítica baseada em deep learning, como o reconhecimento melhorado de objetos, pode ser passar a ser realizada nas próprias câmaras de vigilância”, destaca a Axis, mas acrescenta que, pelo menos num futuro previsível, os modelos de IA generativa são pesados e executá-los exige muita capacidade de computação e processamento.
Mas acredita que ao longo do tempo, e com todos os avanços, vão surgir sensores, soluções com capacidades cada vez mais proativas e que vão gerar conhecimentos valiosos em cenários de segurança para planeamento a longo prazo.

Ir além da segurança e proteção
A utilização de tecnologias cada vez mais avançadas de computer vision, áudio, controlo de acessos e outras tecnologias conectadas continua a aumentar os casos de uso de segurança e proteção.  Para a Axis esta tendência realça as oportunidades que traria uma maior colaboração entre os próprios clientes. “A tecnologia que está a ser adquirida para um determinado caso de uso pode ser utilizada noutra área de uma empresa – por exemplo, os dados gerados por câmaras de vídeo utilizadas principalmente para fins de segurança podem ser analisados ao longo do tempo para melhorar a experiência do cliente ou dos colaboradores, a sustentabilidade ou a eficiência dos processos”, exemplifica.

Prioridade da qualidade da imagem
A tendência em 2025 prende-se em como as imagens dos sensores visuais estão a ser utilizadas e nas oportunidades acrescidas que traz uma melhor qualidade de imagem. “As imagens estão agora a ser vistas e analisadas inicialmente por computadores e não por humanos, e que estão a ser vistas de forma contínua e não apenas quando ocorre um incidente”, destaca a empresa, acrescentando que os avanços na analítica e na IA significam que uma imagem de maior resolução conduzirá inevitavelmente a melhores resultados, seja qual for o caso de uso. O reconhecimento de objetos será mais preciso e vão ser gerados dados (e metadados) mais detalhados.

Valor do suporte do software
Embora o hardware de qualidade possa durar muitos anos, é o suporte contínuo de software que define a funcionalidade de uma câmara, incluindo a cibersegurança, e, por conseguinte, o seu valor ao longo da vida útil.
Nesse sentido, “é essencial que os fornecedores se comprometam a prestar assistência ao software durante toda a vida útil prevista do hardware, e que esse software continue a melhorar-se e a desenvolver as capacidades da câmara e a mantê-la tão segura quanto possível”, alerta. Isto também contribui para o custo total de propriedade do hardware. “Um investimento numa câmara de melhor qualidade, com suporte de software abrangente durante todo o seu ciclo de vida, acabará por ser uma solução mais eficaz e eficiente”, conclui.

Autonomia tecnológica
Os vendedores de tecnologia com mais autonomia sobre as suas tecnologias de base “estão claramente em melhor posição para apoiar as necessidades dos clientes, pois podem incorporar nos seus produtos capacidades e funcionalidades específicas alinhadas com elas”, defende a Axis, acrescentando que um maior controlo sobre a tecnologia, a nível de componentes ou mesmo de materiais, “é um pré-requisito importante para atenuar mais eficazmente os riscos de perturbações das cadeias de abastecimento globais, facilitando a satisfação dos requisitos dos clientes quando necessário”. “Já estamos a ver empresas que tradicionalmente seriam vistas como fornecedores de software a criarem os seus próprios semicondutores para ganhar mais controlo sobre a sua prestação de serviços – particularmente na área da IA –, e prevemos que esta tendência continue em todos os setores”.

Fundada em 1984 e sediada em Lund, na Suécia, a Axis Communications fornece tecnologias de sistemas de proteção de segurança física ligados a dados. Conta com cerca de 4.000 colaboradores qualificados em mais de 50 países e oferece soluções aos seus clientes, em conjunto com os seus parceiros de tecnologia e integração de sistemas.

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Não Alimentar

Miguel Salema Garção é o Chief of New Business da Verlingue Portugal

Miguel Salema Garção passa a fazer parte da Comissão Executiva da Verlingue Portugal, mantendo a responsabilidade nacional pela área de Novo Negócio, com o objetivo de reforçar a capacidade comercial e respetiva carteira da Corretora.

Hipersuper

A Verlingue Portugal nomeou Miguel Salema Garção para o cargo de Chief of New Business, reportando operacionalmente a Luiza Fragoso Teodoro, CEO da Corretora, cerca de dois meses após integrar a equipa enquanto Head of New Business.

Miguel Salema Garção passa, assim, a fazer parte da Comissão Executiva da Verlingue Portugal, mantendo a responsabilidade nacional pela área de Novo Negócio, com o objetivo de reforçar a capacidade comercial e respetiva carteira da Corretora.

“É com enorme sentido de responsabilidade que integro a Comissão Executiva da Verlingue Portugal num manifesto reforço da nossa dinâmica comercial, com base no plano estratégico Better Future 28. Num setor em permanente evolução e desafiante, de grande importância para a economia nacional, o compromisso é continuar a oferecer soluções inovadoras e personalizadas aos nossos Clientes, garantindo as melhores soluções, mais vantajosas e competitivas, assumindo uma posição de proximidade”, afirma Miguel Salema Garção, Chief of New Business da Verlingue Portugal.

Licenciado em Comunicação Empresarial e com um Executive MBA em Gestão, Miguel Salema Garção foi, nos últimos anos, membro da Comissão Executiva do Grupo Your, com a missão de potenciar um marketplace de serviços de apoio à gestão. Do seu percurso faz, ainda, parte funções no Sporting Clube de Portugal e administração da Sporting Multimédia. Nos CTT, exerceu vários cargos, destacando-se nesse âmbito, os vários processos de re branding e a integração do grupo de trabalho que preparou a privatização da empresa, entre outros.

Apresentado em julho do ano passado, o Better Future 28 visa duplicar o volume de negócios do Grupo até 2028, atingindo 800 milhões de euros. É composto por quatro eixos estratégicos: Crescimento orgânico e externo, Desenvolvimento o capital humano, Inovação tecnológica e Impacto positivo.

“A integração de Miguel Salema Garção na Comissão Executiva da Verlingue Portugal representa um passo importante no reforço da nossa estratégia de crescimento e inovação”, declara Luiza Fragoso Teodoro, CEO da Verlingue Portugal.

Presidida pela CEO, Luiza Fragoso Teodoro, a nova Comissão Executiva integra Tiago Corrêa Figueira, Chief Commercial Officer, responsável pela área comercial; Ricardo Santos, Chief of Placement & Claims, responsável pela área técnica Miguel Salema Garção, Chief of New Business, responsável pela área de novo negócio; Rui Monteiro, Chief Financial Officer, responsável pela área financeira; Sofia Melo Mendes, Chief of Communication, Marketing & ESG, responsável pelas áreas de comunicação, eventos, marketing e sustentabilidade.

A Verlingue é uma corretora de seguros especializada em proteção corporativa e filial do Grupo Adelaïde. Esta presente em Portugal, França, Suíça, Reino Unido, Itália e em mais de 100 países, através de parceiros.

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Hipersuper

Não Alimentar

Dona Pureza recebe Prémio Cinco Estrelas 2025

A marca detida pela Casa Mendes Gonçalves foi eleita pelos consumidores na categoria de Vinagre de Limpeza

Hipersuper

Na edição de 2025 do galardão, a marca Dona Pureza foi distinguida pelos consumidores na categoria de Vinagre de
Limpeza. “Com a assinatura ‘origem pura’, “reflete uma abordagem consciente na escolha dos seus ingredientes, utilizando vinagre proveniente de produtos de origem agrícola tais como beterraba, cana-de-açúcar, milho ou trigo”, destaca a Casa Mendes Gonçalves, detentora da marca.
A Dona Pureza foi criada em 2013 com o objetivo de ir e encontro às preocupações de sustentabilidade dos consumidores.

“Estamos muito felizes com a distinção do Prémio Cinco Estrelas. Acreditamos que Dona Pureza não é apenas uma escolha de limpeza, mas uma decisão consciente de contribuir para um mundo mais saudável e limpo”, destaca o diretor de Marketing da Casa Mendes Gonçalves. “Em 2025, vamos continuar a trabalhar no sentido de garantir máxima eficácia e respeito pelo ambiente, através da produção de produtos de origem 100% natural, mostrando que estes podem ser tão ou mais eficientes quanto os convencionais”, acrescenta Daniel Martins.

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I&D

Olitrem reforça investimento em inovação com dois novos laboratórios próprios

Ao Hipersuper, Gonçalo Ferreira, manager business development do Grupo Olitrem, garante que a “aquisição de mais laboratórios permitirá testar mais equipamentos em simultâneo e dessa forma duplicar a velocidade de integração de novas soluções no mercado”.

A Olitrem está a reforçar o investimento em inovação com dois novos laboratórios próprios em 2025, num investimento de 120 mil euros. A iniciativa insere-se na estratégia de inovação e sustentabilidade da empresa, que investe anualmente mais de 400 mil euros em investigação e desenvolvimento (I&D). Ao Hipersuper, Gonçalo Ferreira, manager business development do Grupo Olitrem, garante que a “aquisição de mais laboratórios permitirá testar mais equipamentos em simultâneo, e dessa forma duplicar a velocidade de integração de novas soluções no mercado”.

Com esta expansão, a Olitrem passará a contar com quatro infraestruturas dedicadas à pesquisa e teste de soluções eco-friendly, focadas na eficiência energética e na redução do impacto ambiental. Os novos laboratórios permitirão simular diversas condições de utilização, como variações de temperatura e humidade, assegurando que os equipamentos cumprem as normativas em vigor e maximizam o desempenho energético.

“A Olitrem tem uma gama de produtos muito alargada para vários segmentos de negócio, que têm especificidades muito particulares. No desenvolvimento de um produto são efetuados vários testes a diversas temperaturas e humidades para validar o comportamento dos equipamentos em ambiente real”, explica Gonçalo Ferreira. “Estes testes levam vários dias a ser efetuados pelo que a aquisição de mais laboratórios permitirá testar mais equipamentos em simultâneo, e dessa forma duplicar a velocidade de integração de novas soluções no mercado”, garante. “Por exemplo um teste de consumo energético de um equipamento leva em média 5 dias a ser efetuado, qualquer melhoria que façamos levará novamente 5 dias a ser comprovada”, exemplifica o manager business development do Grupo Olitrem. “Com mais câmaras de testes teremos uma maior capacidade e rapidez em implementar melhorias, pois neste momento temos equipamentos em fila de espera na nossa empresa para serem testados nos nossos laboratórios”, afirma.

Liderar a transformação para um futuro mais sustentável

Em 2023, a Olitrem registou um volume de negócios de 21 milhões de euros, tendo produzido 25.400 equipamentos frigoríficos, cerca de 110 unidades por dia. A empresa prevê aumentar a produção para mais de 30 mil unidades anuais nos próximos três anos, o equivalente a cerca de 132 unidades diárias.

Este crescimento reforça o compromisso empresa familiar especializada na produção, assistência e comercialização de equipamentos de refrigeração em liderar a transformação para um futuro mais sustentável. Exemplo disso, é a sua inclusão no Beverage Industry Environmental Roundtable (BIER): “o facto de integrarmos este grupo de trabalho internacional, que reúne os maiores players internacionais de bebidas como Coca-cola, Heineken, Carlsberg, ABInbev, Pepsi, Redbull, entre outros fabricantes de equipamentos frigoríficos/fornecedores de componentes, permite um diálogo direto entre os vários elos integrantes na cadeia de frio, partilhando experiências, dificuldades, visões e traçando objetivos e estratégias comuns para um futuro mais sustentável neste setor”, refere Gonçalo Ferreira.

“Dentro desta coligação existem vários grupos de trabalho dedicados a temas específicos como a Eficiência energética dos equipamentos, circularidade e Retro-fit de equipamentos e, em conjunto, tentamos encontrar soluções para os desafios do mercado procurando sempre responder às necessidades de uma forma mais sustentável e amiga do ambiente”, enaltece.

“Nem sempre o equipamento com o preço mais baixo é o mais barato”

Apostando em inovação contínua e no desenvolvimento tecnológico responsável, a Olitrem posiciona-se como uma referência no setor, com 70% da produção destinada a mercados de exportação.

Gonçalo Ferreira avança que os principais mercados de exportação da empresa são mercados do centro e norte da Europa, nomeadamente o Reino Unido, França, Bélgica, Suíça, a Holanda, entre outros. E explica: “atualmente, estes mercados já estão muito sensibilizados para o consumo energético dos equipamentos e circularidade dos mesmos a nível de materiais. Neste tipo de mercados, apesar do preço ser um fator relevante, os restantes fatores também devem ser determinantes na escolha dos produtos, principalmente pela visão a longo prazo dos prós e contras na sua compra”. “É preferível pagar um pouco mais no custo de aquisição do equipamento e recuperar esse investimento no seu consumo energético em 3/4 anos”, sublinha.

“A visão destes mercados leva-nos a investir cada vez mais no desenvolvimento de soluções sustentáveis e na redução do consumo de equipamentos, pois se não o fizermos certamente deixaremos de ser competitivos face a outros fabricantes. Infelizmente, em Portugal e nos mercados do sul da Europa, em muitos canais o custo de aquisição é ainda o fator mais importante”, lamenta. “Estamos convencidos de que esta tendência seguirá o alinhamento europeu e que cada vez mais será fundamental ter em atenção o custo de vida útil global do equipamento e não apenas o seu investimento inicial, uma vez que nem sempre o equipamento com o preço mais baixo é o mais barato”, conclui.

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

Retalho

Cegid com nova aquisição reforça presença em Espanha com aquisição da Microdata

Com esta aquisição, a Cegid solidifica a sua posição como fornecedor referência de soluções de gestão empresarial baseadas na nuvem na Península Ibérica.

Hipersuper

A Cegid, referência em soluções de gestão empresarial na cloud para profissionais das áreas financeira (tesouraria, fiscalidade e ERP), Recursos Humanos (processamento salarial e gestão de talento), contabilidade, retalho e empreendedorismo está a expandir a sua oferta em Espanha com a aquisição da Microdata.

Fundada há mais de 30 anos, a Microdata dedica-se ao desenvolvimento de soluções de software que optimizam a gestão das PME e das empresas de contabilidade. Com mais de 2.000 clientes e um volume de negócios de 2,7 milhões de euros em 2023, a Microdata é uma referência na região da Andaluzia. Sediada em Almería, emprega uma equipa de 40 pessoas e opera principalmente através de um modelo de negócio direto, oferecendo soluções de software modulares e escaláveis para Fiscalidade, Gestão Laboral e Gestão de Pequenas e Médias empresas.

“Estamos muito satisfeitos com este acordo. A integração da Microdata permite-nos expandir a nossa oferta de soluções adaptadas ao sistema Verifactu e à Faturação Eletrónica, proporcionando uma adaptação simples e rápida a todas as pequenas e médias empresas que ainda não utilizam software de faturação e gestão. Além disso, estamos a reforçar o nosso portfólio com uma solução de assinatura digital muito competitiva”, explicou Javier Torres, Diretor Geral da Cegid para a Península Ibérica, América Latina e África. “Na Península Ibérica, contamos com uma equipa de 1. 440 colaboradores, mais de 800 parceiros e 112. 000 clientes, incluindo 7. 000 escritórios de contabilidade que servem mais de 300. 000 empresas e trabalhadores independentes com o nosso software. O nosso objetivo é continuar a crescer e a oferecer soluções úteis e inovadoras neste mercado.” conclui.

Por seu lado, o diretor geral da Microdata, Manuel Sánchez, acrescentou: “Este é o momento ideal para a Microdata se juntar à Cegid. Esta união dá-nos uma oportunidade única de crescer, fortalecer e assegurar o melhor futuro para os nossos clientes e para a nossa equipa. Com mais recursos e capacidade de desenvolvimento, estaremos mais bem equipados para nos adaptarmos a um ambiente em constante mudança, aproveitarmos novas oportunidades e aumentarmos o nosso empenho em continuar a prestar um serviço excecional aos nossos clientes.

Manuel Sánchez e a sua equipa de gestão irão reportar à equipa de CPA & SMBs da Cegid em Espanha, liderada por Fermín Lozano Egea. Com esta aquisição, a Cegid solidifica a sua posição como fornecedor líder de soluções de gestão empresarial baseadas na nuvem na Península Ibérica. A partir de agora as soluções passam a chamar-se Cegid Microdata.

Sobre o autorHipersuper

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