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Por Sara Monte e Freitas, partner da Monte e Freitas | ERA Group
‘Ainda sou do tempo em que…’ Tal como eu, já usou esta expressão? Se sim, é sinal de que expressões como ‘o armazém’ equivaleria, hoje, a referirmo-nos ao departamento de logística, ainda que com muitas diferenças. Era um departamento interno –outsourcing, era uma raridade-, eminentemente masculino, no qual se carregavam e descarregavam camiões, se separava e movimentava carga manualmente ou em empilhadores manuais, os stocks eram geridos em papel – mais tarde, em Excel -, não eram os espaços mais limpos do mundo que se possa imaginar e estavam sempre ambientados a gasóleo.
Este cenário, não assim tão distante no tempo, descrevia-o recentemente a uma jovem incrédula colaboradora nossa.
Depois de ‘o armazém’, chegou a expressão ‘a logística’. Ainda que eufemismo para o primeiro, remetia para outro patamar mais tecnológico e sofisticado.
Ora, hoje, quando estamos a passar o primeiro quartel do século XXI, já não imaginamos a logística não plenamente integrada nos restantes departamentos de qualquer empresa de retalho ou grande distribuição. É, em muitos casos, o mais avançado departamento, ainda que a operação esteja muitas vezes externalizada.
A integração entre logística e cadeias de retalho e grande distribuição é um processo em constante evolução, cada vez mais aprofundado, crítico e tecnológico. Hoje, trabalhar num departamento de logística, é mais do que otimizar stocks, planear e automatizar processos. É colocar inteligência artificial e machine learning ao serviço da previsão da procura e planeamento de rotas, é usar a internet das coisas como ferramenta de monitorização em tempo real e rastreamentos, é usar robótica e automação para tarefas repetitivas e sem valor acrescentado, é trabalhar na adoção de práticas e produtos verdes, ambientalmente sustentáveis, é ser a base de sustentação da omnicanalidade.
Assistimos assim a uma evolução histórica, em tempo record, desde a não distante era de ‘o armazém’. Hoje, numa era altamente competitiva, a logística, lato sensu, está integrada com o procurement, o IT, a gestão de topo e muitas outras áreas de qualquer empresa de retalho ou grande distribuição. Torna-se assim cada vez mais difícil balizar a logística. De uma coisa temos a certeza, é um gerador de eficiência, tem um papel cada vez mais crítico na relação e experiência do cliente, é gerador de maior competitividade e diferenciação, tem o ingrato papel de implementar os maiores desafios e é um laboratório de tendências e inovação.
Longe vão os tempos em que, para ‘o armazém’, se recrutavam músculos. Hoje, recrutamos cérebros. Deixámos de necessitar de força braçal, para ser crítico ter habilidades de comunicação, de organização, gestão de tempo, dados e informação, ter capacidade de atenção aos detalhes, habilidade técnica, conhecimento de segurança, capacidade de resolução de problemas sob stress e contra o relógio e uma rápida capacidade de adaptação à mudança. Só isto!