Jeremy Schwartz (Kantar): “Produtos sustentáveis são entre 40 a 70% mais caros do que as alternativas. Não é uma estratégia aceitável”
“Pensar fora da caixa já é redundante. Temos de pensar numa caixa ainda maior e explorar as possibilidades da imaginação”, aconselha o chairman da Kantar com o pelouro da sustentabilidade e diversidade
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Rita Gonçalves
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Um total de 80% dos consumidores mundiais quer ter uma vida mais sustentável mas apenas 25% tomam medidas para isso, afirma Jeremy Schwartz, chairman da Kantar com o pelouro da sustentabilidade e diversidade. Como se quebra esta barreira?, perguntou o gestor, que esteve em Lisboa para participar no European Packaging Waste Meeting, promovido pela Sociedade Ponto Verde, para logo dar a resposta: “com lideranças mais fortes nas empresas e nos governos”.
Para esmiuçar o tema, Jeremy Schwartz cita dados da Kantar para a Península Ibérica que estereotipam em três perfis de consumidores a forma como lidamos com a sustentabilidade. Os ativos (35%), os considerantes (54%) e os rejeitores (rejeitam as alterações climáticas) que representam 11% dos consumidores.
Estes números refletem a forma como “fomos treinados para ser obcecados com a conveniência e isto acelerou ainda mais com a transição tecnológica. Fomos formatados para procurar a melhor relação entre custo e conveniência e procuramos conforto em marcas nas quais confiamos, sem ter muito trabalho a tomar decisões”, salienta.
O que impede as pessoas de abraçarem a sustentabilidade? “A razão principal é o preço destes produtos. São entre 40 a 70% mais caros do que as alternativas. Isto não é uma estratégia aceitável para ultrapassar esta barreira”, considera. “A outra é porque não há informação suficiente”. 30% dos consumidores não se sentem bem informados sobre este tema e 25% dizem que não encontram os produtos, o que revela “falta de oferta”.
“As empresas têm obrigação de fazer melhor do que fizeram antes, de serem inovadoras”, afirma o responsável, acrescentando que “uma resposta sustentável não tem de ser mais cara”, dando como exemplo a marca de veículos elétricos Tesla que tem vido a diminuir o preço e a aumentar a quantidade vendida.
“Pensar fora da caixa já é redundante. Temos de pensar numa caixa ainda maior e explorar as possibilidades da imaginação”, termina.