“Mais uma vez a indústria agroalimentar está a mostrar a sua enorme resiliência e a rápida capacidade de reação”
A Alimentaria regressa em março do próximo ano. O Hipersuper conversou com Toni Valls que, embora sublinhe ser cedo para especificar o número, avança que a previsão é que haja um crescimento de 20% da participação portuguesa na feira referência do setor agroalimentar e que vai apresentar várias novidades.
Ana Rita Almeida
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É considerada por muitos como a maior feira de alimentação e bebidas do mundo onde as principais empresas mundiais marcam presença. Reúne profissionais e marcas do setor alimentar e bebidas de diferentes países e serve como uma plataforma para apresentar novos produtos, tendências e inovações na indústria.
Importante para todos os players que desejam estar a par das últimas novidades e tendências desta indústria, a próxima edição vai ter lugar de 18 a 21 de março de 2024 e irá contar com a presença de mais empresas portuguesas. O Hipersuper conversou com Antonio Valls, diretor geral da Alimentaria Exhibitions, que embora sublinhe ser cedo para especificar o número de empresas lusas que vão marcar presença na Alimentaria&Hostelco 2024, avança que a previsão é que haja um aumento de cerca de 20% da área de exposição em relação à edição anterior.
A próxima edição da Alimentaria & Hostelco traz muitas novidades?
Eu destacaria a junção da oferta da Hostelco (Feira Internacional de Equipamento e Maquinaria para a Restauração, Hotelaria e Coletividade) e da Restaurama (salão centrado no canal Horeca e Food Service). Dessa forma, a nossa proposta consolida-se como o evento de referência na Europa para o canal Horeca.
Além disso, dentro da Hostelco & Restaurama, serão incluídas duas novas áreas: Café, Padaria e Confeitaria – com uma exposição completa de produtos e equipamentos para os setores de café, bar, padaria, confeitaria e sorveteria, além de um programa próprio de atividades, e a ‘The Horeca Hub’, que se tornará o epicentro do evento, com uma ampla gama de propostas para abordar os principais desafios do setor: inovação, digitalização, experiência do cliente, inteligência artificial, sustentabilidade, atração e retenção de talentos e diferenciação.
Este espaço irá contar com demonstrações de culinária ao vivo, degustações, palestras, conferências e dias para profissionais.
Também serão apresentadas soluções inovadoras e realizar-se-ão concursos como o de Cozinheiro e Empregado de Mesa do Ano ou a Final Espanhola do Campeonato Mundial de Pizza Napolitana, entre outros.
Por outro lado, reformulamos a composição das áreas de oferta presentes no salão ‘The Alimentaria Trends’, e assim, ‘Organic Foods’ e ‘Fine Foods’, que já estiveram presentes na última edição, adquirem agora a categoria de setores próprios.
O setor FoodTech também terá seu espaço diferenciado, apresentado em 2022, e ampliará a sua oferta de soluções tecnológicas transversais para a indústria de alimentos e bebidas.
Atualmente, como olha para o setor da indústria agroalimentar? A subida dos preços e a guerra, por exemplo, mudaram o rumo deste setor que sofreu tanto com a pandemia?
Sem dúvida, o aumento do custo da energia e as dificuldades para obter determinados suprimentos, como resultado do contexto geopolítico atual, afetaram profundamente as empresas do setor. No entanto, apesar dessas dificuldades, mais uma vez a indústria agroalimentar está a mostrar a sua enorme resiliência e a rápida capacidade de reação para compensar, na medida do possível, as circunstâncias adversas pelas quais passa a economia global.
A próxima edição da Alimentaria vai ter a presença de mais empresas portuguesas. Quais são os números esperados e como analisa esse crescimento?
De facto, notamos um elevado interesse das empresas portuguesas em marcar presença no evento.
Porém, ainda é cedo para especificar o número de empresas portuguesas que vão marcar presença na Alimentaria&Hostelco 2024. Mas posso adiantar que a Associação Integralar (PortugalFoods) e a InovCluster irão participar novamente. Ambas reunirão um bom número de empresas portuguesas no setor ‘International Pavillions’.
Além disso, outras empresas estarão presentes por conta própria nesse e em outros setores da Alimentaria&Hostelco, tais como os setores dos doces, biscoitos e confeitaria, Interlact, Restaurama e mercearia.
A nossa previsão é que haja um aumento de cerca de 20% da área de exposição em relação à edição anterior, realizada em 2022. E atribuímos este crescimento principalmente à recuperação da confiança das empresas em retomar as suas visitas a feiras internacionais, tendo ficado para trás as restrições à mobilidade causadas pela pandemia.
Espanha e Portugal têm sido parceiros tradicionais no setor agroalimentar. Na sua opinião, esta é uma parceria de sucesso e com margem de crescimento?
Certamente que sim. As economias de ambos os países estão entre as mais integradas do espaço europeu e, em particular, a indústria alimentar e bebidas tem um grande peso nas suas respetivas balanças comerciais: o principal destino das exportações agroalimentares portuguesas é a Espanha, enquanto Portugal é o segundo principal destino das exportações espanholas de alimentos e bebidas. Os números dos últimos meses mostram um crescimento significativo dessas trocas, tanto em volume quanto, principalmente, em valor, e parece que essa tendência terá continuidade.
Em relação a outros mercados quer destacar alguma novidade?
Podemos confirmar uma ótima notícia: o retorno à Alimentaria dos expositores asiáticos, principalmente da China e Taiwan, que não estiveram na última edição devido às restrições ainda existentes causadas pela pandemia de Covid-19.
Além disso, para 2024 estabelecemos como desafio superar os níveis de internacionalização alcançados nas últimas edições. Além de Portugal, alguns dos países com maior potencial para aumentar a sua participação percentual são França, Polónia, Índia, Coreia do Sul, Estados Unidos, Grécia e Turquia.
Como são selecionados os compradores internacionais para o programa Hosted Buyers?
O objetivo deste programa de convites é garantir a presença de profissionais internacionais de alto nível, que beneficiarão da cobertura total ou parcial das despesas de deslocação e poderão usufruir de condições preferenciais para visitar o salão e reunir-se com as empresas expositoras. O critério de seleção dos perfis dá prioridade àqueles que têm poder de decisão de compra e que estão ligados a empresas com um certo volume de compras e/ou vendas.
Também levamos muito em consideração os pedidos das empresas expositoras, que através do programa “Recomenda” sugerem potenciais clientes que gostariam que convidássemos.
A sustentabilidade está muito presente na Alimentaria. Como funciona esse eixo?
A Alimentaria, como encontro de referência internacional das empresas da indústria da alimentação e bebidas, assumiu há anos o compromisso de promover a sustentabilidade do setor.
Por isso, continuamos a impulsionar (e a dar cada vez maior visibilidade) a iniciativas como Towards Zero Waste, que contribui para aplicar no salão todo o tipo de medidas relacionadas com a sustentabilidade, tanto a nível ambiental como social, seguindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Além disso, um dos Prémios Innoval é dedicado ao produto mais sustentável, e no último dia de feira todos os excedentes de produtos dos expositores são doados à Fundació Banc dels Aliments.
Da mesma forma, a sustentabilidade a 360º será um dos principais eixos temáticos do programa de atividades do The Alimentaria Hub, um espaço de divulgação e networking que ocupa um lugar central no salão.
A inovação continua a ser o fator que marca a diferença neste setor?
Sem dúvida. Por isso, as propostas de apoio à inovação serão um pilar da próxima edição do certame.
Neste sentido, a área The Alimentaria Hub voltará a ser o grande observatório de tendências do setor, a partir de seis eixos transversais em plena sintonia com as tendências dominantes no mercado: I&D e o valor das marcas; Nutrição, saúde e bem-estar; Internacionalização e globalização; Distribuição e retalho; Marketing e comunicação; e Sustentabilidade a 360º. A partir dos vários espaços de The Alimentaria Hub, serão impulsionadas as propostas mais inovadoras da indústria, abordando desafios como a sustentabilidade, a economia circular, a transformação digital e a omnicanalidade, articuladas através de palestras, apresentações, entregas de prémios e exposições. Mais uma vez, acolherá as amostras Innoval e Best Awards, bem como o Congresso Internacional da Dieta Mediterrânea, e Food&Hospitality Startup Revolution, uma área específica para apresentar as empresas mais disruptivas e as startups mais inovadoras do setor, entre outras atividades.”
Que tendências serão apresentadas na Alimentaria&Hostelco 2024?
Como abordei anteriormente, a sustentabilidade marca a estratégia de todos os setores e empresas participantes na Alimentaria, que introduziram mudanças significativas em todos os seus processos para minimizar o seu impacto no meio ambiente. Essa tendência transversal será principalmente refletida nos lançamentos de alimentos e bebidas que incorporam embalagens com materiais biodegradáveis e recicláveis, e que promovem a economia circular.
Por outro lado, veremos como a oferta de alimentos biológicos e saudáveis se multiplica, um segmento pelo qual apostamos há várias edições e ao qual acompanhamos na sua evolução.
No salão, também se evidenciará a força do setor da carne na península ibérica, que é perfeitamente compatível com o aumento da proteína alternativa e dos produtos à base de plantas.
Entrevista originalmente publicada na edição 416 do Hipersuper