Grande Demissão está viva em Portugal: 97% dos trabalhadores à procura de novas oportunidades
O número de pessoas abertas a novas oportunidades de emprego cresceu significativamente no último ano, prevendo-se que continue a aumentar no decorrer de 2023, conclui o estudo da Michael Page “Talent Trends 2023″
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O fenómeno The Great Resignation (A Grande Demissão) não terminou em Portugal. O número de pessoas abertas a novas oportunidades de emprego cresceu significativamente no último ano, prevendo-se que continue a aumentar no decorrer de 2023, conclui o estudo da Michael Page “Talent Trends 2023″.
Um total de 97% dos trabalhadores entrevistados em Portugal são candidatos ativos a empregos, o que significa que estão atualmente à procura ou a planear encontrar um novo emprego nos próximos meses. Esta percentagem está nove pontos acima da média europeia cifrada em 88%, indica o estudo feito com o objetivo de identificar as tendências mais importantes do mercado de trabalho e as mudanças nas atitudes e motivações dos candidatos em Portugal e na Europa.
Quando comparado com outros países europeus, Portugal apresenta a maior percentagem de trabalhadores abertos a novas oportunidades. Seguem-se Áustria, Itália, Polónia e Espanha com 92%, Suíça (91%) e França com 88%, países onde há cada vez mais candidatos a explorar novas oportunidades, independentemente do género, faixa etária e senioridade.
“Estas valores significam que as empresas portuguesas não podem contar totalmente com a retenção das pessoas na sua força de trabalho, sendo que poderão aceitar um novo projeto antes de terminar o ano”, indica o estudo.
A par com a tendência de “job hoping”, que prevê níveis de movimentação dos trabalhadores sem precedentes, a pesquisa destaca ainda a profunda transformação da cultura de trabalho.
“As mudanças nas atitudes e motivações dos trabalhadores afetaram profundamente o panorama competitivo de talento em todas as faixas etárias, países e setores. A mudança não é apenas resultado da pandemia, mas de uma evolução mais profunda das expetativas de talento, em que os profissionais já não esperam permanecer num emprego, mas esperam que os seus empregadores cumpram o que é importante”, comenta Álvaro Fernández, diretor-geral da Michael Page, acrescentando que em caso de incumprimento os trabalhadores “não hesitarão em procurar outro emprego”.
O estudo revela ainda que a lealdade perdeu importância (nove em cada dez pessoas que começou um trabalho no último ano está aberta a novas oportunidades). Esta é agora a exceção e não a regra, indica o estudo, “pois mesmo os trabalhadores globalmente felizes estão abertos a mudar para uma oportunidade melhor, em busca de uma melhor remuneração e melhores benefícios, incluindo salários mais altos, bónus ou outros incentivos financeiros”.
Para inverter a desmotivação dos trabalhadores, as empresas deverão reavaliar as suas estratégias de talento considerando três fatores chave: salário, progressão na carreira e flexibilidade, para se adaptarem ao mercado de trabalho em evolução e alinharem-se com as aspirações dos candidatos, para atrair o melhor talento e obter uma vantagem competitiva, sugere o estudo.
Uma situação que as empresas portuguesas têm consciência, mas dificuldade em acompanhar, já que 63% dos empregadores afirma que corresponder às expetativas salariais é o maior desafio de recrutamento. O estudo apresenta ainda “uma profunda transformação na cultura de trabalho, apontando que seis em cada dez portugueses escolheriam o equilíbrio vida-trabalho e a saúde mental em detrimento do sucesso da carreira”.