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Por David Lacasa, Sócio da Lantern
Trabalhar com startups e investir nelas é já uma prática comum no setor alimentar, tal como noutros setores. Muitas vezes, há grandes esperanças de que uma empresa em fase de arranque nos ajude a resolver os nossos problemas e seja a semente do nosso crescimento futuro. Durante a nossa colaboração com empresas do setor alimentar e alguns dos seus Corporate Venture Capitals, aprendemos algumas coisas a fazer e a não fazer.
O primeiro ponto é ser claro quanto ao objetivo da colaboração com as startups. Não é a mesma coisa querer estar presente no ecossistema empreendedor por uma questão de responsabilidade empresarial do que por uma razão financeira ou comercial. São objetivos diferentes e, por isso, a estratégia e a forma de agir também devem ser diferentes.
A gestão do processo de procura e de recrutamento dependerá também deste objetivo. Um concurso público é uma fórmula muito interessante para conseguir notoriedade e impacto no entorno, mas nem sempre é a mais eficaz se tivermos um objetivo financeiro ou comercial.
Se estivermos claramente à procura de um retorno financeiro ou para cobrir uma necessidade que temos na nossa estratégia empresarial, não podemos deixar o sucesso da iniciativa à sorte no convite à apresentação de propostas. Nestes casos, é necessário fazer uma pesquisa orientada ou um scouting das startups que melhor respondem ao objetivo estabelecido.
Para além do facto de a proposta do empresário ser interessante ou inovadora, devemos perguntar-nos se é compatível e complementar à nossa atividade. Esta complementaridade pode ser na categoria do produto, em melhorias de produção, melhorias de qualidade, etc. Não nos podemos deslumbrar com o carácter inovador ou surpreendente da proposta, temos de ser mais racionais.
Também é importante ter em conta que, quando colaboramos com uma startup, a sua cultura e formas de trabalhar são bastante diferentes das de uma grande empresa. Colaborar com uma startup não nos vai tornar mais ágeis e empreendedores. Podemos aprender muito com elas, mas também precisamos de ter as expectativas certas.
Além disso, estas empresas em fase de arranque também precisam, em alguns casos, de apoio na definição da sua estratégia e proposta de valor para terem mais hipóteses de sucesso. A motivação e o entusiasmo dos fundadores são cruciais, mas a experiência e a análise de terceiros também são importantes.
Muitas empresas nas suas fases iniciais estão muito concentradas no produto e negligenciam outras áreas que são tão ou mais importantes para o sucesso do projeto. Marcas com um posicionamento pouco claro ou pouco relevante. Uma identidade visual que não responde ao objetivo do negócio e embalagens que não se destacam na prateleira. Falta de planeamento na estratégia de canal, produto ou inovação.
Estes são alguns dos problemas com que nos deparámos na nossa colaboração com startups, que, em alguns casos, são nossos clientes e, noutras ocasiões, são empresas nas quais os nossos clientes têm uma participação e que nós aconselhamos. Nestes casos, é fundamental atuar de forma ágil e adaptar-se ao modo de funcionamento destas organizações.
As empresas em fase de arranque também precisam de atenção e ajuda para melhorar o seu modelo de negócio. O sucesso da inovação aberta e do trabalho com empresários resulta de uma boa colaboração e de estratégias complementares. Não podemos pensar que o simples facto de os termos por perto vai mudar a nossa atividade. A osmose empresarial não existe.