Quem é Quem… nas entregas ultrarrápidas
Com a conveniência a ganhar novo fôlego no consumo pós-Covid, está a aumentar a concorrência no negócio das entregas ultrarrápidas de compras de supermercado. Conheça os protagonistas do “quick commerce”, […]
Rita Gonçalves
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Com a conveniência a ganhar novo fôlego no consumo pós-Covid, está a aumentar a concorrência no negócio das entregas ultrarrápidas de compras de supermercado. Conheça os protagonistas do “quick commerce”, um modelo de negócio já validado em países como EUA, Turquia e Rússia, mas ainda a dar os primeiros passos em Portugal
Getir estreia-se com seis dark stores na capital portuguesa e entregas em 10 minutos
A Getir, empresa que fundou o mercado de entregas ultrarrápidas de produtos de supermercado ao domicílio, em 2015, em Istambul, Turquia, iniciou atividade em Portugal a 18 de outubro. O lançamento do serviço teve início em Lisboa, mas o objetivo é chegar a novas cidades já nos próximos meses.
A empresa reuniu capacidade para entregar milhares de produtos de utilização diária, em cerca de 10 minutos, através da sua rede de entregadores que utilizam bicicletas e scooters elétricas para fazer chegar os produtos à casa dos consumidores.
“Portugal é o mercado natural para expandirmos a nossa operação. O serviço que prestamos, útil e de conveniência, permite que as pessoas tenham mais tempo livre para si, aproveitando para fazer o que mais gostam”, afirma Nazim Salur, fundador da Getir.
A primeira empresa de compras ultrarrápidas do mundo internacionalizou o negócio para o Reino Unido (janeiro de 2021), Holanda (maio), Alemanha e França (junho) e Espanha e Itália (setembro) e EUA (novembro). Na passada quarta-feira, a Getir anunciou a aquisição da concorrente britânica Weezy.
“Estamos muito orgulhosos da nossa cultura de trabalho baseada no respeito”, realça Hunab Moreno, diretor geral da Getir na Península Ibérica. “O nosso objetivo é estabelecer uma relação forte com os portugueses. Oferecemos condições de trabalho ímpares no setor, com contratos de trabalho a tempo inteiro e veículos elétricos especialmente desenhados e de elevada segurança. Estamos comprometidos com uma cultura de trabalho baseada na valorização, no respeito e nos mais elevados padrões de qualidade. Esses valores refletem-se também na nossa operação diária e num serviço ao cliente mais amigável”, conclui.
Bairro Shop entrega em 15 minutos no centro de Lisboa
A empresa de entregas ultrarrápidas para compras de supermercado Bairro Shop foi fundada em Lisboa, em dezembro de 2020, numa altura em que o Governo voltou a confinar o País para combater a pandemia. Atenta à evolução do quick commerce (q-commerce) nos EUA, na Rússia e na Turquia, países onde o modelo de negócio está consolidado, a empresa assegura desde o início da atividade entregas em 15 minutos no centro de Lisboa, entre as 10h e 00h, sem custos para o shopper. Não há taxas de entrega nem um valor mínimo para as encomendas. Milana Dovzhenko, co-fundadora da Bairro Shop, conta ao Hipersuper que, desde março, quando a empresa iniciou a operação, já processou mais de 10 mil pedidos.
“A cultura do ‘imediato’, impulsionada seja pela falta de tempo ou até por algum conformismo promovido pelas novas soluções online, é uma realidade cada vez mais óbvia e, por isso, quisemos assegurar um serviço de entrega rápido e eficaz”, avança a responsável.
Através da aplicação mobile Bairro, disponível para os sistemas operativos IOS e Android, o utilizador tem disponível um sortido de cerca de mil produtos que abrange bens de grande consumo (alimentar e não alimentar) e material de escritório. As entregas são feitas por uma equipa própria de estafetas que se deslocam em bicicletas elétricas. Atualmente, o Bairro emprega 30 pessoas, mas tem planos para contratar mais 100 até ao final do ano.
A operação de preparação das encomendas está atualmente concentrada em duas dark store localizadas no Marquês de Pombal e na zona das Laranjeiras. “A escolha das localizações deveu-se a um conjunto de fatores, como a proximidade à equipa e os recursos disponíveis, mas principalmente à vontade de começar na capital, onde o nosso target está”, afirma Milana Dovzhenko. “Todas as nossas dark stores têm que ser adaptadas às nossas necessidades operacionais, sendo a rapidez, a eficiência e a acessibilidade às zonas centrais da cidade, a chave de ouro do projeto”, acrescenta. Ainda este ano, a empresa planeia abrir uma dark store no Porto e, a longo prazo, ambiciona internacionalizar o negócio para Espanha e países vizinhos.
O Bairro contou com um investimento inicial de 100 mil euros direcionado para o desenvolvimento da aplicação mobile e para a abertura da primeira dark store. Mais recentemente, a empresa fechou uma ronda de investimento no valor de 1,2 milhões de euros que vão ser aplicados na otimização do serviço e na expansão da atividade a novas regiões do País. “Prevemos alcançar o retorno do investimento um ano depois do início da operação das dark stores”, estima a responsável.
A empresa está ainda a canalizar parte do investimento para o desenvolvimento de um mecanismo tecnológico multifuncional que poderá ter potencial para escalar o e-grocery aos retalhistas tradicionais no futuro”, acredita a responsável.
Glovo já opera nove dark stores em Portugal
A Glovo opera atualmente nove Micro Fulfilment Centers (MFC), termo a que a empresa recorre internamente para designar dark store. A operação de q-commerce da empresa de entregas ao domicílio assenta em dois pilares: entregas ultrarrápidas, através do serviço Glovo Express e dos seus MFC, e entregas de qualquer tipo de produtos, através de parcerias com as cadeias de supermercado, como Continente e Aldi, por exemplo, mas também com empresas ligadas à moda, produtos infantis, parafarmácia e livrarias, entre outras. “Em média, através dos MFC, fazemos entregas em menos de 20 minutos e das lojas e cadeias parceiras em menos de 30 minutos”, declara Ricardo Batista, general manager da Glovo Portugal.
Com o objetivo de dar resposta às necessidades de “alta conveniência” e complementar os cestos de abastecimento dos parceiros, com o é o caso das grandes cadeias de supermercado, a Glovo abriu o primeiro MFC em Lisboa, em maio do ano passado. “O modelo de negócio passa por disponibilizar aos consumidores os essenciais para a sua vida com a maior conveniência possível. O foco passa por entregar de forma ultrarrápida a melhor seleção possível”, adianta o responsável.
O utilizador faz as compras na app da Glovo. Dos nove MFC que a empresa opera em Portugal, sete na zona de Lisboa e dois na área do Porto, saem os produtos do serviço Glovo Express. O sortido é composto por cerca de duas mil referências de bens de primeira necessidade. O custo da entrega é de 1,79 euros e o serviço de entrega é prestado pelos estafetas que utilizam a aplicação da Glovo.
A empresa de entregas tem planos para abrir mais MFC até ao final do ano no mercado português, sendo que por cada armazém inaugurado a Glovo cria entre 10 e 15 postos de trabalho. Apesar de não revelar o montante investido em Portugal na área do quick commerce, o general manager da Glovo avança que a empresa tem uma parceria com a suíça Stoneweg para a expansão dos MFC. “Portugal, enquanto mercado essencial para a operação da Glovo recebeu parte desse valor e vamos continuar a investir em MFC e outros serviços”.
O layout dos armazéns dark store serve três objetivos, conta Ricardo Batista. Garantir o melhor acondicionamento dos produtos, com a instalação de câmaras de frio, por exemplo, maximizar a eficiência para a recolha da encomenda (sistema integrado de gestão de stocks otimiza picking) e garantir a sua entrega no menor tempo possível.
A empresa trabalha com diferentes fornecedores para garantir agilidade operacional. “Temos pouca profundidade de stocks e alta rotação para, por um lado maximizar o espaço e, por outro, reduzir o desperdício alimentar”, sublinha Ricardo Batista, acrescentando que o sistema próprio de gestão de stocks permite fazer previsões de vendas.
A 14 de setembro, a Glovo anunciou a aquisição do marketplace Mercadão em Portugal e da plataforma Lola Market, em Espanha, para reforçar a área de q-commerce. A Glovo prevê que, com estas aquisições, o negócio entregas instantâneas alcance uma faturação bruta de 300 milhões de euros em 2021, valor que deverá mais do que triplicar em 2022 para mil milhões de euros. A empresa está a fazer os preparativos para entrar na bolsa em 2022.
Mercadão desbravou mercado de entregas em duas horas em 2018
O markeplace Mercadão, que integra a loja online dos supermercados Pingo Doce, foi adquirido pela Glovo em setembro deste ano, mas tem uma estratégia própria. Quando foi fundado, em 2018, apostou desde logo em entregas em duas horas. “Foi, na altura, um modelo pioneiro de proximidade entre os personal shoppers e os clientes que, entretanto, se tornou mais popular com a entrada no mercado de novos operadores, o que confirma a existência de oportunidade”, constata Gonçalo Soares da Costa, CEO do Mercadão, em entrevista ao Hipersuper.
O projeto piloto conheceu a luz do dia na região de Lisboa, quando o Mercadão inaugurou um pequeno centro de preparação e distribuição de encomendas já lá vão três anos. A operação da dark store abrange as zonas de Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra. “A localização da nossa dark store foi escolhida estrategicamente, com base em dois fatores: facilidade de acesso aos shoppers e proximidade aos clientes na região sul do País, que representam a maior percentagem de vendas”, esclarece o responsável. Apesar de ainda se encontrar a avaliar o desempenho deste formato no contexto da sua operação, o Mercadão tem planos para expandir este modelo de negócio a mais centros urbanos, assim como disponibilizar diferentes formas de venda online às lojas parceiras.
O investimento na dark store, criada de raiz pela equipa do Mercadão, foi pouco significativo, adianta Gonçalo Soares da Costa. “Tratou-se de um pequeno investimento que apresentou retorno desde o momento zero. A dark store é um primeiro teste a este modelo de negócio”. Para rentabilizar o espaço, além de funcionar como dark store, o armazém dá guarida a um pequeno hub da equipa de controlo de qualidade do marketplace de origem portuguesa.
O consumidor faz as compras diretamente no site do marketplace que engloba diferentes marcas e insígnias, como Pingo Doce, Decathon, Control e Ornimundo, que se adapta a todos os ecrãs. Na loja, os produtos estão organizados por categoria e marca, agilizando o processo de recolha. As entregas são feitas diretamente ao consumidor pela equipa de personal shoppers. O transporte é feito em bolsas isotérmicas, desenvolvidas em parceria com um operador nacional.
Apesar da aposta que está a fazer na área do q-commerce, o core business do Mercadão está nas mais de 400 lojas físicas onde são recolhidas as encomendas, em Portugal Continental e arquipélagos dos Açores e da Madeira. “O tempo médio de entrega, a partir da loja, é de 17 minutos”.
Hoogloo prepara rede de dark stores próprias para liderar mercado
João Alves e Maria Francisca Afonso, ex-funcionários da TAP, anunciaram em agosto a criação da startup Hoogloo, um supermercado online, disponível através de uma aplicação mobile, com entregas imediatas de bens de grande consumo. “A ideia surgiu quando sentimos dificuldades de acesso rápido a compras de supermercado durante o período mais crítico da pandemia”, resume João Alves, CEO da Hoogloo, em entrevista ao Hipersuper, acrescentando que as encomendas com entregas imediatas de artigos para o dia-a-dia são um hábito que veio para ficar, quer pela conveniência quer pelo conforto associados a este serviço. “As estatísticas apontam para uma duplicação da procura por compras online, comparativamente com o período pré-pandemia. A sociedade vai tender cada vez mais a optar pelo canal online”, sustenta o responsável.
Optando por não divulgar o valor do investimento “nesta fase”, João Alves adianta que o modelo de negócio da Hoogloo está assente na verticalização do negócio, através do controlo de todo o processo – desde a escolha dos produtos e compra aos fornecedores, até à entrega dos mesmos ao cliente final. “Uma vez que não trabalhamos com intermediários, a monetização do negócio acontece com a margem na venda dos próprios produtos”, esclarece.
A estratégia do concorrente português no mercado das entregas ultrarrápidas de compras de supermercado passa por desenvolver e implementar uma rede própria de dark stores. “Estamos empenhados em exercer uma presença assertiva em Portugal ainda que, num futuro próximo, queiramos estar presentes em outros países”, revela o ex-comandante da TAP.
Empenhada em tornar-se o principal player nacional de entregas rápidas de artigos de supermercado, a startup passou recentemente por uma fase de testes e interação dos sistemas logísticos e informáticos. “Queremos ter a melhor app, cumprir rigorosamente com os prazos de entrega e não falhar nos artigos que entregamos”.
O objetivo da Hoogloo passa por cobrir brevemente a área da Grande Lisboa e recorrer a uma combinação de crescimento orgânico com modelo de franchising e levantamento de capital para escalar o número de dark stores.
A startup adaptou o espaço de um antigo armazém às suas necessidades. A dark store está dividida por zonas atendendo ao tipo de artigos. Cada zona inclui um conjunto de estantes e cada estante contém prateleiras onde são armazenados os produtos.
“Os artigos são encomendados aos fornecedores através do nosso software. Quando chegam ao armazém, são rececionados com recurso a scanners de inventário. De seguida, são arrumados nas respetivas prateleiras para que, durante o processo de picking, possam ser rapidamente localizados. Conseguimos mapear o artigo desde que entra no armazém até que sai”.
No supermercado online estão disponíveis 12 categorias de bens de consumo, desde alimentação a produtos de limpeza.
Atualmente, a empresa compromete-se a entregar dentro de uma hora, no limite, no entanto, tem planos para reduzir a janela de entrega para 30 minutos. “Na fase de testes, os nossos tempos médios de entrega variaram entre os 20 e os 30 minutos”, revela João Alves. Para fazer a distribuição dos produtos, a empresa recorre a terceiros, sejam empresas especializadas em entregas rápidas ou trabalhadores independentes, através de uma aplicação desenvolvida especificamente para os estafetas.
A empresa investiu ainda no desenvolvimento de um sistema de software customizado que permite gerir os processos internos e externos: parametrização dos armazéns e categorização dos artigos, interação com os fornecedores, gestão de stock, conteúdos da app e serviço ao consumidor. O sistema conecta por API (Interface de Programa de Aplicações) com outros programas de software, como o de faturação ou gestão de recursos humanos, por exemplo.
Continente estreia em 2005 conceito de dark store em Portugal
Foi a cadeia de distribuição alimentar da Sonae que estreou o conceito de dark store em Portugal, quando, em 2005, abriu, em Lisboa, o primeiro espaço desenhado de raiz para servir a operação de e-commerce. 16 anos depois, a dark store da rede de lojas Continente serve diariamente “milhares de clientes” na zona de Lisboa, realça Pedro Santos, diretor de e-commerce da Sonae MC, a divisão de retalho alimentar do grupo da Maia, em entrevista ao Hipersuper.
“A dark store é um instrumento estratégico para entregar a melhor proposta de valor. Utilizamos uma combinação de modelos operacionais para juntar a máxima conveniência para os nossos clientes à máxima eficiência operacional, o que inclui a preparação de encomendas em lojas físicas, em lojas específicas para vendas online ou em armazéns centrais”, sublinha o responsável.
Na dark store trabalham “centenas” de pessoas na operação de preparação de encomendas, havendo, por isso, capacidade para trabalhar milhares de produtos à unidade. Todo o processo é suportado e monitorizado através de sistemas dedicados que garantem eficiência, qualidade e tempos de entrega reduzidos. “O foco na eficiência operacional é uma das alavancas de sustentabilidade económica e rentabilidade do canal online”, sustenta Pedro Santos. Este modelo, através de metodologias de gestão de stock adaptadas, permitiu diminuir em dois dígitos os níveis de rutura de stock dos clientes da área de influência, revela o responsável.
Desenhada especificamente para uma operação de e-commerce, na dark store do Continente os produtos estão organizados em função das suas características, desde a temperatura (ambiente, refrigerado e congelado), a características físicas e de rotação, onde os circuitos de preparação são otimizados. A atividade de picking é feita com recurso a processos, sistemas e equipamentos para garantir qualidade, segurança e eficiência operacional. “As encomendas preparadas são acondicionadas em espaços dedicados, também de acordo com as suas características, por exemplo, no caso da temperatura, em ambiente, frio positivo ou frio negativo. De acordo com a tipologia de transporte, e com a proximidade da entrega selecionada pelo cliente, a encomenda é depois agregada, transportada e entregue”, resume.
Quase 100 carrinhas fazem a entrega das encomendas na casa dos clientes. “São viaturas com requisitos elevados de eficiência, que têm acompanhado a evolução da tecnologia, prevendo-se uma crescente eletrificação da frota de viaturas ligeiras para os circuitos mais curtos e estando em fase de testes a utilização de gás natural nas viaturas mais pesadas e que cobrem maiores distâncias”, anuncia o diretor de e-commerce da Sonae.
A proposta de valor do Continente disponibiliza dezenas de milhar de produtos com entregas no próprio dia (e entregas quase instantâneas através da rede de parceiros), sete dias por semana desde as 8h às 23h. A cadeia presta ainda o serviço Click&Go, que disponibiliza a recolha da encomenda em mais de 150 lojas sem custos nos dias da semana, além do serviço de subscrição EntregaZero com entregas ilimitadas durante um ano ou 100 dias.
Bolt Market aposta em Portugal com promessa de entregas em 15 minutos
É o mais recente operador do mercado português de entregas instantâneas para o retalho alimentar. A Bolt Market iniciou oficialmente a 4 de novembro as operações no mercado português, tirando partido da experiência que já tem no mercado português nos serviços de ride-hailing, Bolt Food e micromobilidade. “Decidimos usar a nossa experiência no setor e no mercado português e avançar com a introdução do Bolt Market”, anuncia Manuel Castelo Branco, country manager da Bolt Market, em declarações ao Hipersuper. “Sentimos que a nossa base de utilizadores já reconhece a Bolt como operador de referência no setor, o que impulsionou o lançamento deste novo serviço em Portugal”, acrescenta o responsável.
A marca inicia as suas operações com a cobertura da Área Metropolitana de Lisboa. “Temos diferentes armazéns espalhados por esta zona de atuação que têm como objetivo responder aos pedidos de forma rápida e eficaz – entregas em 15 minutos”, sublinha Manuel Castelo Branco, acrescentando que a intenção da empresa passa por expandir, no futuro, este serviço a outras localizações do País. Para expandir o serviço de quick-commerce, a Bolt está a avaliar as oportunidades de crescimento no mercado português.
O country manager da Bolt Market está convicto que 2022 será um ano de oportunidades. “Queremos que os nossos serviços de Bolt Market, Bolt Food e micromobilidade cheguem a mais localidades portuguesas e trabalhamos diariamente para tornar real este objetivo”. As encomendas podem ser feitas todos os dias, entre as 9h e as 00h, com um tempo de entrega de 15 minutos, dentro de um raio de dois quilómetros. “Todos os pedidos feitos no Bolt Market, desde que superiores a cinco euros, terão uma taxa de entrega gratuita. Esta oferta não está associada à fase de lançamento e é algo que procuramos continuar a disponibilizar aos nossos utilizadores durante o maior tempo possível”, anuncia o responsável.
Para cada pedido, os estafetas deslocam-se a estes armazéns, onde recolhem o pedido e posteriormente o entregam na localização do utilizador. A atual infraestrutura foi desenvolvida com o objetivo de cobrir a zona de Lisboa e garantir entregas num prazo de 15 minutos, a todos os utilizadores que se encontrem num raio de dois quilómetros. Além de Portugal, a empresa estónia vai entrar em mais nove países europeus.
Após uma ronda de investimento de 600 milhões de euros por parte de investidores como Sequoia, Tekne e Ghisallo, a Bolt pretende impulsionar o seu novo serviço de entrega de mercearias em 15 minutos e acelerar a expansão da sua rede de mobilidade e de entrega de produtos na Europa. “A Bolt experienciou um hiper crescimento no ano passado – a empresa cresceu para 75 milhões de clientes a nível global. Além da chegada a Portugal, a Bolt Market entrará noutros países do Báltico, Europa Central e do Norte, nomeadamente a Croácia, Roménia e Suécia”, anuncia Manuel Castelo Branco. A empresa tem atualmente 10 vagas abertas para aumentar a equipa em Portugal.
Startup alemã Gorillas prepara operação em Portugal
A empresa alemã Gorillas vai entrar em breve no negócio das dark stores em Portugal. Questionada pelo Hipersuper sobre a data prevista para iniciar atividade no mercado português, a empresa preferiu, para já, não fazer comentários. Presente atualmente em 55 cidades de nove países, a startup publicou em junho um anúncio no seu site para recrutar um country manager para lançar o negócio em Portugal.
A Gorillas captou recentemente 1.000 milhões de dólares (cerca de 862 milhões de euros) numa ronda de financiamento de Série C. Esta operação, garante a startup, é a maior operação de financiamento de uma empresa não cotada em bolsa na área de negócio de entregas de produtos de supermercado ao domicílio.
A operação foi liderada pela alemã Delivery Hero, também acionista da Glovo. Na mesma ronda participaram investidores atuais da empresa, nomeadamente Coatue Management, DST Global, Tencent, Atlantic Food Labs, Fifth Wall, Greenoaks e a A-Star Partners. Entre os novos investidores encontram-se a G Squared, Alanda Capital, Macquarie Capital, MSA Capital and Thrive Capital.
A ronda de financiamento surge sete meses depois de a Gorillas ter atingido 290 milhões de dólares (250 milhões de euros) na ronda de Série B, em março de 2021. O financiamento agora captado permitirá à empresa alemã reforçar a sua presença nos mercados onde tem operação e investir mais nas suas operações, em recursos humanos, tecnologia, marketing e na sua estrutura financeira.
A empresa fundada em 2020 tem 180 dark stores em nove mercados internacionais, tendo feito entregas de 4,5 milhões de pedidos nos últimos seis meses.
Modelo da Uber para compras de supermercado é feito em parceria com as insígnias
A Uber não aposta em dark stores para o negócio de entrega ao domicílio de compras de supermercado. Questionada pelo Hipersuper, Mariana Ascensão, senior communications da Uber, explica que o modelo da empresa para as compras de supermercado é feito em parceria com as cadeias de retalho. “Não estamos ainda alinhados neste novo modelo”, sublinha a responsável. “Estamos a investir em novos verticais porque no ano passado, com a pandemia, muitas pessoas começaram a ser educadas para o food delivery e, naturalmente, esse hábito acelerou. Mas, em termos de novos verticais, investimos na loja física com parceiros muito sólidos, como o Continente e a Well’s, por exemplo”.
Onde a Uber está a apostar é na restauração virtual. “Ou seja, agarramos no modelo de negócio dos restaurantes parceiros e criamos uma sala à qual o cliente não tem acesso nem mesas para se sentar a fazer uma refeição. Estes restaurantes virtuais têm uma eficiência muito grande porque não têm colaboradores diretos para esta sala e tem apenas uma cozinha a funcionar, depois conseguem escalar a operação porque não tem atendimento e conseguem servir muitas refeições e alargar a amplitude do restaurante. Temos clientes como uma parte da sua operação no Saldanha e outra em Algés e conseguem ter uma grande expansão para os utilizadores e clientes finais porque conseguem ter mais localizações com menos custos através dos restaurantes virtuais”, sublinha a responsável.
A Uber Eats iniciou a operação em Portugal em 2017 e o seu serviço cobre já 75% da população portuguesa. A empresa conta com sete mil restaurantes e comerciantes na sua plataforma tecnológica.
*Artigo originalmente publicado na edição 396 do jornal Hipersuper