Aberturas de espaços de retalho em Portugal recuam 64% devido à Covid-19
A quebra foi particularmente sentida durante o segundo trimestre, durante o qual se registaram 40 aberturas, menos 82% que entre abril e junho de 2019
Ana Catarina Monteiro
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Com o abrandamento do investimento imobiliário em Portugal provocado pela pandemia de Covid-19, no primeiro semestre de 2020 o setor do retalho registou uma quebra nas aberturas de 64%, em termos homólogos, para os cerca de 150 novos espaços. A quebra foi particularmente sentida durante o segundo trimestre, durante o qual se registaram 40 aberturas, menos 82% que entre abril e junho de 2019. Os dados são da última edição do estudo Market Update, publicado pela Cushman & Wakefield.
A maioria (69%) dos espaços abertos até junho está associada ao setor do comércio de rua. O setor da restauração foi o mais ativo, ao captar 62% do número total de operações.
De acordo com o estudo, os valores brutos de arrendamento mantiveram-se “estáveis” devido à predisposição de alguns proprietários em conceder incentivos aos seus inquilinos, num contexto de pandemia.
O setor de retalho atraiu 56% do total de capital investido em imobiliário comercial que, apesar da quebra de 88% no segundo trimestre para os para os 87,5 milhões de euros, atingiu o novo máximo histórico de 1.670 milhões de euros entre janeiro e junho de 2020. O valor representa um crescimento homólogo de 50%, face ao primeiro semestre do ano passado.
Para este resultado “contribuiu particularmente” a venda de 50% da joint-venture Sierra Prime pela Sonae Sierra e APG à Allianz Real Estate e Elo, por cerca de 800 milhões, sublinha a Cushman & Wakefield.
Enquanto a percentagem de investimento estrangeiro diminui para os 71%, o investimento nacional praticamente triplicou face ao mesmo período de 2019, fixando-se nos 491 milhões de euros.
“A atual conjuntura abrandou fortemente o crescimento que o mercado imobiliário nacional vinha a registar ao longo dos últimos anos, com a maioria dos operadores ou intervenientes no mercado a adotar uma atitude cautelosa”, explica Andreia Almeida, associate e diretora de Research & Insight da Cushman & Wakefield, em comunicado.
Até final do ano, a responsável antecipa “uma quebra generalizada na atividade imobiliária face a 2019, que será particularmente sentida nos setores atualmente mais afetados, nomeadamente retalho e hotelaria”.
O mercado nacional de imobiliário deve terminar o ano com uma quebra de 20% do investimento. A consultora prevê que alcance os 2.500 milhões de euros.
No setor industrial e logístico, em particular, a procura de espaços demonstrou uma redução de 9% face ao período homólogo, com 64.400 metros quadrados transacionados.
A quebra menos acentuada, face aos restantes setores, deve-se ao aumento do comércio online. “A procura de espaços adaptados a este modelo de negócio aumentou, particularmente espaços logísticos nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e plataformas de distribuição de last mile nos seus centros urbanos”, nota a consultora imobiliária.