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Wireless: tecnologia ao serviço da manutenção e deteção

As tecnologias de ponta têm vindo a evoluir de forma sustentada e clara nos últimos anos, sobretudo nas duas primeiras décadas deste século XXI

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Wireless: tecnologia ao serviço da manutenção e deteção

As tecnologias de ponta têm vindo a evoluir de forma sustentada e clara nos últimos anos, sobretudo nas duas primeiras décadas deste século XXI

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Por David Pérez del Pino, diretor-geral da Checkpoint Systems em Espanha e Portugal

As tecnologias de ponta têm vindo a evoluir de forma sustentada e clara nos últimos anos, sobretudo nas duas primeiras décadas deste século XXI. Com aplicações quotidianas – como os telemóveis – até aos serviços mais complexos de relações comerciais internacionais, as novas tecnologias e os sistemas wireless estão ao serviço de todo o globo de forma incontornável.

No que diz respeito ao setor do retalho, esta tecnologias têm maior impacto na gestão de inventários/stocks e na prevenção das perdas – facilitando de forma considerável quer o trabalho dos funcionários, quer dos gestores. Neste sentido, observamos não apenas um crescendo de incorporação de tecnologias num mesmo software e hardware, como também um funcionamento em sistema sem fios que potencia o design das lojas e melhora a experiência de compra dos clientes.

Um dos principais exemplos destas novas tecnologias pode ser encontrado nas antenas que vemos serem lançadas no mercado. Cada vez mais pequenas e esteticamente menos impactantes, as novas antenas que surgiram no mercado no último ano integram em si ligações wireless que permitem eliminar trabalhos de renovação dos espaços e/ou cabelagem à mostra, ao mesmo tempo que possuem alcances de deteção maiores, mais precisas (conseguindo detetar até as etiquetas mais pequenas que se encontrem no mercado – potenciando maior segurança a artigos mais pequenos), e com provimento de dados em tempo real aos colaboradores e gestores – informação que é possível utilizar no imediato até mesmo para personalizar campanhas de vendas e marketing direcionadas aos clientes em loja.

Não apenas mais apelativas esteticamente, como mais integradas tecnologicamente, estas antenas oferecem ainda aos retalhistas a possibilidade de serviços de telemanutenção à distância – um serviço que os provedores oferecem aos retalhistas e que os torna mais competitivos no mercado por oferecerem manutenção em tempo real, evitando que os retalhistas percam tempo com arranjos demorados e intrusivos no dia-a-dia da loja.

Estes serviços e dados são apenas possíveis com os sistemas wireless integrados nos hardwares e softwares atuais disponibilizados no mercado. Tecnologias desenvolvidas por provedores de sistemas de gestão de stocks e prevenção de vendas que veem dar resposta ao imediato que caracteriza o retalho atual. Mais ainda quando conseguimos transportá-las para o omnichannel que se impõe nos comportamentos de compras dos clientes.

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Edição 432: Entrevista LTPlabs + Inovação portuguesa + Arroz + Queijos + Charcutaria + Sagalexpo + Barbot + Empack + Logística

Na edição 432 do Hipersuper, Teresa Bianchi de Aguiar, partner e head of retail da LTPlabs, explica como a inteligência artificial (IA) está a transformar o retalho, desde a melhoria da experiência do consumidor até à otimização das operações logísticas, e antecipa o impacto crescente da IA nos próximos anos.

Em entrevista ao Hipersuper, garante: “A tecnologia não deve ser adotada apenas porque é uma tendência, mas sim para resolver desafios concretos do negócio.”.

A charcutaria é um segmento relevante no retalho alimentar, tanto pelo valor acrescentado dos produtos como pela ligação à tradição e inovação. Fomos conversar com Lia Oliveira, diretora de marketing e comunicação externa da Nobre, Inês Silva, brand manager da Izidoro/Grupo Montalva, Paulo Camoezas, diretor comercial da Salsicharia Limiana e Vanda Serrumbia, diretora comercial da Casa da Prisca, para perceber quais as estratégias diferenciadoras para manter a relevância numa categoria cada vez mais dinâmica e competitiva.

Estivemos no Estúdio Time Out Market, em Lisboa, para conhecer os vencedores do Prémio Sabor do Ano 2025. O setor da Padaria/Pastelaria foi o mais premiado, com 17 produtos reconhecidos, seguido de Frutas & Legumes (15), Talho (12), Charcutaria (10) e Queijos (7). Conheça todos os vencedores nesta edição.

O mercado de bolachas está a atravessar uma fase de transformação, impulsionado por consumidores cada vez mais atentos à composição dos alimentos, à origem dos ingredientes e ao impacto ambiental dos produtos que consomem. As marcas têm vindo a reposicionar-se, reforçando a aposta em inovação, saúde e sustentabilidade, sem comprometer a vertente indulgente que continua a atrair muitos consumidores. João Basto, general manager da Salutem, e Raquel Vieira de Castro, CEO da Vieira, acreditam que as perspetivas são de crescimento, ainda que com desafios.

Ainda na categoria bolachas, a marca Biscoff está a reforçar a sua presença em Portugal. O mote perfeito para uma conversa com José Serras Pereira, Portugal Sales Manager da Lotus Bakeries.

A Puratos Portugal realizou o ‘Customer Experience, Next Level’, que deu a conhecer as tendências e os produtos inovadores no setor da padaria e da pastelaria em 2025. “Customer Experience é um fator cada vez mais determinante para o sucesso das empresas do setor alimentar”, afirmou Ivan Mellado, diretor geral da Puratos Portugal, em declarações antes do evento, que reuniu em Sintra especialistas e profissionais da indústria alimentar.

Também nesta edição, uma conversa com Óscar Barranco, diretor da Empack and Logistics & Automation Porto, que nos revela todas as novidades da 9.ª edição marcada para 9 e 10 de abril, na Exponor.

2025 deverá ser um ano de crescimento sustentado no setor dos queijos. É o que perspectivam os responsáveis de quatro empresas do setor contatados pelo Hipersuper. Os desafios económicos mantêm-se, mas o mercado tem sido resiliente e tem evoluído, o que deverá fazer de 2025 um ano de oportunidades, se for mantida a aposta na inovação, na eficiência produtiva e na proximidade com o consumidor.

A SAGALEXPO regressa à FIL, em Lisboa, de 28 a 30 de abril. Alípio Pereira, diretor comercial da feira, avança ao Hipersuper que a 4ª edição regista um crescimento de 20% no número de expositores, ultrapassando as 380 empresas participantes, e vai atrair mais de 1.100 compradores internacionais de 95 países.

Estivemos em Loures, na inauguração do maior centro logístico do Lidl em Portugal. À margem da inauguração, Pedro Rebocho, administrador de Serviços Centrais Lidl Portugal, falou ao Hipersuper sobre este investimento, o foco para 2025 e o apoio do Lidl Portugal à exportação. Em dez anos, a insígnia ajudou a exportar 192 mil toneladas de frutas e legumes.

A valorização integrada da bolota como matéria-prima nacional para a criação de produtos de valor acrescentado, que sejam alternativas sustentáveis para a indústria alimentar. É o que pretende, e está a fazer, o projeto OakFood. A partir de um fruto que, apesar de abundante em Portugal, está ainda mal valorizado, estão a surgir farinhas, manteigas, bebidas… A ler nesta edição.

“Nos mais de 100 anos de história, de onde passamos de ser um ator local para um player multinacional, procuramos sempre uma abordagem local, pensando global”, sublinha ao Hipersuper, Diogo Barbot, strategy director no Grupo Barbot, que garante: a inovação é uma prática contínua que nos diferencia no mercado”.

Também nesta edição dois especiais sobre arroz e massas e sobre a Páscoa, com lançamentos especiais na categoria de chocolates. E um destaque especial para a inovação portuguesa que cria o primeiro arroz 100% nacional. O Clube de Produtores Continente associou-se à produção do arroz Carolino Caravela, numa parceria com a Lusosem, detentora da patente da semente, e a Novarroz, responsável pela componente industrial e de processamento. A primeira variedade 100% portuguesa foi lançada no início deste ano em exclusivo nas lojas Continente.

O Hipersuper também esteve no Auditório do CCB que recebeu a segunda edição da Conferência Idade Maior, dedicada ao tema ‘O Poder da Economia do Longevidade: Compreensão. Ação!’. Promovida pela consultora Idade Maior, da agência Brandkey, quis refletir sobre a evolução demográfica, a longevidade e o papel, e o potencial, das gerações acima dos 50 anos.

Continente é a insígnia que lança mais folhetos. Intermarché regista maior crescimento e troca de posição com o Lidl. Os dados são da Marktest e revelam que os folhetos continuam a ser um pilar estratégico do retalho alimentar, com um aumento de 3,6% no número de publicações em 2024. O Continente mantém-se como líder no volume total de folhetos, mas o Intermarché (na 4ª posição) foi a insígnia que mais cresceu, registando um forte aumento e ultrapassando o Lidl no ranking. Em 2º e 3º estão E.Leclerc e Pingo Doce, respetivamente.

O imobiliário logístico está a viver um momento de grande dinamismo em Portugal, mas a oferta de espaços ainda não chega para a procura que existe por parte das empresas de logística. As oportunidades e desafios deste mercado foram debatidos no Seminário Imobiliário Logístico, organizado pela Associação Portuguesa de Logística. O Hipersuper não faltou.

Nesta edição a habitual análise da Kantar e os artigos de opinião de Joel Vasconcelos da Lusomorango, de Sara Monte e Freitas da Monte e Freitas | Expense Reduction Analysts de João San-Bento Pontes da Quidgest, de Emanuele Soncin da Checkpoint Systems, de David Lacasa da Lantern, de Ana Rute Silva da agência Evaristo, de Chestar Wisniewski da Sophos, de Filipa Magalhães da Heineken e de Célia Revés da Minsait.

 

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

Alimentar

“A categoria de queijo tem sido uma das mais dinâmicas do universo lácteo”

Em 2023 a produção nacional totalizou 86.078 toneladas, indica o INE. E “é notório o crescimento de segmentos que tem como driver de consumo o eixo da saúde”, sublinha Pedro Cunha, do Grupo Lactogal, que avança com novos números.

O queijo não perde espaço na mesa das famílias. Dados do Instituto Nacional de Estatística indicam que o consumo per capita em Portugal tem vindo a aumentar nos últimos quatro anos, tendo chegado aos 14,9 kg por ano em 2023. E cada agregado familiar adquire, em média, cerca de 400 gramas de queijo por ato de compra.

“A categoria de queijo tem sido uma das mais dinâmicas do universo lácteo, sendo também a categoria com maior penetração nos lares portugueses. Estes são indicadores que ajudam a perceber a performance extremamente positiva do mercado e que resultam num ano 2024, que fecha 2,5% acima do homólogo em volume de queijo comercializado em Portugal”, avança Pedro Cunha, gestor de marca Castelões e Milhafre dos Açores do Grupo Lactogal, ao Hipersuper.

O responsável considera estes dados “históricos”, com o queijo a atingir “um novo máximo de volume de 83 mil toneladas no ano 2024, em que muito contribuíram as marcas Lactogal”. No Grupo, 2024 significou registos de crescimento “acima da própria categoria”, resultado para o qual “muito contribuíram as marcas Milhafre dos Açores e Matinal”, assegura Pedro Cunha que antevê, para 2025, que o setor em Portugal continue a registar “uma grande dinamização do mercado”.

Opção mais equilibradas

Presença incontornável na tradição gastronómica portuguesa, o queijo é uma fonte de prazer à mesa. Mas também neste setor, os consumidores querem poder optar por soluções mais equilibradas e estão mais atentos à qualidade nutricional e à informação dos rótulos.

Pedro Cunha assume que no caso do queijo o equilíbrio entre indulgência e a preocupação com a nutrição complica-se. “Por um lado, trata-se de um alimento com uma forte componente de prazer e indulgencia associado ao seu consumo”, refere, confirmando, por outro lado, que há um crescimento de segmentos “que tem como driver de consumo o eixo da saúde”. “Este dado é particularmente relevante para explicar o crescimento do segmento de queijo fresco que já pesa, em 2024, cerca de 19% do total do mercado de queijo”, informa.

A indulgência mantém o seu espaço num Grupo que sabe que a categoria de queijo tem um peso cada vez maior no mercado dos lacticínios

No Grupo Lactogal, o consumo associado a uma alimentação mais saudável é especialmente trabalhado na marca Matinal, com uma posição sólida neste segmento, “através da oferta de novas opções de consumo sem lactose, com proteína ou até novas tipologias de queijo, como o queijo fresco Matinal Cottage, que abrem todo um novo mundo de opções para os consumidores”, exemplifica.

Mas a indulgência mantém o seu espaço num Grupo que sabe que a categoria de queijo tem um peso cada vez maior no mercado dos lacticínios. Este ano, entre as apostas da Lactogal, a marca Castelões vai continuar a ser dinamizada com “soluções versáteis e novas interpretações da tradição” e a marca Milhafre dos Açores vai continuar a ser potencializada “de forma a maximizar a importância do queijo de especialidade dos Açores no mercado nacional”, revela Pedro Cunha.

Recorde-se que a empresa viu o seu Milhafre da Ilha Graciosa com 12 meses de cura, uma edição limitada de 180 unidades, conquistar uma medalha de bronze no World Cheese Awards, em 2024 e ser considerado o melhor queijo de cura prolongada de Portugal, no mesmo ano, no concurso da ANIL. Os resultados positivos levam à vontade “de apostar nesta tipologia de queijo, valorizando a sua origem que é, acima de tudo, uma reserva mundial da biosfera”, descortina, avançando que 2025 “não será exceção para novas surpresas na marca”.

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

Beatriz Andrade Ferreira
Beatriz Andrade Ferreira, gestora da marca Mimosa
Entrevista

Beatriz Andrade Ferreira: “Ser líder implica inovar não só em produtos mas também na forma como nos ligamos ao consumidor”

Mimo nunca é demais. É esta a mensagem que a Mimosa pretende reforçar com a campanha multimeios que lançou ainda em 2024. Em entrevista ao Hipersuper, Beatriz Andrade Ferreira, gestora da marca, explica como a Mimosa quer sensibilizar pais, educadores e a sociedade em geral para a importância do mimo no desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças e adultos. Através de várias iniciativas, a Mimosa procura consolidar o seu papel na vida dos consumidores, promovendo uma cultura de cuidado e empatia.

Fotografia Frame It

O que é que motivou esta campanha?
A marca Mimosa tem uma legitimidade natural para estudar o mimo. A verdade é que há uma tensão social que denigre, no senso comum, a perceção do mimo. E isso leva a que existam perceções erradas que enviesam o papel do mimo na alimentação e na vida das pessoas. E, para a Mimosa, cuidar está na sua missão desde sempre. Porque a Mimosa acredita que uma boa alimentação vai além daquilo que é a nutrição. Portanto, o cuidar e o mimo estão na sua essência desde sempre e isto implica continuar a ter essa relevância cultural para os consumidores.
Quantas vezes nós não encontramos na alimentação um escape, uma motivação. Celebramos aniversários à mesa, estou triste e refugio-me num self treat ou estou feliz, então mereço aquele guilty pleasure.
Portanto, a alimentação tem várias vertentes, desde logo o cuidar, escolhendo alimentos que nutrem o nosso corpo, com saúde, com vitalidade. Por outro lado, o lado do prazer, promovendo experiências gastronómicas agradáveis e, por fim, a conexão, o partilharmos refeições com pessoas que nos são queridas criando aqui laços emocionais. É aí que o mimo entra, ou seja, o mimo pode ter várias conotações e para nós a mais relevante é a relacional. É o mimo de cuidar dos outros e que se traduz por afago, por delicadeza, por carinho.
Para a Mimosa fazia todo o sentido estudar esta ligação, estudar a importância que o mimo tem através da alimentação e nas gerações futuras. Porque aquilo que nós queremos enquanto marca líder é continuar a ter este, digamos, papel ativo na sociedade.
  

É uma campanha que envolve todas as gerações, todos os que rodeiam as crianças?
Isto é um caminho estratégico para a marca que claramente não se esgota em headlines publicitárias. Aquilo que nós sabemos é que já há evidências estatísticas que apontam para uma nova perceção do mimo, falamos muito de parentalidade ativa e positiva. Uma marca com mais de 50 anos de história, é intergeracional e aquilo que nós queremos é evidenciar a importância do mimo nas diferentes fases da vida dos consumidores. O que sentimos é que esta abordagem comunicacional também tem de se materializar em diferentes projetos e iniciativas para ganhar vida.

E, por isso, não é uma campanha de comunicação com um período delineado?
Exatamente. A campanha foi um despertar de interesse para o tema, nós fizemos uma primeira abordagem directa ao consumidor. Também trouxemos o tema para cima da mesa, credibilizando, aliando-nos à ciência, com a colaboração com o Professor Dr. Daniel Sampaio, que é um psiquiatra experiente. Dedicámos um tema, um episódio de um podcast exclusivamente ao Mimo, no episódio do Professor Drº Daniel Sampaio ‘O Nosso Olhar Para Ti’. E no digital, tentando captar por aqui, consciencializar a sociedade, com uma plataforma que também é muito consumida por um target mais jovem, fizemos ao contrário: entrevistas mimadas onde o protagonista era a criança para, de alguma forma, desconstruir esta visão do mimo sob o prisma do adulto. Porque o que vemos são pais da minha geração com crianças pequenas e pais de outras gerações que fizeram os adultos de hoje em dia. Estas diferenças geracionais também se traduzem em visões muito distintas sobre o mimo.

E também é a Mimosa muito atenta ao que se passa, porque hoje a forma de educar é claramente diferente…
A marca Mimosa é uma marca que tem a sustentabilidade social no seu ADN e esse impacto social está na nossa génese. E é muito engraçado o que diz: existe aquele provérbio de que é preciso uma aldeia para educar uma criança e aquilo que nós vemos é, gradualmente, um maior envolvimento dos pais no educar das novas gerações.
E, portanto, Mimosa tem um trabalho muito próximo, seja com, neste caso, o consumidor final, mas também junto de outros stakeholders, outras figuras que são importantes no desenvolvimento de um target infantil e depois em idade adulta. Temos um programa educativo que é o Mimosa Porquê?, que impacta cerca de 10 mil crianças, onde promovemos uma boa pedagogia alimentar, comportamentos conscientes para um planeta melhor, um estilo de vida ativo. Temos também outras iniciativas, como é o caso do Passeio da Família Mimosa ou Vem Lanchar, porque de facto o que sentimos é o que aponta: há cada vez mais um maior envolvimento dos pais em preocuparem-se com o papel que o mimo tem no desenvolvimento cognitivo, desde logo, e no desenvolvimento de competências sociais e emocionais das crianças.
Não existem estudos que apontem que demasiado mimo estraga. Existem sim adultos com feridas emocionais por ter recebido mimo a menos. E portanto, este tema para nós é determinante.
E, sobretudo, aliado à alimentação, no sentido que muitas vezes, isto é cultural, está enraizado na nossa cultura portuguesa. Nós cuidamos dos outros, mimamos os outros através da alimentação sem nos apercebermos, vemos os adolescentes, que são aqui um target difícil, que passam uma fase difícil do seu desenvolvimento. Vemos muitos temas hoje em dia, de relações, muitas vezes complicadas, de adolescentes com a comida, com o seu corpo. Portanto para nós também era importante promover esta boa alimentação porque o bem-estar emocional é fundamental naquilo que é o nosso desenvolvimento enquanto pessoas. A alimentação não tem de ser saudável e não prazerosa, ou vice-versa. Eu posso comer uma coisa que me sabe bem, sem ter aquele sentimento de culpa e temos noção de que uma boa alimentação passa por nos mimarmos a nós e aos outros.

Sobre o estudo: qual é o seu objetivo? Que dados pretendem tirar?
Nós fizemos esta primeira abordagem e os resultados deste primeiro são muito curiosos porque, de facto, permitam-me a expressão, ‘levantam a lebre’ para a importância deste tema. 70% dos consumidores que participam neste estudo, defende que o mimo é bom, mas depois são os mesmos consumidores – 60% – que respondem que o mimo estraga. E, portanto, aquilo que nós quisemos foi trazer este cunho médico-científico, com a colaboração do Professor Drº Daniel Sampaio, para, de alguma forma, estudar mais aprofundadamente, trazer mais rigor e robustez.
E o que esperamos é que estes resultados, em primeiro lugar, nos permitam ouvir mais e novas necessidades dos consumidores, para ajustarmos cada vez mais a nossa proposta de valor àquilo que são as suas preferências, mas também apontem novos eixos de intervenção da marca. E aqui que evidenciem se calhar algumas faixas etárias onde o mimo está mais esquecido, por exemplo nos idosos ou na fase da adolescência.

Isto porque todos precisamos de mimo? Crianças e adultos? É isso que também querem trazer para a discussão?
Sim, sensibilizar a sociedade. Mimosa vive da brand idea, que é a mãe depois da mãe. Somos a primeira marca que o bebé deveria consumir a seguir ao período de aleitamento materno. E isto é uma opinião até ligeiramente enviesada, porque é pessoal, de que muitas vezes na sociedade de hoje em dia a mãe ainda se responsabiliza demasiado e acaba por não receber mimo. Para nós, os resultados deste estudo  são determinantes, para assegurar que estes novos projetos e iniciativas não se desviam do eixo de intervenção da marca. Se calhar dar mais voz às mães, dar mais voz a faixas etárias onde o mimo não é tão natural, não está tão embebido. Existem inúmeras instituições de apoio a crianças em fases muito primárias dos seus estágios de desenvolvimento, e depois chegamos ali a uma fase em que se calhar não há tanto apoio a esses targets. A Mimosa é uma marca que é de todos para todos e, sendo esta marca inclusiva, também se sente na obrigação, enquanto líder do mercado, de estar atento a todos estes focos.

Falou na participação e colaboração com o professor Daniel Sampaio. É uma peça-chave nesta campanha?
Para nós, sem dúvida, é uma peça-chave. Primeiro, porque todo este trabalho surgiu de um trabalho prévio de perceber como é que podíamos trazer o mimo para cima da mesa. O que é, qual é a sua definição. Termos aqui o lado da ciência, também credibiliza e reforça a confiança que os consumidores podem encontrar na marca. O que queremos sobretudo promover é uma discussão onde pais, profissionais de saúde e de educação possam sentar-se à mesa, trocar impressões, debater diferentes pontos de vista sobre o tema, porque todos nós temos as nossas dores e, portanto, aqui o papel destes prescritores da ciência vem reforçar uma ideia que, de outra forma, podia erradamente ser vista, lá está, como algum oportunismo, aproveitamento em termos de comunicação e não é isso que pretendemos de todo.

Além do podcast, quais são as iniciativas previstas para esta campanha que já se percebeu vai durar e que, se calhar, até se vai adaptar consoante os resultados que vão tendo?
Desde logo o que nós vamos ajustar é a cada gama, a cada iniciativa em que a marca vive. Materializando nas nossas ativações de marca, no Vem Lanchar, nos Passeios da família, promover em todas as interações com o consumidor esta visão de que o mimo tem este papel emocional em capacitar adultos e crianças para aquilo que nós acreditamos que é uma sociedade que cuida, mais empática, mais feliz.
E depois, naturalmente, também esperaremos por alguns, eu vou dizer, early stages, algumas análises à medida que o estudo vai decorrendo para nos ir apontando novos caminhos.
Como disse, levar a mensagem ao target escolar é importante, mas não são as crianças as primeiras impactadas a precisar de receber esta mensagem. O nosso papel é muito mais o de educar os pais, os educadores, os profissionais de saúde para a importância deste tema e que passará por amplificar as mensagens em diferentes touch points, no digital numa determinada forma, para toda a cadeia de valor, inclusive clientes e insígnias que se juntam a esta causa, em meios de especialidade, com diferentes linguagens, para também chegar da forma mais adequada àquilo que é, neste caso, o target que queremos impactar.

Já têm previstas algumas ativações na distribuição, parcerias com insígnias?
Ainda não temos. A campanha, ou o teaser deste projeto, foi lançado em outubro que, para nós, é um mês muito importante. Tem o Dia da Alimentação, além do Dia da Osteoporose e para nós também é importante promover uma perspetiva de qualidade de vida em estágio sénior. Aquilo que nós temos sentido é que o grande retalho também tem despertado a curiosidade de perceber que isto não foi apenas uma campanha e o que vem daqui. Portanto, eu acho que vamos ter uma ampla e franca adesão.

O negócio é importante mas esta campanha mostra que mais do que o produto, que tem um preço, é preciso envolver o cliente e estar presente na sua história e memórias. É assim?
Claro que sim. Eu acho que foi muito curioso e vou citar Simon Sinek, porque ele diz que o propósito é o que a marca faz para lá de fazer dinheiro. E eu acho que, de facto, este momento que a marca vive, depois do seu quinquagésimo aniversário, do rebranding que foi tão comentado, precisa deste salto qualitativo e, de facto, é esta relevância cultural que nós procuramos.

E é esse o desafio enquanto gestora de marca?
Falamos de uma marca líder, que tem mais de 200 skus no portefólio e que está presente nas, eu vou dizer, seis categorias lácteas do universo lácteo. Para lá disso até. Portanto, o papel que a marca procura é conquistar o share of heart do consumidor. Nós somos pelo 12º ano consecutivo a marca mais escolhida dos portugueses e queremos ser a mais escolhida e a preferida.
E isto passa por traçarmos objetivos que vão de encontro àquilo que são os temas relevantes para o consumidor, que procura cada vez mais marcas que dêem voz às suas causas, escolhe cada vez mais em função do fit que o consumidor tem com o propósito da marca e para nós é muito claro que, se calhar de uma forma não tão evidente até à data, mas se Mimosa é uma marca que é parte de nós, a marca vê na sua assinatura um reflexo perfeito do que o consumidor vê dela. Mimosa é parte do frigorífico e do coração dos portugueses. Então tem de ser uma marca de todos e inclusiva. E isto implica abraçarmos temas que inicialmente até possam gerar esse desconforto. Sim, não é fácil discutir, falar sobre o mimo. Vamos ouvir sempre que estás a mimar demasiado a criança.
Ser líder também implica continuar a inovar. E inovar não é só em produtos, é em abordagens ao consumidor, é em lançar temas que às vezes possam ser desconcertantes, mas que tragam esta relevância cultural.

É preciso um equilíbrio?
Acho que aqui também há uma componente importante: esta apropriação no mimo é algo que a marca já faz desde sempre, não é um tema novo que a marca decidiu estudar agora. A marca comunica historicamente neste território, está na nossa gênese e a alimentação é fundamental, é um veículo fundamental para levar esta mensagem. Quem é que não gosta do pequeno almoço na cama ou da torrada aparada? Isto traduz-se na linguagem que a marca construiu na sua plataforma, por tudo o que nos alimenta, e nela a marca advoga que nós humanos precisamos de alimento emocional nas nossas vidas, para o nosso bem-estar emocional, e portanto o Mimo entra aí, traduz-se das mais variadas formas, colo, vitórias, histórias, partilhas… E é uma feliz coincidência que seja comum da raiz do nome da marca, Mimo é Mimosa.

O negócio hoje é mais do que a melhor embalagem, do produto em si?
Dada a dimensão da marca Mimosa, é uma marca para todos os targets e, portanto, desde logo, isso também já é naturalmente uma preocupação nossa. Nós somos mais do que a soma dos produtos que temos, sem dúvida. Os atributos são determinantes e vai, desde o primeiro momento, naquilo que é a nossa premissa de desenvolver produtos que sejam nutritivos e acessíveis. É uma inovação que se adapte em termos de proposta de valor, até também em famílias que têm condições socioeconómicas mais desafiantes. Temos essa responsabilidade acrescida pelo papel de liderança, mas o papel da marca é esse, é construir e ter essa voz ativa na sociedade, para temáticas que, se calhar os consumidores, a título individual, não têm tanta expressão para o fazer. E, portanto, é uma preocupação nossa trazer para cima da mesa temas como a saúde mental, o bem-estar. Mimosa atua em diferentes eixos da sustentabilidade de um ponto de vista ambiental social e até económico dada a dimensão que tem no mercado e os produtos que colocam nas prateleiras diariamente. Mas, cingindo-me aqui à perspectiva social, nós temos colaboração com associações desde o Clube Maratonas de Portugal, a Associação Portuguesa de Osteoporose, apoiamos iniciativas sociais como a Associação Acreditar, Crescer Ser, Ajuda de Berço, porque, desde logo para nós a sustentabilidade social ajuda-nos a veicular essas mensagens. Fazem fit com aquilo que são a missão e o propósito da marca, partilham dos nossos valores na promoção de um estilo de vida ativo ou saudável, por exemplo. E portanto, para nós, porque acreditamos que a boa alimentação e não só, é um direito de todos, este impacto social, esta responsabilidade e compromisso social pautam também as nossas iniciativas, o nosso caminho.

Vivemos um contexto difícil para algumas famílias, um campo onde Mimosa tem tido um papel ativo ao longo dos anos. Neste momento têm mais atenção, por exemplo, com o fator preço no ponto de venda, onde as promoções são tão são importantes. Têm essa atenção?
Sem dúvida. A nossa marca abrange todos os targets e isso implica não só targets demográficos, mas também do ponto de vista de rendimento. E portanto, para nós, a proposta de valor tem de ser nutritiva, tem de ter atributos, benefícios funcionais e tem de ser acessível. Seja acessível pela capilaridade que eu tenho no mercado, pela minha distribuição, a presença que eu tenho, mas também com uma proposta de valor que nós achamos justa para aquilo que são os benefícios do produto. O que esperamos desta comunicação, desta estratégia, não é tanto reforçar um bocadinho aquilo que já vinham a ser os nossos apoios a determinadas causas, mas sim também despertar o interesse de outros eixos de intervenção, outras áreas que necessitem do nosso apoio e que até agora se calhar a marca ainda não se tinha apercebido.

Estas parcerias estarão sempre na vossa estratégia?
É algo que a marca comunica historicamente, sempre o fez. Como eu disse, não estamos a apontar um novo caminho, estamos sim a levantar ou a capitalizar em cima daquilo que já é um percurso identitário da marca, propriedades que a marca tem.

E este estar bem, não só a nível da alimentação mas também de saúde mental, é o legado que neste momento Mimosa quer deixar? Estar bem é muito mais do que beber o leite?
Sim, sim. O leite e os lácteos têm um papel inegável naquilo que é o negócio da marca. É desde logo um super alimento. A marca acompanha diferentes gerações que têm uma relação muito diferente com os seus pares, com os seus filhos, nos seus empregos e portanto a alimentação cumpre aqui este papel de crescer com as mudanças da sociedade. Por exemplo, ajustar a nossa proposta para produtos mais on the go. Vivemos um ritmo de vida mais acelerado, mais agitado, mas, ao mesmo tempo, também não queremos abdicar daquele momento, daquela conexão que falávamos à mesa.
Este bem-estar, para lá daquilo que é o papel funcional que a alimentação traz, é o legado que a marca quer deixar. Porque acreditamos que mimo nunca é demais. E o mimo só nos torna adultos mais sensíveis e ao mesmo tempo mais seguros, mais confiantes.

Entrevista publicada na edição 431

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

Alimentar

Em crescimento, setor da panificação aposta em inovação e formatos sustentáveis

Alejandro Lacorte, diretor geral do Grupo Bimbo Portugal, Sofia Miguel, diretora de marketing e comunicação do Grupo Celeste, Deborah Barbosa, CEO da Panificadora Costa e Ferreira, Ivan Mellado, general manager da Puratos, e Tiago Lameiro, diretor de marketing e vendas da Rialto, partilham a sua visão sobre a evolução do mercado, as tendências que vão marcar 2025 e as estratégias das suas empresas para continuar a crescer num cenário cada vez mais competitivo.

O setor da panificação e pastelaria industriais registou um crescimento significativo em 2023, com a faturação a atingir os 1060 milhões de euros, um aumento de 12,8% face ao ano anterior, de acordo com os últimos dados divulgados pela Informa D&B sobre este setor.

As exportações do setor totalizaram 358 milhões de euros, refletindo um crescimento de 14% em comparação com 2022, quando se situaram nos 314 milhões. Espanha manteve-se como o principal mercado externo, absorvendo 40% das vendas ao exterior. Em contrapartida, as importações ascenderam a 647 milhões de euros, um crescimento de 25,9% face ao ano anterior. Espanha destacou-se também como o principal fornecedor, representando cerca de 67% do total importado.

O setor contava com cerca de seis mil empresas no final de 2022, responsáveis por mais de 22 mil postos de trabalho. Apesar do predomínio de empresas privadas de capital nacional, existem concorrentes de maior dimensão integrados em grupos estrangeiros.

A estrutura do setor continua marcada pela presença de pequenas empresas: mais de 85% dos operadores empregam menos de dez pessoas, e apenas oito empresas têm mais de 250 trabalhadores. Nos últimos anos, tem-se assistido a um aumento da quota de mercado das maiores empresas, refletindo um contexto cada vez mais competitivo para os operadores de menor dimensão.

Os dados da Informa D&B evidenciam ainda que a produção do setor cresceu 4,2% em 2023, totalizando 771 milhões de euros. O peso das exportações sobre a produção situou-se nos 46,4%, enquanto as importações representaram 61% do mercado nacional.

“Formatos e embalagens têm um foco estratégico dentro da empresa”

A conveniência e a inovação continuam a ser eixos estratégicos para o Grupo Bimbo Portugal, que tem ajustado o seu portefólio às novas dinâmicas de consumo. Alejandro Lacorte, diretor geral do Grupo Bimbo Portugal, destaca ao Hipersuper que a proximidade com os consumidores tem sido fundamental para entender as suas necessidades e momentos de procura.

Alejandro Lacorte, diretor geral do Grupo Bimbo Portugal

“No Grupo Bimbo temos plena convicção da relevância de acompanhar os nossos consumidores no dia a dia. Com isto em mente, precisamos de ficar muito perto dos mesmos e conhecer a sua jornada. Constantemente temos contacto com os nossos consumidores, entendemos as suas necessidades e temos um foco especial em definir os momentos de procura”, afirma o responsável.

Nos últimos anos, a empresa reforçou a sua oferta com produtos e embalagens pensados para diferentes momentos de consumo, dentro e fora de casa. “Os produtos Wraps e Bagels Bimbo são claramente produtos que propõem novas formas de consumo, saborosas e focadas na satisfação das necessidades de conveniência e praticidade”, refere Alejandro Lacorte.

A inovação em formatos e embalagens tem sido uma das grandes apostas do Grupo Bimbo, permitindo ajustar os produtos às diferentes necessidades dos lares portugueses. “Definitivamente os formatos e embalagens têm um foco estratégico dentro da empresa”, afirma. E explica: “temos um portefólio completo para os nossos pães Bimbo, diversos tamanhos baseados no número de integrantes dos lares portugueses e nas formas de consumo”.

No segmento da pastelaria, a empresa tem apostado em formatos on the go para facilitar o consumo fora de casa. “No segmento de Bolos, as nossas marcas icónicas, Donuts, Bollycao e Mañhazitos, têm apresentações On the Go pensadas para estar presentes com consumidores que fazem refeições fora de casa. Adicionalmente, essas marcas têm produtos familiares e individuais para que os diversos tipos de consumidores possam desfrutar dos nossos produtos”, sublinha.

Novidades a caminho em 2025

A inovação continuará a ser uma prioridade para o Grupo Bimbo no próximo ano. Alejandro Lacorte revela que a empresa já está a preparar novos lançamentos para 2025, reforçando a sua aposta na diversificação do portefólio.

“A nossa missão no Grupo Bimbo é levar alimentos nutritivos, saborosos e de alta qualidade para as mãos dos consumidores portugueses. É por isso que o nosso portfólio está em constante evolução e 2025 não vai ser diferente, vamos ter novidades para os nossos consumidores”, afirma o diretor geral.

A empresa pretende introduzir novidades em praticamente todas as categorias, incluindo produtos desenvolvidos especificamente para o mercado português e outros que já provaram sucesso noutros países onde o Grupo Bimbo opera. “No Grupo Bimbo acreditamos na importância da inovação, teremos novidades praticamente em todas as categorias, tanto produtos desenvolvidos aqui em Portugal quanto produtos que temos em outros países onde o Grupo Bimbo tem presença e que chamam a atenção do nosso consumidor local”, conclui Alejandro Lacorte.

Inovação em formatos e embalagens tem sido um foco estratégico do Grupo Celeste

Sofia Miguel, diretora de marketing e comunicação do Grupo Celeste, fala de um crescimento moderado em 2024, com uma adaptação às novas tendências de consumo, e sublinha que, apesar das mudanças no comportamento dos consumidores, os produtos clássicos continuam a liderar as vendas.

Sofia Miguel, diretora de marketing e comunicação do Grupo Celeste

“O mercado de panificação e pastelaria em Portugal em 2024 apresentou um cenário de crescimento moderado e adaptação às novas tendências de consumo. As vendas registaram um ligeiro aumento. Os produtos clássicos, como o pão tradicional e os pastéis de nata, continuaram a liderar as vendas, mas houve uma crescente procura por opções inovadoras e saudáveis, incluindo a procura por grãos ancestrais e processos de fermentação lenta como a massa mãe”, afirma Sofia Miguel ao nosso jornal.

Na pastelaria, a evolução do mercado reflete duas realidades distintas: “verifica-se, por um lado, a procura de produtos mais saudáveis e que têm impacto na nossa saúde física e mental, mas por outro, continua a existir um grande interesse por momentos de indulgência e experiências únicas.”.

De grãos ancestrais a alternativas vegetais

O Grupo Celeste tem acompanhado a evolução do setor e identifica algumas das principais tendências para 2025. Sofia Miguel destaca que os consumidores continuam a valorizar produtos que conciliam sabor, qualidade e benefícios para a saúde.

“As principais tendências de consumo para 2025 no mercado de panificação e pastelaria incluem: pães integrais (feitos com grãos integrais e fibras), base de plantas (produtos que utilizem ingredientes de origem vegetal, indo de encontro aos consumidores que procuraram alternativas mais saudáveis ou opções vegetarianas e veganas), massa fermentada (massa mãe, de fermentação lenta), ingredientes locais e tradicionais (procura por produtos com ingredientes naturais, orgânicos, onde são valorizados os sabores e as tradições locais) e grãos e sementes (incorporação nos produtos de panificação devido à procura por opções mais nutritivas e funcionais).”.

A responsável reforça que estas tendências refletem uma mudança de mentalidade por parte dos consumidores, que procuram “não só produtos com sabor e qualidade, mas também que ofereçam benefícios para a saúde e o bem-estar, além de atenderem a preocupações relacionadas com a sustentabilidade.”

A inovação em formatos e embalagens tem sido um foco estratégico do Grupo Celeste, com impacto tanto na pastelaria como na padaria. “Ao nível de formatos, verificamos novidades ao nível da pastelaria (croissants de diferentes tamanhos e formatos, fusões entre croissants e cookies, diferentes snacks que combinam os sabores doces e salgados, etc.). Em padaria existe, por exemplo, uma maior procura por pães diferentes nos formatos de forma retangular (pães proteicos, de fibra, com cereais ou centeio)”, explica Sofia Miguel.

A responsável destaca ainda uma tendência para redução do peso e da gramagem dos produtos, aliada a uma crescente preocupação com a sustentabilidade das embalagens. “Surgem embalagens mais pequenas, mais sustentáveis (materiais recicláveis, biodegradáveis e até comestíveis)”, afirma.

Além do fator ambiental, a experiência do consumidor tem sido um ponto-chave na inovação. “Do ponto de vista visual, verificamos cada vez mais a procura por embalagens onde se consegue visualizar o interior, onde o consumidor consegue ver o produto que está dentro da embalagem (embalagens transparentes). A informação contida nas embalagens está também mais simplificada e o design é mais atrativo, mais moderno (instagramável)”, refere Sofia Miguel.

Para a responsável do Grupo Celeste, esta evolução é essencial para que as marcas se diferenciem num mercado altamente competitivo. “Estas inovações melhoram não só a experiência do consumidor, como garantem a diferenciação das marcas num mercado tão competitivo, respondendo à procura dos clientes por produtos únicos e sustentáveis.”

Produtos autênticos e ingredientes nacionais impulsionam inovação

O setor da panificação industrial tem enfrentado desafios, mas também oportunidades de crescimento. Para a Panificadora Costa e Ferreira, 2024 foi um ano de superação e adaptação, marcado por momentos desafiantes e pela aposta contínua na inovação e na valorização da tradição.

Deborah Barbosa, CEO da Panificadora Costa e Ferreira

“O mercado de panificação teve um ligeiro crescimento em 2024, tendo sido impulsionado pela crescente procura por produtos de conveniência e pela inovação contínua no setor, incluindo a introdução de novos produtos e a adaptação às preferências dos consumidores por alimentos mais saudáveis e sustentáveis”, afirmou Deborah Barbosa, CEO da Panificadora Costa e Ferreira.

A Panificadora Costa e Ferreira tem apostado em produtos que aliam tradição e inovação, valorizando ingredientes nacionais e métodos artesanais. Um exemplo desta estratégia foi o lançamento do Pão de Forma com Massa Mãe e Queijo da Ilha, que reflete as tendências de consumo atuais.

“O lançamento do Pão de Forma com Massa Mãe e Queijo da Ilha está alinhado com as tendências de consumo atuais no mercado de panificação”, destaca Deborah Barbosa. A CEO da empresa que produz o conhecido “Pão de Rio Maior” explica que os consumidores valorizam cada vez mais “produtos artesanais e autênticos, confecionados com ingredientes locais e técnicas tradicionais.”

Além disso, há uma crescente procura por produtos mais nutritivos, o que tem levado a Panificadora Costa e Ferreira a desenvolver novas opções adaptadas a esta tendência. “Verifica-se igualmente o aumento da procura por produtos mais nutritivos, evidenciando, assim, a preferência por opções mais saudáveis e por ingredientes naturais”, acrescenta Deborah Barbosa.

Apesar de manter um forte compromisso com a tradição, a Panificadora Costa e Ferreira acompanha as evoluções tecnológicas no setor. Deborah Barbosa acredita que a inovação será um fator determinante para o futuro da panificação: “a integração de tecnologias como impressão 3D e Inteligência Artificial para a personalização de receitas e para a criação de novos formatos de pães são tendências que marcarão também o setor da panificação em 2025”.

A responsável sublinha que a adaptação às novas exigências do consumidor implica uma abordagem equilibrada entre a inovação tecnológica e a preservação dos métodos tradicionais de fabrico.

A aposta na inovação em formatos e embalagens tem sido uma prioridade da empresa, refletindo a necessidade de responder às novas exigências do mercado. “Tem sido um foco estratégico importante para nós” refere.

A empresa tem explorado novas formas de apresentação dos produtos, sempre com o objetivo de melhorar a experiência do consumidor e garantir mais conveniência. “Estamos, constantemente, a explorar novas formas de apresentar os nossos produtos com vista a atender às necessidades dos consumidores modernos, abrangendo, precisamente, a criação de formatos inovadores que tenham em vista melhorar a experiência do consumidor e a conveniência”, explica.

Ano desafiante e a recuperação da empresa

2024 foi particularmente desafiante para a Panificadora Costa e Ferreira, devido ao incêndio numa das fábricas que afetou as operações da empresa. Deborah Barbosa destaca ao Hipersuper que, apesar das dificuldades, a empresa continua a recuperar e a consolidar o seu crescimento.

“2024 ficou marcado pelo incêndio que afetou o nosso rendimento e, como tal, o volume de faturação e os objetivos pensados foram afetados”, revela a CEO da empresa. No entanto, a aposta na exportação tem sido um fator de crescimento, permitindo que a empresa continue a expandir-se no mercado internacional.

“Ainda estamos em fase de recuperação, mas podemos adiantar que temos sentido um aumento nas exportações, impulsionado pela procura internacional por produtos de alta qualidade e autênticos”, conclui Deborah Barbosa.

A frequência de compra aumentou

Ivan Mellado, General Manager da Puratos, destaca que, em 2024, o setor manteve uma tendência de crescimento sustentado, impulsionado pelo comportamento dos consumidores e pela inovação das empresas.

Ivan Mellado, General Manager da Puratos

“2024 continuou a ser marcado por alguma instabilidade em matérias-primas essenciais como os cereais, ovos, açúcar e, sobretudo, chocolate. Apesar disso, e de acordo com os dados da Kantar, ao contrário do FMCG, em Padaria e Pastelaria o comprador está ainda mais regular e mais investidor, apesar das cestas serem menores”, afirma Ivan Mellado.

O responsável da Puratos destaca que o consumidor mantém um comportamento de compra positivo, mesmo após um período de restrição devido à inflação. “O consumidor continua a permitir-se comprar mais vezes um miminho diferente e mais indulgente depois de alguma restrição devido à inflação. A frequência de compra aumentou 3,9% versus 2023”, refere.

A nível de canais, Ivan Mellado aponta que “os hipers e supers, QSR e restaurantes crescem no consumo fora de casa e as Padarias e Pastelarias ganham em frequência.”.

A procura por produtos mais equilibrados nutricionalmente e com benefícios para a saúde tem sido uma das grandes tendências do setor. Ivan Mellado destaca que a aposta na massa mãe e nos alimentos funcionais continuará a ser um dos motores de inovação.

“A saúde e bem-estar foi em 2024 e continua a ser em 2025 uma das grandes tendências de lançamentos. Em panificação, a massa mãe continua a ser um dos ingredientes cada vez mais importante e cada vez mais reconhecido pelo consumidor, não só porque melhora as características do pão, assim como vários estudos apontam para a melhoria da digestibilidade do pão sempre que tem massa mãe”, explica o responsável da Puratos.

Além da massa mãe, a empresa tem apostado no desenvolvimento de pães funcionais, criando produtos adaptados às necessidades específicas dos consumidores. “Os alimentos funcionais são também uma tendência. Este ano lançámos um Puravita Proteico e Brioche Proteico, que é uma categoria em crescimento. Para além disso, lançámos também no início do ano um Puravita que ajuda ao intestino feliz”, revela Ivan Mellado.

A preocupação com o bem-estar intestinal tem sido um fator de inovação. “O equilíbrio do nosso intestino é fundamental para o nosso bem-estar, não só físico como também mental, e a Puratos está muito focada em lançar pães inovadores e que permitam novas alegações de saúde”, acrescenta o responsável.

No segmento da pastelaria, apesar da crescente preocupação com a saudabilidade, a indulgência continua a ser um fator essencial para o consumidor. “Na pastelaria, apesar de saúde e bem-estar ser também uma tendência, a indulgência não deixa de ser essencial para o consumidor. Por isso, muitas vezes, o caminho passa pela oferta de especialidades com porções mais pequenas. Temos por isso em atenção no desenvolvimento dos nossos receituários”, explica Ivan Mellado.

A preocupação ambiental tem sido outro fator estratégico para a Puratos. Segundo Ivan Mellado, os consumidores estão cada vez mais atentos à sustentabilidade das embalagens, o que levou a empresa a investir em soluções mais ecológicas.

“Segundo o nosso estudo Taste Tomorrow, 34% dos consumidores portugueses procuram embalagens recicláveis. Como estamos em fase de mudança de imagem corporativa, procurámos também que os materiais que as compõem sejam cada vez mais sustentáveis”, afirma o responsável.

Além da sustentabilidade, a empresa tem ajustado os formatos das suas embalagens para responder às diferentes necessidades dos clientes. “Para além da sustentabilidade, o formato que oferecemos aos nossos clientes é também fundamental. Como trabalhamos para várias tipologias de clientes, com necessidades diferentes, o formato tem de estar também ele adaptado”, explica Ivan Mellado.

A Puratos trabalha com clientes industriais de grande dimensão e clientes mais tradicionais, o que exige uma abordagem diferenciada. “Temos desde clientes de maiores dimensões, como são os clientes industriais, que valorizam formatos maiores, até clientes mais tradicionais que valorizam embalagens mais pequenas. O formato adaptado é fundamental para facilitar o dia a dia dos nossos clientes, assim como reduzir desperdícios alimentares”, refere

Crescimento em produtos estratégicos e perspetivas futuras

A inovação tem sido uma das grandes responsáveis pelo crescimento da empresa, que registou um aumento significativo nas vendas de produtos estratégicos. “Temos vindo a crescer em produtos estratégicos que efetivamente trazem inovação para o mercado. Em 2024, esses produtos cresceram 24% versus 2023”, revela Ivan Mellado.

O responsável da Puratos reforça que a empresa pretende continuar a investir na inovação e na saudabilidade, assegurando que os consumidores tenham acesso a produtos equilibrados, sem comprometer o sabor e a textura. “Como referimos numa questão acima, este objetivo está relacionado com o compromisso da Puratos na saúde e bem-estar, sem afetar as características fundamentais dos produtos, como o sabor, frescura e textura. Estamos focados para que a área de panificação, pastelaria e chocolate continue a evoluir de forma a podermos oferecer produtos mais equilibrados nutricionalmente”, conclui Ivan Mellado.

Aumento na procura por produtos que unem conveniência e benefícios nutricionais

2024 foi de consolidação para a Rialto, com um forte foco na adaptação às novas dinâmicas de consumo. A empresa identificou um aumento da procura por produtos que unem conveniência e benefícios nutricionais, alinhando-se com as tendências do mercado. Tiago Lameiro, diretor de marketing e vendas da Rialto, destaca esta evolução: “o último ano foi de consolidação para a Rialto, com um forte foco na adaptação às novas dinâmicas de consumo. Identificámos um aumento na procura por produtos que unem conveniência e benefícios nutricionais, como por exemplo produtos à base de farinha de espelta, algo que está alinhado com a nossa estratégia. Além disso, reforçámos a nossa presença no mercado, consolidando parcerias estratégicas dentro e fora de Portugal e explorando novas oportunidades de crescimento.”.

Tiago Lameiro, diretor de marketing e vendas da Rialto

A preocupação com a composição dos produtos e a escolha dos ingredientes tem sido uma prioridade para os consumidores, levando a Rialto a reforçar a sua aposta em produtos diferenciadores e inovadores. “Os consumidores estão cada vez mais atentos à composição dos produtos, procurando opções mais equilibradas e diferenciadoras”, afirma Tiago Lameiro. O responsável destaca que “no mercado de panificação, notamos um aumento de procura na composição primária dos produtos, como a farinha de espelta, por exemplo. É precisamente nesta vertente que desenvolvemos o nosso novo produto, o Forno D’oro Mini Grissinos 100% Espelta, que tem sido um sucesso com um dos nossos principais parceiros – Continente.”.

Além da crescente valorização dos ingredientes, a Rialto está também a acompanhar novas tendências de sabor que têm ganho expressão no mercado. “Observamos uma procura por sabores mais diferenciados. A trufa é um forte exemplo dessa tendência. Posso adiantar que, para atender às necessidades do nosso público, já estamos a desenvolver um produto com este perfil de sabor”, revela.

Inovação em formatos e embalagens como fator estratégico

A inovação em formatos e embalagens tem sido um dos pilares da estratégia da Rialto, permitindo à empresa responder melhor às exigências dos consumidores e diferenciar-se no mercado.

“Sim, a inovação é um pilar fundamental da Rialto. Temos apostado em novos formatos e texturas, respeitando sempre a tradição e qualidade dos nossos produtos. Os nossos Mini Grissinos 100% Espelta e Mini Grissinos Azeitona e Orégãos são bons exemplos dessa estratégia”, afirma Tiago Lameiro.

Além da inovação em produtos, a empresa tem investido fortemente na sustentabilidade das embalagens, um fator cada vez mais relevante para os consumidores. “No que toca às embalagens, temos vindo a trabalhar em soluções mais sustentáveis, com o objetivo de reduzir o impacto ambiental”, refere o responsável da empresa de Aveiro.

A Rialto está envolvida num projeto inovador que visa reduzir o uso de plásticos fósseis na indústria alimentar. “Estamos envolvidos no projeto ‘From Fossil to Forest’, liderado pela The Navigator Company, que visa o desenvolvimento de embalagens e produtos à base de celulose para substituir os plásticos fósseis. Os resultados têm sido muito promissores”, revela Tiago Lameiro ao nosso jornal.

Apesar do aumento dos custos de produção, a Rialto conseguiu manter a sua competitividade no mercado, consolidando as suas vendas e garantindo a estabilidade dos preços para os consumidores.

“A faturação em 2024 foi em volta de 10M€. Um dos maiores sucessos e motivo de satisfação foi o facto de não termos aumentado preços na transição de 2024 para 2025, ainda que grande parte dos custos tenham aumentado. Conseguimos, assim, manter-nos competitivos no mercado e consistentes com o nosso consumidor”, conclui Tiago Lameiro.

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

Bebidas

Consumo de chá cresce

Os resultados da vaga global de 2023 do estudo TGI da Marktest, quantificaram em 4.462 milhões o número de portugueses que consumiram chá em saquetas e/ou em cápsulas nos últimos 12 meses, “o que representa 59.9% dos residentes no Continente, entre os 15 e os 74 anos, e que traduz um aumento face à vaga global de 2022 (que foi de 52.9%)”.

A percentagem de consumidores de chá em saquetas e/ou cápsulas é a mais elevada desde 2017, indicou ainda o estudo TGI da Marktest. Por região, indicava que os residentes no Litoral Norte (62.5%), no Sul (63.7%) e no Grande Porto (62.4%) registaram uma taxa de consumo de chá em saquetas ou cápsulas superior à média.

No Grupo Nabeiro-Delta Cafés, o chá em saquetas mantém-se como a principal oferta no mercado português “uma vez que este formato reflete a tradição e preferência dos consumidores”, explica Patrícia Romano, brand manager Chás do Grupo. Por enquanto, a tendência de consumo de chá em cápsulas é assumida como um complemento ao portfólio global de cápsulas da empresa, “permitindo oferecer uma opção adicional sem comprometer a autenticidade da experiência do chá”.

Patrícia Romano, brand manager Chás do Grupo Nabeiro-Delta Cafés

Para a Delta, que tem no café o seu core de negócios, a oferta de chás não é apenas uma categoria de complemento de produtos. É já uma aposta assumida. Patrícia Romano sublinha qua o mercado de chá em saquetas tem demonstrado crescimento, impulsionado pelo aumento da procura por bebidas naturais e funcionais. “Em 2024, e de acordo com dados Nielsen, a categoria cresceu 4,2% em valor, no canal in-home. Se antes era visto como um complemento a outras bebidas quentes, hoje é uma categoria com identidade própria e um público cada vez mais diversificado”, destaca.

Com este crescimento, a categoria é uma aposta estratégica para a Delta Cafés, “com espaço para inovação e diferenciação”. Nesse sentido, este ano a aposta da empresa vai manter-se no segmento das infusões de ervas e frutas, principal em Portugal. 2025 será também o ano em que irão desenvolver e promover a gama de chás frios Tetley Cold, “reforçando o pilar de inovação da marca” e haverá ainda foco, em termos de funcionalidade, na gama Tetley Superteas, “que se apresenta como solução consciente para quem procura benefícios associados à saúde”, revela a brand manager Chás do Grupo Nabeiro-Delta Cafés.

O estudo TGI da Marktest detalha que são as mulheres que apresentam taxas de consumo de chá superiores às dos homens – 65.6% e 53.7%, respetivamente. Por faixa etária, são os indivíduos entre os 55 e os 64 anos que mais consomem chá (71.3%), seja em saquetas ou cápsulas. Também os indivíduos das classes alta e média alta e baixa e média baixa apresentam uma maior propensão ao consumo destes chás, respetivamente, 65.8% e 60.9%.

Roberto Mulassano, fundador e Diretor Geral da Daily Coffee

A Daily Coffee representa em Portugal a Kusmi Tea, exclusivamente para os canais profissionais, e a Whittington, marcas com diferentes posicionamentos, mas ambas premium. “A Kusmi Tea procurou a Daily Coffee pelo reconhecimento que conquistámos no segmento empresarial e na seleção de clientes premium. A Whittington, por sua vez, faz parte do portfólio do Lavazza Group, o que a torna um complemento natural à nossa oferta”, apresenta Roberto Mulassano, fundador e Diretor Geral da Daily Coffee, acrescentando que a Kusmi Tea é a referência principal da empresa “com uma gama de chás biológicos, saquetas biodegradáveis e certificação B Corp, totalmente alinhada com os valores que procuramos nos nossos parceiros”.

Na Daily Coffee esta é uma categoria ainda de ‘complemento’, mas que tem apresentado “um crescimento sustentável”. Para já, os chás funcionam essencialmente como complemento estratégico às marcas principais, mas o futuro “passa cada vez mais por produtos funcionais e voltados para o bem-estar”, avança Roberto Mulassano. “Teremos novidades entusiasmantes em breve” descortina o fundador e Diretor Geral da Daily Coffee.

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

Entrevista

Paulo Mota: “Na nossa quinta apenas praticamos o Modo de Produção Biológico”

A inovação na Quinta da Caramuja já se traduziu na criação de produtos diferenciados, como o Queijo Kefir Bio e os bombons de chocolate com recheio de Queijo Serra da Estrela. “Estamos sempre a fazer experiências e a testar novos produtos”, assegura Paulo Mota em entrevista ao Hipersuper.

O projeto é recente, mas, fruto da visão e do respeito pelo saber ancestral, os responsáveis pela Quinta da Caramuja viram o seu Queijo de Cabra Bio Conde de Vinhó ser premiado nos World Cheese Awards 2024. A inovação já se traduziu na criação de produtos diferenciados, como o Queijo Kefir Bio e os bombons de chocolate com recheio de Queijo Serra da Estrela.
“Estamos sempre a fazer experiências e a testar novos produtos”, assegura Paulo Mota, responsável pela Quinta da Caramuja, em entrevista ao Hipersuper.

São 70 hectares de uma propriedade agrícola inserida num projeto de agroturismo. A Quinta da Caramuja conta com um rebanho de ovelhas da raça Serra da Estrela e cabras da raça Serrana e pratica apenas o modo de Produção Biológico, com certificação desde o ano 2007. Os produtos que cria, para além da qualidade intrínseca, contribuem para a sustentabilidade da região onde se insere, para a preservação das raças autóctones e para a continuidade do saber fazer. “Na nossa quinta apenas praticamos o Modo de Produção Biológico e estamos certificados desde o ano 2007”, sublinha Paulo Mota.

A Quinta da Caramuja é um projeto de agroturismo? O que os levou a investir nesta quinta e quantos hectares tem?
A Quinta da Caramuja iniciou a sua atividade na agropecuária e, hoje, é um projeto de agroturismo, que alia a atividade agrícola ao turismo, seja com alojamento, seja com visitas à propriedade. Neste momento, contamos com cerca de 70 hectares de propriedade agrícola, dividida por várias culturas. O fato de ter nascido no campo e de ter gosto pela atividade, levou-me a estudar agricultura, tanto no ensino secundário como no ensino superior, portanto, faltava mesmo a ‘terra’ para aplicar os conhecimentos adquiridos.

O projeto inicial foi o turismo rural ou nasceu já com a componente de produção de queijos?
O projeto inicial previa a componente agrícola e de agroturismo. Mais tarde, surgiram os animais, primeiro os bovinos de carne, depois, as galinhas poedeiras. Em 2023, na sequência da compra de outra quinta confinante com a primeira, iniciámos a produção de vinho, de queijo e a produção de leite de ovelha e de cabra para abastecimento da própria queijaria.

Tinham experiência nestas áreas ou foi um ‘começar do zero’?
Até à entrada neste negócio não tinha experiência na produção de queijo, apenas na ótica do apreciador, pois sou grande apreciador de queijo. Também não tinha nenhuma experiência na produção de vinho. Nas restantes atividades da quinta, atividade agropecuária, principalmente, na produção de ovos, tenho muita experiência acumulada. De qualquer forma, a minha formação base permite-me aprender com relativa facilidade sobre as novas atividades da quinta.

O leite é de produção própria? O modo de produção biológica é comum a todos os produtos?
Neste momento temos cerca de 260 ovelhas da raça Serra da Estrela para produção de leite, das quais 30 ainda são borregas – este é o leite que nos permite produzir Queijo Serra da Estrela DOP. Para além das ovelhas, também temos cerca de 160 cabras de raça Serrana, para produzir o nosso queijo de cabra.
Na nossa quinta apenas praticamos o Modo de Produção Biológico e estamos certificados desde o ano 2007. No entanto, alguns animais de produção convencional que comprámos recentemente ainda estão em período de conversão, por isso, não estamos a certificar o Queijo Serra da Estrela como biológico. A nossa expectativa é certificar a partir do próximo alavão, ou seja, a partir da próxima campanha de produção de leite.

Que variedades de queijo produzem? E quantos queijos produzem por ano?
Dentro dos queijos de ovelha, produzimos Queijo Serra da Estrela e Queijo Serra da Estrela Velho. Pontualmente compramos leite para produzir queijo de ovelha amanteigado e queijo de ovelha curado, ou seja, queijo mais duro do que o amanteigado, um queijo específico para quem queira queijo que seja possível cortar à fatia. Quanto ao queijo de cabra, produzimos o queijo fresco, a nossa queijeta e o queijo de cabra curado ou de cura prolongada.
Quanto à quantidade, produzimos ainda poucas unidades pois ainda estamos na fase de acréscimo de produção.

Em que aspetos seguem a forma tradicional de fazer o queijo da região e, por outro lado, que técnicas inovadoras introduziram?
Uma vez que produzimos Queijo Serra da Estrela, temos de seguir o método tradicional e ancestral de produzir este queijo e, obrigatoriamente, temos de respeitar o que está definido no caderno de especificações do produto – caso contrário não poderíamos utilizar a designação Queijo Serra da Estrela, mas sim Queijo de Ovelha. Os únicos processos mais mecanizados na queijaria são o corte da coalhada e a prensagem, os restantes são manuais, desde o enchimento das formas, até à salga e lavagem do queijo.

Em novembro do ano passado viram o vosso Queijo de Cabra Bio Conde de Vinhó conquistar a medalha de Ouro dos World Cheese Awards, depois de já ter sido distinguido no concurso Queijos de Portugal. O que o fez destacar-se, o que tem de diferenciador?
O nosso queijo de cabra é um produto distinto dos restantes. Na minha opinião tem um aroma especial, que se deve a vários fatores. Em primeiro lugar trata-se de um queijo produzido com leite pasteurizado que permite agradar aos consumidores que gostam de queijo de cabra, mas também permite agradar aos consumidores que não gostam deste tipo de queijo, pois a pasteurização retira-lhe alguma intensidade ao aroma a cabra característico deste tipo de queijo.
Em segundo lugar, o nosso queijo é produzido com leite de cabra Serrana, ecótipos Jarmelista e da Serra, uma raça autóctone nacional em vias de extinção, cuja genética também contribui para qualidade do queijo, enquanto outros queijos existentes no mercado são produzidos com leite produzido por cabras de raças seletas, raças estrangeiras.

Em relação à inovação, como surgiu o projeto de produção do Kefir Bio? Porque este queijo e como é feito? Abre portas a outros possíveis clientes?
O Kefir é uma bebida produzida com leite fermentado, com benefícios para a saúde intestinal. É um alimento probiótico. Após pesquisa no mercado, verificámos que o kefir comercializado nos supermercados era todo importado, logo, vimos aqui uma oportunidade pois tínhamos condições para o produzir. Tínhamos pasteurizador de leite de cabra e tínhamos a matéria-prima (o leite de cabra), ainda por cima produzido por animais de raça autóctone. Rapidamente concluímos que tínhamos condições para fazer um produto diferente dos restantes, mais suave, menos ‘amargo’, com características que iriam agradar a mais consumidores. Foi então que decidimos avançar com a produção, ainda que em pequena escala.

Que outros produtos diferenciados lançaram? Como os bombons de chocolate com recheio de queijo Serra da Estrela DOP…
No início de 2024, lançámos os Bombons de Chocolate com recheio de Queijo Serra da Estrela, e, mais recentemente, Queijo Serra da Estrela em Azeite aromatizado e Queijo de Cabra Bio em azeite Bio aromatizado, fruto de uma parceria com o Chef Flávio Silva. Proporcionámos aqui alguns casamentos felizes entre o Chocolate negro 72% e o Queijo Serra da Estrela, o Queijo Serra da Estrela e o azeite e o Queijo de cabra com azeite, aos quais juntamos as aromáticas da Milastas e da Ervas do Zoé, neste caso, dos Biológicos.

Que entraves encontram à produção e comercialização dos queijos? Que apoios são necessários?
É um mercado muito competitivo, com muita oferta, com grande recurso a mão de obra. Por outro lado, são poucos os consumidores que valorizam os queijos provenientes de pequenas produções, ou mesmo os produtos produzidos com recurso a raças autóctones. Como são raças menos produtivas há, naturalmente, um impacto no preço do produto final e o poder de compra da maioria dos portugueses pode ser um obstáculo.

Até onde querem levar a Queijaria da Caramuja? Que investimentos têm projetados?
Vamos continuar a crescer na produção de leite, com mais animais e consequente acréscimo na produção de queijo. Também pretendemos vinificar todas as uvas produzidas na quinta, uma vez que os nossos vinhos monocasta Encruzado e Gouveia têm tido muito boa aceitação. Em relação à atividade turística, pretendemos aumentar a visitação à quinta, com venda direta dos nossos produtos, para isso, estamos a equacionar a requalificação de uma antiga adega da quinta de forma a criar condições para receber grupos maiores.

Os vinhos são também produzidos em modo biológico?
A Quinta da Caramuja está incluída na região do Dão, Sub-Região Serra da Estrela, assim, ambos os vinhos aqui produzidos foram classificados como vinhos do Dão, Sub-Região Serra da Estrela. Quer os monocastas Encruzado e Gouveio, quer o blend das duas castas, têm uvas produzidas em Modo Biológico, ainda que em conversão. Por este motivo ainda não estamos a certificar os vinhos no Modo de Produção Biológico, mas pretendemos comercializar vinho Bio no final do período de conversão, que se espera que aconteça em 2026.

Porque esta aposta nos vinhos?
A produção de vinhos tem a ver com a nossa estratégia de diversificação de produtos, de forma a valorizar o potencial da quinta. Pretendemos oferecer ao consumidor um leque diversificado de produtos, mas que se complementam entre si e que têm um denominador comum: são todos produzidos na Quinta da Caramuja. Desde o queijo até aos vinhos, passando também pelo azeite, todos são produzidos de forma tradicional, respeitando a natureza e valorizando as raças autóctones, em Modo de Produção Biológico e em pequenas quantidades, mas de excelente qualidade. Os nossos produtos são comercializados com duas marcas, a marca Caramuja, no azeite e vinho, e a marca Conde de Vinhó, nos queijos e derivados.

A exportação é já uma realidade? Caso seja, para onde exportam?
Atualmente exportamos pequenas quantidades de alguns queijos para o mercado da saudade, França, Suíça e Luxemburgo.

2025 vai trazer novos queijos?
Estamos sempre a fazer experiências e a testar novos produtos, caso se entenda que algum tem “pernas para andar”, faremos o seu lançamento pois fazemos questão de partilhar aquilo que gostamos com os nossos clientes.

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

Não Alimentar

Pet Festival regressou à FIL e revelou novidades de bem-estar animal

A 13ª edição do Pet Festival – Festival da Família e dos Animais de Companhia contou com a participação de 150 empresas e entidades que deram a conhecer os seus produtos, programas e iniciativas dedicadas ao bem-estar animal.

A mudança na relação de tutores e animais, que se tem tornado mais humanizada e afetiva, levou à criação de novos negócios e ao crescimento das soluções de cuidado animal, visíveis nesta edição do festival.

Aquele que é considerado o maior festival dedicado aos animais de companhia, regressou à FIL – Parque das Nações, entre 31 de janeiro e 2 fevereiro, para mais uma edição que teve desde cães e gatos, aves, répteis e exóticos, equídeos, peixes, roedores, pequenos mamíferos e até animais de quinta.

O Pet Festival – Festival da Família e dos Animais de Companhia contou com um alargado número de expositores, 15 áreas temáticas diversificadas e apresentou algumas novidades na edição deste ano, como uma área de Grooming com mais de mil metros quadrados, seminários com por especialistas de renome e competições oficiais pontuáveis para o ranking internacional da Associação Europeia de Grooming. O festival incluiu também pela primeira vez, concursos de Canicross e Dog Puller, o Parque Pedagógico e a Dog School, onde foram realizados workshops de obediência, mondioring e agility.

A área de expositores contou este ano com marcas de variadas áreas relacionadas com o Petfood e o Petcare.

A Fidelidade marcou presença, pelo quarto ano consecutivo, neste que considera “o principal evento de Pet do país” e o único onde está presente, como referiu ao Hipersuper a brand manager Pet da seguradora. “Chega ao target que nos interessa”, explicou Patrícia Morgado. Durante os três dias do certame, o stand da empresa é procurado por tutores de animais, tanto para pedirem informações, tirarem dúvidas ou subscreverem seguros Pet. Este ano, a Fidelidade esteve também a divulgar a parceria criada com a Nestlé que inclui uma campanha de descontos, tanto para a subscrição de um seguro, quanto para a aquisição de um produto Nestlé das gamas Pet. A seguradora adquiriu em 2024 o serviço Veterinário Sobre Rodas e passou a ter todas as vertentes de acompanhamento dos animais. “Temos estado sempre a crescer e este ano teremos novas formas de chegar aos clientes”, sublinhou Patrícia Morgado.

A mudança na relação de tutores e animais, que se tem tornado mais humanizada e afetiva, levou à criação de novos negócios e ao crescimento das áreas do cuidado animal. A Vetformacion, escola dedicada exclusivamente à formação profissional do Auxiliar de Veterinária, fundada e gerida por médicos veterinários e profissionais ligados ao bem-estar animal, marcou presença no festival pela primeira vez. “É um evento que traz os apaixonados pelo animais, faz todo o sentido estarmos presentes”, começou por referir Inês Costa, da área de gestão da escola em Portugal, acrescentando que a procura por formação na área do Pet care tem vindo a aumentar. “Os nossos cursos têm tido muita procura, as pessoas têm cada vez mais animais e menos filhos”, justifica a responsável revelando que a Vetformacion reúne por ano, cerca de 800 a mil alunos em Portugal e Espanha.

Novo produtos e serviços

A petMaxi marca presença noPet Festival desde o início deste evento que permite “um contato mais direto com o consumidor final”, como explicou Márcia Ferreira, diretora comercial da empresa, que levou ao festival o seu portfólio de marcas. A petMaxi tem no departamento de I&D uma área considerada “muito importante” e um departamento de Qualidade “que está sempre a evoluir” e levou ao certame produtos que exemplificam a aposta na inovação, como é o caso do happyOne Premium Proteína de Insecto. E para 2025, ano em que a empresa celebra o 10º aniversário, está projetado o lançamento de novas referências.

O mercado Pet está em plena expansão e a Kira Pet Lover é disso exemplo. A marca nasceu em 2023, em homenagem à mix de Jack Russell da fundadora, Ana Margarida Soares, que criou uma série de acessórios, como laços, bandanas, tote bags e, mais recentemente, porta documentos e as dog travels em formato de malinha, em tecido turco e impermeáveis por fora. Artigos que levou ao Pet Festival que, afirma, “correu muito bem”, com as tote bags e a dog travel a terem muita procura.

Outra área de negócios a marcar presença na feira foi a dos laboratórios farmacêuticos. A Virbac, que marcou presença pela terceira vez, trabalha exclusivamente a saúde animal, com medicação e complementos, como suplementos, nutrição e desparasitantes, entre outros. À edição deste ano do festival a farmacêutica levou também algumas novidades, como um condroprotetor ou ainda um produto para as articulações em formato de snack. “Não lançamos nenhum produto para o mercado sem estar cientificamente provada a sua qualidade”, assegurou Joana Gomes, Product manager Companion Animals & Sales manager Petfood.

Uma areia inovadora, um snack líquido e um Parque Pedagógico

Já a Always Pet Care lançou no Pet Festival 2025 um produto inovador: uma areia para gatos plant based, super absorvente, que tem como matéria-prima, sub produtos da indústria da soja. “Tudo o que não é aproveitado para bebidas, é utilizado para este produto”, revelou Pedro Cardoso, co-fundador da marca, criada em 2010. A Plant Based Cat Litter é, para já, um nicho de mercado, mas Pedro Cardoso defende que os produtos plant based são “um caminho que temos que trilhar”. No Pet Festival, os objetivos passaram por apresentá-lo tanto aos visitantes particulares, quanto ao público profissional que visitou o certame.

O Pet Festival disponibilizou, pela primeira vez, um Parque Pedagógico, um espaço que promoveu a adoção responsável, com a participação de 25 entidades, entre associações e estruturas de câmaras municipais. Foi dinamizado pela Animalife – Associação de Sensibilização e Apoio Social e Ambiental, parceira institucional da Fil há 12 anos. “Este espeço é importante, porque o número de animais abandonados tem vindo a aumentar. Em 2024 foram mais de 45 mil animais recolhidos, por isso é muito importante o trabalho que as associações fazem”, sublinhou Rodrigo Livreiro, presidente da Animalife, associação de âmbito nacional que criou e gere o Banco Solidário Animal, o Banco Vet, que recolhe produtos veterinários para animais em dificuldade, e o Vet na Rua, lançado em 2020 e focado no apoio a animais de companhia de famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade económica.

A Purina, marca do Grupo Nestlé para o universo Pet tem marcado presença no festival desde a primeira hora, por permitir um contato próximo com o consumidor final. “Trazemos equipas comerciais a pensar no público profissional que vem mais no primeiro dia e nos dois dias seguintes (sábado e domingo) continuamos a apostar nas famílias”, explicou Ana Silva, Marketing Manager Purina. A marca tem tido uma “performance positiva ano após ano e cresceu muito em volume durante a pandemia”, revelou ainda a responsável, acrescentando que tem havido uma grande procura por alimentos de alta nutrição e também de toda a área mix feeding. Nesse sentido, tem trabalhado no reforço da inovação e tem criado tendências, de que é exemplo o lançamento este ano de um novo produto da gama Gourmet, “um produto exclusivo à base de gelatina” que estava a ser comunicado no Pet Festival, revelou a responsável.

De acordo com a organização, o Pet Festival – Festival da Família e dos Animais de Companhia “concluiu a sua 13ª edição com grande sucesso”, tendo em conta o resultado do inquérito de satisfação dos visitantes cuja conclusão refere que “99% afirmou estar satisfeito ou muito satisfeito com a visita, 97% recomendaria a visita a amigos ou familiares e 93% pretende repetir a visita em 2026”.

Citado no comunicado de conclusão, Bruno Ferreira, gestor do Pet Festival, afirmou que “o evento reafirmou-se como ponto de encontro indispensável para os apaixonados por animais e como uma plataforma estratégica para empresas do setor”. A 14ª edição terá lugar de 30 janeiro a 1 de fevereiro de 2026, na FIL.

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

Bebidas

Café: Preços não afetam o aumento de consumidores

O café deverá ser um dos produtos de base com maior aumento de preços este ano, depois de ter registado uma redução de produção a nível mundial. Em 2025, os preços do café mantêm a tendência de subida, com as duas principais variedades, arábica e robusta, a estarem a negociar em máximos. Mas o cenário adverso não impede as empresas de investirem e continuarem a antecipar tendências em Portugal.

Os preços globais do café atingiram um máximo histórico de 349,58 dólares (335,74 euros) meio quilo, em dezembro de 2024. Um aumento impulsionado, principalmente, pelo mau tempo nos principais países produtores de café, como o Brasil e o Vietname. Dificuldades que não impedem as empresas de acompanhar as tendências e responder, ou até mesmo antecipar-se, com novos investimentos.

Pedro Oliveira, CEO da NewCoffee

Na NewCoffee, 2024 foi globalmente positivo. A empresa fechou o ano com um crescimento de 9% nas vendas e ligeiramente menos em volume, “ainda que num contexto de forte pressão sobre as margens, resultante do contínuo crescimento dos preços do café verde”, revela o CEO. “A subida contínua dos preços do café verde acabou também por se repercutir num ajuste dos preços praticados junto do consumidor final, originando uma maior repartição do consumo entre casa, escritório e fora de casa, e uma maior polarização entre um consumo experiencial, onde a exigência do consumidor disponível para pagar é maior, e um consumo mais funcional, onde o consumidor quer gastar o menos possível”, analisa Pedro Oliveira.

Num ano marcado pela subida da matéria-prima, a NewCoffee esteve centrada em organizar a sua estrutura, a oferta e os processos “para estarmos melhor capacitados para atender uma nova realidade que é hoje mais diversa e exigente”, conta o CEO. 2024 foi, por exemplo, o ano da renovação da IFS Food, atribuída pela Global Food Safety Initiative, que certifica a segurança e a qualidade de produtos e processos alimentares, e uma importante certificação para a empresa.

Foco no consumidor premium

A atenção às tendências do consumo é uma constante, com a empresa a ajustar-se às mudanças e, até mesmo, a antecipar-se. Neste momento, a NewCoffee está particularmente focada no segmento de consumidor “cada vez mais sofisticado e exigente com a qualidade, consciente do ponto de vista social e ambiental e apreciador de uma experiência de consumo diferenciada”, revela Pedro Oliveira. Aposta que se traduziu no alargamento da Bogani Prestige, dedicada a espaços de referência no canal HoReCa, uma gama de qualidade superior e materiais de ponto de venda diferenciados.

Ainda em 2024, a empresa reforçou a presença no segmento premium com a gama de cafés sustentáveis ‘La Reserva de ¡Tierra! da Lavazza’, em particular com um lote orgânico e sustentável, 100% certificado pela RFA e totalmente rastreável com suporte em tecnologia blockchain. Tem ainda apostado no desenvolvimento da sua loja histórica de cafés de diferentes origens, a Sanzala Coffee Roasters, e desenvolveu uma gama de Slow Coffee para a marca Bogani.

No canal do retalho o foco está no desenvolvimento e promoção da loja online, ao mesmo tempo que está a reforçar a presença no retalho físico.

Atenção a cafés especiais

O consumo tem vindo a aumentar nos últimos meses, especialmente em grandes mercados como a China e os novos consumidores também influenciam novos hábitos e tendências. “O café é uma categoria que tem estado numa trajetória de valorização e especialização do consumo. Estamos a assistir a uma crescente procura por cafés cada vez mais especiais seja do ponto de vista da sua origem, seja da sua torra, do blend que é desenhado ou mesmo da forma de extração. Os consumidores de hoje demonstram um maior interesse por saber mais sobre o café que consomem, existem cada vez mais coffee lovers”, refere a diretora de marketing e comunicação do Grupo Nabeiro-Delta Cafés. “Em Delta Cafés e em Delta Q, a nossa gama de origens tem um papel fundamental na vertente educacional do café ao permitir um contacto com cafés de características diferentes e que se destinam a consumidores mais experimentalistas e que valorizam o papel da origem no perfil do café”, acrescenta Mónica Oliveira.

Mónica Oliveira, diretora de marketing e comunicação do Grupo Nabeiro-Delta Cafés

A importância deste produto é ainda valorizada, entre outras apostas, pela expansão das lojas ‘Delta Coffee House Experience’. A empresa está também atenta ao crescimento do consumo em casa, hábito que cresceu durante a pandemia e manteve-se depois, e ao “aumento de curiosidade por novas receitas e formatos de consumo, como bebidas compostas e café frio”, como assinala Mónica Oliveira. Nesse sentido, a gama de produtos tem sido reforçada com todas as marcas de café do Grupo Nabeiro “a definirem os seus territórios de oferta em linha com os targets a que se destinam”, explica a responsável.

Na Delta Q, por exemplo, houve o reforço da oferta para consumo em casa através de equipamentos destinados a vários tipos de consumidor.
Já no OOH (Out Of Home), “em resposta a consumidores cada vez mais globais e com o aumento do turismo que traz novos consumidores”, a Delta Cafés incorporou novas formas de consumo como bebidas compostas ou RTD, como é o caso de Go Chill.

Roberto Mulassano, fundador e diretor geral da Daily Coffee

Na Daily Coffee, observa-se, no ambiente corporativo, “um menor número de momentos de consumo, mas com maior intensidade e valorização da experiência”, revela Roberto Mulassano, fundador e diretor geral da empresa.

Distribuidora oficial da Lavazza para o segmento empresarial e de escritórios em Portugal, a Daily Coffee tem nessa marca mais de 60% do seu volume de negócios. Roberto Mulassano sublinha que a Lavazza tem acompanhado essa evolução “com cafés especiais, novas experiências sensoriais e um forte investimento social através da Fundação Lavazza, que apoia comunidades produtoras” e que, para as empresas, lançou uma linha de coffee corners adaptáveis a diferentes espaços de escritório. “Em conjunto com as máquinas de café italianas da Carimali, representadas exclusivamente pela Daily Coffee em Portugal, e as fontes de água premium da Borg & Overstrom, conseguimos criar verdadeiras coffee shops premium dentro das empresas, promovendo o convívio e a cultura corporativa”, assegura.

Investir é o caminho

Em 2025, os preços do café mantêm a tendência de subida, com as duas principais variedades, arábica e robusta, a estarem a negociar em máximos históricos. À agência de notícias Reuthers, especialistas e entidades explicaram que o aumento do preço do café nos supermercados está relacionado principalmente à redução da oferta global do grão diante do impacto de condições climáticas adversas sobre a produção no Brasil e no Vietname.

O cenário é adverso, mas as empresas não deixam de investir. Na NewCoffee o caminho passa pela ampliação da oferta para o segmento premium “com a introdução de uma nova gama Lavazza, que enfatiza a italianidade da marca”, avança Pedro Oliveira. Em paralelo, “e no sentido de mais uma vez ir ao encontro das tendências do consumidor que cada vez mais consome café de diferentes formas”, a empresa vai lançar uma nova gama de bebidas Lavazza no segmento ready to drink. “Bebidas de café tipicamente italianas em versão gelada, ready to drink, ready to pleasure”, revela o CEO. E na marca Bogani serão ainda desenvolvidos novos lotes e promovida a certificação de lotes estratégicos da marca.

No Grupo Nabeiro-Delta Cafés, 2025 será um ano de lançamento de “diferentes novidades no mundo do café”, assegura Mónica Oliveira. Novidades que vão incidir em todos os segmentos onde atuam “e com todas as marcas a dinamizar um conjunto de iniciativas que irão certamente contribuir para uma valorização da categoria de café em Portugal”, complementa.

A responsável recorda ainda o recente lançamento da a Delta Q Iconiq, uma nova máquina que combina um design inovador de linhas minimalistas com um ecrã touch intuitivo e que já conquistou o German Design Award 2025, na categoria de ‘Produto de Excelência’. “A nossa capacidade de antecipar tendências e procurar produtos que correspondam às necessidades e hábitos de consumo é essencial para a nossa relevância no mercado”, define a Diretora de Marketing e Comunicação do Grupo Nabeiro-Delta Cafés.

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O preço da matéria-prima e o aumento do consumo: desafios a ultrapassar

Num artigo publicado no seu site, em dezembro de 2024, o ING Group, instituição financeira global de serviços de banco, seguros e investimentos, defendia que o mercado global de café deverá enfrentar a sua quarta temporada consecutiva de déficit e, a depender dos resultados da safra brasileira de 2025/26, poderá enfrentar um quinto ano de déficit. Mas que desafios traz 2025, tanto na matéria-prima, como na comercialização?
Pedro Oliveira enumera ao Hipersuper vários, mas aponta como mais crítico a matéria-prima, em particular com a escassez e preço do café verde. “As persistentes alterações climáticas e consequentes perturbações na produção café, que geram escassez e pressão sobre os preços”. Também o aumento da procura de café, principalmente por parte dos países asiáticos e do norte da Europa, é outro desafio, já que, segundo o CEO da NewCoffee, “reforçará a escassez de cafés Robustas.
O responsável destaca também as tensões geopolíticas, as políticas protecionistas e as crescentes exigências ambientais nos processos de produção, no sourcing, nos materiais incorporados no produto e na própria gestão de resíduos, “obrigando a fortes investimentos dos torrefatores para serem sustentáveis em toda a sua cadeia de valor”. Sem esquecer o Regulamento Anti Desflorestação da UE que quando for implementado “condicionará igualmente a disponibilidade de café, ao limitar o número de produtores que serão elegíveis para fornecimento à Europa”, alerta.
Por último, o CEO da NewCoffee refere a diversidade de perfis de consumo e de conceitos de café como “um desafio adicional” que obriga a uma “constante adaptação das marcas”. “O Horeca é, cada vez mais, um mercado de nichos e as marcas tem de ter flexibilidade e capacidade de operar, em simultâneo, diferentes propostas de valor e ser, além disso, parceiras na definição e concretização de uma proposta de valor diferenciada, que os clientes profissionais, cada vez mais sofisticados, procuram”, define.

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

Distribuição

Edição 431: Entrevista Lusomorango + Entrevista petMaxi + E-commerce + Mimosa + Café + Panificação + GS1 + Takeaway

A edição de fevereiro do Hipersuper chega com uma nova imagem mas o compromisso de sempre: informação rigorosa e notícias que fazem a diferença.

Estes são alguns destaques do número 431 do Hipersuper que tem uma nova imagem. O compromisso é, no entanto, o mesmo: ser uma fonte de informação de referência, acompanhando as mudanças e trazendo-lhe as notícias que fazem a diferença.

“A ausência de decisões atrasa o desenvolvimento económico do país”
Joel Vasconcelos, diretor-geral da Lusomorango – Organização de Produtores de Frutos Secos, sublinha em entrevista ao Hipersuper que é preciso investir em infraestruturas para garantir a sustentabilidade e a competitividade do setor: “Por cada dia que passa, sem as obras que são necessárias, o país está a perder milhões de euros”.

“Esta é uma empresa que anda sempre à procura de ultrapassar os limites”
100% portuguesa, a petMaxi dá cartas a nível nacional e internacional, na produção de rações para animais de companhia. Fomos conversar com Luís Guilherme, administrador da petMaxi, empresa reconhecida pela inovação, de que é exemplo o uso pioneiro de ovo fresco.

Café: preço não afeta o aumento de consumidores
O café deverá ser um dos produtos com maior aumento de preços, depois de ter registado uma redução na produção. Em 2025, a tendência é de subida de preço mas este cenário não impede as empresas de antecipar tendências.

Mais de 5,5 milhões de portugueses compram online
O crescimento sustentado do e-commerce reflete uma evolução natural dos hábitos de compra. Fernando Félix, CEO da Webcomum, comenta os dados do último estudo da Marktest sobre e-commerce.

Em crescimento, setor da panificação aposta em inovação e formatos sustentáveis
Fomos ouvir Alejandro Lacorte, diretor geral do Grupo Bimbo Portugal, Sofia Miguel, diretora de marketing e comunicação do Grupo Celeste, Deborah Barbosa, CEO da Panificadora Costa e Ferreira, Ivan Mellado, general manager da Puratos e Tiago Lameiro, diretor de marketing e vendas da Rialto, que partilham a sua visão sobre a evolução do mercado e as tendências que vão marcar 2025.

GS1 debateu o impacto da sustentabilidade nas empresas e a aplicação do DRES
Esta nova diretiva foi um dos temas centrais do Congresso internacional de Sustentabilidade da GS1 Portugal. O Hipersuper esteve a acompanhar os trabalhos e falou com o diretor-executivo João de Castro Guimarães.

Na Cas’Amaro o vinho caminha a par com o enoturismo
Vinhos Verdes, Douro, Dão, Lisboa e Alentejo são as regiões onde tem produção vínica mas na base deste projeto está o investimento em enoturismo. Fomos conhecer este projeto que quer continuar a crescer.

Takeaway ganha espaço nas lojas
O segmento de takeaway tem registado um crescimento expressivo. Auchan, Pingo Doce e Continente reforçam as suas apostas, diferenciando-se através da inovação, da produção própria e do compromisso com a sustentabilidade.

“Ser líder implica inovar não só em produtos, mas também na forma como nos ligamos ao consumidor”
Mimo nunca é demais. Em entrevista ao Hipersuper, Beatriz Andrade Ferreira, gestora da Mimosa, explica como a marca quer sensibilizar pais, educadores e a sociedade em geral para a importância do mimo.

“Na nossa quinta apenas praticamos o Modo de Produção Biológica”
Fomos conversar com Paulo Mota, responsável pela Quinta da Caramuja.

Sara Monte e Freitas, Gisela Pires, Cristina Marinhas, Gonçalo Santos Andrade, Ricardo Reis, Chester Wisniewski, David Lacasa assinam os artigos de opinião. Nesta edição ainda a habitual análise da Kantar.

Boa leitura!

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

Alimentar

António Campos: “Vemos o futuro com muita expetativa e ambição”

“Se atingirmos os objetivos de investigação previstos, se estes resultados forem conclusivos, de forma positiva, havendo investimentos com as unidades industriais, estaremos perante uma complementaridade muito grande e saudável no setor alimentar, como um todo”, defende António Campos, Secretário-Geral da Agenda Mobilizadora InsectERA, ao Hipersuper.

Criar um novo setor produtivo de valor acrescentado; instalar unidades bioindustriais, centros de I&D e um centro logístico; conseguir desenvolver 100 novos produtos, processos e serviços; criar 140 novos postos de trabalho; gerar novas cadeias e valor. Estes são os principais objetivos da InsectERA. “Se atingirmos os objetivos de investigação previstos, se estes resultados forem conclusivos, de forma positiva, havendo investimentos com as unidades industriais, estaremos perante uma complementaridade muito grande e saudável no setor alimentar, como um todo”, defende António Campos, secretário-geral da Agenda Mobilizadora InsectERA.

António Campos sabe que este novo setor bioindustrial ainda tem um longo caminho a percorrer, mas não tem dúvidas de que se esse caminhos continuar a ser percorrido, “estaremos perante uma complementaridade muito grande e saudável no setor alimentar, como um todo”.

Em que áreas se concentra o trabalho no âmbito da Agenda Mobilizadora InsectERA?
A Agenda está muito focado na investigação, como suporte ao desenvolvimento de um conjunto de produtos para o mercado, que vai desde os fertilizantes orgânicos, proteína para incorporação em compostos alimentares para os animais, em farinhas para adicionar em produtos alimentares para humanos, até aos bioplásticos e cosmética. Em suma, temos o compromisso de concluir 105 PPS (Processos, Produtos e Serviços).

Que mais valias tem trazido para este novo setor bioindustrial e o que já conseguiu concretizar?
Tratando-se de um novo setor, é fundamental haver capacidade de I&D para analisar e testar, sendo necessária alguma capacidade financeira para percorrer este caminho. Mas alguns não são conclusivos, como é natural, mas os custos de desenvolvimento estão lá. Como concluídos, já temos a introdução da proteína na formulação de rações para cães e fertilizantes orgânicos para as culturas agrícolas, com claras melhorias dos solos, promovendo uma maior sustentabilidade no cultivo agrícola.

Que entraves ou desafios enfrentam este novo setor e os seus players?
Os entraves são mais no que respeita à legislação, dado tratar-se de novos produtos e as regras serem muito apertadas e omissas, em muitas circunstâncias. Há um trabalho em rede com os organismos oficiais, nacionais e europeus, para que tudo seja testado, salvaguardada a segurança alimentar, rastreando-se todo o processo produtivo e que permita criar legislação adequada para o setor.

Que investimentos está realizar e/ou a projetar a Agenda Mobilizadora InsectERA?
De momento o grande investimento está a ser realizado na investigação, com recursos humanos altamente qualificados que estão alocados nos nossos parceiros, quer seja na academia, quer seja nos organismos de investigação. Paralelamente, há uma grande expetativa de passar da demonstração, para a industrialização do produto, para que seja competitivo e tenha uma exploração com dimensão

Que conclusões tiram do I Congresso InsectERA?
Foi muito bom. Foi possível debater duas áreas fundamentais para o projeto, na produção de matéria-prima para alimentação humana e para os compostos alimentares para animais. Ainda existem algumas dúvidas ou dogmas relativamente às alternativas e o Congresso permitiu, de forma aberta e livre, trazer estas questões a debate.

Como vê o futuro desta área da alimentação, tanto a nível humano como animal e ainda noutras áreas?
Vemos o futuro com muita expetativa e ambição de podermos contribuir para uma maior sustentabilidade na produção de muitos produtos, tais como a proteína, utilizando subprodutos, na alimentação das larvas, que apesar de não serem resíduos, não têm um aproveitamento por outras indústrias, como sejam o bagaço de azeitona. Se atingirmos os objetivos de investigação previstos, se estes resultados forem conclusivos, de forma positiva, havendo investimentos com as unidades industriais, estaremos perante uma complementaridade muito grande e saudável no setor alimentar, como um todo. A proteína é fundamental para alimentação humana.

 

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

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