One Business Place: Lisboa encabeça projeto europeu para comércio local
O One Business Place é um projeto promovido pela espanhola DataCentric, financiado por fundos europeus, que quer “colocar no mapa” o comércio tradicional e os serviços de proximidade. Arrancou nas capitais de Portugal, Alemanha e Espanha
Ana Catarina Monteiro
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O One Business Place é um projeto promovido pela espanhola DataCentric, financiado por fundos europeus, que quer “colocar no mapa” o comércio tradicional e os serviços de proximidade. Arrancou nas capitais de Portugal, Alemanha e Espanha
Lisboa, Madrid e Berlim são as primeiras cidades a receber o projeto-piloto europeu para a defesa da economia local One Business Place (OBP), uma plataforma digital vocacionada para dar mais visibilidade a comerciantes tradicionais e prestadores de serviços locais. Depois de lançado em Madrid em outubro passado, o projeto apoiado por fundos comunitários foi apresentado na Câmara Municipal de Lisboa em novembro.
Segundo dados revelados no evento, numa altura em que mais de 70% dos portugueses utiliza a internet, apenas 31,4% das microempresas (com menos de dez colaboradores) têm presença na internet. O que contrasta com a presença digital da quase totalidade (97%) das empresas de maior dimensão (com mais de 250 colaboradores). E de todo o tecido empresarial português, composto por aproximadamente 1 127 000 empresas, mais de um milhão são microempresas. Ou seja, mais de 660 mil empresas lusas não estão disponíveis na internet. Entre as que têm presença digital, por outro lado, foram detetados dados obsoletos e informações erradas.
O objetivo passa por trazer estas empresas para o online e, além de disponibilizar todas as suas informações aos consumidores, de forma correta, sincronizá-las com plataformas de geolocalização de forma a surgirem em qualquer mapa sempre que os consumidores procuram por serviços próximos. Como resultado, espera-se atrair mais jovens e tirar maior partido do crescente fluxo de turismo, trazendo novos clientes ao pequeno comércio com tradição histórica e cultural na capital portuguesa.
“Notamos que os empresários locais acham que, por estarem abertos há 20, 30 ou até mais anos, os clientes já os conhecem. A verdade é que os bairros estão a mudar, atraindo população cada vez mais jovem que não conhece estes espaços e que vai comprar longe algo que poderia comprar ao virar da esquina”, explica António Romero, fundador da DataCentric, empresa espanhola promotora do projeto OBP. Em 2016, a empresa que gere bases de dados e desenvolve soluções tecnológicas recebeu “um milhão de euros” de financiamento, ao abrigo do programa Horizonte 2020, da Comissão Europeia, para implementar esta iniciativa de economia local nas capitais de Portugal, Alemanha e Espanha.
Em Portugal, o projeto supõe um “investimento de cerca de 300 mil euros em infraestrutura tecnológica, dos quais 90% advêm de fundos europeus”, revela ao HIPERSUPER Jorge Simões, responsável pela OBP no País. Além da plataforma, na qual micro e pequenas empresas da capital, assim como as associações empresarias, podem registar gratuitamente dados como morada, contacto e imagem da fachada, o projeto envolve ainda uma aplicação móvel UCG (User Generated Content).
Antes do lançamento, um grupo de 15 estudantes portugueses percorreu em outubro as ruas da capital para promover o projeto e incentivar os pequenos comerciantes a aderir à plataforma. “O registo demora dois minutos”, explica um dos estudantes durante a apresentação. Estes conseguiram angariar um total de “4600 empresas”, número que deve crescer para os 5000 até final de 2017 e pode subir “até 500 mil até 2020”, já que o objetivo é compilar o comércio e serviços locais de todo o País.
“Queremos estender primeiro às principais cidades, nomeadamente Porto, Coimbra e Faro, e depois alargar a todo o País”, explica o Jorge Simões. “Creio que até fevereiro de 2018 teremos já uma base de dados rica em termos de comércio tradicional”.
O projeto estará em teste em Espanha, Portugal e Alemanha até 2020, altura em que deve apresentar os resultados alcançados. O ideal seria depois alargar a plataforma a toda a comunidade europeia. “Queremos que se torne tão grande que as empresas se sintam motivadas a fazer o registo e a interagir entre si e com os consumidores”, dá conta o responsável pela OBP em Portugal.