Marcas próprias absorvem “27% das vendas” do Continente
Em torno da marca própria Continente emergiu, em 25 anos, uma estrutura de mais de 300 produtores, mais de 15 laboratórios externos, para garantir qualidade, e três centros de investigação internos, cujo mais recente inaugurou no final de outubro. Além do fator preço, a marca própria assenta hoje também em inovação
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Em torno da marca própria Continente emergiu, em 25 anos, uma estrutura de mais de 300 produtores, 15 laboratórios externos, para garantir qualidade, e três centros de investigação internos, cujo mais recente inaugurou no final de outubro. Além do fator preço, a marca própria assenta hoje também em inovação
As marcas próprias dos retalhistas representam “metade dos produtos” vendidos nos estabelecimentos comerciais do País. Em valor, uma fatia de “30% da faturação do retalho nacional” diz respeito às vendas das marcas da distribuição.
“Não deve existir um lar em Portugal onde não se consuma produtos de marca própria, cuja diferença de preço face às marcas de fabricante ronda os 30%. Ou seja, as famílias portuguesas podem poupar cerca de 1300 euros por ano ao optarem por marcas da distribuição, tendo em conta que cada agregado familiar envolve, segundo o Instituto Nacional de Estatística, uma média de 2,3 pessoas e gasta menos de cinco mil euros por ano nos espaços de retalho alimentar”, sustenta Pedro Bruno, diretor comercial de marcas próprias da Sonae MC, por ocasião do evento “Open House”. Entre os dias 17 e 19 de outubro, a divisão de retalho alimentar do grupo Sonae abriu as portas de um apartamento em Lisboa decorado com produtos das suas marcas, numa altura em que festeja o 25º aniversário da sua mais antiga marca própria: a Continente.
Foi com o objetivo de oferecer preços reduzidos face às marcas de fabricante que há 25 anos o Continente introduziu nos lineares a sua marca própria. Em um quarto de século, a gama evoluiu de um curto sortido de produtos de necessidade básica para um conjunto de mais de 4000 referências quer percorrem praticamente todas as categorias presentes nos lineares dos supermercados, incluindo artigos “premium” e de alimentação saudável.
Hoje, estes produtos representam para a cadeia da Sonae “cerca de 27% da sua faturação global e 40% do volume de produtos vendidos”, revela o diretor comercial.
No primeiro semestre de 2017, o retalho alimentar do grupo da Maia atingiu um volume de negócios de 1777 milhões de euros, o que traduz um aumento de 5,1% face ao período homólogo tansato.
Um milhão de euros investidos por ano
Um total de 96,4% dos clientes que entram nas lojas Continente compram pelo menos um produto da sua marca, para a qual a cadeia dispensa um orçamento que ronda “um milhão de euros por ano”. A marca da distribuidora agrega, além do fundacional fator preço, a componente inovação. São mais de 250 os novos artigos que o Continente lança por ano, sendo que, regra geral, as novidades valem “5% das vendas da marca própria” no primeiro ano de presença no linear.
Por detrás desta atividade está uma estrutura de “mais de 300 produtores”, 15 laboratórios externos, os quais avaliam e certificam a segurança dos alimentos e qualidade dos processos, e quatro centros internos para investigação e desenvolvimento da marca própria, destinados a adequar as referências ao gosto dos consumidores. “A empresa realiza mais de 25 mil testes individuais, a nível sensorial, por ano”.
O quarto centro da Sonae MC para estudo da marca própria inaugurou “no final de outubro, na zona de Lisboa”, anunciou durante o evento “Open House”, Catarina Aleixo, diretora de Qualidade da divisão. A Sonae MC confirmou posteriormente ao HIPERSUPER que o centro tem uma área aproximada de 120 metros quadrados e integra uma equipa de 18 pessoas, que já faziam parte dos quadros da divisão de retalho alimentar.
A primeira unidade com aquele fim foi inaugurada em 2011, em Carnaxide. A empresa abriu em 2013 na Maia o segundo centro interno de investigação e um ano mais tarde replicou em Gaia o conceito.
Mais de 60% das unidades de produtos Continente vendidos são produzidos no País. Entre janeiro e setembro, foram já comercializadas 255 milhões de unidades produzidas pelos produtores nacionais que fornecem a marca da retalhista alimentar, sublinha a diretora de Qualidade.
“Privilegiamos a produção nacional. Nos primeiros nove meses do ano, comprámos mais de 20 milhões de litros de leite fabricado no País e vendemos 20 milhões de iogurtes feitos com leite português”. Na categoria de papel, que engloba higiénico, rolos de cozinha, guardanapos e lenços, 95% dos produtos é produzido no País.
Por sua vez, Pedro Bruno enfatiza que a categoria de sumos é “a única área com peso relevante” em que a empresa não encontra no País “produtores que forneçam a sua marca própria”. A cerveja, por outro lado, é uma das categorias em que se nota uma menor penetração da marca própria face aos restantes produtos.
A cadeia de distribuição da Sonae reúne a produção nacional na iniciativa Clube de Produtores Continente, sob a qual realiza projetos de colaboração que já deram azo a iniciativas inovadoras de valorização de produtos e produtores. Uma das mais recentes promove a economia circular, através da confeção de “chutneys” e doces produzidos com excedentes de alimentos que perdem valor comercial em dez lojas da cadeia.
*Retificação: na edição impressa de novembro, na qual foi publicado originalmente este texto, o HIPERSUPER escreveu, com base nas palavras proferidas por Catarina Aleixo durante o evento “Open House”, que a Sonae MC detinha três centros de investigação internos para desenvolvimento da marca própria, cujo primeiro inaugurou em 2003. No entanto, após solicitada mais informação, a Sonae MC confirmou hoje (da 6 de novembro) que são quatro, ate à data, e que o primeiro abriu em 2011, em Carnaxide. Pedimos desculpa aos nossos leitores.