Como o diretor-geral da Auchan Retail está a pensar o futuro
Wilhelm Hubner destacou o bom desempenho do negócio em Portugal, onde a empresa estreou este ano o conceito de “ultra proximidade” My Auchan
Ana Catarina Monteiro
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O diretor-geral da Auchan Retail, Wilhelm Hubner, destacou em entrevista exclusiva à publicação espanhola Inforetail o bom desempenho do negócio em Portugal, onde este ano a empresa estreou o conceito de “ultra proximidade” My Auchan, que conta atualmente com três unidades. Este é, para o responsável, o formato de loja “do futuro”, uma vez que “o consumidor o exige, determinado pela concentração de população nas cidades”.
No primeiro semestre do ano, 90% das aberturas da retalhista francesa, dona do Jumbo, dizem respeito a formatos de proximidade que, além de Portugal, é uma aposta da empresa em França, Espanha, Rússia, Hungria, Vietnam, Itália e Roménia. “As expetativas da Auchan Retail são que os nossos estabelecimentos de ultra proximidade registem aumentos de vendas a oscilar entre os 10 e os 15%”, disse o diretor-geral na mesma entrevista.
No primeiro semestre do ano, a faturação “não esteve à altura das expetativas” da empresa em países como “França, Itália e Rússia”. Pelo contrário, em países como Portugal, China, Espanha, Vietname, Senegal e Tunísia o desempenho foi “francamente bom”, realça Wilhelm Hubner.
Depois de uma aumento de 2,1% das vendas nos primeiros seis meses do ano, face ao período homólogo anterior, a distribuidora francesa espera que o crescimento chegue aos 5% no final deste ano.
A empresa anunciou recentemente a uniformação dos nomes das suas lojas em cada país onde opera, sendo que as primeiras mudanças estão a ter um impacto positivo nas vendas. Em Portugal, onde a distribuidora tem as marcas Jumbo, Pão de Açúcar e My Auchan, o responsável disse a jornalistas portugueses que a escolha poderá recair na marca Auchan.
Auchan reinventa hipermercado em França
Quanto aos formatos de hipermercados, o responsável não conjectura a sua morte, explicando que “funcionam muito bem” em países onde o retalho ainda não está muito desenvolvido, enquanto em mercados maduros o formato transforma-se-à para se adaptar às novas tendências de consumo. “É o que está a ocorrer em França, onde o hipermercado representa 80% do nosso volume de negócios”. Segundo Wilhelm Hubner, a Auchan Retail está a reinventar o conceito de hipermercado no seu país de origem, esperando que dê “sinais positivos entre o momento atual e final de 2018”.
Investimento em ecommerce
Na entrevista à Inforetail, Wilhelm Hubner revelou ainda que a empresa tem realizado “grandes investimentos na cadeia de abastecimento para potenciar o desenvolvimento do ecommerce”.
A Auchan Retail quer converter-se em uma operadora “phygital” até 2025. Para já, o negócio de comércio eletrónico está a correr “muito bem” nos países emergentes, sobretudo na China, onde a empresa lançou a venda online de produtos frescos com garantia de entrega em uma hora.
O diretor-geral considera que a experiência em retalho físico é uma vantagem competitiva frente a operadores puramente digitais como a Amazon ou Alibaba, uma vez que os colaboradores da cadeia, que estão agora a trabalhar o canal online, conhecem os produtos e os consumidores. “Operadores como a Amanzon ou Alibaba se limitam a levar os produtos do armazém para casa, não sabem trabalhar em lojas físicas nem em contacto direto com o consumidor”, conclui.
*Notícia alterada às 10h26 do dia 20 de outubro de 2017 – são três as unidades My Auchan existentes à data em Portugal.