Desperdício de bolota em Portugal acima dos €13M. Católica Porto aponta benefícios para a saúde
A Católica Porto descobriu que a bolota, fruto desperdiçado em Portugal, pode ser aproveitado desde os nutrientes até à casca. No passado dia 20 de Março, na Herdade do Freixo, no Alentejo, os responsáveis apresentaram os resultados das investigações, não só das propriedades mas também dos ganhos que os produtores podem ter se melhor aproveitarem o fruto

Ana Catarina Monteiro
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A Católica Porto descobriu que a bolota, fruto desperdiçado em 55% da produção em Portugal, pode ser aproveitado desde os nutrientes até à casca. No passado dia 20 de Março, na Herdade do Freixo, no Alentejo, os responsáveis apresentaram os resultados das investigações, não só das propriedades mas também dos ganhos que os produtores podem ter se melhor aproveitarem o fruto.
A Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Universidade Católica Porto apresentou os resultados de uma investigação centrada na bolota. Os estudos, realizados na bolota de azinheira do montado alentejano, demonstram um elevado valor nutricional da bolota fresca e da respectiva farinha, para o consumo humano, além do potencial económico do fruto.
Durante a investigação, conduzida por Manuela Pintado, investigadora da ESB da Católica Porto e oradora do simpósio “A Bolota: O futuro de um alimento com passado”, foram optimizadas bebidas de café de bolota, sem cafeína, e demonstradas as propriedades antioxidantes, a protecção da oxidação do DNA. Foi igualmente validada a ausência de toxicidade destas bebidas.
Paralelamente, a equipa de investigação desenvolveu uma bebida de bolota fresca “desprovida de amargor” que, além das propriedades antioxidantes, demonstrou, “pela primeira vez, a capacidade de promover o crescimento das bactérias benéficas presentes na nossa microbiota intestinal”.
Além da riqueza em fibra e proteína, perfil de lípidos semelhante ao azeite e ausência de glúten, a farinha da bolota exibe uma “riqueza em compostos antioxidantes”. A Herdade do Freixo, no Alentejo, tem trabalhado várias formulações de pão e biscoitos com “elevado prazo de validade”.
Destaca-se, ainda, que “todos os produtos são adaptados a doentes celíacos”, ou seja, com alergia ao glúten. Finalmente, como da bolota nada se perde, dos resíduos, mais concretamente da casca de bolota, foram produzidos extratos que, pela sua “acção antioxidante e antimicrobiana”, são “promissores no desenvolvimento de cosméticos com acção anti-envelhecimento”.
Potencial económico da bolota
Durante o encontro foi também apresentado o estudo “O potencial económico da bolota em Portugal”, desenvolvido por Miguel Sottomayor, docente da Católica Porto. A investigação conclui que cerca de 55% das bolotas em Portugal, cuja produção se concentra no Norte e no Alentejo, “está a ser desperdiçada”. Este desperdício pode corresponder, segundo certas variáveis estimadas, a cerca de 13,3 milhões de euros.