Entregas ao domicílio, por Pedro Fernandes (Edigma)
“O mercado de entregas ao domicílio está num período de enorme agitação. Inúmeras startups têm entrado neste espaço e estão a desafiar as empresas e os modelos de negócio instalados”
Rita Gonçalves
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Por Pedro Fernandes, Marketing Manager da Edigma
O mercado de entregas ao domicílio está num período de enorme agitação. Inúmeras startups têm entrado neste espaço e estão a desafiar as empresas e os modelos de negócio instalados. Com abordagens ao mercado diferentes das actuais, e muito diferentes entre si também, estamos perante uma nova “corrida ao ouro”, com importantes repercussões para o retalho e distribuição.
A Postmates presta um serviço de entrega de produtos dentro da mesma cidade em menos de uma hora. Para o efeito conta com uma rede de ciclistas que funcionam como taxistas, isto é, recebem uma mensagem com o serviço (local de recolha e de entrega). À data, conta com um investimento a rondar os 7 milhões de dólares.
A Goldbely distribui os melhores pratos norte-americanos por todo o país. Os bagels nova-iorquinos do Zabar’s ou as tartes de amora de Bozeman, Montana, por exemplo, podem ser saboreadas em Las Vegas. Num país de tão rica e variada gastronomia como o nosso Portugal seria interessante poder desfrutar de um serviço destes, e lanchar pastéis autênticos de Chaves e Belém. A Goldbely recebeu já 3 milhões em capital de risco.
A HelloFresh permite aos clientes escolher entre as várias receitas disponíveis (preparadas por nutricionistas) e entrega os respectivos ingredientes em casa. Todas as refeições demoram menos de 30 minutos a preparar, incluem indicações passo-a-passo e requerem apenas utensílios básicos de cozinha. Esta empresa começou por operar no mercado europeu e fechou recentemente nova ronda de financiamento, aumentando para $17,5 milhões o total de capital de risco investido, com o objectivo de aumentar a penetração nos EUA.
A Fluc, com base na Califórnia, tem como alvo restaurantes que não possuem serviço de entrega ao domicílio, a Chewse ($1 milhão) está focada em levar comida aos escritórios e a DoorDash ($2,4 milhões) está neste momento focada em restaurantes mas o seu objectivo é aperfeiçoar o software de gestão logística para poder expandir para outros mercados verticais. E estas são apenas algumas das empresas que estão a entrar neste espaço.
Estes serviços de entrega são altamente benéficos porque permitem que as empresas se concentrem no seu core-business e não se preocupem com actividades que estão fora da sua área de expertise e que muitas vezes não conseguem atingir escala suficiente para se tornarem rentáveis. Desta forma, a empresa externa que se ocupa das entregas consegue dimensão suficiente para apresentar valores atractivos ao consumidor, competitivos aos restaurantes parceiros e estabelecer um negócio sustentável para si própria.
Estes serviços permitem também que os restaurantes consigam expandir o seu raio de acção (especialmente a Goldbely) ou permitem a aquisição de clientes regulares (especialmente a Chewse).
Este é (mais) um fenómeno de inovação em sectores tradicionais através da intervenção tecnológica, neste caso com a criação de plataformas para aquisição e gestão de clientes e entrega de produtos. Num país de dimensão reduzida e com uma herança gastronómica tão vasta, este tipo de serviços seriam uma excelente mais valia ao País. Especialmente se fossem prestados por uma empresa com vastos recursos ao nível da distribuição (equipas, infra-estruturas, frota) e antes de ser privatizada.
Pedro Fernandes
Twitter: @buildinglfstyls