Balanço de 2012 e os desafios de 2013, por Tânia Vicente Coelho (Hays)
2012 foi positivo em termos de recrutamento ou novas contratações para o sector do retalho
Rita Gonçalves
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Por Tânia Vicente Coelho, Senior Consultant & Team Leader, na Hays Recruiting experts in Retail
Se o ano de 2012 constituiu um desafio, o ano de 2013 adivinha-se bastante mais desafiante e o primeiro trimestre ditará as tendências do resto do ano.
É certo que as medidas de austeridade, em sintonia com a elevada carga fiscal, influenciarão em muito o poder de compra e os níveis de consumo dos portugueses, o que poderá levar a uma contínua quebra das vendas no Retalho. De acordo com os números do organismo de estatística europeu, Portugal registou uma quebra de 4,5% no mês de Outubro face a Setembro de 2012, sendo que na comparação anual (com Outubro de 2011) a quebra foi ainda maior, situando-se nos 6,7%. Em Novembro de 2012 a descida foi de 5,2%, tendo Portugal registado a terceira maior queda de vendas a retalho na Europa (revelam os dados publicados pelo Eurostat).
Não podemos deixar de referir a actual situação do Retalho Alimentar, que está a sofrer com a aplicação da taxa de IVA a 23%, o que dificulta a sobrevivência de algumas empresas num mercado em que as margens não geram lucro e as despesas se sobrepõem aos proveitos.
No entanto, embora o sector do Retalho não esteja propriamente estável e se encontre numa situação fragilizada face às consequências da actual conjuntura económica, numa análise mais minuciosa podemos afirmar que o ano de 2012 foi positivo em termos de recrutamento ou novas contratações para o sector.
É um facto que as exportações têm contribuído para contrabalançar o “estado de saúde” da economia, sendo muitas as empresas que viram na exportação/internacionalização uma oportunidade para o seu negócio. Assim, sectores como o dos Vinhos investiram, durante o último ano, na integração de profissionais orientados para a exportação e para a gestão de mercados internacionais. Outros investiram na expansão além-fronteiras, algumas marcas iniciaram o seu processo de internacionalização directamente ou através de parceiros. Os mercados mais apelativos para ambos os casos são a América Latina e o Médio Oriente, não descurando o mercado Africano.
Também os perfis de Marketing Digital/Online têm assumido um papel importante nas empresas (não somente no Retalho, mas nos vários sectores de actividade), como forma de captar novas oportunidades de negócio através do e-commerce e das redes sociais.
Por outro lado, 2012 foi um ano de iberização para as empresas que actuam no mercado nacional; em alguns casos os Departamentos de Marketing foram extintos e alocadas as responsabilidades desta área à sede ibérica em Espanha.
A quebra do volume das vendas do sector originou duas realidades distintas: por vezes, foram extintas as funções de gestão ou supervisão e as equipas de loja reduzidas, como forma de redução de custos. Noutros casos, a quebra das vendas veio acentuar ainda mais a necessidade de recrutar perfis de gestão e supervisão altamente orientados para objectivos, com elevada capacidade analítica e de focus no cumprimento de KPI’s, capazes de gerir eficazmente uma equipa e obter o envolvimento e compromisso de todos. A preparação das equipas de vendas para o produto e para o serviço de excelência tem sido fulcral para fazer face às dificuldades do sector do Retalho.
Todas estas alterações no mercado português têm encorajado os profissionais a procurar desenvolvimento de carreira e melhores condições económicas no estrangeiro. No entanto, esta tendência de emigração pode originar oportunidades para quem permanece no mercado nacional, pois algumas das funções são estratégicas e têm de ser substituídas. Afinal, assim se comprova que até na crise podem surgir oportunidades.
Tânia Vicente Coelho
Senior Consultant & Team Leader
Hays Recruiting experts in Retail