A SAGALEXPO consolidou-se como um evento de referência para a exportação de produtos alimentares portugueses. A edição deste ano promete ser a maior de sempre, com mais de 380 empresas expositoras e 1.100 compradores internacionais vindos de 95 países. Alípio Pereira, diretor comercial da SAGALEXPO, destaca em entrevista ao nosso jornal a importância da feira na internacionalização dos produtos portugueses e na captação de novos mercados.
A SAGALEXPO tem crescido de edição para edição. Que balanço faz da evolução do número de expositores e compradores internacionais?
A SAGALEXPO é único evento feito exclusivamente para a exportação de produtos portugueses, sendo já uma referência no calendário anual das empresas que trabalham empenhadamente neste segmento. Temos conseguido todos os anos ultrapassar as metas que definimos para cada edição e este ano também cumprimos os nossos objetivos: mais empresas expositoras e mais compradores internacionais. Acreditamos que ter as empresas mais reconhecidas e prestigiadas do setor agroalimentar na SAGALEXPO é um chamariz para os empresários internacionais, que à distância entendem este como um evento chave para os seus negócios.
Durante três dias podem reunir com as empresas com quem já trabalham e ainda conhecer novos negócios e produtores. Há um contacto direto entre os decisores que facilita muito o trabalho realizado no decorrer do evento. A cerca de um mês do arranque, estamos muito satisfeitos com as empresas expositoras, que já são mais de 380, e dos compradores vindos de mais de 95 países, a ultrapassar já os 1100 registos confirmados.
Como avalia atualmente o posicionamento dos produtos alimentares portugueses nos mercados externos?
A nossa aposta é diversificar o máximo possível. Como sabemos o setor agroalimentar engloba centenas de categorias e por isso ter o maior número de produtos e marcas em exposição é sempre um objetivo que temos em conta. Sentimos da parte dos compradores internacionais um grande interesse pelo segmento dos vinhos, todos eles, desde branco, tinto, rosé, verde, Porto, espumante. Sentimos de igual forma uma procura específica por conservas certamente pela facilidade de exportação deste tipo de produto e depois produtos de azeite, enchidos, pescado, lacticínios e doçaria, mas mais ligado às diferentes geografias presentes no evento.
Com o crescimento do turismo em Portugal e visita de muitos estrangeiros ao nosso país os produtos portugueses ganharam cada vez mais relevância. Após a viagem, no regresso aos respectivos países esses consumidores voltam a procurar os produtos e referências que tiveram oportunidade de conhecer em Portugal. Esta é a principal missão dos compradores na feira, encontrar aquilo que interessa aos consumidores locais.
Esta edição conta com novos expositores? Qual é o crescimento?
Conseguimos aumentar em 20 por cento a participação de novas empresas expositoras e isto só é possível em primeiro lugar pelo sucesso das últimas edições e pelo interesse dos compradores em produtos e serviços mais diversificados.
Após cada edição fazemos um trabalho detalhado para perceber as preferências dos compradores internacionais para também ir ao encontro das suas expectativas e objetivos. São empresários com negócios em várias geografias, que disponibilizam três dias ou uma semana para estar no nosso evento e sentimentos uma responsabilidade de não defraudá-los. Queremos ter as marcas que todos reconhecem e já trabalham, mas também dar a conhecer aquelas que estão a chegar ao mercado e a destacar-se pela inovação e qualidade da sua oferta.
Há novas categorias de produtos ou tendências de consumo que estão a ganhar peso na feira?
A exportação de alimentos e bebidas de Portugal está a ser moldada por várias tendências. A primeira é a crescente procura por produtos orgânicos e sustentáveis, com consumidores cada vez mais atentos à origem e aos métodos de produção dos alimentos. Alguns compradores internacionais procuram cada vez mais produtos gourmet e pequenas produções de vários sectores, mas que se distinguem pela qualidade dos mesmos.
Quantos e que tipo de importadores internacionais estão confirmados para esta edição? Há novos mercados que se destacam?
Podemos avançar para já que teremos presentes mais de 1100 compradores, vindos de 95 países. É uma lista vastíssima, desde a Diáspora, aos mercados chave para as empresas e as geografias emergentes. Temos os cinco continentes representados na SAGALEXPO através dos compradores internacionais e alegra-nos muito conseguir reunir tantas pessoas, vindas de lugares uns mais próximos outros mais distantes, mas com este objetivo de valorizar os produtos e marcas nacionais.
A marca Portugal é cada vez mais atractiva além-fronteiras. O turismo permitiu ao País e às empresas chegar a mercados que de outra forma não seria possível. Hoje sentir essa procura e interesse é muito satisfatório, tendo em conta que já temos um historial neste tipo de eventos precisamente neste segmento de negócio e sentimos nestes quatro anos uma força e energia que não víamos há muito.

A SAGALEXPO regressa à FIL, em Lisboa, de 28 a 30 de abril
Fazem uma rigorosa avaliação dos importadores presentes. É um dos fatores que diferencia a SAGALEXPO das outras feiras?
Temos uma equipa multifacetada direcionada aos diversos mercados (inglês, francês, entre outros) com critérios muito definidos para escolher os compradores internacionais com mais potencial de realizar negócios. A par da procura intensiva pelas grandes cadeias, importadores e distribuidores, temos um formulário online disponível aos potenciais interessados. Está disponível a todos aqueles com negócios no setor agroalimentar e são depois avaliados pela nossa equipa e confirmada ou não a sua presença na feira. Interessa-nos ter empresários estrangeiros que interessem às empresas expositoras e que sejam ativos no decorrer do evento. Quem visita a SAGALEXPO entende essa dinâmica. Os três dias são muito ativos, com interesse muito grande em degustar, fazer reuniões e realizar negócios. Sentimos essa satisfação de um modo geral por parte da maior parte das empresas que decidiram investir na SAGALEXPO.
A SAGALEXPO é uma feira exclusivamente dedicada a produtos portugueses. Este posicionamento facilita a atração de importadores internacionais?
Ao dedicarmos toda a nossa atenção aos produtos genuinamente portugueses, conseguimos criar uma plataforma que destaca o melhor dos produtos alimentares portugueses, com ênfase na qualidade, na tradição e na autenticidade que caracterizam os sabores de Portugal. Este foco claro e inegociável atrai compradores estrangeiros que sabem que, ao participarem na feira, estão a ter acesso a produtos de excelência que respeitam as melhores práticas de produção e preservam a nossa cultura. Os importadores internacionais reconhecem, cada vez mais, que produtos portugueses são sinónimo de distinção e sabor único, o que facilita a sua integração em mercados externos.
Tem havido interesse de empresas estrangeiras em expor na feira? Alguma vez ponderaram abrir espaço a produtos internacionais ou esse foco será sempre inegociável?
Não ponderámos e não ponderamos abrir espaço para produtos internacionais na SAGALEXPO. Em todas as edições da SAGALEXPO temos recusado espaços de exposição de empresas estrangeiras, este ano não foi exceção, tendo aumentado essa procura.
A identidade da nossa feira está profundamente ligada à promoção dos sabores, tradições e produtos genuinamente portugueses. O nosso objetivo é dar visibilidade à gastronomia do País, com um foco exclusivo naquilo que é verdadeiramente nosso, do regional aos produtos artesanais. Este foco será sempre inegociável, pois acreditamos que a verdadeira essência da feira está em destacar o que Portugal tem de melhor a oferecer, promovendo a autenticidade e a diversidade dos seus sabores. A SAGALEXPO é e continuará a ser, um palco dedicado exclusivamente à excelência da produção nacional.