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Transformação digital no retalho: o papel da inteligência artificial

A inteligência artificial (IA) tem vindo a transformar o setor do retalho de forma acelerada, destacando-se como uma ferramenta essencial para melhorar a eficiência, personalizar experiências de cliente e promover práticas mais sustentáveis. Desde a gestão de cadeias de abastecimento até à descarbonização, a aplicação de IA impacta todas as áreas do setor.

Ana Rita Almeida
I&D

Transformação digital no retalho: o papel da inteligência artificial

A inteligência artificial (IA) tem vindo a transformar o setor do retalho de forma acelerada, destacando-se como uma ferramenta essencial para melhorar a eficiência, personalizar experiências de cliente e promover práticas mais sustentáveis. Desde a gestão de cadeias de abastecimento até à descarbonização, a aplicação de IA impacta todas as áreas do setor.

Sobre o autor
Ana Rita Almeida
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Num cenário cada vez mais orientado pela inteligência artificial (IA) e pela análise de dados, as empresas enfrentam o desafio de tirar partido destas ferramentas de forma eficaz e estratégica. Segundo um estudo recente da McKinsey, 72% das organizações afirmaram ter adotado pelo menos uma tecnologia de IA, mas apenas 25% conseguiram alcançar um impacto significativo nos seus resultados. Adicionalmente, a Gartner prevê que, em 2025, 90% das estratégias empresariais incluirão dados e análises como ativos essenciais.
Para superar este desafio, a Stratesys aposta numa abordagem que combina inovação tecnológica e visão estratégica. De acordo com Beatriz Fernández Alonso, Customer Associate Director da Stratesys, “a inteligência artificial e a análise de dados não devem ser apenas ferramentas operacionais, mas sim motores de inovação e crescimento”.
A integração eficaz da IA e da análise de dados não se limita a uma escolha entre uma abordagem tecnológica ou empresarial, mas requer a fusão de ambas. Este equilíbrio permite criar soluções que maximizam o valor estratégico e asseguram a viabilidade técnica a longo prazo.

A IA como motor de transformação
A inteligência artificial (IA) está a consolidar-se como a tecnologia dominante da próxima década, transformando profundamente a forma como vivemos e trabalhamos. O impacto é global. De acordo com o Bosch Tech Compass deste ano, que envolveu mais de 11.000 inquiridos em países como Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Reino Unido e Estados Unidos, as competências em IA são consideradas essenciais, tanto a nível profissional como pessoal.
Nos últimos quatro anos, verificou-se um aumento expressivo na perceção da importância da IA: a percentagem de pessoas que acreditam que esta tecnologia será determinante na próxima década subiu de 40% para 67%. Na Alemanha, o otimismo em relação ao potencial da IA é ainda mais acentuado, com 72% dos inquiridos a reconhecerem o impacto desta tecnologia, face a 42% registados há apenas dois anos. Noutros países como França (70%), China (69%) e Estados Unidos (68%), os resultados são igualmente elevados.
A crescente relevância da IA está a impulsionar uma maior procura por competências específicas. Segundo o estudo, 71% dos inquiridos acreditam que as competências em IA serão “importantes” ou “muito importantes” no futuro. Na China, 91% das pessoas partilham esta visão, seguidas pela Índia (89%), enquanto nos países ocidentais as percentagens variam entre 56% e 64%.
No contexto profissional, mais de metade das pessoas a nível global já utilizam IA no trabalho, embora este número seja substancialmente mais baixo na Alemanha (45%), em contraste com a China e a Índia (69%). Contudo, a formação em IA ainda é limitada: apenas 25% dos inquiridos afirmaram já ter recebido algum tipo de formação nesta área. Na Índia (57%) e na China (38%), os números são mais elevados, mas em países como Brasil (14%) e França (15%), a percentagem é consideravelmente baixa.
Embora 43% dos inquiridos acreditem que a IA terá um impacto positivo na sociedade, a perceção varia consoante a região. A China lidera o otimismo com 66% dos inquiridos a expressarem uma visão positiva, seguida pelo Reino Unido (53%) e pelos Estados Unidos (41%). No entanto, há preocupações em relação à segurança do emprego. Globalmente, 49% dos inquiridos consideram-se em risco devido à IA, enquanto 51% acreditam que o seu trabalho não será afetado. Estes dados refletem uma divisão significativa sobre o impacto da tecnologia no mercado de trabalho.

Inês Arnal Bergera, diretora de marketing do Burger King Portugal

“No Burger King olhamos sempre para o futuro”
No setor do retalho, a inteligência artificial (IA) tem-se afirmado como uma ferramenta crucial para personalizar a experiência do cliente e promover práticas mais sustentáveis. O Burger King é um exemplo de como a IA está a ser integrada para melhorar operações e fortalecer a relação com os consumidores, mantendo sempre a essência da marca.
De acordo com Inês Arnal Bergera, diretora de marketing do Burger King Portugal, a marca tem vindo a apostar na tecnologia como parte da sua estratégia de evolução e crescimento. “No Burger King olhamos sempre para o futuro para continuar a crescer e a evoluir, o que inevitavelmente passa por estudar as possibilidades oferecidas pela IA. Implementamos continuamente melhorias e atualizações tanto a nível operacional como na forma como nos relacionamos com clientes, tendo sempre como objetivo oferecer-lhes o melhor serviço e a melhor experiência”, afirma em declarações ao Hipersuper.
A empresa tem investido em ferramentas como a app e as redes sociais, que se tornaram canais fundamentais para compreender o perfil dos clientes e oferecer experiências personalizadas. Estas plataformas, suportadas por tecnologias inteligentes, permitem à marca adaptar os seus serviços às necessidades dos consumidores, criando um modelo de comunicação mais próximo e eficaz.
No que respeita à sustentabilidade, o Burger King já utiliza tecnologias baseadas em IA para evitar o desperdício de produtos. “Trabalhamos com tecnologia para evitar o desperdício de produtos, seja através de sistemas de inventários inteligentes, análise de desperdício de alimentos ou tecnologias de conservação de alimentos”, destaca Inês Arnal Bergera.
Apesar da aposta na inovação tecnológica, a diretora de marketing sublinha que o Burger King mantém os seus valores fundamentais. “Apesar de a inovação estar sempre presente, o Burger King respeita a sua essência, as suas origens. Há 70 anos que é uma marca empática, diversificada, generosa… isto significa que transmite uma personalidade honesta e confiante que acolhe sempre seja quem for, pelo que o fator humano continua a ser um dos maiores ativos da marca e uma das melhores formas de partilhar os seus valores.”.

O impacto na logística
Nos últimos anos, o setor da logística tem registado transformações profundas, impulsionadas pela crescente exigência de eficiência e agilidade. Tecnologias como a inteligência artificial (IA) e a automação estão a redefinir a forma como as cadeias de abastecimento são geridas, criando operações mais inteligentes, sustentáveis e eficazes.
De acordo com a HAVI, empresa global especializada em soluções inovadoras de cadeia de abastecimento para o setor da restauração, uma das grandes tendências que vão marcar este setor em 2025 será levar a IA e a automação a novos patamares.
A IA tem desempenhado um papel transformador, sobretudo através do planeamento autónomo, uma funcionalidade que permite ajustar estratégias em tempo real com base em múltiplas variáveis, como a procura e as condições de mercado. Estas capacidades possibilitam tomadas de decisão rápidas e informadas, reduzindo os tempos de resposta e melhorando a eficiência.
Outra área onde a IA está a demonstrar impacto significativo é na otimização dinâmica de rotas, uma solução que contribui para a redução de custos operacionais, ao mesmo tempo que minimiza o consumo de recursos. Além disso, a gestão de stocks e o planeamento de compras têm sido alavancados por sistemas de IA, que garantem maior precisão e ajudam a evitar desperdícios, ao preverem com maior rigor as necessidades futuras.
Por outro lado, a automação complementa a IA ao eliminar tarefas repetitivas, reduzir o erro humano e aumentar a produtividade. Este conjunto de ferramentas não só melhora os níveis de serviço, como também torna as operações mais sustentáveis, um aspeto cada vez mais relevante para o setor.

Paulo Alexandre Silva, diretor de Estratégia e Desenvolvimento de Operações dos CTT

Otimizar a logística e reforçar a experiência do cliente
Os CTT – Correios de Portugal têm apostado na integração de inteligência artificial (IA) nos seus processos logísticos e operacionais, procurando otimizar rotas, prever tendências no comércio eletrónico e personalizar a experiência do cliente. A tecnologia surge como um aliado fundamental para enfrentar os desafios de um setor em rápida transformação, mas sempre em equilíbrio com o papel das equipas humanas.
Paulo Alexandre Silva, diretor de Estratégia e Desenvolvimento de Operações dos CTT, explica que “a inteligência artificial permite a otimização de rotas e planos de distribuição ao analisar grandes volumes de dados em tempo real, incluindo variáveis como tráfego e condições meteorológicas. Esta tecnologia não só torna os processos mais eficientes, como também contribui para a sustentabilidade, ao planear rotas ecológicas e otimizar a utilização de veículos elétricos.”
Os CTT têm vindo a implementar modelos de machine learning que organizam rotas de forma quase instantânea (near real time), considerando fatores como o volume e a tipologia de encomendas, janelas de entrega, utilização de lockers e até a densidade urbana. Paulo Alexandre Silva acrescenta que, no futuro, a IA poderá ainda incorporar variáveis como riscos de não entrega e pontos de entrega alternativos, reforçando a fiabilidade da rede logística.
O responsável afirma que a tecnologia também desempenha um papel importante na prevenção de falhas e manutenção. Protótipos de sensorização nos veículos e equipamentos de sorting, associados a algoritmos de IA, permitem prever problemas antes que ocorram, reduzindo interrupções operacionais e aumentando a eficiência da cadeia logística.
Outro exemplo, diz Paulo Alexandre Silva, é o uso de IA para prever picos de encomendas, antecipando a procura com base em dados históricos e ajustando os recursos necessários para garantir uma gestão adequada de sorting e entregas na last mile.

Comércio eletrónico e entregas rápidas
Com o crescimento do comércio eletrónico e a necessidade de entregas rápidas, os CTT têm vindo a adaptar os seus serviços às novas exigências do mercado. Paulo Alexandre Silva refere que “a IA é essencial para antecipar tendências e personalizar serviços, garantindo que respondemos de forma ágil às necessidades dos consumidores.”
Entre as iniciativas desenvolvidas, destaca-se o serviço CTT Now, que garante entregas em duas horas em Lisboa e Porto, ou no próprio dia noutras localidades de Portugal Continental. O diretor explica ainda que a plataforma Collectt centraliza todos os pontos de entrega e recolha na Península Ibérica, incluindo lojas, agentes Payshop e mais de 1.000 cacifos Locky, que são uma alternativa conveniente e sustentável para os consumidores.
No atendimento ao cliente, Paulo Alexandre Silva afirma que os chatbots, como a assistente virtual Helena, proporcionam respostas rápidas às solicitações dos clientes, otimizando o atendimento sem comprometer a qualidade do serviço.

Um equilíbrio essencial
Apesar do foco crescente na automação, Paulo Alexandre Silva garante que os CTT reconhecem a importância de manter o papel central das equipas humanas na garantia da qualidade do serviço e no atendimento ao cliente. “O objetivo é que a automação funcione como uma ferramenta de apoio, complementando as capacidades humanas, e não como uma substituição”, conclui.
Nos Centros de Produção, tecnologias como IA e robótica processam cartas e encomendas com eficiência, mas os operadores continuam a ser indispensáveis para lidar com exceções, encomendas de formatos irregulares e garantir a qualidade dos processos.
Além disso, os dispositivos móveis utilizados pelos distribuidores fornecem informações em tempo real sobre rotas e notificações de clientes, reduzindo erros e melhorando a experiência dos utilizadores. Para garantir uma transição equilibrada, Paulo Alexandre Silva explica que os CTT promovem programas de formação contínua para as suas equipas operacionais e técnicas, preparando-as para o crescimento da automação e capacitando-as para enfrentar novos desafios.
“O equilíbrio entre automação e equipas humanas não é uma escolha binária, mas uma sinergia necessária”, afirma Paulo Alexandre Silva. Os carteiros e colaboradores das lojas continuam a ser o rosto do serviço, assegurando o contacto humano em situações complexas que a tecnologia ainda não consegue resolver.
A visão dos CTT passa por criar uma experiência multicanal integrada, onde o cliente pode iniciar o processo de envio numa aplicação ou computador e concluir a entrega num locker, com várias opções de pagamento disponíveis. Paulo Alexandre Silva explica que a combinação entre automação, IA e o papel humano é central para alcançar este objetivo, permitindo reduzir os tempos de entrega, aumentar a visibilidade da cadeia logística e garantir um serviço eficiente e de alta qualidade.
“Nos CTT, o cliente tem sempre a escolha final. Estamos a desenvolver alternativas sustentáveis, como o self-service nas lojas, chatbots mais inteligentes e soluções robotizadas no sorting, para criar um serviço que combine eficiência, conveniência e sustentabilidade”, conclui Paulo Alexandre Silva.


O impacto na segurança

A inteligência artificial (IA) continua a progredir de forma acelerada, consolidando-se como uma das principais tendências tecnológicas que vão moldar o setor da segurança nos próximos anos. Segundo a Axis Communications, as novas aplicações de IA generativa (GenAI) começam a amadurecer rapidamente, criando novas possibilidades, mas também desafios éticos, legais e de negócios.
A conclusão é clara: a IA generativa apresenta um potencial significativo no setor da segurança. Por exemplo, pode facilitar a interação dos operadores com soluções de segurança através de linguagem natural, simplificando e acelerando processos. Já as capacidades analíticas baseadas em deep learning prometem elevar o reconhecimento de objetos para um novo nível, permitindo que estas análises sejam realizadas diretamente nas câmaras de vigilância.
Apesar destes avanços, os modelos de IA generativa ainda apresentam limitações práticas, pelo menos a curto prazo, indica ainda a Axis Communications. A execução destes modelos requer uma capacidade elevada de computação e processamento, levantando questões sobre como equilibrar o custo da IA – nomeadamente o investimento financeiro, o consumo energético e o impacto ambiental – com o seu valor efetivo.

O impacto nos pagamentos digitais
O crescimento dos pagamentos digitais a nível global está a transformar o mercado, impulsionado pela adoção de tecnologias que tornam as transações mais rápidas, seguras e adaptadas às preferências dos consumidores. Olhando para 2025, o ecossistema de pagamentos apresenta-se mais digital e flexível, integrando inovações tecnológicas que estão a estabelecer novos padrões de usabilidade e proteção.
“A globalização tem impulsionado a simplificação e rapidez dos pagamentos internacionais. Da mesma forma, novas ferramentas como a inteligência artificial e biometria, que estabelecem novos padrões de segurança e usabilidade, contribuem para um ecossistema de pagamentos mais robusto e eficiente. Paralelamente, novas opções de meios de pagamento, como os pagamentos conta-a-conta (A2A), têm tido cada vez mais relevância, destacando a importância de assegurar níveis de proteção semelhantes aos já existentes”, afirma Rita Mendes Coelho, country manager da Visa em Portugal, em comunicado.

Prevenção de fraudes
Entre as tendências que vão marcar o futuro dos pagamentos, destaca-se a utilização da inteligência artificial (IA) na personalização de experiências de pagamento e na prevenção de fraudes. Com recurso a algoritmos de deep learning, a IA será capaz de analisar padrões de transações em tempo real, identificando potenciais riscos antes que se tornem um problema.
A Visa tem investido significativamente na implementação de soluções baseadas em IA no setor de pagamentos ao longo das últimas três décadas. Nos últimos dez anos, a empresa destinou 3,3 mil milhões de dólares à sua infraestrutura de IA e dados, com o objetivo de reforçar a segurança e eficiência das transações. Em 2023, a Visa introduziu o Visa Protect, uma solução de segurança baseada em IA que já demonstrou impacto na redução de fraudes em diversos tipos de transações, tanto dentro como fora da sua rede.
Também a Mastercard, aposta em inteligência artificial e tokenização para revolucionar pagamentos. De acordo com a empresa, os avanços tecnológicos estão a transformar os comportamentos de consumo, elevando os padrões de simplicidade e segurança. Por exemplo, a empresa prevê que, até 2030, os consumidores não precisarão de introduzir números de cartão, palavras-passe ou códigos únicos para realizar transações online. A combinação da tokenização com a autenticação biométrica e a carteira digital click to pay promete tornar o processo de checkout online tão simples quanto pagar numa loja física.
“A tecnologia está a refinar-se rapidamente, gerando novos casos de uso e até novos modelos de negócio. À medida que estas inovações se consolidam, assistimos a uma integração cada vez maior de mais pessoas e empresas na economia digital”, refere a Mastercard.
As pequenas empresas desempenham também um papel crucial na transformação dos pagamentos digitais. Durante a pandemia, muitas conseguiram prosperar graças à rápida adoção de pagamentos eletrónicos e do comércio digital. No entanto, a presença online é apenas o início.

Cláudio Pimentel, CIO da Cofidis

Ética e personalização
A inteligência artificial (IA) está também a transformar o setor financeiro, trazendo benefícios significativos na personalização de serviços, automatização de processos e aumento da segurança. Na Cofidis, esta tecnologia é vista como um aliada para melhorar operações e reforçar a relação com os clientes, mantendo sempre uma abordagem ética e humana.
De acordo com Cláudio Pimentel, CIO da Cofidis, “a inovação e a tecnologia só fazem sentido quando estão ao serviço das pessoas”. “A IA ajuda-nos a melhorar os nossos processos e a garantir decisões mais seguras e rápidas, mas sempre mantendo a proximidade e a atenção que cada cliente merece”, garante.
Embora a Cofidis ainda não aplique IA diretamente na análise de risco, recorre a modelos estatísticos que garantem explicabilidade e transparência nas decisões. Segundo Cláudio Pimentel, “estes modelos têm-se mostrado eficazes na avaliação de risco e na prevenção de endividamento excessivo, respeitando também as exigências da regulamentação europeia, como o IA ACT, que nos obriga a ser cuidadosos na análise dos aspetos éticos relacionados com a concessão de crédito”.
Por outro lado, a IA é utilizada noutras áreas do processo, como o reconhecimento ótico de caracteres (OCR), que acelera a análise de documentos submetidos pelos clientes, e na prevenção de fraudes digitais, um problema crescente em Portugal. Além disso, a tecnologia permite identificar o momento ideal para propor soluções de crédito personalizadas, garantindo que estas respondem de forma eficaz às necessidades de cada cliente, sempre com respeito pela privacidade e condições individuais.
A automatização é uma das áreas onde a IA tem trazido benefícios tangíveis. Ferramentas como o OCR reduzem erros manuais e aceleram o tempo de resposta aos clientes, permitindo uma validação mais rápida da informação e a apresentação de propostas de crédito ajustadas. Apesar do uso de IA, a Cofidis mantém o fator humano como elemento central. “Se surgirem dúvidas ou for necessária uma análise mais aprofundada, a nossa equipa de especialistas intervém pessoalmente, garantindo a atenção e o cuidado que nos caraterizam”, explica Cláudio Pimentel.
No atendimento ao cliente, a empresa está a trabalhar na utilização de IA para apoiar os colaboradores, por exemplo, através da transcrição e análise de chamadas. Este tipo de tecnologia permite identificar dúvidas ou intenções dos clientes e melhorar a qualidade do atendimento, mantendo os elevados níveis de serviço da Cofidis.
“Embora atualmente não utilizemos IA generativa para atendimento direto, estamos a explorar formas de colocar a tecnologia ao serviço dos nossos colaboradores, otimizando processos e garantindo que continuamos a oferecer um serviço empático e de qualidade”, sublinha Cláudio Pimentel.
A integração da inteligência artificial no setor financeiro enfrenta vários desafios, particularmente no que toca à ética, transparência e confiança no relacionamento com os clientes. Para a Cofidis, garantir uma abordagem centrada nas pessoas é fundamental. “A tecnologia pode otimizar processos, tornando-os mais simples e seguros, mas nunca pode perder de vista o impacto que tem nas pessoas”, destaca Cláudio Pimentel ao nosso jornal. Entre os principais desafios, o responsável apontou a necessidade de dados fiáveis e consistentes para alimentar as soluções de IA, a transparência na recolha e uso dos dados dos clientes, e a mitigação de potenciais vieses nos modelos, de forma a garantir decisões justas e inclusivas.
Além disso, o cumprimento de regulamentações como o RGPD e o futuro IA ACT é uma prioridade, assegurando que todas as soluções tecnológicas são sólidas, éticas e sustentáveis. “Dispomos de uma governação forte e de uma estratégia de IA bem definida, que nos permite respeitar os princípios éticos, a privacidade dos nossos clientes e a necessidade de mitigar vieses”, afirma.
Apesar dos desafios, a Cofidis vê um futuro promissor com a aplicação responsável da inteligência artificial. “Acreditamos que, com uma aplicação responsável e centrada nas pessoas, a IA trará benefícios não só para o setor financeiro, mas sobretudo para os nossos clientes, parceiros e colaboradores, criando soluções mais personalizadas e acessíveis”, conclui Cláudio Pimentel.

Este artigo foi publicado na edição 430

Sobre o autorAna Rita Almeida

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Vinhos de Trás-os-Montes mostram-se no Algarve

O Trás-os-Montes em Prova, um evento organizado pela Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes (CVRTM), chega ao Algarve, pela primeira vez

A Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes (CVRTM) leva a Vilamoura, a 05 de abril, o Trás-os-Montes em Prova. É a primeira vez que se realiza no Algarve.

A CVRTM refere que este evento é “uma oportunidade única para profissionais da distribuição, canal Horeca, jornalistas, sommeliers e público em geral saberem mais acerca dos vinhos desta região, já conhecidos pelo seu ADN, autenticidade e caráter único”.

Entre as 15h e as 20h, no hotel Tivoli Marina Vilamoura, o Trás-os-Montes em Prova vai dar a provar mais de 100 referências de 17 produtores transmontanos. Os bilhetes custam 10 euros e vão estar disponíveis para compra no local do evento.

“Esta já era uma vontade antiga e, este ano, decidimos avançar e desafiar os produtores de Trás-os-Montes a rumarem até ao sul, para dar a conhecer os seus melhores vinhos. Foi desta forma que nasceu a primeira edição do evento Trás-os-Montes em Prova no Algarve, um mercado aliciante e em crescimento, onde a expressão dos vinhos de Trás-os-Montes é ainda reduzida”, diz Ana Alves, presidente da CVRTM. ”Temos a expetativa de que este evento seja bem acolhido por todos os algarvios, já que é uma oportunidade incrível para conhecer e degustar os vinhos de Trás-os-Montes com vistas para o oceano”, acrescenta.

São estes os produtores em prova:
Casa do Joa
Casa José Pedro
Encostas de Sonim
Flandório
Ninho da Pita
Palmeirim D’Inglaterra
Parapente
Quinta das Corriças
Quinta de Arcossó
Quinta do Salvante
Quinta Recomeço
Quinta Serra d’Oura
Quinta Vale dos Montes
Terras de Mogadouro
Villela Seca
Vinho dos Mortos
Vinhos Mont’alegre

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

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AEP pede prioridade para “principais projetos que asseguram o crescimento do país”

Inquérito da AEP avança que 90% das empresas considera que a crise política em Portugal pode afetar “significativamente” ou “muito significativamente” a atividade das empresas

A Associação Empresarial de Portugal (AEP) “encara com muita preocupação as consequências da atual situação política, a que se vem juntar toda a instabilidade e incerteza que vivemos a nível internacional”, destaca num comunicado assinado presidente do Conselho Geral, José Manuel Fernandes, e pelo presidente Conselho de Administração, Luís Miguel Ribeiro, onde revela alguns resultados de um inquérito que tem em curso.

Segundo os resultados do ‘Impacto económico das perturbações geopolíticas para 2025′, cerca de 90% das empresas associadas da AEP considera que a crise política em Portugal pode afetar “significativamente” ou “muito significativamente” a atividade económica das empresas.

A AEP indica o atraso na execução dos fundos europeus, a desconfiança dos investidores face à instabilidade política (“com impacto na realização de investimentos em território nacional”), o risco de aumento dos juros da dívida pública portuguesa (“penaliza a despesa do Estado”), a Administração Pública ’em standby’, os  atrasos em projetos, como a Alta Velocidade (“negociações são complexas e ainda estão em curso”), como os principais impactos na economia, na atividade das empresas e na revisão da lei laboral (“que poderá estar em causa”).

Os empresários acrescentam que as eleições antecipadas previstas para maio aumentam o cenário de incerteza, “já advertido pela AEP como pejorativo para as empresas e a economia portuguesa”. Desse modo, a associação defende que a prioridade, tanto do Governo em gestão, como de todos responsáveis políticos, deve ser a priorização dos principais projetos “que asseguram o crescimento do país, nomeadamente, a célere implementação dos fundos europeus”.

“A necessidade de recorrer a eleições, após um ano de Governo, não é benéfico e não é uma decisão que deva ser tomada com leviandade. Encontramo-nos num cenário em que sucessivas crises políticas – três eleições legislativas em três anos – podem afetar a credibilidade do país, com consequências na capacidade de atrair investimento estrangeiro e no crescimento da economia portuguesa”, alerta.

Em conclusão, os associados da AEP dizem esperar que os políticos “façam tudo o que está ao seu alcance para evitar riscos acrescidos para o país”, já que os riscos de natureza externa, “que existem, e são muitos, esses não os podem controlar”.

Sobre o autorHipersuper

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Beatriz Andrade Ferreira
Beatriz Andrade Ferreira, gestora da marca Mimosa
Entrevista

Beatriz Andrade Ferreira: “Ser líder implica inovar não só em produtos mas também na forma como nos ligamos ao consumidor”

Mimo nunca é demais. É esta a mensagem que a Mimosa pretende reforçar com a campanha multimeios que lançou ainda em 2024. Em entrevista ao Hipersuper, Beatriz Andrade Ferreira, gestora da marca, explica como a Mimosa quer sensibilizar pais, educadores e a sociedade em geral para a importância do mimo no desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças e adultos. Através de várias iniciativas, a Mimosa procura consolidar o seu papel na vida dos consumidores, promovendo uma cultura de cuidado e empatia.

Fotografia Frame It

O que é que motivou esta campanha?
A marca Mimosa tem uma legitimidade natural para estudar o mimo. A verdade é que há uma tensão social que denigre, no senso comum, a perceção do mimo. E isso leva a que existam perceções erradas que enviesam o papel do mimo na alimentação e na vida das pessoas. E, para a Mimosa, cuidar está na sua missão desde sempre. Porque a Mimosa acredita que uma boa alimentação vai além daquilo que é a nutrição. Portanto, o cuidar e o mimo estão na sua essência desde sempre e isto implica continuar a ter essa relevância cultural para os consumidores.
Quantas vezes nós não encontramos na alimentação um escape, uma motivação. Celebramos aniversários à mesa, estou triste e refugio-me num self treat ou estou feliz, então mereço aquele guilty pleasure.
Portanto, a alimentação tem várias vertentes, desde logo o cuidar, escolhendo alimentos que nutrem o nosso corpo, com saúde, com vitalidade. Por outro lado, o lado do prazer, promovendo experiências gastronómicas agradáveis e, por fim, a conexão, o partilharmos refeições com pessoas que nos são queridas criando aqui laços emocionais. É aí que o mimo entra, ou seja, o mimo pode ter várias conotações e para nós a mais relevante é a relacional. É o mimo de cuidar dos outros e que se traduz por afago, por delicadeza, por carinho.
Para a Mimosa fazia todo o sentido estudar esta ligação, estudar a importância que o mimo tem através da alimentação e nas gerações futuras. Porque aquilo que nós queremos enquanto marca líder é continuar a ter este, digamos, papel ativo na sociedade.
  

É uma campanha que envolve todas as gerações, todos os que rodeiam as crianças?
Isto é um caminho estratégico para a marca que claramente não se esgota em headlines publicitárias. Aquilo que nós sabemos é que já há evidências estatísticas que apontam para uma nova perceção do mimo, falamos muito de parentalidade ativa e positiva. Uma marca com mais de 50 anos de história, é intergeracional e aquilo que nós queremos é evidenciar a importância do mimo nas diferentes fases da vida dos consumidores. O que sentimos é que esta abordagem comunicacional também tem de se materializar em diferentes projetos e iniciativas para ganhar vida.

E, por isso, não é uma campanha de comunicação com um período delineado?
Exatamente. A campanha foi um despertar de interesse para o tema, nós fizemos uma primeira abordagem directa ao consumidor. Também trouxemos o tema para cima da mesa, credibilizando, aliando-nos à ciência, com a colaboração com o Professor Dr. Daniel Sampaio, que é um psiquiatra experiente. Dedicámos um tema, um episódio de um podcast exclusivamente ao Mimo, no episódio do Professor Drº Daniel Sampaio ‘O Nosso Andar Para Ti’. E no digital, tentando captar por aqui, consciencializar a sociedade, com uma plataforma que também é muito consumida por um target mais jovem, fizemos ao contrário: entrevistas mimadas onde o protagonista era a criança para, de alguma forma, desconstruir esta visão do mimo sob o prisma do adulto. Porque o que vemos são pais da minha geração com crianças pequenas e pais de outras gerações que fizeram os adultos de hoje em dia. Estas diferenças geracionais também se traduzem em visões muito distintas sobre o mimo.

E também é a Mimosa muito atenta ao que se passa, porque hoje a forma de educar é claramente diferente…
A marca Mimosa é uma marca que tem a sustentabilidade social no seu ADN e esse impacto social está na nossa génese. E é muito engraçado o que diz: existe aquele provérbio de que é preciso uma aldeia para educar uma criança e aquilo que nós vemos é, gradualmente, um maior envolvimento dos pais no educar das novas gerações.
E, portanto, Mimosa tem um trabalho muito próximo, seja com, neste caso, o consumidor final, mas também junto de outros stakeholders, outras figuras que são importantes no desenvolvimento de um target infantil e depois em idade adulta. Temos um programa educativo que é o Mimosa Porquê?, que impacta cerca de 10 mil crianças, onde promovemos uma boa pedagogia alimentar, comportamentos conscientes para um planeta melhor, um estilo de vida ativo. Temos também outras iniciativas, como é o caso do Passeio da Família Mimosa ou Vem Lanchar, porque de facto o que sentimos é o que aponta: há cada vez mais um maior envolvimento dos pais em preocuparem-se com o papel que o mimo tem no desenvolvimento cognitivo, desde logo, e no desenvolvimento de competências sociais e emocionais das crianças.
Não existem estudos que apontem que demasiado mimo estraga. Existem sim adultos com feridas emocionais por ter recebido mimo a menos. E portanto, este tema para nós é determinante.
E, sobretudo, aliado à alimentação, no sentido que muitas vezes, isto é cultural, está a realizar na nossa cultura portuguesa, nós cuidamos dos outros, nós mimamos os outros através da alimentação sem nos apercebermos. Vemos os adolescentes, que são aqui um target difícil, que passam uma fase difícil do seu desenvolvimento. Vemos muitos temas hoje em dia, de relações, muitas vezes complicadas, de adolescentes com a comida, com o seu corpo. Portanto para nós também era importante promover esta boa alimentação porque o bem-estar emocional é fundamental naquilo que é o nosso desenvolvimento enquanto pessoas. A alimentação não tem de ser saudável e não prazerosa, ou vice-versa. Eu posso comer uma coisa que me sabe bem, sem ter aquele sentimento de culpa e temos noção de que uma boa alimentação passa por nos mimarmos a nós e aos outros.

Sobre o estudo: qual é o seu objetivo? Que dados pretendem tirar?
Nós fizemos esta primeira abordagem e os resultados deste primeiro são muito curiosos porque, de facto, permitam-me a expressão, ‘levantam a lebre’ para a importância deste tema. 70% dos consumidores defende que, dos consumidores que respondem ao estudo, defende que o mimo é bom, mas são os mesmos consumidores que 60% respondem que o mimo estraga. E, portanto, aquilo que nós quisemos foi de trazer este cunho médico-científico, com a colaboração do Professor Drº Daniel Sampaio, para, de alguma forma, estudar mais aprofundadamente, trazer mais rigor e robustez.
E o que esperamos é que estes resultados, em primeiro lugar, nos permitam ouvir mais e novas necessidades dos consumidores, para ajustarmos cada vez mais a nossa proposta de valor àquilo que são as suas preferências, mas também apontem novos eixos de intervenção da marca. E aqui que evidenciem se calhar algumas faixas etárias onde o mimo está mais esquecido, por exemplo nos idosos ou na fase da adolescência.

Isto porque todos precisamos de mimo? Crianças e adultos? É isso que também querem trazer para a discussão?
Sim, sensibilizar a sociedade. Mimosa vive da brand idea, que é a mãe depois da mãe. Somos a primeira marca que o bebé deveria consumir a seguir ao período de aleitamento materno. E isto é uma opinião até ligeiramente enviesada, porque é pessoal, de que muitas vezes na sociedade de hoje em dia a mãe ainda se responsabiliza demasiado e acaba por não receber mimo. Portanto, para nós são determinantes os resultados deste estudo para apontar que estes novos projetos e iniciativas que venham de eixo de intervenção da marca. Se calhar dar mais voz às mães, dar mais voz a faixas etárias onde o mimo não é tão natural, não está tão embebido. Existem inúmeras instituições de apoio a crianças em fases muito primárias dos seus estágios de desenvolvimento, e depois chegamos ali a uma fase em que se calhar não há tanto apoio a esses targets. A Mimosa é uma marca que é de todos para todos e, sendo esta marca inclusiva, também se sente na obrigação, enquanto líder do mercado, de estar atento a todos estes focos.

Falou na participação e colaboração com o professor Daniel Sampaio. É uma peça-chave nesta campanha?
Para nós, sem dúvida, é uma peça-chave. Primeiro, porque todo este trabalho surgiu de um trabalho prévio de perceber como é que podíamos trazer o mimo para cima da mesa. O que é, qual é a sua definição. Termos aqui o lado da ciência, também credibiliza e reforça a confiança que os consumidores podem encontrar na marca. O que queremos sobretudo promover é uma discussão onde pais, profissionais de saúde e de educação possam sentar-se à mesa, trocar impressões, debater diferentes pontos de vista sobre o tema, porque todos nós temos as nossas dores e, portanto, aqui o papel destes prescritores da ciência vem reforçar uma ideia que, de outra forma, podia erradamente ser vista, lá está, como algum oportunismo, aproveitamento em termos de comunicação e não em se que nós pretendemos de todo.

Além do podcast, quais são as iniciativas previstas para esta campanha que já se percebeu vai durar e que, se calhar, até se vai adaptar consoante os resultados que vão tendo?
Desde logo o que nós vamos ajustar é a cada gama, a cada iniciativa em que a marca vive. Materializando nas nossas ativações de marca, no Vem Lanchar, nos Passeios da família, promover em todas as interações com o consumidor esta visão de que o mimo tem este papel emocional em capacitar adultos e crianças para aquilo que nós acreditamos que é uma sociedade que cuida, mais empática, mais feliz.
E depois, naturalmente, também esperaremos por alguns, eu vou dizer, early stages, algumas análises à medida que o estudo vai decorrendo para nos ir apontando novos caminhos.
Como disse, levar a mensagem ao target escolar é importante, mas não são as crianças as primeiras impactadas a precisar de receber esta mensagem. O nosso papel é muito mais o de educar os pais, os educadores, os profissionais de saúde para a importância deste tema e que passará por amplificar as mensagens em diferentes status points, no digital numa determinada forma, para toda a cadeia de valor, inclusive clientes e insígnias que se juntam a esta causa, em meios de especialidade, com diferentes linguagens, para também chegar da forma mais adequada àquilo que é, neste caso, o target que queremos impactar.

Já têm previstas algumas ativações na distribuição, parcerias com insígnias?
Ainda não temos. A campanha, ou o teaser deste projeto, foi lançado em outubro que, para nós, é um mês muito importante. Tem o Dia da Alimentação, além do Dia da Osteoporose e para nós também é importante promover uma perspetiva de qualidade de vida em estágio sénior. Aquilo que nós temos sentido é que o grande retalho também tem despertado a curiosidade de perceber que isto não foi apenas uma campanha e o que vem daqui. Portanto, eu acho que vamos ter uma ampla e franca adesão.

O negócio é importante mas esta campanha mostra que mais do que o produto, que tem um preço, é preciso envolver o cliente e estar presente na sua história e memórias. É assim?
Claro que sim. Eu acho que foi muito curioso e vou citar Simon Sinek, porque ele diz que o propósito é o que a marca faz para lá de fazer dinheiro. E eu acho que, de facto, este momento que a marca vive, depois do seu quinquagésimo aniversário, do rebranding que foi tão comentado, precisa deste salto qualitativo e, de facto, é esta relevância cultural que nós procuramos.

E é esse o desafio enquanto gestora de marca?
Falamos de uma marca líder, que tem mais de 200 skus no portefólio e que está presente nas, eu vou dizer, seis categorias lácteas do universo lácteo. Para lá disso até. Portanto, o papel que a marca procura é conquistar o share of art do consumidor. Nós somos pelo 12º ano consecutivo a marca mais escolhida dos portugueses e queremos ser a mais escolhida e a preferida.
E isto passa por traçarmos objetivos que vão de encontro àquilo que são os temas relevantes para o consumidor, que procura cada vez mais marcas que dêem voz às suas causas, escolhe cada vez mais em função do fit que o consumidor tem com o propósito da marca e para nós é muito claro que, se calhar de uma forma não tão evidente até à data, mas se Mimosa é uma marca que é parte de nós, a marca vê na sua assinatura um reflexo perfeito do que o consumidor vê dela. Mimosa é parte do frigorífico e do coração dos portugueses. Então tem de ser uma marca de todos e inclusiva. E isto implica abraçarmos temas que inicialmente até possam gerar esse desconforto. Sim, não é fácil discutir, falar sobre o mimo. Vamos ouvir sempre que estás a mimar demasiado a criança.
Ser líder também implica continuar a inovar. E inovar não é só em produtos, é em abordagens ao consumidor, é em lançar temas que às vezes possam ser desconcertantes, mas que tragam esta relevância cultural.

É preciso um equilíbrio?
Eu acho que é o equilíbrio, naturalmente, entre no final do dia, os resultados têm de aparecer, certo? Acho que aqui também há uma componente importante: esta apropriação no mimo é algo que a marca já faz desde sempre, não é um tema novo que a marca decidiu estudar agora. A marca comunica historicamente neste território, está na nossa gênese e a alimentação é fundamental, é um veículo fundamental para levar esta mensagem. Quem é que não gosta do pequeno almoço na cama ou da torrada aparada? Isto traduz-se na linguagem que a marca construiu na sua plataforma, por tudo o que nos alimenta, e nela a marca advoga que nós humanos precisamos de alimento emocional nas nossas vidas, para o nosso bem-estar emocional, e portanto o Mimo entra aí, traduz-se das mais variadas formas, colo, vitórias, histórias, partilhas… E é uma feliz coincidência que seja comum da raiz do nome da marca, Mimo é Mimosa.

O negócio hoje é mais do que a melhor embalagem, do produto em si?
Dada a dimensão da marca Mimosa, é uma marca para todos os targets e, portanto, desde logo, isso também já é naturalmente uma preocupação nossa. Nós somos mais do que a soma dos produtos que temos, sem dúvida. Os atributos são determinantes e vai, desde o primeiro momento, naquilo que é a nossa premissa de desenvolver produtos que sejam nutritivos e acessíveis. É uma inovação que se adapte em termos de proposta de valor, até também em famílias que têm condições socioeconómicas mais desafiantes. Temos essa responsabilidade acrescida pelo papel de liderança, mas o papel da marca é esse, é construir e ter essa voz ativa na sociedade, para temáticas que, se calhar os consumidores, a título individual, não têm tanta expressão para o fazer. E, portanto, é uma preocupação nossa trazer para cima da mesa temas como a saúde mental, o bem-estar. Mimosa atua em diferentes eixos da sustentabilidade de um ponto de vista ambiental social e até económico dada a dimensão que tem no mercado e os produtos que colocam nas prateleiras diariamente. Mas, cingindo-me aqui à perspectiva social, nós temos colaboração com associações desde o Clube Maratonas de Portugal, a Associação Portuguesa de Osteoporose, apoiamos iniciativas sociais como a Associação Acreditar, Crescer Ser, Ajuda de Berço, porque, desde logo para nós a sustentabilidade social ajuda-nos a veicular essas mensagens. Fazem fit com aquilo que são a missão e o propósito da marca, partilham dos nossos valores na promoção de um estilo de vida ativo ou saudável, por exemplo. E portanto, para nós, porque acreditamos que a boa alimentação e não só, é um direito de todos, este impacto social, esta responsabilidade e compromisso social pautam também as nossas iniciativas, o nosso caminho.

Vivemos um contexto difícil para algumas famílias, um campo onde Mimosa tem tido um papel ativo ao longo dos anos. Neste momento têm mais atenção, por exemplo, com o fator preço no ponto de venda, onde as promoções são tão são importantes. Têm essa atenção?
Sem dúvida. A nossa marca abrange todos os targets e isso implica não só targets demográficos, mas também do ponto de vista de rendimento. E portanto, para nós, a proposta de valor tem de ser nutritiva, tem de ter atributos, benefícios funcionais e tem de ser acessível. Seja acessível pela capilaridade que eu tenho no mercado, pela minha distribuição, a presença que eu tenho, mas também com uma proposta de valor que nós achamos justa para aquilo que são os benefícios do produto. O que esperamos desta comunicação, desta estratégia, não é tanto reforçar um bocadinho aquilo que já vinham a ser os nossos apoios a determinadas causas, mas sim também despertar o interesse de outros eixos de intervenção, outras áreas que necessitem do nosso apoio e que até agora se calhar a marca ainda não se tinha apercebido.

Estas parcerias estarão sempre na vossa estratégia?
É algo que a marca comunica historicamente, sempre o fez. Como eu disse, não estamos a apontar um novo caminho, estamos sim a levantar ou a capitalizar em cima daquilo que já é um percurso identitário da marca, propriedades que a marca tem.

E este estar bem, não só a nível da alimentação mas também de saúde mental, é o legado que neste momento Mimosa quer deixar? Estar bem é muito mais do que beber o leite?
Sim, sim. O leite e os lácteos têm um papel inegável naquilo que é o negócio da marca. É desde logo um super alimento. A marca acompanha diferentes gerações que têm uma relação muito diferente com os seus pares, com os seus filhos, nos seus empregos e portanto a alimentação cumpre aqui este papel de crescer com as mudanças da sociedade. Por exemplo, ajustar a nossa proposta para produtos mais on the go. Vivemos um ritmo de vida mais acelerado, mais agitado, mas, ao mesmo tempo, também não queremos abdicar daquele momento, daquela conexão que falávamos à mesa.
Este bem-estar, para lá daquilo que é o papel funcional que a alimentação traz, é o legado que a marca quer deixar. Porque acreditamos que mimo nunca é demais. E o mimo só nos torna adultos mais sensíveis e ao mesmo tempo mais seguros, mais confiantes.

Entrevista publicada na edição 431

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

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Tavira Plaza recebe nova loja da iServices

O Centro Comercial Tavira Plaza gerido pela Widerproperty, continua a reforçar a sua oferta de serviços com a chegada da iServices.

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Loja Natura abre no Alma Shopping com último conceito da marca

A aposta na nova insígnia visa melhorar a experiência do cliente oferecendo novas tendências e proporcionando uma oferta única a quem visita o Alma Shopping.

O Alma Shopping, Centro Comercial gerido e comercializado pela CBRE, inaugura esta sexta-feira, uma nova loja – a Natura, localizada no Piso 1 com uma área de 160 m2.

O novo espaço da marca chega ao coração da cidade de Coimbra com um conceito de loja que remete para os ambientes exóticos e étnicos de onde emanam os seus artigos, assim como o cuidado com a sustentabilidade do planeta, pela escolha dos materiais.

A Natura é uma marca fundada em 1992 e destaca-se no mercado pela oferta diversificada de produtos, desde roupa, calçado e acessórios, a gifts e decoração de casa, assim  como produtos de bem estar, tendo os seus ambientadores de casa com um aroma inconfundível como uma das imagens de marca.

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Beira Douro Cafés renova imagem do pack de 100 cápsulas compatíveis com Nespresso

A nova imagem foi pensada para despertar o desejo visual e sensorial, destacando a autenticidade do espresso Beira Douro – cremoso e intenso, fiel à tradição da marca.

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Vinho da Ervideira considerado ‘Best of Show’ no Mundus Vini 2025

O Conde D’Ervideira Branco de Inverno 2021 foi premiado com Medalha de Ouro e arrecadou um dos cinco ‘Best of Show,’ no Concurso Mundus Vini Spring Tasting 2025

A empresa vitivinícola do Alentejo conquistou Medalha de Ouro e título de ‘Best of Show’ no Concurso Mundus Vini Spring Tasting, com o vinho Conde D’Ervideira Branco de Inverno 2021, na categoria de vinhos brancos. O concurso  é um dos mais prestigiados a nível internacional e uma das maiores provas cegas do sector vinícola, e realizou-se no final do mês de fevereiro, na Alemanha.

Duarte Leal da Costa, diretor executivo da Ervideira conta que esta referência do portefólio da Ervideira é baseada na casta Antão Vaz e “tem trazido para uma região tipicamente de vinhos tintos, os melhores prémios do mundo em vinhos brancos. “Ficamos muito orgulhosos deste resultado, conscientes da qualidade dos nossos vinhos, e acreditamos que só tem vindo a ser possível alcançar estes resultados devido à nossa consistência e vontade de fazer melhor, todos os dias”, acrescentou.

Por detrás de Conde D’Ervideira Branco de Inverno 2021 está uma vinha de Antão Vaz plantada em solos de xisto na propriedade de Monte da Ribeira. As uvas são colhidas à noite, ficam em maceração pelicular a frio, cerca de oito horas, passando depois por uma decantação por frio, seguindo-se a fermentação em barricas de carvalho húngaro, onde estagiam durante um ano, com battonage semanal.

“Alentejo significa vinho tinto, mas como todas as regras têm as suas exceções, é a exceção que confirma a regra e, neste caso, a Ervideira confirma. Embora o ex-libris da nossa marca seja o vinho Invisível, aquele que foi o primeiro vinho branco de uvas tintas em Portugal, a marca que mais se tem destacado com maior reconhecimento nos diferentes concursos é o Conde D’Ervideira, tendo já sido o Campeão do Mundo, ou seja, o melhor branco do mundo a concurso, naquele que é considerado o melhor concurso de vinhos brancos – Mundus Vini”, conclui Duarte Leal da Costa.

 

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Vinhos Messias chegam ao mercado pela José Maria da Fonseca Distribuição

A José Maria da Fonseca Distribuição reforça o seu portefólio com a comercialização dos vinhos das Caves Messias, histórico produtor da região da Bairrada, numa parceria que terá início no próximo mês de abril.

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“A entrada dos vinhos Messias no portefólio da nossa distribuidora é mais um passo na consolidação da JMF Distribuição como uma referência no mercado nacional. Com uma oferta de Espumantes, vinhos do Porto e vinhos tranquilos de enorme qualidade, as Caves Messias vêm acrescentar valor e permitir apresentar aos nossos parceiros uma gama ainda mais completa de marcas icónicas. A procura por bons espumantes portugueses tem aumentado nos últimos anos, passamos a estar presentes em duas grandes regiões vinícolas com o Dão e a Bairrada, e o Vinho do Porto é um símbolo do nosso país. Mais do que razões para estarmos satisfeitos com esta parceria. A marca Messias tem já uma presença importante no nosso mercado, nomeadamente no canal Horeca, mas tem ainda um enorme potencial de consumidores para conquistar”, sublinha Paulo Costa, diretor geral da José Maria da Fonseca Distribuição.

“Vem também reforçar o cariz de empresa familiar que faz parte do nosso ADN. Será um enorme desafio, que toda a equipa já está a abraçar com entusiamo, energia e dedicação” acrescenta.

“Esta parceria é bastante relevante para nós e acreditamos que será fundamental para alavancar as vendas em território nacional e elevá-las a um novo patamar. Partilhamos com a família Soares Franco os mesmos valores e forma de estar no setor e consideramos que isso será um dos fatores relevantes para uma parceria de sucesso”, afirma Paulo Marques, administrador da Sociedade Agrícola e Comercial dos Vinhos Messias, S.A.

 

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Corrida Mimosa Dia do Pai convida famílias a celebrar data especial com desporto e diversão

Com partida marcada para as 9 horas na Avenida Norton de Matos, em Matosinhos, esta iniciativa convida pais, filhos e toda a família a partilharem um momento ativo e saudável.

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No próximo domingo, 16 de março, Matosinhos recebe mais uma edição da Corrida Mimosa Dia do Pai, um evento que alia desporto, convívio e celebração familiar. Com partida marcada para as 9 horas na Avenida Norton de Matos, esta iniciativa convida pais, filhos e toda a família a partilharem um momento ativo e saudável.

Os participantes podem escolher entre duas opções de percurso: corrida cronometrada de 10 quilómetros para os mais competitivos e caminhada de 5 quilómetros, ideal para todas as idades.

As inscrições já estão abertas e podem ser feitas online, sublinha a marca em comunicado.

A Corrida Mimosa Dia do Pai surge na sequência do Passeio da Família Mimosa, realizado no último fim de semana, que reuniu 3 494 participantes num evento marcado pela animação e espírito de partilha.

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Nestlé Professional transforma borras de café e cápsulas recicladas em mais de 17 000 cadeiras de esplanada

Desenvolvidas pelas marcas Buondi, Sical, Tofa e Christina, estas cadeiras apresentam dois modelos inovadores: m modelo composto por 15% de borras de café e 85% de plástico reciclado e outro que incorpora cerca de 150 cápsulas Nescafé Dolce Gusto recicladas por unidade.

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A sustentabilidade no setor horeca ganha um novo impulso com a mais recente inovação da Nestlé Professional: cadeiras de esplanada produzidas a partir de borras de café e cápsulas recicladas. A iniciativa, que se insere na estratégia de economia circular da empresa, resulta na produção de mais de 17 000 cadeiras, que serão distribuídas por Portugal Continental, Açores e Madeira, informa a empresa em comunicado.

Desenvolvidas pelas marcas Buondi, Sical, Tofa e Christina, estas cadeiras apresentam dois modelos inovadores: m modelo composto por 15% de borras de café e 85% de plástico reciclado e outro que incorpora cerca de 150 cápsulas Nescafé Dolce Gusto recicladas por unidade.

Com esta iniciativa, a Nestlé Professional elimina a utilização de plásticos virgens, dando um passo significativo para atingir a meta de redução de 1/3 desses materiais até 2025. Além disso, cada cadeira contará com informações sobre a circularidade dos materiais, reforçando a sensibilização dos consumidores para a importância da reciclagem.

“Queremos que as pessoas, para além de apreciarem um bom café, se sintam parte da transformação sustentável das nossas marcas.” afirma Jorge Silva, marketing manager da Nestlé Profissional.
Já Hugo Silva, sustainability delivery manager da Nestlé, sublinha que “a inovação na sustentabilidade é quando aproveitamos algo que seria desperdício e o transformamos em valor. Sente-se, literalmente, na prova de que a mudança já está a acontecer, onde reaproveitamos materiais que já fizeram parte da nossa cadeia de valor, reintroduzindo-os para produzir estas cadeiras de esplanada.”.

O projeto foi concretizado em parceria com a Bio4Plas, empresa especializada na reciclagem de cápsulas de café e desenvolvimento de biocompósitos, e com a Plásticos Joluce, responsável pelos testes e produção das cadeiras. Os materiais reciclados provêm do programa Recaps, uma iniciativa nacional de recolha e reciclagem de cápsulas de café.

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