Pobeira é uma cerveja com alma do Norte e um objetivo de internacionalização
Em pouco mais de um ano no mercado, Edgar Gonçalves e Artur Giesteira levaram a sua cerveja artesanal para lá da Póvoa de Varzim e implantaram-na no Norte. “Acreditamos que a cerveja artesanal deve ser um produto acessível a todos e não apenas um produto de nicho”, destaca Edgar Gonçalves ao Hipersuper.
Ana Grácio Pinto
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O nome não deixa dúvidas: ser uma homenagem as raízes Poveiras dos seus criadores e o sotaque típico nortenho. Mas em pouco mais de um ano no mercado, Edgar Gonçalves e Artur Giesteira levaram a sua cerveja artesanal para lá da Póvoa de Varzim e implantaram-na no Norte. A Pobeira deu-se a conhecer em eventos pelo país, conquistou prémios, iniciou a exportação e iniciou uma estratégia de consolidação no mercado nacional. “Acreditamos que a cerveja artesanal deve ser um produto acessível a todos e não apenas um produto de nicho”, destaca Edgar Gonçalves ao Hipersuper.
A Cerveja Pobeira é ainda uma jovem marca de cerveja artesanal. Lançada por Artur Giesteira e Edgar Gonçalves, depois de cerca de quatro anos de desenvolvimento, aposta num setor de produtos diferenciados e numa promoção de proximidade, que inclui a presença em vários eventos, particularmente em festivais de cerveja.
Contam que em 2020, durante a pandemia, testaram sete estilos de cerveja “sempre com feedback positivo dos amigos e familiares”. Em 2022, realizaram um teste industrial de 1500 litros, que esgotou em três meses e foi o impulso para regressarem a Portugal e lançarem, na sua Póvoa de Varzim, a Cerveja Pobeira, em 2023.
Pelo caminho, houve “uma longa mas muito interessante pesquisa de mercado para definirmos onde posicionar a marca – canais de venda, segmentos de preços, identidade visual, a nossa estratégia de entrada no mercado e o nosso portfólio de cervejas que iriamos trazer para o mercado numa fase inicial”, recorda Edgar Gonçalves.
O portfólio é composto pela Beach Lager – “que remete para as praias lusas”, e que sete meses depois de ter chegado ao mercado conquistou o 3º lugar na categoria Lager no Concurso Nacional de Cervejas Artesanais de 2023, um prémio foi atribuído por um júri composto por especialistas nacionais e internacionais. Foram criadas também a Nata Stout – “um hino em forma de cerveja ao icónico pastel de nata, apresentando notas complexas de café e chocolate”, a Carnation Red Ale – que “celebra os 50 anos do 25 de Abril”, e a Surf Session IPA, lançada no verão de 2024, que a marca levou a três festivais de cerveja, “esgotando o stock em todos eles”, detalha Edgar Gonçalves.
No seu segundo verão de atividade, a marca marcou presença em quatro festivais de cerveja, sendo a mais jovem a ser convidada para os dois dos principais festivais nacionais, Porto Beer Fest e ArtBeer Fest, em Caminha. Este ano deverá ainda ser lançada uma edição especial de Natal, “uma garrafa especial decorada com um branding alusivo à época festiva”, disponível através da loja online da marca e em certos espaços físicos, avança o co-fundador da marca.
“Acreditamos que a cerveja artesanal deve ser um produto acessível a todos e não apenas um produto de nicho pelo que apostamos em cervejas que privilegiam o equilíbrio e a ‘drinkability’, mantendo sempre um toque único dentro dos estilos em que se enquadram”, defende.
Abrir uma fábrica e internacionalizar
No verão de 2024, e comparativamente ao verão de 2023, a marca registou um crescimento de 90% nas vendas, duplicou os pontos de venda e triplicou o número de cidades em que está presente. Os fundadores avançam ainda que em termos de produção, a Pobeira registou um aumento de 150% e a loja online registou números bastante interessantes, contando já com mais 150 clientes registados de oito distritos diferentes.
A internacionalização é um objetivo estratégico, pelas oportunidades de crescimento e de reconhecimento no estrangeiro. Em abril deste ano, iniciaram a exportação, com a entrada em França e têm na Suíça e no Luxemburgo os próximos mercados-alvo. “Estes são os mercados prioritários, mas estamos também a avaliar oportunidades noutras regiões onde exista uma forte comunidade portuguesa”, revela Edgar Gonçalves, assumindo que o chamado ‘mercado da saudade’ é uma aposta importante e onde também procuram ativamente parcerias. “Nos próximos três anos a Pobeira pretende aumentar o ritmo de crescimento, com planos para aumentar significativamente o número de efetivos, solidificar a presença nacional, e chegar a novos mercados de exportação”, assegura.
“E porque o mundo da cerveja artesanal não se faz só de negócios, temos também como objetivo a realização de produções colaborativas com outras marcas internacionais amigas que nos irão proporcionar não só acesso direto a esses mercados, conhecimento sobre boas práticas utilizadas lá fora mas também, claro, bons momentos e a partilha de experiências”, sublinha ainda.
Para 2025, o foco principal será consolidar a presença a nível nacional “expandindo a nossa pegada geográfica para as regiões Centro e Sul do país”, adianta o responsável, acrescentando que, para tal, estão à procura de parceiros nas áreas da distribuição comercial, a nível regional e nacional. “Procuramos a entrada nas grandes superfícies e também queremos aumentar a nossa presença em pontos de venda, tanto com garrafas como com cerveja à pressão. Já estamos presentes em 15 cidades portuguesas, mas o nosso objetivo é expandir para outras zonas e reforçar a nossa presença nos locais onde já estamos”, complementa.
Outro projeto assumido é a abertura de uma fábrica própria e um ‘tap room’, onde os clientes possam conhecer melhor a marca “e provar as nossas cervejas diretamente das cubas”. “Estamos ativamente à procura de investidores e formas de concretizar esse projeto”, revela. Por conta da estratégia de entrada no mercado, atualmente a produção da Cerveja Pobeira é subcontratada, mas a receita e o desenvolvimento do produto são inteiramente da responsabilidade dos fundadores.
Na vertente da digitalização do seu negócio, a marca tem planos para lançar uma app “com o objetivo de conectar a sua rede de parceiros e pontos de venda”, bem como alavancar o programa de Embaixadores ‘Entra na Onda’, “dinamizando o seu ecossistema e criando mais valor para os seus stakeholders”, avançam Edgar Gonçalves e Artur Giesteira.
Além das cervejas artesanais, os dois empreendedores criaram um serviço a pensar nos eventos em que participam. A Beer Van é uma Volkswagen ‘Pão de Forma’ de 1975, transformada num bar móvel que tem percorrido festivais e marcado presença em eventos privados. “Esta Beer Van pode também ser alugada por empresas de catering ou outros parceiros que queiram alavancar este serviço diferenciador”, destacam os criadores da Pobeira.
Este artigo foi publicado na edição 428