Alterações no estilo de consumo moldam inovação nas águas
De que forma as novas tendências estão a moldar o investimento nas marcas de águas minerais naturais e de nascente? Ao Hipersuper, várias empresas referem o acompanhamento atento das tendências de consumo, mas também a importância de comunicar “as credenciais de naturalidade” das águas nacionais.
Ana Grácio Pinto
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Na Água Monchique, se a tecnologia é uma presença natura no dia-a-dia da empresa, o uso de ferramentas de IA é uma realidade vista com grande potencial no setor em que está inserida. Vítor Hugo Gonçalves, CEO da Água Monchique, refere que o Top Global Consumer Trends 2024 aponta a sustentabilidade, a acessibilidade, o bem-estar e a inteligência artificial como as áreas que ganham mais destaque nas escolhas dos consumidores. “Na Água Monchique, orgulhamo-nos de sermos pioneiros na antecipação dessas tendências e na resposta às necessidades dos consumidores, o que nos posiciona na liderança do mercado”, afirma, apontando as áreas de inovação e da digitalização como aquelas nas quais a Sociedade da Água de Monchique já está a incorporar a IA, “nomeadamente em tarefas como atendimento ao cliente (em teste), business development e análise de dados”.
“Esperamos em breve disponibilizar algumas experiências aos nossos consumidores com o especial cuidado de não perder a ligação humana nos processos e na relação com o consumidor”, avançou o CEO ao Hipersuper, que apresenta ainda as questões relacionadas com a sustentabilidade, como uma prioridade para a empresa algarvia. “Os consumidores estão cada vez mais atentos ao impacto ambiental e ao fenómeno do greenwashing, procurando seriedade e transparência. Atualmente, para que uma empresa seja considerada sustentável e possa sobreviver num mercado tão dinâmico e competitivo, precisa de implementar ou melhorar as suas práticas ESG”, sentencia.
A Água Monchique lançou o primeiro Relatório Anual de Sustentabilidade, que estabelece quatro grandes ambições até 2025m desdobradas em 36 metas específicas: o desenvolvimento da pessoas, a ação pelo clima, a inovação para impactar e ser uma organização transparente e justa. Até ao final do primeiro semestre estará disponível a segunda edição que vai refletir os avanços alcançados.
“Para manter o sucesso no mercado atual, é crucial adotar uma visão global e integrada das tendências de consumo. Na Água Monchique, estamos comprometidos em continuar a liderar com inovação, sustentabilidade, e um forte vínculo com nossa comunidade e consumidores, rumo a um futuro mais sustentável e tecnológico”, assegura Vítor Hugo Gonçalves.
Hábitos alimentares equilibrados
Na Central de Cervejas, os responsáveis pela categoria das águas minerais naturais e de nascente têm acompanhado a tendência crescente do consumo de bebidas saudáveis, mas aliadas a um estilo de vida cosmopolita e com preocupação para com a redução da pegada ambiental.
Em resposta à questão apresentada pelo Hipersuper, a empresa refere que os consumidores estão cada vez mais conscientes da adoção de hábitos alimentares equilibrados, optando, no caso das águas, por produtos “com propriedades específicas, como minerais, ph equilibrado, baixo sódio”, além de procurarem “variedade e formatos que se enquadrem no seu estilo de vida”.
No caso da Água de Luso, “tem investido, ao longo do tempo, em diferentes formatos, como é o caso da garrafa de vidro retornável, um formato pioneiro, que pode ter até 19 vidas, e no Ecopack 10lt”, explica Sara Ornelas, responsável de marketing desta marca da Central de Cervejas.
Em relação à Castello, Martim Manoel, responsável de marketing da marca, destaca que as tendências do mercado de águas gaseificadas e os comportamentos dos consumidores têm evoluído, “bem como o crescimento do turismo, e o facto dos estrangeiros serem apreciadores de Castello, devido às suas semelhanças com o tipo de águas que estão habituados a consumir”. “Vemos aqui uma oportunidade para mostrar que Castello vai muito para além dos momentos após as refeições e do lado funcional/terapêutico, que é o mais associado ao consumo de uma água gaseificada em Portugal”, revela.
Já a Águas de Carvalhelhos, empresa monoproduto e exclusivamente dedicada ao universo da água, nas variantes mineral natural e mineral natural gaseificada, apresenta “a estabilidade e qualidade dos aquíferos” como um dos seus “grandes trunfos” junto dos consumidores.
“A primeira apresenta-se equilibrada na sua mineralização e com pH neutro, um dos seus grandes argumentos”, enquanto a variante gaseificada “destaca-se pelo seu baixo nível de sódio, em comparação com as congéneres no mercado português”, explica José Castelo, responsável pelo departamento da Qualidade da Águas de Carvalhelhos.
“Assim sendo, o nosso conceito nunca surgiu nem surge compassado por produtos de moda e de tendência comercial”, assegura o responsável, assumindo que a inovação está presente “na envolvente do processo produtivo”.
Investimentos acompanham o consumo
Na Vinalda tem havido um acompanhamento constante das alterações do estilo de consumo. Prova dessa atenção será o lançamento em Portugal, já em 2024, da S.Pellegrino em lata, “disponibilizando em diversos locais de compra uma embalagem mais pequena, sustentável e altamente reciclável”, avança Sérgio Pereira, diretor de portfólio da empresa. Um formato que estará também disponível para a laranjada e a limonada Naturalli.
Também na Sumol Compal, o investimento em inovação na categoria das águas acompanha de perto as tendências de consumo. “A Sumol Compal como empresa centrada no consumidor e nas suas necessidades, está particularmente atenta às principais tendências da área da alimentação e bebidas e orienta os seus investimentos em inovação para dar as respostas mais competentes do mercado a essas mesmas oportunidades”, assume Ana Rita Martins, head of strategic category management soft drink and waters.
Para as marcas Frize e Água Serra da Estrela há projetos assumidos “que pretendem surpreender positivamente os consumidores” e que a empresa vai divulgar mais próximo do momento de lançamento.
No Super Bock Group a prioridade tem sido divulgar aos consumidores “as credenciais de naturalidade” da Pedras, água com gás, e da Vitalis, água lisa, o que “que as distingue no mercado e é cada vez mais valorizado, precisamente por existir uma maior preocupação com a saúde e o bem-estar”, diz Vasco Ribeiro, marketing manager de águas e sidras do grupo. “Mais do que tendência é a realidade com que sempre trabalhamos, sendo que, naturalmente, há investimento alocado para continuarmos a estar próximo dos consumidores em alinhamento com o posicionamento de cada marca”, acrescenta.
Investimento como o que está a ser realizado no centro de produção de Pedras Salgadas e que “ascende a 27,5 milhões de euros até 2026”, considerando o plano estratégico de desenvolvimento de negócio de Pedras e Pedras Sabores, revela Vasco Ribeiro.
Para além de vir a criar mais 30 postos de trabalho, o projeto vai tornar aquela unidade mais moderna e dotá-la de uma nova linha de enchimento e uma zona logística ampliada, que vai permitir uma capacidade instalada dos atuais 50 para os 70 milhões de litros, e um sistema de armazenagem de água 100% automatizado. “O um novo edifício social também foi criado para aumentar a comodidade, com a centralização do posto médico, restaurante, bar, área de lazer e áreas de formação”, revela ainda o responsável.
Entrevista publicada na edição 424