“São soluções muito fáceis e que vingam pela qualidade”
A ‘Cozinha Continente’, marca de refeições prontas a comer, lançou novas ofertas para 2024. Ana Alves, head of food solutions da MC, falou ao Hipersuper sobre as novas gamas, a inauguração de uma nova fábrica e o crescimento da oferta de restaurantes Cozinha Continente.

Ana Grácio Pinto
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Na MC têm assistido a um crescimento das refeições prontas a comer?
No caso da comida pronta em hipermercado e supermercado o crescimento tinha sido gradual até 2019, anos pré-pandemia. Na altura da pandemia deu um salto enorme. Posso dizer que no ano passado nós crescemos 20% em comparação ao ano anterior. E, em comparação a 2019, foi de 200%. Duplicamos as vendas que tínhamos no período pré-pandemia.
Na verdade, acho que a pandemia ‘forçou’ um pouco estas soluções. Tornou-se também caro as pessoas estarem sempre a pedir o serviço de entrega de refeições em casa e estas soluções, disponíveis no supermercado, facilitaram muito a vida das pessoas que estavam em casa, mas a trabalhar. Hoje é uma solução económica, que entrega sabor e perfil nutricional e há muitos pessoas que, mesmo tendo voltado para o escritório, optam por levar esta solução.
Serviu, no fundo, para chamar a atenção para algo que já havia na prateleira. E o facto de haver esta procura também nos levou a disponibilizar muito mais. Portanto, é um crescimento que vem a duas mãos: puxado pelo cliente e empurrado pela oferta.
Foi uma tendência que não desapareceu no pós-pandemia. Terá a ver também por ser uma oferta de ‘conforto’ aliada ao fator preço?
Temos visto que há uma repetição de compra que é muito importante. Todos os anos. Dou-lhe um exemplo: no Natal, disponibilizamos um catálogo de comida. Sabemos que é uma altura muito específica, as pessoas querem estar com a família, e então entregamos muitas soluções. E nós duplicamos o número de encomendas que tivemos no Natal. Chegamos à Páscoa e triplicamos o número de encomendas. E estou na expectativa em relação ao próximo Natal. Porque são soluções muito fáceis e que vingam pela qualidade.
A aposta na qualidade, a confeção com produtos frescos. Os consumidores têm conhecimento de todas essas particularidades?
Não sabem, mas não sei se têm todos de saber. Acho que vamos nos apercebendo à medida que consumimos este tipo de refeições. Mas diria que há três ingredientes para garantir esta qualidade e a consistência na qualidade: a seleção criteriosa de ingredientes frescos; a receita – e aqui destaca-se o trabalho do chef André Matos e da sua equipa e da nutricionista Mayumi Delgado em garantir que seguimos os padrões e as receitas tradicionais; a industrialização, massificação e embalamento garantindo que essa qualidade é assegurada.
Um exemplo são as sandes que lançamos agora, embalada de forma a garantir a continuidade da frescura. Para isso, é preparada numa sala especial sem qualquer hipótese de contaminação. Foi a forma que encontramos para garantir que conseguimos entregar no fim, ao cliente, uma sandes onde a experiência em boca entrega aquilo que é a nossa expectativa de uma sandes.
Na Cozinha Continente há a preocupação em chegar a novos públicos? Os consumidores mais jovens são um target?
São, sem dúvida. Por exemplo, nas faculdades temos encontrado um público que precisa de soluções rápidas e, nesse sentido, temos desenvolvido tanto a frio como a quente, com preocupações diferentes. Mais do ponto de vista nutricional, as saladas, as soluções ao vapor que são inovadoras. Mas ainda o cachorro-quente, a bifana, o hambúrguer, que vêm a quente, são soluções que desenvolvemos, claramente, a pensar também neste target.
Depois, temos a surpresa de vermos pessoas de todas as idades a consumir o produto, o que é ótimo. E o contrário também acontece: os mais jovens a adorar um produto tradicional como o Bacalhau Espiritual.
A nova fábrica foi pensada para gamas específicas?
Foi pensada especificamente para gamas de ‘Grab&Go’, refrigeradas. Portanto, refeições rápidas, mas com muita qualidade e super frescas como sandes, wraps, molhos, saladas, sandes de triângulo. É para esta tipologia de produtos, que requerem ingredientes crus, que saem da fábrica ainda crus e são consumidos crus.
A fábrica está a ‘arrancar’, temos agora os primeiros produtos em loja: três sandes de baguete de pasta; uma, bem portuguesa, de chourição e queijo; uma de brie, presunto de rúcula. Temos em pipeline outras, para lançar até ao verão, como, por exemplo, uma sandes de leitão com o pão característico. Haverá mais sandes, wraps, saladas, porque acreditamos que esta é uma tendência.
Há pouco falei nos 20% de crescimento que registamos no ano passado. Esta área em concreto duplica este valor, portanto, estamos a falar de um crescimento de 40%.
Há, atualmente, quatro restaurantes Cozinha Continente no país. Há uma previsão para as próximas inaugurações?
Sim, temos já em obra um, no Continente do Seixal, com a tipologia igual à que temos em Telheiras, a abrir em setembro. O sucesso que temos tido nestes restaurantes, poderemos levá-lo mais longe.
Vila Real e Viseu, tendo sido os primeiros, são restaurantes que, estando na galeria do grande hiper não estão dentro da loja, estão em frente. O da Amadora, não tendo hipótese de estar nem dentro, nem na adjacência, ficou na praça da restauração. E temos em Telheiras o modelo completo, com o restaurante implantado dentro da loja, e na adjacência está o balcão de atendimento, com as mesmas refeições, e também o livre serviço. Este é o conceito que queremos implementar no Continente do Seixal. Temos mais um planeado, também grande, num sítio importante. Precisamos ir para Norte.
Entrevista publicada na edição 423 do Hipersuper