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66% das exportações da indústria alimentar e bebidas destinam-se à UE

As exportações da indústria alimentar e bebidas atingiram 1.997 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, o que se traduz num crescimento de 6,44% face a igual período de 2023.

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66% das exportações da indústria alimentar e bebidas destinam-se à UE

As exportações da indústria alimentar e bebidas atingiram 1.997 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, o que se traduz num crescimento de 6,44% face a igual período de 2023.

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As exportações da indústria alimentar e bebidas atingiram 1.997 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, o que se traduz num crescimento de 6,44% face a igual período de 2023.

Os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam ainda que foram os países da União Europeia os que mais contribuíram para as vendas do setor: 66% das exportações da indústria alimentar e das bebidas destinaram-se à UE.

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O mesmo crescimento não se verificou em relação às exportações para países extra União Europeia, que decresceram 3,58% face a igual período de 2023. “A justificar esta quebra estão fatores como o contexto geopolítico e as dificuldades ao nível da cadeia logística”, destaca a FIPA (Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares) num comunicado.

Com o setor a ter como meta alcançar exportações no valor de 10 mil milhões de euros num curto espaço de tempo, o presidente da FIPA, sublinha a indústria “enfrenta situações complexas ao longo de toda a cadeia e os próximos tempos continuarão a ser marcados por uma elevada imprevisibilidade e muitos desafios à vida das empresas”.

Entre esses desafios Jorge Henriques destaca “a necessidade de uma verdadeira estratégia agroalimentar para Portugal, pese o facto de a indústria produzir ao nível do melhor que se faz na Europa e pelo resto do mundo”.

A indústria alimentar e das bebidas é a indústria transformadora que mais contribui para a economia nacional, com um volume de negócios de 22,4 mil milhões de euros e um Valor Acrescentado Bruto de 3,8 mil milhões de euros.

Esta indústria transformadora é responsável por mais de 112 mil postos de trabalho diretos e cerca de 500 mil indiretos e assume, simultaneamente, “uma grande importância no desenvolvimento do tecido empresarial – nomeadamente nas zonas do interior onde o setor situa as suas unidades industriais – e na afirmação do potencial de evolução da autossuficiência alimentar do país”, destaca a FIPA no comunicado.

A federação realizou recentemente uma ronda de reuniões com os partidos políticos com assento parlamentar e a quem manifestou as preocupações do setor: necessária adequação da política fiscal à competitividade; a necessidade de uma visão clara para a criação de uma rede de infraestruturas sólida e competitiva; um maior empenho no eliminar de barreiras alfandegárias em várias geografias.

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“Matinal tem na sua génese a excelência e a inovação com propósito”

Chegou ao mercado a mais recente inovação da Matinal. A pensar no bem-estar digestivo e imunitário, com o apoio da Sociedade Portuguesa para a Inovação em Microbioma e Probióticos (SPIMP), Matinal Livre apresenta-se como pioneiro pela adição de fermentado de bifidobactérias tindadalizadas, com recurso a uma tecnologia que preserva as suas propriedades benéficas em produto ambiente, prescindindo de refrigeração. O mote perfeito para uma conversa com Ana Dulce Ribeiro, gestora do projeto Matinal Livre.

Livre de lactose e com benefícios ao nível do bem-estar digestivo e imunitário, o Matinal Livre é uma inovação que dá resposta à crescente procura de produtos benéficos para a saúde e bem-estar.

Quais foram as principais motivações e desafios no desenvolvimento do Matinal Livre?
Matinal Livre foi desenvolvido para dar resposta às preocupações atuais, focadas no immunity boosting & wellbeing. A marca Matinal segue um percurso de inovação seletiva, que resulta de estudo e avaliação contínua dos hábitos e tendências de um perfil de consumidor exigente, e a verdade é que 89% das pessoas priorizam a saúde e bem-estar como um dos critérios de escolha mais relevantes, com a saúde a ser o foco desde a covid-19. (Global Data 2022/23). E é neste contexto que desenvolvemos Matinal Livre, sem lactose, com bifidobactérias tindalizadas e com vitamina D, a oferecer todo o valor nutricional de um leite selecionado e com benefícios acrescidos ao nível do bem-estar digestivo e imunitário, da maior pertinência para o consumidor e importantíssimo na evolução do leite. A adição de fermentado de bifidobactérias tindalizadas, com recurso a uma tecnologia que preserva as suas propriedades benéficas em produto ambiente foi um enorme desafio e abre, sem dúvida, uma nova era no território do leite de longa duração, dotando-o de características até aqui inexistentes em leite ou num produto ambiente (UHT). Adicionalmente, o facto de ser um produto de consumo para toda a família, inclusive crianças, para intolerantes à lactose, conjuga a conveniência, a praticidade e a transversalidade do benefício.

Estamos a falar de uma inovação que pretende dar resposta à crescente procura de produtos benéficos para a saúde e bem-estar. Será sempre este o eixo da Matinal: inovar a pensar na saúde do consumidor?
Matinal tem na sua génese a excelência e a inovação com propósito, alinhada com tendências e necessidades, para que os seus produtos sejam soluções alimentares que simplifiquem as escolhas do consumidor, pensadas para um estilo de vida exigente, que se traduzem num portfolio diversificado, equilibrado e funcional. A marca apresentou em 1993, com sucesso indiscutível, o primeiro leite selecionado e, em 2017, lançou Matinal Leve, dando o primeiro passo na preocupação com o bem-estar digestivo. Para além do leite, Matinal faz a diferença em queijo fresco e manteiga magra, uma referência líder no segmento; um portfolio sempre orientado para o bem estar e para o lado mais holístico da saúde. A assinatura da marca é disso reflexo! Matinal#Desperto o melhor de mim para o mundo, procura refletir esta visão e determinação de inovação, evidenciando que através das nossas escolhas condicionamos o nosso bem-estar, dos que estão à nossa volta e cada vez mais do planeta.

Qual é a estratégia na base desta campanha “Dois cérebros, um destino” e como planeiam envolver os consumidores na relação entre o cérebro e o intestino na escolha de alimentos funcionais como o Matinal Livre?
A campanha “Dois cérebros, um destino” incide numa metáfora, que projeta a importância da sintonia entre cérebro e intestino (segundo cérebro), num círculo virtuoso, que promove o bem-estar digestivo e imunitário – um apelo a uma alimentação pensada, equilibrada e em sintonia.
Matinal Livre é apresentado ao mercado numa campanha 360, que iniciou já em televisão, digital e exterior e prossegue com um plano de comunicação continuado de awareness e pedagogia, sensibilizando para a importância do Segundo Cérebro e para os benefícios de uma alimentação preventiva e com impacto no bem-estar.
Nesta jornada de revelação de Matinal Livre contamos com o apoio da SPIMP – Sociedade Portuguesa para a Inovação em Microbioma e Probióticos, fundamental na componente pedagógica e no aval científico.

Como prevê a evolução da indústria de laticínios nos próximos anos e qual o papel da Matinal nesse futuro?
O último ano coloca em evidência dois factos importantes: um mercado estável em volume, e uma valorização da categoria superior a 18%, pelo desempenho dos segmentos de maior valor acrescentado, mais alinhados com os hábitos, tendências e modo de vida, e que conjugam diferentes benefícios. São bons exemplos os segmentos Sem Lactose com crescimentos superiores a 6% em volume e mais do que duplica quando falamos de valor, Proteína a chegar aos 90% de crescimento e Kefir a ultrapassar os 40% de crescimento. Este comportamento evidencia e antecipa uma evolução muito positiva na valorização da inovação no mercado lácteo, e este lançamento é uma demonstração concreta de que o leite é um alimento atual, relevante e com visão de futuro pela funcionalidade desenvolvida sob o cunho de Matinal. A inovação com um propósito e alinhada com as novas tendências e necessidades é poderosa na afirmação do leite e dos lácteos.

Entrevista publicada na edição 423 do Hipersuper

 

Sobre o autorAna Rita Almeida

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A Leiteira lança sabor Delícia de Caramelo

A Leiteira lançou este mês no mercado uma nova sobremesa. O Delícia de Caramelo vem reforçar a gama de delícias, que passa a ostentar a certificação de bem-estar animal.

A Leiteira lançou este mês no mercado uma nova sobremesa. O Delícia de Caramelo vem reforçar a gama de delícias, que passa a ostentar a certificação de bem-estar animal.

A Leiteira, que se apresenta como uma marca premium no segmento dos lácteos refrigerados, refere que na linha dos sabores chocolate e bolacha já existentes, “esta nova sobremesa é preparada com ingredientes genuínos e embalada em potes de vidro de forma a preservar a intensidade do sabor”.

A certificação em bem-estar animal foi atribuida pela AENOR e que permite confirmar que o leite utilizado no fabrico desta gama provém de gado que cumpre as condições de boa alimentação, bom alojamento, boa saúde e comportamento apropriado às características de cada espécie.

“Estamos muito entusiasmados por continuar a apostar em produtos de qualidade e inovadores na categoria de sobremesas lácteas”, afirma Mariana Lopes, brand manager d’A Leiteira.

Sobre o autorHipersuper

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Lidl abre nova loja em Almancil

O Lidl Portugal prossegue com o seu investimento no sul do País com a abertura de uma nova loja no concelho de Loulé. Localizada na via principal de Almancil, esta loja e as respetivas alterações no espaço público envolveram um investimento acima de 8 milhões de euros. 

O Lidl abriu uma nova loja em Almancil, que se junta às quatro existentes no concelho de Loulé, e marca a 18ª loja da cadeia no Algarve. Com um investimento acima de 8 milhões de euros contribui também para o desenvolvimento local com a criação de quase 30 novos postos de trabalho. Desta forma o Lidl passa a contar com quase 500 colaboradores na região do Algarve.

O Lidl Portugal prossegue com o seu investimento no sul do País com a abertura de uma nova loja no concelho de Loulé. Localizada na via principal de Almancil (Av. 5 de Outubro), esta loja e as respetivas alterações no espaço público envolveram um investimento acima de 8 milhões de euros.

Construída de raiz, seguindo a linha de construção do atual conceito de lojas Lidl, a nova loja de Almancil tem uma área de vendas de 1400m2, além da habitual oferta alimentar e não alimentar, a loja contempla ainda além das caixas convencionais seis caixas com sistema self-checkout de pagamento rápido, das quais três permitem uma utilização com carrinho de compras, para os clientes que preferem esta opção.

A loja está equipada com iluminação LED e painel fotovoltaico, e no parque de estacionamento disponibiliza 2 postos de carregamento de viaturas elétricas, que permitem o carregamento de duas viaturas em simultâneo e a recarga de 80% da bateria em apenas 30 minutos, o tempo ideal para uma ida regular às compras.

No âmbito da parceria com o programa Realimenta, e com o duplo objetivo de apoiar a comunidade e combater o desperdício alimentar, a nova loja de Almancil irá beneficiar o Banco Alimentar do Algarve, de quem o Lidl é parceiro desde 2018. No ano de 2023, o retalhista entregou no concelho de Loulé, um total de 28,3 toneladas de bens para cerca de 1280 beneficiários.

 

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Krohn Vintage 2017

Krohn Vintage 2017

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Vintage 2017 da Krohn considerado um dos melhores vinhos do Decanter World Wine Awards 2024

O Vintage 2017 da Krohn foi considerado um dos melhores vinhos do Decanter World Wine Awards 2024, alcançando a distinção “Best in Show”. Recebeu do exigente júri internacional uma nota final de 97 pontos. Foram avaliados 18.143 vinhos, provenientes de 57 países, provados e classificados por um júri que reuniu 243 especialistas.

O Krohn Vintage 2017 foi considerado “Best in Show” no Decanter World Wine Awards 2024, classificação atribuída aos 50 melhores vinhos a concurso, tendo terminado com uma nota final de 97 pontos na prestigiada competição internacional, cuja lista de vencedores desta edição foi publicada esta quarta-feira.

O Decanter World Wine Awards contou com 18.143 vinhos a concurso, provenientes de 57 países, provados e classificados por um júri que reuniu 243 especialistas em vinho, incluindo vários Master of Wine e Master Sommelier.

No final, apenas 50 vinhos foram pontuados com nota igual ou superior a 97 pontos e considerados “Best in Show”, sendo o Krohn Vintage 2017 um deles.

David Baverstock, chairman winemaker da WineStone, grupo que detém a secular marca Krohn, destaca este prémio como “um reconhecimento exemplar, por parte de um conjunto de jurados muito exigentes e entre excelentes vinhos de todo o mundo, de um Porto que expressa bem o património vínico e a qualidade da Krohn, prestes a celebrar 160 anos de uma história marcada por vintage e colheitas esplendorosos.”

Para o  enólogo, o vintage premiado é “um Porto maravilhosamente expressivo fino e perfumado, mas com a profundidade e intensidade características da vindima de 2017. Um vinho que, sem dúvida, corporiza a excelência desta marca”.

 

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Quinta dos Frades acaba de lançar no mercado novas colheitas

Os cerca de 20 hectares de vinha velha centenária da Quinta dos Frades  dão origem aos principais vinhos DOC Douro da casa e contribuem para três novas edições que agora chegam ao mercado: Quinta dos Frades Grande Reserva 2016, Quinta dos Frades Vinha dos Deuses 2019 e Quinta dos Frades Dona Sylvia Grande Reserva 2017, um vinho de tributo que nasce apenas em anos especiais.

A Quinta dos Frades acaba de lançar no mercado novas colheitas de três vinhos que expressam o património de vinha velha centenária da icónica propriedade da Folgosa do Douro. Ao longo dos cerca de 200 hectares que se debruçam sobre o rio e a mítica N222, concentram-se 20 hectares de parcelas com mais de 100 anos, uma das mais relevantes manchas de vinha velha da região, que dá origem aos principais tintos DOC Douro da casa. E é precisamente esta a origem principal dos três novos vinhos agora apresentados: Quinta dos Frades Grande Reserva 2016, Quinta dos Frades Vinha dos Deuses 2019   e Quinta dos Frades Dona Sylvia Grande Reserva 2017.

O Quinta dos Frades Grande Reserva é o vinho mais emblemático da quinta e, ano após ano, o exemplo de consistência e qualidade do tradicional fiel blend duriense, onde estão identificadas mais de 20 variedades, com destaque para as predominantes Touriga Franca, Tinta Amarela, Tinta da Barca, Tinta Carvalha, Tinta Francisca, Tinto Cão, Bastardo, Rufete e Donzelinho.

A referência Vinha dos Deuses é uma proposta que alia a profundidade e concentração das vinhas velhas com uma fruta mais primária, em busca de um perfil mais jovem – assegurado pela integração de um lote preveniente de vinhas com cerca de 40 anos.

O vinho Dona Sylvia Grande Reserva, produzido apenas em anos especiais,  é um dos vinhos de tributo da marca, à imagem de outro topo-de-gama, o Comendador Delfim Ferreira. Neste caso, trata-se de uma homenagem da família em memória de Sylvia Ferreira, esposa de Delfim Ferreira, o grande impulsionador da história recente da propriedade (que adquiriu em 1941).

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“São soluções muito fáceis e que vingam pela qualidade”

A ‘Cozinha Continente’, marca de refeições prontas a comer, lançou novas ofertas para 2024. Ana Alves, head of food solutions da MC, falou ao Hipersuper sobre as novas gamas, a inauguração de uma nova fábrica e o crescimento da oferta de restaurantes Cozinha Continente.

Na MC têm assistido a um crescimento das refeições prontas a comer?
No caso da comida pronta em hipermercado e supermercado o crescimento tinha sido gradual até 2019, anos pré-pandemia. Na altura da pandemia deu um salto enorme. Posso dizer que no ano passado nós crescemos 20% em comparação ao ano anterior. E, em comparação a 2019, foi de 200%. Duplicamos as vendas que tínhamos no período pré-pandemia.
Na verdade, acho que a pandemia ‘forçou’ um pouco estas soluções. Tornou-se também caro as pessoas estarem sempre a pedir o serviço de entrega de refeições em casa e estas soluções, disponíveis no supermercado, facilitaram muito a vida das pessoas que estavam em casa, mas a trabalhar. Hoje é uma solução económica, que entrega sabor e perfil nutricional e há muitos pessoas que, mesmo tendo voltado para o escritório, optam por levar esta solução.
Serviu, no fundo, para chamar a atenção para algo que já havia na prateleira. E o facto de haver esta procura também nos levou a disponibilizar muito mais. Portanto, é um crescimento que vem a duas mãos: puxado pelo cliente e empurrado pela oferta.

Foi uma tendência que não desapareceu no pós-pandemia. Terá a ver também por ser uma oferta de ‘conforto’ aliada ao fator preço?
Temos visto que há uma repetição de compra que é muito importante. Todos os anos. Dou-lhe um exemplo: no Natal, disponibilizamos um catálogo de comida. Sabemos que é uma altura muito específica, as pessoas querem estar com a família, e então entregamos muitas soluções. E nós duplicamos o número de encomendas que tivemos no Natal. Chegamos à Páscoa e triplicamos o número de encomendas. E estou na expectativa em relação ao próximo Natal. Porque são soluções muito fáceis e que vingam pela qualidade.

A aposta na qualidade, a confeção com produtos frescos. Os consumidores têm conhecimento de todas essas particularidades?
Não sabem, mas não sei se têm todos de saber. Acho que vamos nos apercebendo à medida que consumimos este tipo de refeições. Mas diria que há três ingredientes para garantir esta qualidade e a consistência na qualidade: a seleção criteriosa de ingredientes frescos; a receita – e aqui destaca-se o trabalho do chef André Matos e da sua equipa e da nutricionista Mayumi Delgado em garantir que seguimos os padrões e as receitas tradicionais; a industrialização, massificação e embalamento garantindo que essa qualidade é assegurada.
Um exemplo são as sandes que lançamos agora, embalada de forma a garantir a continuidade da frescura. Para isso, é preparada numa sala especial sem qualquer hipótese de contaminação. Foi a forma que encontramos para garantir que conseguimos entregar no fim, ao cliente, uma sandes onde a experiência em boca entrega aquilo que é a nossa expectativa de uma sandes.

Na Cozinha Continente há a preocupação em chegar a novos públicos? Os consumidores mais jovens são um target?
São, sem dúvida. Por exemplo, nas faculdades temos encontrado um público que precisa de soluções rápidas e, nesse sentido, temos desenvolvido tanto a frio como a quente, com preocupações diferentes. Mais do ponto de vista nutricional, as saladas, as soluções ao vapor que são inovadoras. Mas ainda o cachorro-quente, a bifana, o hambúrguer, que vêm a quente, são soluções que desenvolvemos, claramente, a pensar também neste target.
Depois, temos a surpresa de vermos pessoas de todas as idades a consumir o produto, o que é ótimo. E o contrário também acontece: os mais jovens a adorar um produto tradicional como o Bacalhau Espiritual.

A nova fábrica foi pensada para gamas específicas?
Foi pensada especificamente para gamas de ‘Grab&Go’, refrigeradas. Portanto, refeições rápidas, mas com muita qualidade e super frescas como sandes, wraps, molhos, saladas, sandes de triângulo. É para esta tipologia de produtos, que requerem ingredientes crus, que saem da fábrica ainda crus e são consumidos crus.
A fábrica está a ‘arrancar’, temos agora os primeiros produtos em loja: três sandes de baguete de pasta; uma, bem portuguesa, de chourição e queijo; uma de brie, presunto de rúcula. Temos em pipeline outras, para lançar até ao verão, como, por exemplo, uma sandes de leitão com o pão característico. Haverá mais sandes, wraps, saladas, porque acreditamos que esta é uma tendência.
Há pouco falei nos 20% de crescimento que registamos no ano passado. Esta área em concreto duplica este valor, portanto, estamos a falar de um crescimento de 40%.

Há, atualmente, quatro restaurantes Cozinha Continente no país. Há uma previsão para as próximas inaugurações?
Sim, temos já em obra um, no Continente do Seixal, com a tipologia igual à que temos em Telheiras, a abrir em setembro. O sucesso que temos tido nestes restaurantes, poderemos levá-lo mais longe.
Vila Real e Viseu, tendo sido os primeiros, são restaurantes que, estando na galeria do grande hiper não estão dentro da loja, estão em frente. O da Amadora, não tendo hipótese de estar nem dentro, nem na adjacência, ficou na praça da restauração. E temos em Telheiras o modelo completo, com o restaurante implantado dentro da loja, e na adjacência está o balcão de atendimento, com as mesmas refeições, e também o livre serviço. Este é o conceito que queremos implementar no Continente do Seixal. Temos mais um planeado, também grande, num sítio importante. Precisamos ir para Norte.

Entrevista publicada na edição 423 do Hipersuper

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

ESG

Aumento dos preços dos alimentos impulsiona sensibilização para o desperdício alimentar

Um estudo da Too Good To Go e do ISIC (International Student Identity Card) revela que 77% da Geração Z mostra preocupados com o futuro do planeta e com a sustentabilidade. Neste sentido, o combate ao desperdício alimentar é identificado pelos jovens como uma questão decisiva, já que 2 em cada 3 considera fundamental enfrentar este desafio para garantir um futuro mais verde

Hipersuper

Um estudo da Too Good To Go e do ISIC (International Student Identity Card) revela que 68% dos estudantes em Portugal, entre os 18 e os 25 anos, considera essencial evitar o desperdício alimentar para travar as alterações climáticas e e conclui que a inflação teve um impacto significativo nos orçamentos dos estudantes.

O estudo, realizado em maio e que envolveu  1600 estudantes portugueses, revela que 77% estão preocupados com o futuro do planeta e com a sustentabilidade. Neste sentido, o combate ao desperdício alimentar é identificado pelos jovens como uma questão decisiva, já que 2 em cada 3 considera fundamental enfrentar este desafio para garantir um futuro mais verde. Quando os alimentos são deitados fora, todos os recursos naturais utilizados para os produzir são desperdiçados. 24% da água utilizada para produzir alimentos é desperdiçada, enquanto 30% das terras cultivadassão ocupadas por produtos que nunca serão consumidos. Além disso, este problema é responsável por cerca de 10% de todas as emissões globais de gases com efeito de estufa.

Para além das preocupações ambientais, a crescente sensibilização para o desperdício alimentar tem sido impulsionada pelo aumento dos preços dos alimentos. De acordo com os dados do estudo, conduzido pela Too Good To Go e pelo ISIC, a inflação teve um impacto significativo nos orçamentos dos estudantes, com 76% a afirmarem não terem dinheiro para comer bem no final do mês.

Desta forma, os jovens estão a procurar alternativas para cobrir as suas necessidades básicas. Assim, 94% afirma ter alterado os seus hábitos de consumo alimentar e, destes, 20% considera estar mais atento para evitar o desperdício alimentar.

Tal demonstra que as gerações mais jovens reconhecem a necessidade de adotar uma abordagem mais responsável para preservar o ambiente e também para poupar dinheiro. Embora mais de 50% dos respondentes afirmem desperdiçar sempre uma parte da comida que adquirem, também indicam que se trata de uma quantidade pequena – menos de 5% dos alimentos.

Esta preocupação para cuidar tanto do ambiente como das finanças pessoais é reforçada por certos hábitos de compra. Assim, 28% dos estudantes dizem preparar uma lista de compras, enquanto 23% estabelecem um orçamento máximo que não ultrapassam e 22% planeiam as suas refeições.

O estudo também reflete a perceção que os jovens têm das ações dos intervenientes na cadeia alimentar ou das administrações públicas. 59% dos estudantes acredita que a Europa pode resolver o problema das alterações climáticas e 57% considera que tal só será possível através de legislação e medidas ambiciosas.

Quanto às ações dos governos e das administrações públicas no domínio do desperdício alimentar, 62% considera que não estão a fazer a sua parte e que é necessária mais ação e empenho. O mesmo não acontece quando a pergunta recai na perceção que têm das empresas do setor alimentar, pois mais de metade dos respondentes considera que as mesmas estão a fazer esforços, embora ainda haja muito a fazer.

“A realidade e os hábitos dos jovens são essenciais para compreendermos o problema do desperdício alimentar e para encontrarmos soluções para este flagelo mundial. É fundamental a colaboração entre todas as partes envolvidas na cadeia de valor, desde o produtor até ao consumidor, incluindo os distribuidores, o setor da restauração e até a administração pública. Esta é a chave para atingir os objetivos de redução do desperdício alimentar. Se encorajarmos a ação coletiva e unirmos forças, faremos progressos em direção a este objetivo de desperdício zero”, comenta Maria Tolentino, diretora da Too Good to Go em Portugal

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ESG

Sustentabilidade apresenta desafios e oportunidades para o setor das máquinas

Para reduzir a sua pegada de carbono ao longo de toda a sua cadeia de valor, os fabricantes de máquinas e equipamentos terão que aprofundar a economia circular da sua cadeia de valor sob o método cradle to cradle, aponta um relatório divulgado pela Crédito y Caución.

Hipersuper

A maioria dos fabricantes de máquinas e equipamentos ainda não adotou a sustentabilidade como prioridade estratégica, já que o setor é diretamente responsável por apenas 0,5% das emissões globais de gases com efeito de estufa. No entanto, o último relatório divulgado pela Crédito y Caución lembra que, a grande maioria das máquinas do mundo são fabricadas com metais, cuja produção é responsável por 7% das emissões globais. Além disso, a maioria das máquinas precisará de energia para operar, muitas delas de forma intensiva.

Para reduzir a sua pegada de carbono ao longo de toda a cadeia de valor, o setor terá de aprofundar a economia circular em toda a cadeia de valor sob o método cradle to cradle, segundo o qual as máquinas são concebidas para serem reparadas, reutilizadas e, finalmente, recicladas para a produção de novas máquinas sem a necessidade de extrair novos minérios metálicos.

De acordo com o último relatório divulgado pela Crédito y Caución, o setor enfrentará três desafios urgentes nos próximos três anos relacionados com a sustentabilidade. Em primeiro lugar, a escassez de mão de obra qualificada em muitas regiões do mundo para assegurar a transição do setor para as energias limpas. Em segundo lugar, a evolução dos custos de transição e a queda da rendibilidade, num contexto de taxas de juro elevadas, o que é identificado como um desafio por analistas na Bélgica, China, Coreia do Sul, Japão, Polónia, República Checa e Taiwan. Em terceiro lugar, o aprovisionamento energético. A fiabilidade das energias renováveis e a capacidade das redes nacionais para fazer face ao aumento da procura de eletricidade é uma preocupação partilhada por grande parte do setor. Na verdade, algumas grandes empresas de máquinas estão a considerar tornar-se empresas de energia que fornecem uma gama diversificada de serviços.

Segundo Crédito y Caución, a agenda da sustentabilidade apresenta oportunidades para o setor. Máquinas de maior precisão, inteligentes e energeticamente eficientes representam uma oportunidade para a indústria. Os fabricantes de máquinas que usem energias limpas poderão beneficiar de novos mercados geográficos e setoriais e de um ativo reputacional que pode incentivar novos investimentos e a captação de novos clientes. Prevê-se que esse possa ser o caso dos fabricantes na Áustria ou da Suíça, que fazem investimentos significativos em I+D, o que poderá representar uma vantagem competitiva.

Especialmente na China, Hong Kong e Taiwan, o setor espera beneficiar da evolução da procura, expandindo-se para a fabricação de componentes para painéis solares, turbinas eólicas e outros sistemas de energia renovável. Em alguns mercados, o setor beneficiará de incentivos públicos, tais como subsídios, apoios ou benefícios fiscais para as empresas que invistam em energias limpas. Além disso, o setor pode estabelecer alianças com empresas de energia limpa, instituições de pesquisa e administrações públicas para desenvolver e implementar conjuntamente soluções inovadoras, avança ainda a Crédito y Caución.

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Cornetto Brigadeiro criado exclusivamente para o mercado português

Chegou o novo Cornetto Brigadeiro, criado exclusivamente para o nosso país. É uma das grandes apostas da Olá para o verão de 2024 e tem como cara da campanha o artista José Cid. “Todos os anos, os consumidores aguardam com entusiasmo pelas novidades da Olá.”, enaltece Bernardo Mello, diretor de Marketing Olá.

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Chegou o novo Cornetto Brigadeiro, criado exclusivamente para o nosso país. É uma das grandes apostas da Olá para o verão de 2024 e tem como cara da campanha o artista José Cid.

“A inovação é uma parte fundamental da nossa estratégia. Todos os anos, os consumidores aguardam com entusiasmo pelas novidades da Olá. Este ano, estamos especialmente orgulhosos por apresentar o Cornetto Brigadeiro, um gelado desenvolvido exclusivamente para os portugueses. A nossa campanha, protagonizada pela energia contagiante do José Cid, é uma homenagem à criatividade e ao prazer de saborear algo único e apaixonante”, refere Bernardo Mello, diretor de Marketing Olá.

“Assim que provámos o novo Cornetto Brigadeiro, percebemos que é uma junção de tradição e inovação, e que o grande desafio seria exprimir por palavras esta experiência deliciosa e intensa de sabor, refletindo o espírito descontraído da marca. A simples ideia de lançar um Cornetto Brigadeiro é, em si, uma forma de transformar o comum em extraordinário. Ou seja, contado ninguém acredita. Partimos deste conceito para misturar o tradicional e o nonsense, para tentar explicar o inexplicável e mostrar que cada trinca que damos é uma verdadeira experiência de sabor”, acrescentam Carlos Pontes e Tiago Varino, diretores criativos na WYcreative.

 

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José Duarte, presidente da CAMB

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)

Bebidas

“A CAMB é o garante económico da nossa região”

A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB) está a celebrar 70 anos. A campanha de 2023-2024 terminou com a receção de 47 milhões de quilos de azeitona, mas esta quantidade poderia ser maior, se houvesse mais acesso a água. O mote perfeito para uma entrevista com José Duarte, presidente da CAMB.

A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB) tem quatro mil associados, dos quais 1.300 são olivicultores, e aqueles que entregam a azeitona. São 20 mil os hectares de olival dentro da área da abrangência da cooperativa, dos quais 65% é tradicional de sequeiro. A cooperativa comercializa cinco azeites no mercado nacional e nos mercados externos e, mais recentemente, inovou ao lançar outra marca, exclusivamente para a exportação.
“O grande objetivo da nossa cooperativa sempre foi – e para isso é que a cooperativa foi formada – comercializar da melhor forma a produção dos seus associados, valorizar essa produção e, com isso, garantir uma sustentabilidade económica, mas também social, para os produtores”, sublinha José Duarte, nesta entrevista.

A CAMB está a celebrar 70 anos, sete décadas de trabalho com os produtores. O que mudou ao longo destas sete décadas? E, por outro lado, o que a cooperativa mantém inalterado?
O que mudou ao longo destes 70 anos foi, primeiro, a transformação que o olival teve, principalmente nos últimos 20 anos, em que houve uma modernização muito grande, muito fruto do Alqueva. Tivemos água no Alentejo e isto transformou completamente a paisagem, transformou a olivicultura. Hoje, Portugal é uma referência na olivicultura mundial pela tecnologia, pela produção de azeite de qualidade. Nós, apesar de estarmos perto da barragem do Alqueva e de não termos ainda uma área de regadio muito grande dentro da área da abrangência da cooperativa, notamos que houve essa grande transformação.
Em relação aos princípios e os valores, acho que se mantiveram desde a essência da cooperativa. O grande objetivo da nossa cooperativa sempre foi – e para isso é que a cooperativa foi formada – comercializar da melhor forma a produção dos seus associados, valorizar essa produção e, com isso, garantir uma sustentabilidade económica, mas também social, para os produtores. E acho que esses princípios, ao longo destes 70 anos se têm mantido, criarmos um ecossistema dentro da nossa região, muito à volta do azeite e da azeitona, em que praticamente todas as famílias do concelho de Moura têm alguma dependência ou alguma ligação ao olival.
E estando nós numa zona de Alentejo profundo, onde o tecido empresarial é muito fraco, a cooperativa tem, também, essa responsabilidade social. É o grande garante económico, digamos assim, da nossa região. A cooperativa tem quatro mil associados, no geral, dos quais 1.300 são olivicultores, e são aqueles que efetivamente nos entregam a azeitona. Mas, depois, há um leque de pessoas, desde os colaboradores a associados, a prestadores de serviços, a todo o comércio, que acabam, de uma maneira ou de outra, por beneficiar do facto de a cooperativa existir.

A produção média de seis mil toneladas de azeite por ano mantém-se?
Sim, mantém-se. A média dos últimos anos tem sido os 6 milhões. Na melhor campanha da cooperativa, que foi em 2021-2022, obtivemos uma produção de 10 milhões e 500 mil quilos de azeite. Foi a produção recorde.

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)

A gama comercializada pela CAMB é composta por quantos azeites?
O nosso produto de excelência embalado é o Azeite de Moura DOP. Nós somos a maior e a mais antiga DOP de Portugal e estamos no mercado já há muitos anos com este azeite, que continua a ser a nossa aposta de mercado.
O Azeite Moura DOP é de uma zona certificada, que é a DOP MOURA (Denominação de Origem Protegida). Esse azeite é feito com base num caderno de especificações – em que temos de ter determinadas variedades, variedades autóctones, que estão aqui na nossa região já há muitos séculos – e que nós cumprimos. A maior parte dessa azeitona é proveniente dos nossos olivais tradicionais de sequeiro e tem, obviamente, umas características organoléticas únicas.
Lançamos também um azeite mais premium, o Lote Seleção. É fruto dos melhores lotes de azeite que temos na cooperativa. Todos os anos os nossos técnicos escolhem os melhores lotes, fazem um blend e com base nesse blend comercializamos o azeite Lote Seleção.
No caso do Seleção, é um azeite virgem extra. No Azeite Moura DOP, temos no mercado um azeite virgem extra, um virgem extra bio e também um azeite virgem.
Depois, temos uma marca centenária, o Salúquia. Já esteve nas grandes superfícies na distribuição a nível nacional. Neste momento só está aqui, a nível regional. Temos esse azeite à venda por ser uma marca que tem cem anos e que queremos manter pelo menos aqui para o nosso mercado.
Temos uma outra marca, de um azeite não DOP. É o Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, feito com outro tipo de variedades de azeitona, que lançámos no ano passado para exportação.
Todo o azeite que nós vendemos é proveniente exclusivamente das azeitonas dos nossos associados. Nós não compramos nem azeitona, nem azeite a terceiros.

O que diferencia o azeite produzido na CAMB? Que características tem, o que diferencia do azeite de outras regiões?
O primeiro ponto é a qualidade. O nosso terroir é distinto do de muitas zonas onde existe olival mais recentemente. Não é por acaso que nós temos olival desde o tempo dos romanos, é porque nós temos características edafoclimáticas únicas e a nível organolético os nossos azeites são diferenciados também por causa disso.
E depois, obviamente, as variedades. Nós temos variedades, como é o caso do nosso DOP, onde temos a galega que dá um toque mais suave, mais aveludado, e depois temos azeites um pouco mais consistentes e mais fortes como é o caso da verdial e da cordovil. E estes blends fazem com que o nosso azeite seja diferenciado e muito apreciado pelo consumidor. Há também um saber preparar, fazer, isto é muito importante porque nós andamos no mercado já desde o século passado. E há um conhecimento que muitas vezes passa de pai para filho porque nós já cá estávamos antes desta transformação toda dos olivais.
Mesmo durante a pandemia a cooperativa não parou, nós aqui decidimos que não podia faltar azeite na casa dos portugueses. Trabalhámos com todas as condições de segurança, obviamente, mas fizemos turnos, trabalhámos 24 sobre 24 com turnos mais pequenos, e não falhámos uma única entrega, uma única encomenda que nos fizeram. E acho que da parte do consumidor também há esse reconhecimento de tudo aquilo que nós fazemos e proporcionamos ao mercado e com toda esta qualidade.

A campanha de 2023-2024 terminou com a receção de 47 milhões de quilos de azeitona. De quanto foi esse aumento em quilos e percentagem em relação à época anterior?
Nós viemos de uma campanha muito baixa, a campanha de 2022-2023, em que recebemos 27 milhões de quilos de azeitona, se não estou em erro. As nossas estimativas para a campanha que terminou em janeiro, eram de 40 milhões de quilos. E obtivemos 47 milhões de quilos de azeitona.
No entanto, em relação ao rendimento, tivemos, com os 47 milhões de quilos de azeitona, praticamente os mesmos quilos de azeite que estávamos à espera com os 40 milhões que tínhamos estimado.
Porque o rendimento não é um número fixo. Sofre variações em função do clima: se está mais calor, se atrasa a altura do amadurecimento do fruto ou não, ou se chove. Este ano choveu antes da campanha, o fruto ganhou água e o processo de formação de azeite parou naquela altura. E daí nós trazermos mais quilos, efetivamente, de azeitona para o lagar, mas depois quando é convertido e quando é transformado em azeite, há uma redução de azeite extraído porque efetivamente trouxemos uma grande quantidade de água. Todos os anos há variações em termos de rendimento. Por norma, estamos a falar em 15% de rendimento de azeite por azeitona. Em cada 1000 quilos de azeitona, temos 15%, ou seja, 150 quilos de azeite, em média.

A fraca campanha de 2022, por causa da pouco chuva, resultou na falta de Azeite Moura DOP nas prateleiras dos estabelecimentos comerciais, e levou a CAMB a explicar os motivos…
Na história recente da cooperativa, foi o único ano em que efetivamente nos faltou azeite. O azeite da campanha é vendido durante o ano comercial a seguir. E foi o que aconteceu na anterior campanha. Tivemos uma campanha de 27 milhões de quilos com um rendimento também normal. Satisfizemos os nossos clientes, mas avisamo-los logo no início que tínhamos tido uma campanha fraca e que só tínhamos aquela quantidade de azeite.
E nós temos hoje em dia um handicap em relação a tudo o que se está a fazer aqui no Alentejo de olivicultura moderna. Temos 20 mil hectares de olival dentro da área da abrangência da cooperativa, mas cerca de 65% desse olival é tradicional de sequeiro. E em anos de seca, como há dois anos, que afetou muito o calor na altura da floração, tivemos produções baixíssimas e obviamente que aí não conseguimos abastecer o mercado.

Está a crescer a área de implantação do olival plantado em copa (intensivo), e o plantado em sebe (superintensivo)? Estão a alterar a paisagem, por uma questão de rentabilidade?
Está-se a alterar, mas há um fator que condiciona, neste momento, essa transformação: a falta de água. No concelho de Moura, neste momento, os nossos olivicultores têm dois problemas estruturais. Um é não termos água, não temos ainda blocos de rega do Alqueva. E para se fazer a transformação, para esse tipo de olival mais moderno, mais produtivo, precisamos de água. Enquanto não tivermos, não se pode fazer essa transformação.
O outro problema tem a ver com a rede Natura 2000. Nós temos grande parte dos nossos olivais tradicionais em rede Natura 2000 e esses hão-de continuar a ser sempre olivais tradicionais de sequeiro. Isso é um fator também limitante nas nossas produções. Em termos de área, na nossa cooperativa, por exemplo, em 20 mil hectares, não temos mil hectares de olival em sebe.
Olhamos com muita esperança, para que tenhamos água do Alqueva. Foi prometido, já por dois ministros, e já foi avançada a construção de dois blocos de rega, o bloco de rega de Moura e o bloco de rega de Póvoa Amareleja. E aí, não tenhamos dúvidas, vai haver uma transformação também no olival e um aumento de produção da própria cooperativa.

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)Então pode-se dizer que é o que deve ser feito de forma mais urgente? O calor e a chuva fora de época são fatores que os agricultores não conseguem controlar. Mas o acesso à água pode ser controlado…
Sem dúvida. Há aqui duas situações. Se nós queremos combater as alterações climáticas, só o conseguimos com água. Se nós tivermos água, nós conseguimos, primeiro que tudo, fixar as pessoas. E um problema que esta região e que todo o interior do país têm, é como fixar os jovens. Temos que criar condições para que um jovem que se queira instalar na agricultura seja competitivo, tenha rentabilidade. Não pode estar na agricultura para perder dinheiro, porque senão acaba por ir para o litoral e deixa o interior. Essa é a primeira situação.
Obviamente que a construção dos blocos de rega, previstos no nosso concelho, vai criar aqui as condições ideais para transformarmos a nossa região e termos a agricultura, a par de outras valências, como o turismo, como fatores que dinamizem a região, criem emprego e consigamos segurar os jovens à região. E no nosso caso, obviamente, que vemos com urgência a questão da construção dos blocos de rega, até para sermos competitivos. Porque hoje em dia, os agricultores do concelho de Moura e Barrancos, os agricultores do olival tradicional de sequeiro, não são competitivos. E é muito fácil percebermos o porquê. Quando temos produções de dois mil quilos de azeitona por hectare versus produção de 15 mil que dá um olival moderno, estamos a ver aqui a decalagem que há entre agricultores.

É um caminho natural para a CAMB, ‘mudar’ para os olivais modernos?
Eu acho que é um caminho perfeitamente natural a partir do momento em que tenhamos água e nas zonas onde vamos ter água. Porque grande parte dos nossos 20 mil hectares vão continuar no modo em que hoje ainda estão em produção por um conjunto de condicionantes como a rede Natura e por outras onde não há rede Natura mas também não há água. Os olivicultores não podem aí fazer grandes transformações.
Agora, é evolução. E aqui é uma forma de mecanizarmos mais um setor e com resultados. Porque efetivamente a olivicultura moderna dá resultados. Vejamos os números, por exemplo, das exportações de azeite, que em 2023 atingiram o recorde mil milhões de euros, um valor superior ao do vinho, e com um produto de qualidade. E o que nós exportamos é, atrevo-me a dizer, se calhar 100% de azeites virgens entre o virgem e o virgem extra.

São inúmeros os prémios recebidos pela CAMB, em Portugal e no estrangeiro. Estes prémios são também resultado de uma atenção à sustentabilidade dos olivais?
Também. E grande parte do mérito destes prémios está nos nossos olivicultores como é óbvio. Pela forma como trabalham a terra, como cuidam dos olivais. Há uma característica única nesta região: o facto de termos olival desde o tempo dos romanos; há aqui uma paixão enraizada nos olivicultores e a forma de trabalharmos até é diferente e tentamos criar aqui, sem dúvida, uma sustentabilidade. E o tal ecossistema entre o ambiental, o económico e o social é extremamente importante. Estes prémios são o reflexo também do conjunto destes três pilares. Cada prémio que nós ganhamos é obviamente um motivo de satisfação, mas é um motivo de satisfação coletivo. Ao fim e ao cabo, quem ganha o prémio é o agricultor porque é ele que está ao longo do ano a cuidar e a tratar do seu olival.

Como é que os olivicultores trabalham a sustentabilidade? Sabendo que grande parte da produção provém de olivais tradicionais…
Esse olival tradicional por norma é um olival que está a contribuir para baixarmos as emissões de carbono. E depois, no olival tradicional toda a fauna e a flora envolvente acaba também por ser um garante dessa sustentabilidade. E o facto do agricultor cuidar e tratar esse olival é, do meu ponto de vista, o expoente máximo da sustentabilidade. Porque o dia que esse agricultor não for produtivo e não tiver sustentabilidade económica e que decida abandonar esse olival vamos ter aí sim um problema grave naquilo que é a sustentabilidade ambiental.

A UE defende uma produção mais sustentável, com mais ênfase na estratégia ‘Farm to Fork’, com redução de pesticidas e fertilizantes. Alterar procedimentos para uma produção mais sustentável pode levar a uma quebra no rendimento agrícola e acarreta investimentos, às vezes difíceis de comportar sem apoios. Tal pode vir a acontecer no olival?
Vai, se a estratégia ‘Farm to Fork’ for para a frente da forma que foi criada. Houve recentemente um recuo, reflexo das manifestações dos agricultores. A União Europeia não vai fazer nada até junho, como é óbvio, mas depois com o novo Parlamento Europeu o ‘Farm to Fork’ vai voltar outra vez à ribalta e não sabemos de que forma. Obviamente que há uma consciencialização na parte ambiental, mas não nos podemos esquecer de uma coisa: a União Europeia faz parte de um mercado global e ao criar a estratégia ‘Farm to Fork’, estamos a colocar nos nossos agricultores um conjunto de limitações de produtos que a médio e longo prazo o que vão fazer é que tenhamos uma produção menor. Ao haver uma produção menor vai faltar produto no mercado e, das duas uma, ou subimos o preço do produto para equilibrar a balança ou então vamos comprar produtos a mercados fora da União Europeia com regulamentações próprias e que depois entram aqui com mais produto ainda do que aqueles que nos estão a restringir.
Tem que haver um pouco de bom senso e um equilíbrio também e penso que a União Europeia percebeu isso.

Por falar em preços, estes têm vindo a aumentar exponencialmente. Está relacionado com os custos na produção, ou também com um aumento do consumo?
A subida do preço do azeite tem a ver primeiro com uma questão de falta de produção. A nível mundial, viemos de duas campanhas seguidas em que houve produções baixas. E porquê? Choveu menos, fez calor em alturas chave do ciclo produtivo da oliveira, nomeadamente na floração, e isso fez com que tivéssemos produções baixas. E há um país que representa 50% da produção mundial de azeite, a nossa vizinha Espanha, que tem a maior parte do olival também em sistema tradicional de sequeiro, na zona de Jaén, e mesmo o olival de regadio naquela zona tem muitas limitações porque não tem o acesso à água.
Esta quebra de produção em dois anos levou a que não houvesse stocks a nível mundial e tivéssemos aqui uma campanha com pouco azeite e o que aconteceu foi uma subida acentuada no preço.
Mas há algo em que nós temos que pensar também. Fala-se muito que o preço está muito elevado, mas partimos de um pressuposto muito baixo: o preço do azeite há dois, três anos estava nos dois euros por quilo e dois euros por quilo está abaixo dos custos de produção do olival tradicional. Os nossos agricultores do olival tradicional há dois anos estavam a perder dinheiro porque o preço do azeite estava excessivamente baixo.
Tivemos outros fatores: um aumento da inflação a guerra na Ucrânia, a questão da mão de obra. No ano passado nesta altura tínhamos o preço praticamente a sete euros por quilo muito por fruto deste aumento de inflação e dos fatores de produção, da energia. Este aumento agora dos sete para os nove euros foi muito reflexo de não haver azeite no mercado e foi uma forma de se conseguir que se abastecesse o mercado ao longo do ano até ao início da próxima campanha.

José Duarte, presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos (CAMB)Voltando aos prémios, estes abriram portas na exportação? Que percentagem representam os mercados externos?
Estes prémios ajudam a vender na exportação, mas também a nível nacional. A nossa estratégia sempre foi, desde o início, o mercado nacional até porque não tínhamos azeite para exportação pelas nossas características,: termos safra, contra-safra, termos olival tradicional com menos produtividade não nos dava para planificar. De há 10 anos para cá começamos a trabalhar o mercado de exportação, que representa mais ou menos 15% da venda da cooperativa. Obviamente que os prémios ajudam a abrir portas, é um sinal de qualidade, de notoriedade e obviamente que os nossos parceiros procuram sempre também equipas vencedoras.

A quantos mercados chegam os azeites da CAMB?
Estamos na Polónia, mercado que tem um peso importante para nós, e depois temos o chamado ‘mercado da saudade’: Alemanha, Suíça, França Bélgica, Holanda são os mercados onde estamos presentes. Entrámos nos Estados Unidos o ano passado, com a nova marca, um mercado de difícil entrada, mas o caminho, como se costuma dizer, faz-se caminhando e esperamos, ano após ano, irmos consolidando também essa esta nova marca.

Como surgiu a ideia de criar esta marca exclusiva para a exportação?
As produções da cooperativa foram aumentando ao longo dos últimos anos e ao ter mais produção só nos resta uma coisa: ou continuar no mercado dos embalados ou vender a granel. E a estratégia da cooperativa é vender embalado. Foi isso que nos levou também a criar uma nova marca e lançá-la para a exportação. Com a leitura que fazemos com base nos dados que temos, nos próximos anos vamos ter sempre produções não DOP superiores às DOP, e é mais fácil lançarmos uma marca das variedades de que vamos ter mais produção. Daí apostarmos nessa marca e apostarmos para já no mercado de exportação. Mas, quem sabe, daqui por um ano ou dois anos também apostar nessa marca em Portugal e termos duas marcas mais fortes, conceituadas e reconhecidas também pelo consumidor. Porque estamos a falar de azeites de qualidade superior mas a nível organoléctico com perfis distintos.

A Denominação de origem Protegida do azeite de Moura é a mais antiga?
É a mais antiga, desde 1994 e é composta das variedades Galega, Verdeal e Cordovil.

Tem sido difícil manter esta classificação DOP? No futuro que desafios se apresentam à continuação desta denominação?
Obviamente que há desafios e o primeiro é a produção: temos de ter produção para efetivamente conseguirmos escoar o produto com a nossa marca. Há outros desafios, como o consumidor reconhecer que ao comprar um azeite DOP está a contribuir para que se mantenha uma atividade numa região com características específicas: olival tradicional de sequeiro, com custos de produção elevados, com produções baixas – e que esteja disposto a pagar um preço obviamente superior àquilo que é o preço do mercado. Ao comprar um produto DOP, neste caso o azeite, está a comprar um produto diferenciado de variedades autóctones e que apresentam ao fim e ao cabo uma região e as suas gentes, as tradições e aquelas características.
Esse é o primeiro passo. O segundo passa pelos nossos compradores, pelos nossos parceiros também. Que percebam que quando colocamos um preço superior em relação a um azeite convencional, digamos, é porque efetivamente temos que o valorizar. E muitas vezes o que acontece é que nós não conseguimos vender esse azeite ao preço que pretendíamos por tudo aquilo que lhe falei há pouco. Porque se fôssemos colocar lá todos estes custos para dar rentabilidade ao agricultor, ainda tínhamos que subir muito mais o preço. E quando nós estamos muito acima há sempre uma certa relutância por parte dos nossos players em colocarem o azeite nas prateleiras porque não tem rotação ou porque isto ou aquilo ou porque está muito caro. Mas tem que haver essa consciência de que nós estamos a vender um produto diferenciado e que tem um consumidor fiel e isso é no meu ponto de vista também a parte mais interessante: nós temos consumidores que são fiéis à nossa marca e ao nosso produto independentemente do preço.
E há outra coisa muito importante. O Estado português deveria dar um sinal em relação às DOP e como o poderia fazer? Nos cadernos de encargos, nos concursos públicos para as cantinas para os refeitórios, alocar uma percentagem de 25%, 30% de produtos certificados – azeites queijos, massas, o que fosse, ao que é consumido. É um sinal de que estamos a valorizar o que é nosso, estamos a valorizar o que é diferente.
No plano estratégico da cooperativa está definido o aumento da capacidade de laboração do lagar, de uma forma a responder às necessidades dos sócios e à dinâmica do setor. Como está este objetivo?
Neste momento nas instalações onde estamos, a cooperativa tem capacidade para receber toda a azeitona dos sócios sem sobressaltos. Inclusivamente, depois do ano record que tivemos, de 62 milhões de quilos de azeitona, fizemos alguns investimentos para que não tivéssemos os sobressaltos que tivemos naquela campanha. E estamos perfeitamente à vontade para receber toda a produção atual dos sócios.
Com a construção dos blocos de regra e a sua conclusão, toda esta zona vai sofrer uma transformação. Nós, no nosso plano estratégico, tínhamos algumas soluções e a solução mais credível, na qual já estamos a trabalhar, é a construção de um novo lagar de raiz. É isso que nós vamos fazer dentro de dois, três, quatro anos. É um lagar pensado para crescer de uma forma estruturada e que consiga absorver as produções futuras dos nossos associados. Um lagar moderno, com toda a tecnologia de ponta.
O que nós estamos a fazer é adaptarmo-nos àquilo que o campo depois também vai fazer. Temos vindo a crescer aos poucos e a criar todas as condições para que quando haja produções e anos de muita produção, não tenhamos aqui nenhum problema a nível de receção de azeitona.
Há uma coisa que é extremamente importante e um fator de sucesso e de qualidade dos nossos azeites: o tempo de espera aqui na nossa cooperativa durante a campanha para descarregar a azeitona é muito diminuto. O nosso agricultor chega aqui e passado 30 minutos, 40 minutos no máximo, tem a sua azeitona já descarregada, está no tegão e começa a ser processada. Isso é extremamente importante para manter as qualidades da própria azeitona e depois de transformada temos uma diferenciação também estratégica. Porque é muito importante que não haja perdas de tempo entre o campo e a moenda.

De que necessitam os olivicultores, da parte do poder público, de quem gere e decide os mecanismos de apoio à agricultura?
Primeiro de tudo, que se cumpra a palavra dada. Muitas vezes em campanha ou mesmo sem estarmos em campanha fazemos anúncios que depois não cumprimos e acho que tem que haver seriedade por parte dos nossos políticos em cumprir com a palavra. Esse é o primeiro ponto. O segundo, que não se olhe só para o litoral, mas que se olhe muito também para o interior e que se pense que uma grande parte do nosso território está em vias de abandono e, que, se nada for feito, nos próximos anos criamos um problema muito grave na sustentabilidade até do próprio território. E há que, de uma vez por todas, criar condições. Não estamos a falar só da agricultura. Estamos a falar da educação, estamos a falar de saúde, estamos a falar de acessibilidades para que haja uma maior proximidade entre o interior e o litoral.
A nível da agricultura é cumprir com a palavra e principalmente olhar para uma coisa que é extremamente importante: a água. Tem que se criar uma rede nacional de água e essa rede nacional de água consiste numa coisa muito simples: aproveitarmos a água que do Norte não é aproveitada, vai para o oceano, e trazê-la para cá. E isso traz-se de inverno, não se traz de verão. Não é estar a tirar água aos agricultores e às populações do Norte. É aproveitarmos a altura da chuva, em que a água vai para o mar, e trazê-la para todo o território do interior de Portugal, não só o Alentejo. Só assim é que nós conseguimos ter um país coeso também a nível territorial porque senão vamos ter aqui grandes desigualdades. Onde há água há desenvolvimento, onde não há água não há nada.

Sobre o autorAna Grácio Pinto

Ana Grácio Pinto

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