Seminário O Mercado do Vinho regressa para aproximar a produção à distribuição
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) voltam a realizar o seminário O Mercado do Vinho. O evento, que se realiza […]
Ana Grácio Pinto
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A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) voltam a realizar o seminário O Mercado do Vinho. O evento, que se realiza a 30 de janeiro em formato presencial, em Santarém, visa aproximar a produção à distribuição.
Luís Mira, secretário-geral da CAP, refere ao Hipersuper que a evolução das vendas de vinho no mercado nacional, os principais desafios que se colocam ao sector e as tendências de consumo relativamente ao futuro são as questões a abordar na edição deste ano do seminário e sublinha que “esta análise tem sido feita numa base anual, sempre com uma audiência constituída por produtores e empresas vitivinícolas”.
Pelo lado da APED, o evento volta a ter três grandes objetivos, o primeiro dos quais é dar aos retalhistas a oportunidade apresentarem “dados quantitativos e qualitativos das vendas do vinho, das campanhas associadas e, bem assim, das principais tendências de 2023 num mercado tão relevante e importante para os retalhistas e para os produtores”, indica Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da associação.
Informação complementada pelo estudo ‘Análise do mercado. Desafios do presente e perspetivas para o futuro’, a ser apresentado pela NIELSEN e que vai incluir dados relativos à restauração.
A APED pretende também com a parceria no seminário O Mercado do Vinho, aproximar os retalhistas e os produtores “num ambiente profissional, mas descontraído, e que permita uma interação entre os dois elos da cadeia de valor”, e concretizar a ligação de décadas com a CAP, “aproximando agricultores e produtores das diversas insígnias, com ganhos evidentes para todos”, refere ainda o diretor-geral da associação em declarações ao Hipersuper.
Gonçalo Lobo Xavier defende que “todos precisamos de uma cadeia de distribuição equilibrada, justa e eficiente”, acrescentando que esta é também “a concretização desta forma de trabalhar das duas organizações: em cooperação”.
Aproximar pessoas e partilhar experiências
A parceria entre as duas entidades foi firmada em 1995, através de um protocolo de cooperação que pretende estimular o diálogo comercial entre os associados da CAP e da APED, além de fomentar o acesso dos produtos nacionais às empresas de distribuição e desenvolver parcerias.
Luís Mira afirma que esta foi a primeira iniciativa do género, com cariz interprofissional e grande abrangência, tendo contribuído “para o desenvolvimento de uma perspetiva de fileira”.
“Influenciar positivamente a participação da produção nacional nas vendas, dinamizar o estabelecimento de plataformas de cooperação duradouras entre os agentes económicos e uma via de diálogo construtivo, são, em nosso entender, essenciais para a sustentabilidade da atividade produtiva”, defende o responsável da CAP.
Uma cooperação duradoura e transparente é também o que destaca o diretor-geral da APED, para quem esta relação de confiança tem-se materializado e resultado em aumento de vendas para os dois lados, “sobretudo depois do período da pandemia”.
“Portugal tem muitos e bons produtores de vinho. Nem todos, com capacidade de estar presente no mercado retalhista da chamada ‘grande distribuição’. Aproximar pessoas e partilhar experiências é muitas vezes o que despoleta uma oportunidade de negócio que pode alterar por completo a filosofia de uma empresa. É nisso que nos concentramos: melhorar as relações na cadeia de valor”, destaca Gonçalo Lobo Xavier.
Em dezembro do ano passado, o IVV revelou que a campanha de vinho 2023-2024 totalizou 7,5 milhões de hectolitros, mais 10% em relação a 2022/2023, com destaque para as regiões de Açores, Lisboa, Bairrada e Trás-os-Montes que apresentaram acréscimos superiores a 20%.
Uma maior produção permite que mais quantidade e uma maior gama chegue à distribuição e ao consumidor final. “O vinho, como produto nacional, tem uma enorme responsabilidade na valorização do país e representa milhares de empregos e investimento”, defende o diretor-geral da APED. Acrescenta que a distribuição “tem todo o interesse em fomentar o consumo de vinho nacional de forma responsável”, mas assume que cabe à distribuição facilitar o canal “para que mais consumidores conheçam o vinho nacional”.
“Convém lembrar também a enorme relevância do setor para a exportação e, tendo um maior volume de produção, naturalmente que será um bom contributo para continuarmos a crescer em exportação – até porque alguns dos associados da APED já exportam vinhos e estão a trabalhar fora de Portugal”, destaca ainda ao Hipersuper.
O seminário O Mercado do Vinho vai decorrer no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), a partir das 14h.
Álvaro Mendonça e Moura, presidente da CAP e José António Nogueira de Brito, presidente da APED vão presidir à sessão de abertura, moderada por Francisco Pavão, vice-presidente da CAP.
O painel ‘Evolução das vendas. Tendências de mercado’ terá a participação de Rúben Fernandes, Continente/MC Sonae, Pedro Carvalho, Pingo Doce/Jerónimo Martins, e Pedro Pinto, Auchan.
Tiago Montenegro vai apresentar o estudo ‘Análise do mercado. Desafios do presente e perspetivas para o futuro’, da NielsenIQ. Sandra Vicente, vice-presidente do IVV, vai falar sobre o panorama da reestruturação de vinhas e Francisco Pavão, vai divulgar as ações de promoção da CAP nos mercados externos.
A sessão de encerramento vai estar a cargo de Gonçalo Lobo Xavier.