Conferência da Smart Waste Portugal alertou para a importância a economia circular e dos resíduos na transição energética
A economia circular desempenha um importante papel relativamente à crise das matérias-primas e à crise energética, enquanto o setor de resíduos tem uma importância diferenciadora na produção de energia, nomeadamente […]
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A economia circular desempenha um importante papel relativamente à crise das matérias-primas e à crise energética, enquanto o setor de resíduos tem uma importância diferenciadora na produção de energia, nomeadamente através de operações de valorização energética, que podem apoiar o cumprimento da meta de desvio de resíduos de aterro.
Estas foram a principais conclusões da conferência Economia e Energia Circular realizada no passado dia 26 pela Associação Smart Waste Portugal e que contou com a presença de várias empresas para discutir e repensar o que ainda falta para acelerar a transição energética, e de que forma o setor dos resíduos urbanos e industriais pode contribuir para uma maior produção de energia.
Alinhado com a União Europeia, Portugal apresenta objetivos ambiciosos nesta matéria, nomeadamente a redução para 10% da deposição em aterro face à produção de resíduos, até 2035, chegar a 2026 com 80% da eletricidade proveniente de fontes renováveis e atingir a neutralidade carbónica em 2050.
Na sessão de abertura, o secretário de Estado do Ambiente destacou “o financiamento via Portugal 2030, de 500 milhões de euros para a área dos resíduos e economia circular e ainda a devolução da chamada Taxa de Gestão de Resíduos (TGR) aos municípios, para que este dinheiro seja reinvestido numa rede para recolha seletiva e tratamento na origem de biorresíduos, resíduos esses que ao dia de hoje, representam cerca de 40% dos resíduos urbanos”. Hugo Polido Pires anunciou também que o Governo está a preparar uma Campanha de Sensibilização Nacional para incentivar a separação seletiva dos biorresíduos e garantir uma reciclagem mais eficaz”.
O longo caminho a percorrer…
Em 2021, 56% dos resíduos urbanos produzidos foram depositados em aterro, 19% seguiram para valorização energética, 14% para reciclagem, 7% para compostagem/digestão anaeróbia e 2% para outras valorizações. Apesar da diminuição verificada face a anos anteriores, a deposição em aterro continua a ser o destino preferencial dos resíduos urbanos. “Inverter esta tendência, direcionando resíduos para valorização energética, traduzir-se-á numa redução da percentagem de resíduos em aterro, contribuindo assim para o alcance das metas”, sublinha a Smart Waste Portugal num comunicado acerca da conferência.
“A gestão adequada de resíduos é essencial para minimizar o impacto ambiental da eliminação destes, reduzindo a deposição em aterro e evitando a emissão de gases nocivos para a atmosfera. As tecnologias de transformação de resíduos em energia podem reduzir significativamente o volume de resíduos que acaba depositado em aterros, mitigando assim potenciais riscos ambientais e de saúde”, alerta Aires Pereira, presidente da direção da Associação Smart Waste Portugal.
^Na conferência foi ainda assinalada a necessidade de um maior investimento em instalações de processamento de resíduos mais avançadas, e de um fornecimento consistente de resíduos adequados para a conversão em energia, incluindo resíduos sólidos urbanos, resíduos agrícolas e orgânicos, resíduos industriais, entre outros.
Promover a educação pública e a consciencialização sobre a importância da gestão adequada de resíduos, privilegiando sempre a hierarquia de gestão de resíduos é outra das metas a atingir para uma maior eficiência energética.
… e o potencial de Portugal
Portugal tem um potencial significativo para transformar resíduos em energia, contribuindo para objetivos de energias renováveis, para as metas de redução de deposição de resíduos em aterro e para a descarbonização. A circularidade, a energia, as matérias-primas, os recursos e os resíduos encontram-se intimamente ligados, sendo essencial descarbonizar a indústria, através da aposta na eficiência energética e em fontes de energia mais limpas e, por conseguinte, reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa.
Ao longo da sessão foram também abordados temas como o Biometano, o Hidrogénio Verde, a Biomassa e os Combustíveis Derivados de Resíduos (CDR), que desempenham um papel vital na promoção de uma energia mais sustentável e limpa, aproveitando recursos renováveis ou resíduos, contribuindo assim para a mitigação das alterações climáticas e a redução da dependência de combustíveis fósseis.
Foto: Paulo Alexandre Coelho