Logística. Ocupantes adiam planos de expansão a curto prazo
Aumento dos custos, incerteza económica e disponibilidade de mão de obra. Estas são atualmente as maiores dores de cabeça para os ocupantes de ativos logísticos
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Rita Gonçalves
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Aumento dos custos, incerteza económica e disponibilidade de mão de obra. Estas são atualmente as maiores dores de cabeça para os ocupantes de ativos logísticos, de acordo a terceira edição do estudo “European Real Estate Logistics Census”, realizado no mercado europeu, durante o verão de 2023, pelos analistas de mercado da Analytiqa para a Tritax EuroBox plc e a consultora imobiliária internacional Savills.
Neste ambiente macroeconómico desafiador, 39% das empresas estão a reduzir ou a adiar a expansão por um a dois anos, indica o estudo, acrescentando, no entanto, que as pressões de mercado parecem ser de curto prazo. “Apenas 12% dos players estão a reduzir ou a adiar a expansão por um período de dois a cinco anos e 3% estão a adiar indefinidamente”.
“Os resultados da terceira edição deste censo refletem o ambiente desafiante no qual operamos atualmente, com os tenants [ocupantes] a identificarem o aumento dos custos, a incerteza económica e a oferta de mão de obra como desafios significativos para as suas empresas”, afirma Phil Redding, CEO Tritax EuroBox plc, sublinhado que, apesar destes desafios, 39% dos inquiridos esperam que a ocupação de imóveis industriais e logísticos aumente este ano, “o que reflete o seu papel fundamental na cadeia de abastecimento e nas operações globais”.
O volume de absorção de imóveis industriais e logísticos continua em terreno positivo, atingindo 13,2 milhões de metros quadrados no primeiro semestre de 2023. A Alemanha continua a ser o principal mercado para expansão nos próximos três anos. “As empresas de logística ainda estão particularmente otimistas quanto às perspetivas de crescimento em Espanha nos próximos três anos”, de acordo com o estudo.
“Estamos a assistir aos avanços tecnológicos que continuam a impulsionar a evolução da cadeia de abastecimento, com os ocupantes a investirem numa gama diversificada de tecnologias, incluindo veículos elétricos e automação, à medida que procuram ganhos de eficiência e produtividade, juntamente com um melhor desempenho em termos de emissões de carbono”, salienta Phil Redding, adivinhado um futuro onde a “variável social dos ESG passe para o topo da agenda dos tenants, uma vez que estes procuram atrair e reter os melhores profissionais num mercado de trabalho europeu competitivo”.
No que diz respeito ao mercado português, a última edição do census sustenta aquele que tem vindo a ser o sentimento dos últimos meses, “um aumento da confiança generalizado pelos vários stakeholders e ocupantes com intenção de aumentar a sua área logística”, destaca Pedro Figueiras, head of Industrial & Logistics da Savills Portugal.
“Portugal não difere da Europa na preocupação para com a obsolescência do parque existente, bem como com a dificuldade de promotores em identificar localizações onde possam desenvolver novos projetos cumprindo os requisitos exigidos pela logística”, indica o especialista em logística, salientando que esta dificuldade se reflete nos ocupantes, “uma vez que identificam como a sua terceira maior preocupação a falta de oferta de edifícios novos, num momento em que 39% dos ocupantes prevê aumentar a sua capacidade de armazenagem”.