Reinventar e rejuvenescer o retalho
Uma das principais áreas de foco para o retalho em Portugal deverá ser a reformulação da força de trabalho, assim como olhar para a comunidade como pilar de investimento e preocupação

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Luciano Peixoto, administrador Casa Peixoto
O setor do retalho impacta todos, em todos os lugares, todos os dias. O ano de 2023 está ainda a começar e as expectativas já são elevadas para um setor que tem passado por muitas mudanças nos últimos tempos.
Ainda não conseguimos prever qual será o futuro e a palavra do ano em 2023. No ano anterior, “metaverso” ou “criptomoeda” poderiam ter sido as “buzzwords”, mas afinal foi “guerra” a eleita, mostrando que, por muitos estudos e conhecimento sobre o mercado, as mudanças abrutas e perturbantes trazem a imprevisibilidade.
Começando pelos aspetos menos positivos que podem afetar o retalho, a um nível macroeconómico destacaria as questões geopolíticas, o aumento das taxas de juro, a crise energética e os problemas associados às alterações climáticas que poderão ter impacto na sustentabilidade do nosso futuro e como vamos construí-lo. Uma preocupação que é naturalmente acompanhada pelo setor do retalho que continua a passar por uma constante disrupção e que procura trazer ideias e soluções para o desenvolvimento das marcas, da economia, dos interesses do consumidor, para um futuro sustentável.
Os últimos anos ensinaram-nos muito. Hoje somos mais inteligentes, mais rápidos e mais inovadores do que nunca. Focando-nos nos aspetos positivos sobre os quais devemos orientar as nossas expetativas, e aprender a valorizá-los para aproveitar as suas potencialidades, temos esperança para estar otimistas. Os anos anteriores mostraram-nos que o consumidor é resiliente. As cadeias de abastecimento estão a melhorar, os mercados de e-commerce estão a acelerar, os consumidores estão de volta às lojas físicas que estão mais relevantes, a par com as novas experiências online. As viagens e o turismo estão a recuperar, a atingir e/ou a superar os níveis pré-pandémicos, os grandes eventos de retalho, como o CES, o NRF (ambas nos EUA) e o World Retail Congress, em Barcelona, estão novamente de volta.
Enquanto o mundo gira à velocidade da tecnologia, o foco no cliente e na sua jornada de compra está no centro e na vanguarda das empresas de retalho e há muito empenho para transformar a disrupção em oportunidade. Sim, os programas de apoio às empresas poderiam ser outros, a inflação poderá aumentar, os orçamentos serão mais apertados e os profissionais qualificados continuarão a faltar. Ainda assim, o foco vai estar no desenvolvimento de projetos, incluindo o fortalecimento das infraestruturas (exemplo da Casa Peixoto com a expansão do armazém de logística em Viana do Castelo), na melhoria das margens e da experiência do cliente, que provavelmente irão contribuir para a evolução do negócio.
Mesmo que se verifique uma retração no comportamento do consumidor devido às variáveis mencionadas, este não está à espera que se comprometa a qualidade, o valor e a durabilidade, por isso o retalho tem de fazer sempre mais e melhor. O desejo de inspiração das marcas e retalhistas continua a ser um desafio, principalmente porque os consumidores experimentam um fluxo constante de novas interações de media e tecnologia, principalmente as gerações mais novas e os emergentes nativos digitais com progressivo poder de compra. Por isso, devemos ver os novos comportamentos de compra a continuar a acelerar no futuro e a impulsionar a transformação das marcas e das lojas, com a inovação, rejuvenescendo e reinventando o retalho.
Neste contexto, uma das principais áreas de foco para o retalho em Portugal deverá ser a reformulação da força de trabalho (por exemplo, alcançar o equilíbrio adequado entre a loja física e online e criar ambientes de inclusão), assim como olhar para a comunidade como pilar de investimento e preocupação. Não nos esqueçamos que o consumidor está no centro de toda a atividade económica e é por ele que olhamos para o futuro.