Estados Unidos são o principal destino dos vinhos portugueses
Portugal bateu o recorde de 677 milhões de euros em Valor das Exportações Mundiais, quando comparado com o período homólogo de 2021, e encontra-se entre os 10 principais exportadores de vinho a nível mundial.
Ana Rita Almeida
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A ViniPortugal realizou no dia 23 de Novembro, em Fátima, o Fórum Anual dos “Vinhos de Portugal”, um evento que reuniu várias entidades do sector, e onde foi apresentado o balanço de performance do vinho português no mercado nacional e internacional, assim como os Planos de Marketing e Promoção para 2023. Também neste evento foram atribuídos os prémios “Distinção CNOIV” e “Inovação CNOIV” de 2022.
A entidade responsável pelo desenvolvimento e execução de estratégias e planos de promoção dos Vinhos de Portugal em mercados internacionais apresentou também a grande novidade deste ano: o Referencial Nacional de Sustentabilidade.
Desempenho do vinho português no mercado nacional de Portugal Continental
Segundo os dados apresentados pelo IVV (Instituto da Vinha e do Vinho), de Janeiro a Setembro de 2022, a venda de vinhos tranquilos no mercado português cresceu 12% em volume (204 milhões de litros) e cresceu 41,5% em valor (817 milhões de euros), com o preço médio a subir 26,4%, quando comparado com o mesmo período em 2021. Estes “são excelentes resultados” se tivermos em conta a conjuntura económica mundial e o aumento dos custos de matéria prima e distribuição.
Estados Unidos são o principal destino dos vinhos portugueses
Quanto às exportações, Portugal bateu o recorde de 677 milhões de euros em Valor das Exportações Mundiais, quando comparado com o período homólogo de 2021 e encontra-se entre os 10 principais exportadores de vinho a nível mundial. De Janeiro a Setembro de 2022, comparando com o mesmo período de 2021, Portugal caiu 0,6% em volume de exportações (242 milhões de litros), mas cresceu 0,97% em valor, para os 677 milhões de euros, tendo o preço médio igualmente aumentado 1,57%, atingindo os 2,80€/l.
“É de salientar, que nos últimos três anos, os vinhos portugueses têm apresentado sempre um crescimento em valor nas exportações, mesmo quando vemos alguns dos principais mercados a diminuir a sua capacidade de resposta face às adversidades a que o sector tem estado sujeito nos últimos anos. No entanto, ainda temos muito trabalho pela frente. Apesar de os resultados alcançados este ano, até Setembro, serem positivos, o impacto da guerra na Ucrânia e o consequente aumento dos custos de contexto, está a refletir-se nos nossos objectivos. Para atingir a meta de 1.000 milhões que definimos, teríamos de crescer 6,24% em 2023. No entanto, estamos confiantes na performance dos nossos vinhos e temos um orçamento de 8,3 milhões de euros para investir na promoção dos nossos vinhos em 2023”, sublinhou Frederico Falcão, Presidente da ViniPortugal.
Quanto aos 5 maiores mercados de destino do vinho português até Setembro, temos os EUA (83 milhões de euros), França (81 milhões), Reino Unido (55 milhões), Brasil (50 milhões) e Canadá (43 milhões), sendo que as cinco geografias somadas representam 38,5% do volume total exportado e 46% do valor total exportado.
Os Estados Unidos ultrapassam assim a França que liderava a lista de países para onde Portugal exporta mais vinho.
Nesta edição do “Fórum Anual dos “Vinhos de Portugal” foi para a apresentado o Referencial Nacional de Sustentabilidade, “uma resposta às crescentes exigências dos mercados internacionais, com metas abrangentes ao nível nacional, credíveis, simples, mas simultaneamente acessíveis a todas as organizações do sector vitivinícola nacional responsáveis e orientadas para a sustentabilidade, ou seja, aquelas que estão focadas na criação de valor económico, cultural, social e ambiental”.
Segundo a ViniPortugal, esta certificação será composta por 86 indicadores no total, que podem variar entre aplicáveis, não aplicáveis, indicadores KO e não KO.
Frederico Falcão avança que “este Referencial é extremamente importante para o sector, pois a certificação em sustentabilidade está a deixar de ser uma questão de posicionamento distintivo, passando a ser uma questão de acesso aos mercados. Acredito que muito em breve alguns mercados, principalmente os nórdicos, mas não só, passarão a exigir Certificação em Sustentabilidade. É por isso essencial que Portugal tenha um Referencial único, nacional, promovido pela ViniPortugal pelos vários mercados mundiais, de forma a permitir que os nossos vinhos não fiquem de fora dos vários mercados onde querem competir”.
Como habitual, a ViniPortugal e Entidades Certificadoras apresentaram os seus Planos de Marketing e Promoção para 2023 e houve ainda espaço para a atribuição dos Prémios “Distinção CNOIV”, nas áreas de Enologia, Nutrição e Saúde e Viticultura e do Prémio “Inovação CNOIV” 2022.
A ViniPortugal fecha mais uma edição deste ano do Fórum Anual dos “Vinhos de Portugal mostrando, como o seu trabalho, enquanto associação que promove os Vinhos de Portugal nos mercados internacionais, posicionou Portugal como um mercado de referência no sector, afirmando o nosso país como um produtor de vinho de referência.