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Distribuição

APED solicita mediação do Governo nas negociações do Contrato de Trabalho Coletivo do setor (atualizada com posição do CESP)

Trabalhadores afetos à CGTP fizeram um cordão humano junto ao Centro Comercial Vasco da Gama a exigir “melhores salários, horários dignos e a conciliação entre o trabalho e a vida familiar”.

Filipe Pacheco
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APED solicita mediação do Governo nas negociações do Contrato de Trabalho Coletivo do setor (atualizada com posição do CESP)

Trabalhadores afetos à CGTP fizeram um cordão humano junto ao Centro Comercial Vasco da Gama a exigir “melhores salários, horários dignos e a conciliação entre o trabalho e a vida familiar”.

Filipe Pacheco
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retalhoA Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) informou esta quinta-feira que solicitou a mediação do Ministério do Trabalho na negociação do Contrato de Coletivo de Trabalho para o setor da distribuição.

Em causa estão as reivindicações dos trabalhadores respeitantes a aumento de salários e a horários que possibilitem conciliar o trabalho e a vida familiar.

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A solicitação da APED surge por a entidade considerar que as exigências das propostas sindicais, nomeadamente dos sindicatos afetos à CGTP, têm “falta de razoabilidade”.

“Propunham aumentos salariais da ordem dos 20%”, refere um comunicado da APED, acrescentando que esta posição “torna difícil um entendimento com os sindicatos”.

Face a esta situação, a entidade solicitou ao Governo a mediação das negociações. “A APED mantém-se disponível para dialogar e ao longo do processo negocial alterou sucessivamente a sua proposta de revisão do Contrato, sempre numa perspetiva de aproximação à proteção dos interesses dos trabalhadores, entre os quais se conta a conciliação entre a vida profissional e familiar”, refere o mesmo documento.

A solicitação, que foi enviada ao Governo na última segunda-feira pela APED, não merece a concordância do CESP — Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, que, aliás, se opõe totalmente à proposta da entidade representante das empresas de distribuição. “O que nos afasta, de todo, da proposta da APED é a rejeição do banco de horas. A APED avançou com uma proposta de banco de horas de 180 euros ao ano. O patrão é que decide se paga as horas a mais  ou se os trabalhadores  gozam essas horas. Com esta proposta não é possível conciliar o trabalho com a vida familiar”, declara Célia Lopes, dirigente sindical do CESP, ao Hipersuper.

A respeito dos 20% de aumento salarial reivindicado pelo sindicato, a dirigente sindical recorda que, entre 2010 e 2019, o Contrato Coletivo só foi revisto em 2016. “Nesse ano, o salário mínimo era 530 euros por mês. O que a APED está a propor é 635 euros por mês para um trabalhador com mais de oito anos de experiência, o que corresponde ao salário mínimo nacional para 2020”, afirma Célia Lopes. “Isto não é uma negociação. É óbvio que o CESP não pode aceitar a proposta de 635 euros”, acrescenta.

O comunicado da APED é lançado no mesmo dia em que trabalhadores afetos à CGTP fizeram um cordão humano junto ao Centro Comercial Vasco da Gama a exigir “melhores salários, horários dignos e a conciliação entre o trabalho e a vida familiar”.

Durante a ação, organizada pelo  CESP, Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, citado pela Lusa, referiu que se encontrava “num local onde as empresas ganham muito dinheiro e que cada vez pagam pior aos trabalhadores”.

“É um local onde os trabalhadores trabalham muito, são sujeitos a intensíssimos ritmos de trabalho e onde são confrontados com a desregulação dos horários pondo em causa a sua vida pessoal e familiar”, disse o secretário-geral da central sindical, acrescentando que os trabalhadores “são sujeitos a assédio”.

* Notícia atualizada às 19h26 com a posição do CESP

Sobre o autorFilipe Pacheco

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Diretora da Fruit Attraction, María José Sánchez,

Exportação

María José Sánchez: “Portugal é um mercado chave para a Fruit Attraction”

Em entrevista ao nosso jornal, a diretora da Fruit Attraction, María José Sánchez, sublinha que Portugal, com uma forte representação através da Portugal Fresh, continua a ser um mercado crucial para a feira, e elogia a oferta portuguesa que considera “de alta qualidade e competitiva”.

Em entrevista ao Hipersuper, a diretora da Fruit Attraction, María José Sánchez, enaltece a evolução da feira, que desde 2009 se transformou num ponto de encontro estratégico para o setor hortofrutícola global. María José Sánchez sublinha que Portugal, com uma forte representação através da Portugal Fresh, continua a ser um mercado crucial para a feira, e elogia a oferta portuguesa que considera “de alta qualidade e competitiva”.

Hoje, a Fruit Attraction é um evento de referência no calendário internacional. Como vê a sua evolução ao longo dos anos?
A Fruit Attraction teve uma evolução impressionante desde a sua primeira edição. Começámos em 2009 e, apenas alguns anos depois, tornámo-nos uma plataforma internacional chave para o setor hortofrutícola. Atualmente, contamos com a presença de expositores e visitantes de todo o mundo, o que reflete a importância deste evento como ponto de encontro estratégico para a indústria global. Ao longo dos anos, e com o apoio do nosso parceiro, FEPEX, soubemos adaptar-nos às necessidades do setor, integrando inovações, ampliando a nossa oferta e consolidando-nos como uma referência para a troca de conhecimento e desenvolvimento de negócios. Contudo, o verdadeiro sucesso tem sido a lealdade e o apoio dos profissionais do setor na feira.

Quais as principais inovações e novidades que a Fruit Attraction deste ano vai apresentar?
Como novidade, este ano o Pavilhão 1 será dedicado à Innova&Tech, a nova área que reúne os setores de Biotech Attraction e Smart Agro, destinada a empresas de inovação, investigação e desenvolvimento tecnológico em genómica vegetal. Neste espaço, poderemos encontrar todas estas propostas.
Além disso, o The Innovation Hub – no ponto de encontro entre os Pavilhões 1 e 3, com cerca de 40 produtos – será a área dedicada à inovação e novidades empresariais no setor. Neste contexto, a feira voltará a acolher os Innovation Hub Awards, que se tornaram um acontecimento essencial para apoiar a aposta empreendedora empresarial do setor, com as suas habituais categorias: Fresh Produce, F&V Industry e Ações de Sustentabilidade e Compromisso.

Qual a importância dos expositores e visitantes portugueses para a Fruit Attraction? A presença da Portugal Fresh é relevante?
Portugal é um mercado chave para a Fruit Attraction e a participação de expositores e visitantes portugueses é muito valiosa. A presença da Portugal Fresh, em particular, é um componente essencial que contribui para reforçar os laços entre as empresas portuguesas e o mercado internacional. Portugal é um país com uma oferta de alta qualidade e competitiva e a sua representação na feira fortalece o intercâmbio de oportunidades de negócios, além de impulsionar a visibilidade dos produtos portugueses a nível global.

Como são abordadas as questões relacionadas com a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental, temas cada vez mais importantes?
A sustentabilidade é uma prioridade. Na IFEMA MADRID, esforçamo-nos por promover práticas responsáveis. Para tal, tentamos aumentar o nível de sustentabilidade em todos os nossos eventos, bem como melhorar a eficiência das infraestruturas, entre outras ações.
Por outro lado, na Fruit Attraction, a sustentabilidade também é um dos temas centrais, e não só para nós, mas também para os participantes. Muitas das sessões realizadas na feira abordam este tema. Além disso, como já mencionei, temos uma categoria específica, Ações de Sustentabilidade e Compromisso, nos Innovation Hub Awards.

Como olha para os desafios globais, como as alterações climáticas e as interrupções nas cadeias de abastecimento, que afetam a produção e distribuição de frutas e legumes?
As alterações climáticas e as interrupções nas cadeias de abastecimento são dois dos principais desafios que o setor hortofrutícola enfrenta a nível mundial. As alterações climáticas estão a modificar os padrões de produção, afetando tanto a quantidade como a qualidade das colheitas, o que exige uma adaptação constante por parte dos produtores. Quanto às cadeias de abastecimento, as interrupções recentes mostraram-nos a importância de desenvolver redes mais resilientes e diversificadas. Na Fruit Attraction, trabalhamos para oferecer um espaço onde as empresas possam encontrar soluções inovadoras que as ajudem a enfrentar estes desafios, tanto ao nível da produção como da logística.

Que estratégias estão a ser implementadas para melhorar a rede de negócios e o networking entre os participantes da feira? Há novidades?
Um dos grandes objetivos da Fruit Attraction é oferecer uma plataforma de impulso e expansão internacional. Neste sentido, a IFEMA MADRID, com a colaboração do Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação e do ICEX, volta a ativar o Programa de Compradores Internacionais, que traz a Madrid cerca de 700 compradores de 70 países, incluindo chefes de compras de retalho, importadores e grossistas, que darão um dinamismo especial ao negócio da feira.
A este programa junta-se o ‘País Importador Convidado’, com a China e a Arábia Saudita como protagonistas desta edição. Assim, a Fruit Attraction abrirá e fomentará uma via de relações comerciais com estes mercados, apoiada por um programa completo de mesas redondas, visitas guiadas à feira e sessões B2B.
Além disso, a nossa plataforma digital LIVEConnect desempenhará um papel fundamental, permitindo que os participantes se conectem e façam negócios para além da feira.

Entrevista publicada na edição 426 do Hipersuper

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

Plentiful; rice held in heart shaped hand over paddy background

Alimentar

IACA doa 30 toneladas de ração a produtores afetados pelos incêndios

A doação da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais destina-se a produtores pecuários de sete municípios.

No âmbito do projeto IACA Solidária, a Associação doou 30 toneladas de alimentos compostos para animas, entregues a várias dezenas de produtores “para responder às necessidades imediatas de mais de 1.500 pequenos ruminantes (ovinos) que estão em défice nutricional no centro de Portugal e, também, a bovinos de raça Arouquesa também afetados pelos incêndios ocorridos em setembro”, informa num comunicado.

Os alimentos para animais estão a ser entregues em São Pedro Sul, Castro Daire, Tábua, Carregal do Sal, Nelas, Penalva do Castelo e Arouca. Estão diretamente envolvidas neste apoio aos pequenos produtores afetados pelos fogos, sete empresas associadas da IACA, designadamente, Nanta, Sorgal, Agrolex, Rações Valouro, Rações Zêzere, Vetalmex e De Heus.

A IACA informa ainda que a operação vai continuar nos próximos dias, “e enquanto for necessária”. Está a ser implementada em articulação com o Ministério da Agricultura, Direção Geral de Alimentação e Veterinária, Ordem dos Médicos Veterinários e com os responsáveis veterinários dos municípios afetados pelos incêndios, tal como com as organizações locais de produtores pecuários.

Doação entregue a produtores de carne e queijo

A Associação revela que para além da produção de carne, os produtores afetados pelos incêndios de setembro têm na produção de queijo de ovelha para comercialização em pequenas e grandes superfícies, uma das suas principais fontes de rendimento. Os fogos afetaram o bem-estar animal não apenas em relação à falta de alimento, mas também pela fraca qualidade do ar que ainda se verifica. “Situações que, em conjunto, podem comprometer a produção de carne, leite e de queijo de ovelha nestas regiões”, alerta a IACA.

A iniciativa IACA Solidária teve início em 2017, envolvendo voluntariamente todos os associados da instituição, para prestar apoio aos produtores pecuários, e seus animais, afetados pelos incêndios que atingiram Portugal em junho e outubro desse ano. Foram oferecidas mais de 150 toneladas de alimentos para aninais e foi criada uma ração de emergência para garantir a subsistência dos mesmos, recorda a Associação.

O projeto foi reativado em 2019, para responder à necessidade de alimentar os animais de pequenos produtores das zonas de Vila de Rei e Mação, áreas afetadas por grandes incêndios nesse ano.

Em 2024 a ajuda inicial cifra-se em 30 toneladas de alimentos compostos para animais. “Como sempre temos afirmado, com palavras e com ações, contribuir para o bem-estar animal, no que à alimentação diz respeito, e sermos solidários com as populações, é uma das missões desta Associação”, sublinha o secretário-geral da IACA.

Para Jaime Piçarra, é igualmente importante “que sejam ultrapassadas algumas questões técnicas e burocráticas que implicam que as premissas do projeto IACA Solidária tenham de ser aprovadas pela Assembleia da República”. “Especificamente, é necessário que estas ajudas não tenham impacto no IRC e no IVA cobrado às empresas. Apesar dessas limitações, reconhecidas pelo Ministro da Agricultura, voltamos a estar presentes. Não poderíamos fazer outra coisa”, explica.

A Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais integra 55 associados, sendo representativa de 80% da produção nacional de alimentos compostos para animais e da totalidade das pré-misturas de produção nacional.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Fotografias Frame It

Alimentar

Gonçalo Santos Andrade: “Vamos fazer história!”

Em entrevista ao Hipersuper, Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh, antecipa um momento histórico para o setor com a maior representação de sempre de empresas portuguesas na edição de 2024 da Fruit Attraction, em Madrid: 54 participantes e um stand de 708m2.

Quais as expetativas para esta edição da Fruit Attraction? A presença portuguesa mostra a força das nossas empresas nestes setores?
As expectativas da Portugal Fresh para esta edição da Fruit Attraction de 2024 são muito altas. Nunca ocupámos tanta área, nem participámos com um número tão elevado de empresas como este ano. Vamos fazer história! O stand conjunto ocupa a maior área de sempre – 708 metros quadrados – e conta com a presença recorde de 54 empresas, organizações e associações de produtores e parceiros. Iremos, juntos, promover as frutas e legumes produzidos em Portugal com uma presença forte na capital espanhola, que mostra bem o dinamismo deste setor.

O objetivo passa por reforçar e procurar novos mercados mas a Portugal Fresh faz mais nesta feira: divulga Portugal. Também passa por aí o sucesso da presença em Madrid?
Sem dúvida. A presença em Madrid permite-nos demonstrar como a aposta na qualidade, na segurança alimentar e na tecnologia do nosso modelo agrícola também são as nossas vantagens competitivas. Debaixo de um único chapéu, promovemos Portugal de forma muito mais eficaz e impactante.

As exportações de frutas, legumes e flores cresceram 13,4% nos primeiros seis meses do ano, face ao mesmo período do ano anterior. A presença em feiras internacionais como a Fruit Attraction fazem a diferença nestes resultados?
As principais feiras internacionais são autênticos centros de negócios onde temos acesso aos principais compradores internacionais. O grande objetivo é maximizar o valor à produção, procurando canais e soluções com valor acrescentado.
As vendas para os mercados externos crescem consecutivamente desde 2010, ano em que a Portugal Fresh foi criada. Em 2022, atingimos o marco histórico dos 2000 milhões de euros de exportações; em 2023 este valor aumentou para os 2303 milhões de euros. Queremos aproveitar todo o potencial do nosso país, onde a produção de frutas, legumes e plantas ornamentais está avaliada em 5000 milhões de euros (dados de 2023).
O grande objetivo da Portugal Fresh é reforçar a competitividade das empresas. E a promoção feita de forma conjunta e estruturada tem trazido inúmeras vantagens, não só em termos de rentabilização de custos e recursos, mas também no que toca à visibilidade da presença de Portugal. Passam milhares de visitantes por estas feiras empresariais e é aqui que se reúnem os principais players mundiais.

Como trabalha a Portugal Fresh para a internacionalização do setor?
Para continuar a ajudar as empresas a crescer, a Portugal Fresh tem em curso um Projeto Conjunto de Internacionalização para 2023-2025, apoiado pelo Portugal 2030 – Programa Operacional Competitividade e Internacionalização, e que prevê um investimento global de 1.561.663,52€ euros, financiado em 48,8% pelo FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Além da presença na Fruit Logistica, em Berlim, na Fruit Attraction, em Madrid, e na IPM Essen, realizamos missões empresariais e ações de prospeção nos Estados Unidos, Chile, Índia e Polónia. Este ano, em Abril, participámos na 1ª edição da Fruit Attraction em São Paulo, no Brasil.
A nossa aposta é consolidar clientes nos mercados com maior volume de vendas, nos países onde o PIB per capita é mais elevado e também em cidades onde a presença da comunidade portuguesa é relevante. Abordamos ainda geografias com crescimento demográfico e com elevada concentração de consumidores, atrativas quer do ponto de vista logístico, quer económico. Países como o Luxemburgo, a Irlanda, a Suíça, o Qatar e a Noruega entram nas nossas prioridades devido ao PIB que apresentam. Já Nova Deli e Bombaim, na Índia, Tóquio, no Japão, Cidade do México, no México, e São Paulo, no Brasil, são atrativas pela demografia e logística.

As expectativas são de crescimento nas exportações mas para isso não chega a aposta em inovação e tecnologia. A disponibilidade de recursos hídricos é uma preocupação urgente?
Muito urgente. A evolução positiva das exportações precisa de ser acompanhada por investimentos concretos no acesso à água e na gestão dos recursos hídricos. Esta é a nossa principal batalha pois, sem uma gestão adequada da água, dificilmente conseguimos superar metas, crescer e ganhar maior competitividade. Temos vindo a defender, repetidamente, que é urgente avançar com a modernização da área de regadio existente para evitar perdas de água na distribuição antes de chegarem aos agricultores.
É urgente um plano estratégico nacional para a gestão deste tema. É urgente a criação de uma via verde para a construção de charcas e reservatórios de água e a construção de barragens para múltiplos fins. Este é um tema que continuará no topo das preocupações.

O que nos torna mais competitivos que outros países exportadores? De que forma os produtos deste setor se diferenciam?
Pela sua localização, Portugal possui um clima único na Europa e com forte influência do Atlântico. Esta diferenciação climática traz-nos, não só, qualidade e sabor, como nos permite produzir, por exemplo, framboesa na região do Sudoeste Alentejano durante as 52 semanas do ano. O clima ameno e mais estável ao longo do ano, com temperaturas não muito altas no verão e não muito baixas no inverno é uma grande vantagem competitiva. Permite-nos prolongar mais as campanhas. Ao mesmo tempo, também nos destacamos pela diversificação da oferta. Além dos pequenos frutos, distinguimo-nos na produção de tomate, citrinos, peras e maças, hortícolas, etc. A qualidade e o sabor são outros dois ingredientes fundamentais em que a produção nacional dá cartas.

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

Bebidas

ACIBEV assinala campanha Vitævino com vídeos a destacar a importância do setor

Para marcar o lançamento europeu da Campanha Vitævino, a ACIBEV lançou uma série de vídeos de curta duração para destacar a importância do setor do vinho.

Hipersuper

Os vídeos lançados pela Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal, têm por base o estudo realizado pela NOVA SBE sobre o valor do Setor do Vinho em Portugal e assinalam o lançamento da campanha.

A Campanha Vitævino é uma iniciativa de cidadãos da comunidade vitivinícola europeia, dedicada à defesa da cultura do vinho e do seu papel na promoção do convívio.

Segundo a ACIBEV, a campanha pretende que seja reconhecido “o importante papel socioeconómico que o vinho desempenha na nossa sociedade”. “A grande maioria das pessoas bebe com moderação e o vinho é bem conhecido pelo seu contributo para a gastronomia e o convívio numa cultura que distingue entre o abuso do álcool e o consumo moderado de vinho”, destaca ainda, num comunicado.

Um dos pilares dessa campanha é a Declaração Vitævino, que prevê a recolha de assinaturas daqueles que apoiam o vinho “enquanto símbolo de convívio, a sua cultura milenar, o seu papel na formação da nossa história, da nossa economia, dos nossos terroirs e das nossas comunidades rurais, não esquecendo o lugar legítimo do consumo moderado de vinho como parte de um estilo de vida saudável e equilibrada”, explica a ACIBEV no comunicado.

Os cinco pequenos vídeos lançados pela Associação apresentam factos importantes sobre o emprego rural, a contribuição fiscal, a atividade económica, o enoturismo, o valor das exportações, a contribuição para o PIB e o impacto ao longo de toda a cadeia de valor.

A Declaração Vitævino pode ser assinada em www.vitaevino.org

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Hipersuper

Alimentar

Na Quinta de Jugais já se prepara o Natal

De Oliveira do Hospital saem cabazes de natal para todo o mundo com os sabores autênticos e tradicionais de Portugal. Em 2023, as encomendas ascenderam a 400 mil.

Hipersuper

A três meses do Natal, na Quinta de Jugais, em Oliveira do Hospital, o espírito da época já se instalou nos mais de 3 mil metros quadrados de área do armazém e agita o trabalho dos 60 colaboradores da equipa, liderada pelos irmãos António e Pedro Martins.

Um alvoroço que se sente desde 2001, altura em que arrancaram com o negócio da produção de “cabazes de Natal personalizados”. Pelo meio, investiram na introdução de “produtos tradicionais de sabor autêntico” da Serra da Estrela bem como na criação de uma linha de produção de doces, “inspiradas também em receitas tradicionais, que passam de geração em geração”.  De uma simples caixa, a um baú ou mala de viagem, o requinte das embalagens dos produtos é outra aposta da equipa que quer surpreender, por exemplo, “com bolachas em caixas de música” ou “chocolates em latas decorativas”. Embora não existam dados oficiais, como sublinha em comunicado, a Quinta de Jugais orgulha-se de ser a maior e mais antiga empresa de cabazes de Natal em Portugal e o seu objetivo é continuar a crescer e a apostar no mercado português.

O sucesso é notório e, volvidas mais de duas décadas, o negócio mostra ser uma aposta ganha: em 2007, a Quinta de Jugais iniciou a presença no mercado angolano e registou, em 2023, um volume de faturação de quase 40 milhões de euros (39.273.021,37 euros), o maior desde a génese da empresa em 2001 onde faturou cerca de 50.000 mil euros.
Para este ano, as previsões apontam para “um crescimento de 5%”. “Este aumento reflete a confiança no potencial do nosso negócio e no fortalecimento das nossas operações. No Natal, devido à área de negócio dos Cabazes de Natal e ao volume de trabalho da época, chegamos a ter na equipa mais de 400 pessoas”, partilham os responsáveis da Quinta de Jugais.

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I&D

Inteligência Artificial “tem o potencial de tornar os humanos mais inteligentes e produtivos”

Carlos Oliveira, chairman da Automaise, defende a necessidade de “olhar estrategicamente para o IA”, no seio das empresas, onde “os impossíveis passaram a ser possíveis” devido a esta tecnologia.

Hipersuper
tagsIA

O chairman da Automaise, Carlos Oliveira, defendeu que a Inteligência Artificial “tem o potencial de tornar os humanos mais inteligentes e produtivos”, no evento Automaise Talks, realizado no passado dia 25 de setembro, no Templo da Poesia, em Oeiras.

Na sua intervenção sobre IA e liderança, Carlos Oliveira defendeu a necessidade de “olhar estrategicamente para o IA”, no seio das empresas, onde “os impossíveis passaram a ser possíveis” devido a esta tecnologi. “O desafio é para nós próprios, que temos de pensar como tirar partido desta ferramenta, para o nosso crescimento”, afirmou, acrescentando: “A IA está a ser o verdadeiro indutor da verdadeira transformação digital que ainda não aconteceu” afirmou.

Também Ernesto Pedrosa, CEO da Automaise, considerou que “o lançamento do Chat GPT foi o turning point”, mas lembrou que a “IA já tem 20 anos e faz parte do nosso dia-a-dia, em assistentes virtuais, recomendações de produtos ou sistemas de navegação”. “O futuro de todas as empresas passa pela IA”, disse.

As Automaise Talks, realizadas no dia 25 de setembro, reuniram líderes e especialistas de várias áreas para discutir o impacto da IA no futuro das empresas. O evento destacou a inevitabilidade da adoção da IA, abordando como esta tecnologia está a transformar tarefas repetitivas e a impulsionar a eficiência operacional. Debateram-se ainda os efeitos da IA na produtividade, a possibilidade de semanas de trabalho mais curtas e a importância de equilibrar o teletrabalho com a vida pessoal.

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Hipersuper

Fotografia de arquivo

Retalho

Heed Capital investe 25 milhões de euros na expansão do Retail Park de Évora

O Retail Park contará com mais de 800 lugares no parque de estacionamento e vai receber a primeira loja da Mercadona no Alentejo, além de uma Kiwoco, um Espaço Casa e uma Fábrica de Óculos.

Hipersuper

A Heed Capital, empresa de gestão de ativos focada em fundos de investimento e consultoria financeira, investiu 25 milhões de euros na expansão do Retail Park de Évora, localizado na Quinta de Alcaide.

O espaço, comprado em 2021 à Europar, passará, com a expansão, de 6000 m 2 para 14 mil m 2 de área coberta construída. O terreno onde está situado tem uma área total de aproximadamente 66.000 m 2 , sendo que os proprietários cederam uma
área de quase 7.000 m 2 à Câmara Municipal de Évora, entregando ao poder público a construção de uma nova via de acesso ao local, assim como a ligação a uma rotunda já existente.

Recorde-se que em 2021, a Heed Capital lançou o Aston Gold, um fundo de capital de risco fechado. O Retail Park de Évora faz parte dos ativos geridos pelo Aston Gold FCR .

Para Fernando Fonseca, responsável da Aston Gold, “este investimento confirma a nossa capacidade, através das nossas equipas multidisciplinares, de gerir os recursos dos nossos clientes, tanto em ativos líquidos como nos de menor liquidez.”

O Retail Park contará com mais de 800 lugares no parque de estacionamento e vai receber a primeira loja da Mercadona, cadeia espanhola de supermercados, no Alentejo, além de uma Kiwoco, um Espaço Casa e uma Fábrica de Óculos. O investimento da Heed Capital vai gerar a criação de 200 novos postos de trabalho na cidade de Évora, contribuindo diretamente para o desenvolvimento económico do interior do país, e a inauguração está marcada para o próximo dia 3 de outubro.

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Hipersuper

Bebidas

Espumantes das Caves da Raposeira distinguidos no Mundus Vini

O espumante Raposeira Velha Reserva 2017 recebeu o prémio especial “Best of Show Portugal Sparkling Wine”, reforçando a reputação desta marca portuguesa no panorama internacional.

Hipersuper

As Caves da Raposeira estiveram em destaque no Summer Tasting do prestigiado concurso internacional Mundus Vini, ao arrecadarem 4 Medalhas de Ouro e o prémio especial “Best of Show Portugal Sparkling Wine”.

Os espumantes galardoados foram o Raposeira Velha Reserva 2017, o Raposeira Super Reserva Blanc de Blancs Bruto 2019, o Raposeira Super Reserva Blanc de Noirs Bruto 2017 e o Raposeira Reserva Bruto 2020, que se destacaram pela sua excelência e qualidade.

O espumante Raposeira Velha Reserva 2017 recebeu o prémio especial “Best of Show Portugal Sparkling Wine”, reforçando a reputação desta marca portuguesa no panorama internacional.

 

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Hipersuper

Retalho

APED pede simplificação de processos para eliminar obstáculos à doação de alimentos

Em 2023, os associados da APED da Distribuição Alimentar contribuíram com a doação de mais de 24 mil toneladas de produtos alimentares de diferentes categorias.

Hipersuper

O setor do Retalho e Distribuição quer continuar a dar passos para reduzir ainda mais o desperdício gerado nas suas operações e influenciar positivamente fornecedores e consumidores para a adoção de boas práticas. A APED e os seus associados apelam aos decisores nacionais para a necessidade de eliminar obstáculos à doação de alimentos, nomeadamente no seu enquadramento fiscal, no processo de recolha e nos procedimentos administrativos que lhe estão associados.

Num documento intitulado “Contributo da Distribuição no Combate ao Desperdício Alimentar: Boas Práticas, Desafios e Oportunidades”, a APED apresenta um enquadramento da realidade do desperdício alimentar a nível global, elenca as ações desenvolvidas pelo setor para mitigar este flagelo e apresenta propostas de alteração legislativa que podem contribuir ainda mais para reduzir a perda de alimentos e fazer chegar os excedentes a quem mais precisa.

Para a APED é necessário simplificar processos, flexibilizar restrições fiscais, fornecer orientações claras sobre a elegibilidade dos produtos alimentares e promover a capacitação das entidades recetoras. A promoção de medidas direcionadas para a eficiência na recolha dos excedentes alimentares, tais como a colaboração com entidades intermediárias para maximizar as doações outras é outra das propostas apresentadas.

A APED considera ainda que existem algumas oportunidades para melhorar a eficácia do processo de doação de excedentes alimentares.

As doações são limitadas a instituições e entidades públicas que cumpram um conjunto de requisitos de natureza fiscal. O facto de apenas as IPSS, o Estado e as ONG sem fins lucrativos serem passíveis de isenção de IVA, acaba por penalizar as empresas do ponto de vista fiscal. A revisão dos limites associados ao volume de vendas anual das empresas para a majoração em sede de IRC dos custos com donativos prevista no Regime do Mecenato é outra das propostas feitas neste documento.

A falta de meios e equipamentos necessários ao acondicionamento e transporte dos produtos, bem como a escassez de voluntários, sobretudo fora dos grandes centros urbanos, é outra dificuldade vivida pelas instituições assinalada pela APED. Entre as propostas de solução para esta realidade estão a concessão de apoios do Estado ou das autarquias para o financiamento de equipamentos ou infraestruturas e a construção de um sistema de vantagens fiscais para voluntários e para empresas/organizações que queiram fazer as recolhas e a sua redistribuição pelas instituições beneficiárias.

Outro dos obstáculos salientados diz respeito à complexidade e pouca celeridade dos processos administrativos envolvidos nas ações de doação, incluindo a documentação e o controlo da rastreabilidade, que acabam por criar constrangimentos na disponibilidade dos produtos a serem doados.

“O combate ao desperdício alimentar exige uma resposta concertada e articulada entre todos os elos da cadeia de abastecimento alimentar e um trabalho de sensibilização junto do consumidor. À semelhança de outros desígnios que tem assumido no âmbito da sustentabilidade, a APED e os seus associados querem continuar a dar passos firmes para acelerar ainda mais o seu contributo para a reduzir o desperdício e a partilha de boas práticas com fornecedores e consumidores. Cabe necessariamente aos decisores e reguladores participarem também nesta ação colaborativa, agilizando processos, metodologias e regulamentação, garantindo sempre a qualidade e segurança dos alimentos doados”, afirma Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED.

Sobre o autorHipersuper

Hipersuper

Marine Stewardship Council

Alimentar

Sardinha ibérica inicia processo de certificação de sustentabilidade pelo Marine Stewardship Council

Este processo de avaliação é liderado pela Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (ANOPCERCO) e pela Asociación de Organizaciones de Productores de Pesca del Cantábrico (OPPs CANTÁBRICO).

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A Marine Stewardship Council (MSC) anuncia a entrada em avaliação completa de acordo com o Padrão de Pesca do MSC da pescaria de cerco da Sardinha Ibérica (Sardina pilchardus).

O Padrão de Pesca do MSC certifica pescarias sustentáveis e bem geridas, baseando-se em três princípios fundamentais: populações saudáveis de peixes, minimização do impacto sobre o meio marinho no seu conjunto e um sistema eficaz de gestão pesqueira. A certificação da sardinha ibérica será realizada pelo certificador independente Bureau Veritas para estes três princípios.

A sardinha ibérica, um recurso valioso partilhado por Portugal e Espanha, distribui-se do Golfo da Biscaia ao Estreito de Gibraltar. A sardinha portuguesa obteve anteriormente a certificação MSC, um reconhecimento importante, que em 2014 foi suspenso devido a desafios na gestão do stock. Desde então, têm sido implementadas medidas para melhorar a sustentabilidade da pescaria, visando uma futura recertificação. Em 2021, Portugal e Espanha acordaram um Plano Multianual de Gestão que inclui, regras que definem as capturas anuais, períodos de interdição da pesca, limites à captura de juvenis entre outras medidas de gestão que têm como objetivo a gestão sustentável deste recurso partilhado.

Em avaliação estará a pesca do cerco, composta por 339 embarcações que direcionam as suas capturas para pequenos pelágicos, 144 pertencem à frota portuguesa e 195 à frota espanhola, e as capturas são realizadas na zona FAO 27, concretamente nas zonas CIEM VIIIc e IXa.

O processo de avaliação agrega 17 Organizações de Produtores de Pesca (OPs) de Espanha e Portugal, assim como 3 associações de indústrias alimentares de Portugal. Todas as OPs portuguesas são membros da ANOPCERCO. No caso de Espanha, 6 das OPs estão integradas na OPPs CANTÁBRICO, bem como outras 2 OPs que não são membros da referida Associação, mas que também realizam essas capturas. Finalmente, dentro do grupo cliente desta pescaria estão 3 associações portuguesas de indústrias alimentares, Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP), Associação Nacional da Indústria pelo Frio e Comércio de Produtos Alimentares (ALIF) e Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).

“É com um enorme orgulho que encaramos este processo de certificação da sardinha ibérica, depois de termos tomado a iniciativa no final de 2022, conjuntamente com a indústria de conservas, com a indústria de congelação e com as empresas de distribuição, e tendo como ponto de partida o sucesso obtido na recuperação do stock ibérico da sardinha, e os enormes sacrifícios desenvolvidos pelo setor para garantir essa recuperação”, sublinha Humberto Jorge, presidente da ANOPCERCO.

“A obtenção da certificação de sustentabilidade MSC irá trazer benefícios para todos os intervenientes na fileira da pesca da sardinha. É essencial manter ou mesmo reforçar o acompanhamento científico sobre o estado do recurso e reforçar o papel das organizações de produtores na regulação do mercado e na gestão participada deste recurso tão importante para as pescas portuguesas.”, acrescenta

Alberto Castro, membro da OPPs CANTÁBRICO , refere que “Após muito esforço, encaramos o processo de certificação MSC com entusiasmo. É muito importante para nós demonstrar através de uma certificação como a do MSC, reconhecida, rigorosa e independente, o grande trabalho que se realiza na gestão desta pescaria tão importante para nós”

Também Alberto Martín, diretor do programa MSC para Espanha e Portugal, lembra que “a pesca da sardinha é um exemplo de como as diferentes partes interessadas, produtores, administração, empresas e cientistas, podem unir esforços em prol da sustentabilidade. As frotas espanhola e portuguesa estão a colaborar muito estreitamente para conseguir uma gestão sustentável da sardinha ibérica. Têm investido muito esforço na melhoria das informações disponíveis em relação ao stock, aperfeiçoando os dados e propiciando a geração de novos modelos ecossistémicos para compreender melhor que relações existem na cadeia trófica com este recurso”. “Por todo este trabalho realizado, felicito as frotas de ambos os países e desejo-lhes sorte no processo de avaliação completa da sardinha que determinará, através de um processo objetivo e baseado na ciência, se a sardinha pode ser certificada.”, conclui.

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