APED solicita mediação do Governo nas negociações do Contrato de Trabalho Coletivo do setor (atualizada com posição do CESP)
Trabalhadores afetos à CGTP fizeram um cordão humano junto ao Centro Comercial Vasco da Gama a exigir “melhores salários, horários dignos e a conciliação entre o trabalho e a vida familiar”.
Filipe Pacheco
CONFAGRI saúda adiamento do Regulamento Anti Desflorestação
Mercadona abriu hoje em Évora
Lidl reforça meta de zero emissões de gases com efeito de estufa até 2050
Patente da portuguesa Nolita permite eliminar açúcares e adoçantes adicionados
María José Sánchez: “Portugal é um mercado chave para a Fruit Attraction”
IACA doa 30 toneladas de ração a produtores afetados pelos incêndios
Região dos Vinhos de Lisboa dá a provar 100 vinhos de 50 produtores no festival gastronómico Heróis do Mar
Gonçalo Santos Andrade: “Vamos fazer história!”
ACIBEV assinala campanha Vitævino com vídeos a destacar a importância do setor
Freeport Lisboa Fashion Outlet apoia Refood e acolhe novo centro logístico
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) informou esta quinta-feira que solicitou a mediação do Ministério do Trabalho na negociação do Contrato de Coletivo de Trabalho para o setor da distribuição.
Em causa estão as reivindicações dos trabalhadores respeitantes a aumento de salários e a horários que possibilitem conciliar o trabalho e a vida familiar.
A solicitação da APED surge por a entidade considerar que as exigências das propostas sindicais, nomeadamente dos sindicatos afetos à CGTP, têm “falta de razoabilidade”.
“Propunham aumentos salariais da ordem dos 20%”, refere um comunicado da APED, acrescentando que esta posição “torna difícil um entendimento com os sindicatos”.
Face a esta situação, a entidade solicitou ao Governo a mediação das negociações. “A APED mantém-se disponível para dialogar e ao longo do processo negocial alterou sucessivamente a sua proposta de revisão do Contrato, sempre numa perspetiva de aproximação à proteção dos interesses dos trabalhadores, entre os quais se conta a conciliação entre a vida profissional e familiar”, refere o mesmo documento.
A solicitação, que foi enviada ao Governo na última segunda-feira pela APED, não merece a concordância do CESP — Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, que, aliás, se opõe totalmente à proposta da entidade representante das empresas de distribuição. “O que nos afasta, de todo, da proposta da APED é a rejeição do banco de horas. A APED avançou com uma proposta de banco de horas de 180 euros ao ano. O patrão é que decide se paga as horas a mais ou se os trabalhadores gozam essas horas. Com esta proposta não é possível conciliar o trabalho com a vida familiar”, declara Célia Lopes, dirigente sindical do CESP, ao Hipersuper.
A respeito dos 20% de aumento salarial reivindicado pelo sindicato, a dirigente sindical recorda que, entre 2010 e 2019, o Contrato Coletivo só foi revisto em 2016. “Nesse ano, o salário mínimo era 530 euros por mês. O que a APED está a propor é 635 euros por mês para um trabalhador com mais de oito anos de experiência, o que corresponde ao salário mínimo nacional para 2020”, afirma Célia Lopes. “Isto não é uma negociação. É óbvio que o CESP não pode aceitar a proposta de 635 euros”, acrescenta.
O comunicado da APED é lançado no mesmo dia em que trabalhadores afetos à CGTP fizeram um cordão humano junto ao Centro Comercial Vasco da Gama a exigir “melhores salários, horários dignos e a conciliação entre o trabalho e a vida familiar”.
Durante a ação, organizada pelo CESP, Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, citado pela Lusa, referiu que se encontrava “num local onde as empresas ganham muito dinheiro e que cada vez pagam pior aos trabalhadores”.
“É um local onde os trabalhadores trabalham muito, são sujeitos a intensíssimos ritmos de trabalho e onde são confrontados com a desregulação dos horários pondo em causa a sua vida pessoal e familiar”, disse o secretário-geral da central sindical, acrescentando que os trabalhadores “são sujeitos a assédio”.
* Notícia atualizada às 19h26 com a posição do CESP