Bruno Albuquerque, diretor de Marketing de Cervejas da Unicer
Super Bock: 90 anos de história para contar
A cerveja Super Bock está a comemorar 90 anos de presença no mercado. São nove décadas de existência que se cruzam com a história de uma indústria com forte tradição no País, onde a marca lusa detém à data uma quota de mercado de 45,2%
Ana Catarina Monteiro
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A cerveja Super Bock está a comemorar 90 anos de presença no mercado. São nove décadas de existência que se cruzam com a história de uma indústria com forte tradição no País, onde a marca lusa detém à data uma quota de mercado de 45,2%.
Em outubro de 1927, a Companhia União Fabril Portuense (CUFP) dá a conhecer durante a Exposição Industrial Portuguesa, no Palácio de Cristal, no Porto, uma nova cerveja criada pelo mestre cervejeiro Alberto Marques Fonseca. A invenção é designada de Super Bock, uma vez que resulta do aperfeiçoamento das cervejas do tipo “bock”, criadas na Alemanha, as quais a companhia portuense produzia desde a sua fundação, em 1890, e que na altura estavam “em voga”. A inovação gerou sucesso na exposição e valeu até um “Grand Prix” à CUFP, que decide registar oficialmente e marca a 9 de novembro do mesmo ano.
90 anos volvidos, a CUFP extinguiu-se, dando lugar à Unicer, mas a Super Bock tornou-se uma das principais marcas de cerveja portuguesas. A bebida chega hoje a mais de 50 países e, em Portugal, detém uma quota de mercado de 45,2%, em valor, de acordo com dados da consultora Nielsen, pronunciados em entrevista ao HIPERSUPER por Bruno Albuquerque, diretor de Marketing de Cervejas da produtora de Leça do Balio.
Portugal continua a ser principal mercado
Para celebrar as nove décadas de existência, a Super Bock lançou uma cerveja comemorativa, em edição limitada, para a qual recuperou a garrafa usada na década de 60. A réplica remete simbolicamente para o período em que iniciou a internacionalização. “Uma das nossas primeiras experiências além-fronteiras foi no Japão, para onde ainda exportamos embora de momento não seja um mercado prioritário”, lembra o responsável. Com Portugal ainda a representar o País com mais peso nas vendas da marca – “acima de 50%”, a “China” é hoje o segundo mercado mais importante. Na Europa, destacam-se a “Suíça e a Espanha”.
Por canais de venda, é o Horeca que se apresenta como mais relevante para a marca, “pois tem vindo a beneficiar do crescimento do turismo em Portugal e do investimento que a Unicer tem feito para diversificar a oferta de cervejas, nomeadamente, através da introdução e inovações seletivas como a gama Super Bock Seleção 1927”, sustenta o diretor. Para comemorar o aniversário no canal “off trade”, a empresa foi buscar os antigos camiões, que remontam também à década 60, durante a qual alargou a sua rede de distribuição a nível nacional.
“Vendas cresceram 3% no ano anterior”
A fábrica em Leça do Balio continua a ser o local exclusivo de produção da cerveja, cujas vendas cresceram no ano passado 3% em valor no mercado interno, revela Bruno Albuquerque sem indicar a faturação.
A campanha de comunicação, sob o mote “90 anos a fazer amigos”, também já arrancou. A marca decidiu recuperar alguns marcos da história de Portugal e do mundo mostrando que sempre esteve presente nos momentos de celebração dos consumidores. “Fazemos parte da vida social dos portugueses e pertencemos a uma categoria de produto bastante dinâmica que apresenta um contributo determinante para o desenvolvimento da economia nacional”, sublinha o diretor.
Consumo regressa à estabilidade
A cerveja é uma das bebidas preferidas dos portugueses e está associada a momentos de convívio. Depois de “nos últimos anos se ter assistido a uma queda do seu consumo, associada à crise financeira”, os dados de 2015 trouxeram mais “otimismo” para os cervejeiros lusos, que evidenciam um aumento de 0,3% em volume e de 3% em valor das vendas de cerveja em Portugal, de acordo com a consultora Nielsen.
“A realidade atual, em que convivem grandes, pequenas e microcervejeiras, traduz o futuro do setor em Portugal”, considera Bruno Albuquerque. “A diversidade de oferta e as boas práticas na produção valorizam o papel da cerveja e beneficiam quer os apreciadores, que encontram inovação e diferenciação, quer o desenvolvimento da economia portuguesa. A categoria tem mostrado uma enorme capacidade de resiliência”.
Inovação “constante” e comunicação “diferenciadora”
A inovação é “indissociável” do percurso da Super Bock. “Um dos melhores casos de sucesso” da empresa, destaca o responsável, passa pelo sistema “pull off”, de abertura fácil, que chegou ao mercado em 2010. “Na altura contava como uma tendência que entretanto se tornou realidade”. Já em 2003, o lançamento da variedade “Stout” veio “revolucionar o mercado nacional cervejeiro” e assinalou o “arranque definitivo de um programa de inovação constante e contínua” da marca. Logo no ano seguinte, “voltou a ser pioneira” com o lançamento da variedade “Green”, enveredando pelo universo das cervejas com sabor.
A comunicação nos pontos de contacto e a forma de estar da marca é também um “fator de diferenciação e de envolvência com os consumidores”, lembra o diretor. “O movimento que criámos em 2015 para promover a amizade, através do slogan ‘Leva a Amizade a Sério’, que se materializou numa comunicação com sentido social ativo, é outro marco que permanecerá na nossa história”.
A aproximação da cerveja ao público é feita também pela via da música. Além de realizar desde 1995 o festival Super Bock Super Rock, a marca é presença habitual nos principais festivais de verão, em festividades locais, como as Festas de Lisboa ou as de Ponte de Lima, e nos estádios de futebol.
“Autenticidade, tradição e amizade”
Aqueles pontos de contacto vão ser durante este ano alvo de ações para assinalar a efeméride da marca, que vai também lançar um museu itinerante, para dar a conhecer a sua história, e realizar festas temáticas em pontos de venda e ruas do País. Outras atividades, inclusivamente no canal online, serão reveladas “a seu tempo”.
O objetivo da Unicer para este ano é manter o “foco na liderança do mercado de cervejas em Portugal” e, por outro lado, assegurar uma operação “sustentada” nos mercados internacionais onde atua com as suas marcas mais fortes, entre as quais a Super Bock. “A marca pode ser alavancada pela introdução de inovações seletivas, desde que com o investimento certo”.
A cerveja nacional vai continuar nos próximos dez anos a investir nos valores de “autenticidade, tradição e amizade”, de forma a ultrapassar a barreira dos 100 anos de história. “Foi através desta aposta que trilhámos este longo trajeto durante 90 anos e é assim que queremos continuar, indo muito além de um século de história. Porque o que é autêntico não muda”, reivindica o diretor de Marketing.
*Texto publicado originalmente na edição impressa de maio do HIPERSUPER.