“Showrooms cresceram 400% nos últimos 4 anos”
Os espaços de “showroom” instalados por insígnias e marcas aumentaram 400% nos últimos quatro anos. Esta dinâmica reflete dos novos hábitos de consumo dos consumidores, a nível global, em que o processo de compra se torna cada vez mais um processo social. Mais de 50% do tempo de compra gasto pelos shoppers atualmente é dedicado à escolha do produto, sendo que as redes sociais são um veículo de influencia e aconselhamento das escolhas. Conclusões reveladas esta terça-feira (18 de abril) na 5ª conferencia do Forum do Consumo, realizada no ISCTE, em Lisboa
Ana Catarina Monteiro
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Os espaços de “showroom” instalados por insígnias e marcas aumentaram 400% nos últimos quatro anos. Esta dinâmica reflete dos novos hábitos de consumo dos consumidores, a nível global, em que o ato de compra “se torna cada vez mais um processo social”. As conclusões são de Nuno Azevedo, da entidade responsável pela introdução do código de barras em Portugal, a GS1, reveladas esta terça-feira (18 de abril) por ocasião da 5ª conferência do Forum do Consumo, realizada no ISCTE, em Lisboa.
A discursar sobre os desafios do omnicanal, o responsável explica que mais de 50% do tempo de compra gasto pelos shoppers atualmente é dedicado à escolha do produto, sendo que as redes sociais são um veículo de influência e aconselhamento das escolhas. 90% dos clientes que compõem o universo do público de eletrónica de consumo recolhem sempre primeiro opiniões nas redes sociais e 79% diz utilizar o telemóvel para compras. O que leva a concluir que o consumidor omnicanal procura a loja física mas compra através do telemóvel.
Em resposta ao desafio da adaptação ao omnicanal, Nuno Azevedo dá o exemplo da aplicação móvel da Starbucks, que confere ao consumidor a “mesma experiência de compra online e no canal físico”, da pulseira “wereable” Magic Band, criada pela Disney para os seus resorts, ou o “showroom” interativo Made.com, instalado em Londres, no Reino Unido, em que os visitantes podem utilizar tablets para realizar pedidos de encomendas online.
O ecommerce mostra “uma evolução notável desde 2014” na Europa, sendo que em Portugal cresce acima da média europeia (15,7% versus 13,3% em 2016). Também a nível das compras de eletrónica de consumo, o mercado nacional contraria a tendência decrescente observada na Europa, apresentando um crescimento de 3,3% em 2016, segundo dados apresentados no mesmo evento por Jorge Reis, da consultora GfK.
O consumo de bens tecnológicos a nível global “tende a estabilizar em 2017”, depois de uma ligeira queda nos últimos anos. Ainda que as telecomunicações dominem “praticamente 50%” deste mercado, os “novos” segmentos de produto evidenciam uma rápida evolução. No último ano as vendas de “wereables” cresceram 45% a nível mundial, prevendo-se um aumento acima dos 50% em 2017. Ao nível dos drones, o mercado passou de uma oferta de 200 modelos diferentes em 2015 para mais de 500 em 2016, com um preço médio de 200 euros. Os equipamentos de realidade virtual, segmento em que a GfK encaixa os drones e óculos de realidade virtual, entre outros dispositivos, alcançou vendas de 249 milhões de euros em 2016 na Europa, com mais de 2,2 milhões de unidades vendidas. A média aponta para que cada consumidor detenha, atualmente, “entre três a quatro equipamentos conectáveis”.
Desta forma, as “categorias mais promissoras” do mercado de bens tecnológico são as “câmaras 360, as action cams, os drones, os óculos de realidade virtual, os wereables e, no topo, os smartphones”. O responsável da GfK não tem dúvidas de que estes últimos dispositivos “são e continuarão a ser a categoria principal do mercado de consumo tecnológico”.