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O ABC do retalho em 2017

Com a colaboração de nove especialistas do setor, em áreas que vão desde o consumo ao transporte, passando pela sinalética digital, o HIPERSUPER apresenta o bê-à-bá dos negócios de retalho para este ano

Ana Catarina Monteiro
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O ABC do retalho em 2017

Com a colaboração de nove especialistas do setor, em áreas que vão desde o consumo ao transporte, passando pela sinalética digital, o HIPERSUPER apresenta o bê-à-bá dos negócios de retalho para este ano

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Ana Catarina Monteiro
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Se 2016 foi o ano da experimentação de conceitos e tecnologias no sentido de aportar mais valor ao retalho, 2017 é o ano da consolidação. Alguns serviços serão descontinuados, enquanto outros vieram para ficar e alterar o panorama do comércio tal como o conhecemos.*

Com a colaboração de nove especialistas do setor, em áreas que vão desde o consumo ao transporte, passando pela sinalética digital, o HIPERSUPER apresenta o bê-à-bá dos negócios de retalho para este ano.

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A – Agilidade na resposta

São vários os pontos de contacto que existem atualmente entre retalhistas e consumidores. As estruturas dos retalhistas estão mais fragmentadas, mas o consumidor exige a mesma rapidez e eficiência na resposta às suas necessidades, seja em loja física, no canal online ou enquanto saltita entre os dois pontos de venda. Neste sentido,Luís Rosário, HeadofHumanIntelligence Design e Business Unit Manager da JasonAssociates, está convicto que “é nas estruturas internas dos retalhistas que irão ocorrer este ano as maiores e mais interessantes alterações em 2017. Na minha perspetiva, eficiência, captação de valor, redesenho organizacional e agilidade são as palavras-chave deste ano para o retalho nacional”.

B – Banalização dos pagamentos digitais

internet shopping,online payment with credit card

A conectividade está a transformar a forma como os consumidores interagem e também as suas expetativas face à experiência de compra, “sobretudo no momento da transação”, considera Paulo Raposo, Country Manager da Mastercard Portugal. “Antecipamos mais mudanças nos próximos cinco anos do que as que aconteceram nos últimos 50 anos e os pagamentos digitais poderão representar já em 2020 entre 20% a 30% dos pagamentos dos consumidores”. Com a democratização dos smartphones e das compras online através destes aparelhos, chegam ao mercado cada vez mais aplicações que reproduzem cartões bancários ou outros processos de transações via “mobile”. A Mastercard detém parcerias com marcas como “Apple, Samsung e Google”, de forma a que os utilizadores “consigam tirar partido dos dispositivos móveis” no momento de pagar. “E isso é muito importante para os comerciantes porque pode representar um aumento significativo das suas vendas”. Além disso, a multinacional de serviços financeiros disponibiliza a plataforma digital Masterpass, a qual permite aos consumidores efetuar pagamentos a partir “de qualquer aparelho conectado, como um tablet ou uma televisão inteligente, sem necessidade de introduzir códigos. É a única solução com a marca do emissor que possibilita transações comerciais multicanal e em diversos dispositivos”.

O diretor de ecommerce dos CTT, Alberto Pimenta, considera por sua vez que “ainda que com pouca expressão visível no retalho em Portugal, a associação de cartões de fidelização a contas de pagamentos residentes nos smartphones combinada com o recurso a tecnologias NFC [NearFiedlCommunication] e QR Codes para compra e pagamentos em loja é uma tendência”. No entanto, “face à segurança que lhe está associada é expectável uma maior adoção dos pagamentos biométricos no retalho”.

A biometria permite a validação de pagamentos a partir de dados biométricos, impressão digital ou do reconhecimento facial.Um estudo realizado pela Mastercard em Portugal sugere que 40% dos portugueses estão recetivos à validação biométrica de pagamentos, como alternativa ao tradicional PIN. “Destes, 67% dizem preferir a impressão digital, sobretudo por tornar o pagamento mais rápido”, explica o country manager.

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C – Conveniência nos micro-momentos

As ocasiões “I want to buymoments” são micro-momentos que representam para marcas e marketeers“oportunidades de vendas”, traduz Nuno Pimenta, IndustryHeadRetail da Google para Portugal. Captar o cliente nestes momentos é uma questão de conveniência. “Recentemente, um estudo da Google junto dos consumidores norte-americanos mostrou que shopping (comparação de preços, por exemplo), alimentação (melhor sítio para comprar produtos frescos, por exemplo) e restaurantes (entrega de pizza próximo de mim, por exemplo) são os três tipos ‘I want to buy moments’ mais comuns”.

Numa situação de escolha entre duas marcas com a mesma oferta, os serviços complementares à compra podem ser decisivos. Exemplo disso são as garantias de “trocas e devoluções de produto”, sobretudo no canal online. De acordo com Carla Pereira, diretora de Marketing e Comunicação da Chronopost Portugal, em alguns dos setores presentes no ecommerce, as incidências de devoluções podem “chegar aos 30%” das encomendas. Foi sobretudo para dar resposta a estes negócios que a transportadora desenvolveu o portal “return-my-parcel.com”, que consiste em um “sistema de processamento automático”, que permite ao eshopper devolver a sua encomenda através da rede de pontos de recolha “Pickup”, distribuída pela Europa.

Também os Correios de Portugal lançaram no final de 2016 a solução “e-Segue”, a qual veio conferir maior conveniência ao shopper. Dá ao cliente a “possibilidade de decidir sobre o momento (dia e hora) e local da entrega, podendo alterá-los ao longo do seu percurso. Pode agregar compras numa única entrega e tem também à disposição um serviço de devoluções. Tudo isto assente em interatividade diretamente entre o operador e o consumidor”, conta Alberto Pimenta. Os CTT apostam ainda em pontos de entrega alternativos como, por exemplo, entregas em moradas além da casa do cliente, pontos de conveniência, parcel lockers (cacifos), entre outros.

D – Data-driven

Integrada com outras ferramentas, como a geolocalização, dispositivos conectados, sistemas cognitivos ou a realidade virtual e aumentada, a análise de dados potencia a criação de novas experiências para os consumidores. “Os dados são o petróleo da nova economia. Aos dias de hoje, nenhuma empresa deveria sobreviver sem uma equipa de ‘data-scientists’. E neste mundo dos dados, o retalho é um privilegiado porque consegue acompanhar o consumidor em loja e medir o seu comportamento. Os beacons, a geolocalização, as câmaras que fazem o traking do percurso de compra, o reconhecimento das emoções através da captação das micro-expressões, são fontes de conhecimento que se podem traduzir num retorno de elevado valor de utilidade para o cliente quando se consegue antecipar um comportamento. Da mesma forma que o iPhone antecipa o nosso destino habitual e nos informa quanto tempo vamos demorar a chegar, sem pedirmos nada”, dá conta em entrevista Sandra Lucas Ribeiro, Project Director Lisbon da Fabernovel. Um negócio “data-driven”, segundo a especialista, depreende-se com:

  1. Recolha de dados dos consumidores: necessidades e comportamentos;
  2. Desenho de uma oferta personalizada;
  3. Estabelecimento de uma relação conversacional em todos os pontos de contacto e
  4. Avaliação do retorno emocional, racional e financeiro.

Para Luís Rosário, profissional da área de recrutamento e gestão de talento, o crescimento exponencial da capacidade de tratamento de informação, “e sobretudo a utilização de modelos preditivos para ajustar as ofertas aos consumidores são críticos, existindo um grande esforço atual na contratação de talento para os departamentos de ‘analytics’ dos retalhistas”. Neste sentido, a desvalorização desta divisão do negócio por parte dos retalhistas apenas amplia a vantagem competitiva dos que o fazem.

E – Entregas rápidas

Os consumidores são “impacientes” e, portanto, requerem o mínimo de tempo de entrega possível depois de fazer a sua compra. “As empresas precisam inovar nesse sentido”, salienta a diretora de Marketing e Comunicação da Chronopost Portugal, que para responder à exigência de rapidez por parte do cliente final se tornou a “primeira operadora de entregas expresso a oferecer aos seus clientes a possibilidade de entregas de encomendas online ao domingo”.

Smiling young male postal delivery courier man in front of cargo van delivering package

Por sua vez, as entregas no mesmo dia, que trazem oportunidades no ponto de vista da “conveniência e da satisfação” do consumidor, ainda representam “desafios acrescidos”. Em 2017 “vamos assistir a uma certa harmonização deste serviço, mas creio que ainda nem todos os operadores estão preparados para o oferecer com a qualidade que se exige”, sustenta a diretora de Marketing da Chronopost.

O diretor de ecommerce dos CTT corrobora. Este ano, as entregas no mesmo dia e em uma ou duas horas “tenderão a assumir relevância nas grandes áreas urbanas e em particular em alguns setores, como no retalho alimentar, restauração e na grande distribuição”. Ainda assim, esta oferta ainda tem “claramente um peso muito diminuto no conjunto das compras online. Globalmente, a redução dos tempos médios de entrega é uma tendência inexorável” e“as entregas mais longas (mais de três dias) não deixarão de ir perdendo peso a prazo”.

F – Frescos são foco importante

Muitas insígnias alimentares adotaram no ano transato novos conceitos de loja, que mostram sobretudo maior cuidado com os frescos. De acordo com Ana Paula Barbosa, diretora de serviços de retalho da consultora Nielsen, os produtos frescos são “um foco importante da grande distribuição. Estão diretamente associados à alimentação saudável, principalmente junto dos seniores. Nestas categorias, a tendência será para o desenvolvimento de produtos associados à conveniência – produtos prontos a cozinhar ou a consumir”. O crescimento de 14% observado nos produtos de IV gama em Portugal nos últimos dois anos evidencia esta tendência .

“A obsessão pelos frescos, a paixão pelo local, a compra por multicanalidade, a intensa e constante oferta promocional são hoje em dia um ‘must have’ na oferta dos principais retalhistas nacionais”, destaca também Luís Rosário.

G – Globalização dos negócios

O comércio online fez com que as fronteiras entre países se esbatessem, dando alcance global a negócios locais. Cada vez são mais as empresas que nascem no país com perfil exportador. O peso das exportações no volume de negócios das startups lusas aumentou de 46% em 2008 para 63% em 2014, segundo um estudo revelado recentemente pela Informa D&B. O comércio grossista, os transportes e telecomunicações são os setores que assistem ao nascimento de empresas com perfil exportador mais acentuado.

Numa outra perspetiva, atualmente, 45% das compras online realizadas pelos portugueses são feitas em sites estrangeiros, sendo um dos principais impedimentos da compra online é a falta de expedição além-fronteiras. A pensar nesta lacuna de mercado, os CTT lançaram em dezembro do ano passado o serviço Express2Me, o qual permite aos consumidores lusos encomendar produtos a partir de lojas online dos Estados Unidos da América, que não apresentam expedições para Portugal. Assim, mais de “meio milhão” de lojas online americanas passaram a estar à distância de um clique.

Não só para consumidores mas também para retalhistas, a subcontratação dos serviços de logística permite dar resposta a um serviço de transporte que se exige rápido e eficiente, a negócios cada vez mais globais, permitindo às empresas focarem outros aspetos, como o desenvolvimento e a divulgação da oferta.

H – Hiperespecialização da oferta

Há uma nova tendência na organização das insígnias de retalho alimentar. É cada vez mais evidente a presença nos lineares de alimentos saudáveis, biológicos, produtos com características técnicas, como os energéticos ou os que ajudam na perda de peso, além das zonas com superalimentos, das que se destinam em exclusivos aos vegetarianos e aos vegans ou as áreas dedicadas às intolerâncias, quer ao glúten quer à lactose. A Sonae apostou no último ano no lançamento de uma nova insígnia dedicada em exclusivo à alimentação saudável. Uma das tendências para este ano, segundo a diretora de Retail Services da Nielsen, diz respeito à “extensão das gamas de produtos dietéticos e saudáveis, através de um sortido cada vez mais amplo, sofisticado e especializado”.

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Também para Sandra Lucas Ribeiro, a “grande aposta subjacente aos movimentos que se assistem no retalho é a cada vez maior segmentação de produtos que acompanha a crescente fragmentação do mercado. A responsável acredita que o retalho está a preparar as bases para um produto cada vez mais personalizado e ‘on-demand’. Vivemos sem dúvida na era da experiência e da personalização. Os serviços de excelência, que no passado estavam associados ao mercado do luxo, tornaram-se indispensáveis a qualquer negócio”.

I – Interatividade

É previsível que em 2017 se dê a implementação e o reforço dos chamados ‘chatbots’ como estratégia de abordagem em tempo real e personalizada com o cliente”, assegura Carla Pereira. Esta tendência ficou marcada no último ano pelo lançamento por parte de El Corte Inglês de uma assistente digital que responde automaticamente às dúvidas dos clientes através do Messenger do Facebook. Mais recentemente, o centro comercial Colombo passou a disponibilizar um serviço semelhante de apoio ao cliente via WhatsApp.  Estas interações permitem esclarecer os consumidores sobre aspetos como horários de funcionamento, produtos em loja, serviços, entre outras informações.

Também a Chronopost disponibiliza o serviço “Predict”, através do qual envia uma mensagem de texto ou email ao comprador online, dando conta de que se aproxima o momento da entrega efetiva da encomenda, numa janela horária de uma hora.

A interatividade com o cliente é hoje um dos pilares para otimizar a comunicação e fidelização do cliente. A diretora de projetos da Fabernovel acredita que “os retalhistas e as marcas devem começar muito rapidamente a criar automatismos inteligentes para responder e interagir com os seus consumidores”. Não tem de ser necessariamente um bot, “sobretudo se ainda não há relação com o cliente, mas podem começar por ser mensagens cada vez mais personalizadas e contextualizadas, como por exemplo: ‘a sua marca preferida tem um novo produto, olhe para a esquerda, vai encontrá-lo’. O mais importante passa claramente por começar a dar os primeiros passos na Inteligência Artificial”.

J – “Just walk out technology”

A gigante do retalho eletrónico Amazon, com recurso a sensores e outras tecnologias, lançou no último ano o primeiro supermercado sem caixas de pagamento. O valor das compras é debitado diretamente na conta do utilizador. Outros retalhistas, como a cadeia suíça Migros, não tardaram a replicar o conceito. Para Alberto Pimenta, o modelo “self check out” é uma “tendência que está para ficar”. O conceito da empresa de JeffBezos, numa perspetiva de “maior conhecimento dos seus clientes e sua fidelização, será claramente precursora de uma maior generalização ao mundo do retalho”.

Sandra Lucas Ribeiro, não tem dúvidas. “É a experiência de compra que todos os retalhistas ambicionam”, mas faz uma ressalva. “A tecnologia justwalk out desenvolvida pela Amazon, combinada com software de inteligência artificial, visão computacional e sensores, só é possível porque a empresa já apresenta um ecossistema muito maduro e sabe tudo sobre os consumidores, incluindo o número do cartão de crédito”. O espaço da Amazon está disponível apenas para subscritores do serviço “premium” da retalhista. Resta saber se em 2017 mais retalhistas vão desenvolver este conceito.

L – Livetracking

Uma das soluções que responde à necessidade de monitorização em tempo real e foco na experiência do cliente, sobretudo na área do transporte de encomendas, é o Livetracking, o qual permite ao destinatário de uma encomenda acompanhar o percurso da mesma em tempo real e em ambiente de Google Maps. Este é, aliás, um dos serviços disponibilizados pela Chronopost que vem reforçar a confiança do cliente.

Para os distribuidores esta tecnologia implementada em ambiente de armazém pode permitir a redução de perdas e melhor gestão do stock, impulsionado a competitividade do negócio.

M – Mcommerce

Segundo o estudo da Nielsen “Mobile Shopping, Bankingand PaymentSurvey”, 96% dos consumidores lusos com acesso à internet dispõe de um dispositivo móvel. “É uma das taxas mais elevadas da Europa”, sublinha Ana Paula Barbosa. Da quase totalidade dos compradores nacionais, “70% diz estar disposto a fazer uma compra via dispositivos móveis nos próximos seis meses. Assim, podemos facilmente perspetivar que este se poderá tornar o canal preferido dos portugueses para comprar online” nos próximos tempos.

Modern woman shopping looking at smartphone texting or talking smiling happy in clothes store. Beautiful young mixed race Asian / Caucasian young woman shopper.

Para Nuno Pimenta, da Google Portugal, o mobile “volta a ser” em 2017 a palavra de ordem do retalho nacional. “Nunca as pessoas fizeram tantas pesquisas nos seus telemóveis como agora. Os dispositivos tornaram-se o companheiro de shopping de eleição, facilitando decisões de compra imediatas. Um estudo realizado pela Google nos Estados Unidos mostra que 76% dos entrevistados que realizaram uma pesquisa local no seu telemóvel acabaram por visitar uma empresa ou negócio nas 24 horas seguintes e 28% destas pesquisas acabaram em compra”.

Uma das apostas dos retalhistas no último ano foram as aplicações móveis para potenciar a experiência em loja, com dados sobre promoções, produtos ou serviços, ou até “apps” que substituem o cartão de fidelização. No entanto, segundo Luís Rosário, é necessário uma otimização das ferramentas  disponibilizadas. E “enquanto essas melhorias não chegam – sendo as ‘apps’ do Continente e do El Corte Inglés já boas aproximações -, a compra pelos websites será ainda o meio mais recorrente para compra online”.

N – Naturalidade

A procura por produtos saudáveis e naturais é uma tendência que veio para ficar e “não se cinge apenas a produtos alimentares. Vestuário, produtos de higiene e de limpeza seguem o mesmo caminho”, acredita o responsável da JasonAssociates. “Numa fase inicial da globalização, o consumidor procurava pertencer às tribos globais e identificava-se com as marcas mais conhecidas. Atualmente, esse encanto já se desvaneceu um pouco e o consumidor valoriza cada vez mais aquilo que não é massificado, de produção mais limitada e uma maior componente artesanal ou artística. E com o consumidor cada vez mais esclarecido, a sua preocupação e atenção dirige-se para questões de saúde e de qualidade”.

Na alimentação, a tendência para produtos livres de componentes artificiais prejudiciais à saúde dos consumidores, “irá manter-se nos próximos anos. Ainda há espaço para alargar a gama dedicada às necessidades e restrições alimentares, cada vez mais específicas”, observa a diretora de serviços de retalho da Nielsen. O estudo “Global Healthand Ingredient-Sentiment”, realizado pela consultora em 2016, indica que “74% dos portugueses fazem atualmente opções alimentares a pensar na sua saúde e na prevenção de doenças como a obesidade, diabetes, colesterol e hipertensão. Em todas as gamas de produtos alimentares, a tendência será para reduzir o teor de ingredientes considerados prejudiciais para a saúde como açúcar, sal  e gorduras, entre outros”. A redução dos ingredientes indesejáveis nos produtos que fazem parte do dia a dia dos clientes moldará a inovação na alimentação este ano.

O – Omnicanal

Na sociedade atual, em que os consumidores são “bombardeados” com cada vez mais informação e estímulos comerciais, a omnicanalidade é um requisito obrigatório para o retalho. A jornada de compra do consumidor começa hoje muitas vezes online e termina offline. “Os ‘supershoppers’ veem a experiência do shopping online e offline como uma experiência unificada. Pesquisam e compram através dos telemóveis mas também, frequentemente, usam o mobile como um passo prévio antes de visitarem as lojas físicas”, explica o Industry HeadRetail da Google.

No entanto, “com a miríade de plataformas de contacto com o consumidor, o mais importante é estabelecer uma estratégia de comunicação consistente com a audiência. Os recursos não são ilimitados e é crítico perceber quais os canais em que cada marca realmente deve marcar presença”.

A estratégia de estar presentes em todos os canais de contacto pode levar “a uma dispersão de recursos que pode afetar fatalmente o retorno desses investimentos”, alerta por sua vez, Pedro Fernandes, diretor de marketing da empresa Displax.

P – Proximidade

O retalho alimentar inaugurou em 2016 mais de 100 novas lojas em Portugal, com os principais grupos a apostarem sobretudo em formatos de menor dimensão, como é exemplo a insígnia Meu Super, da Sonae, ou a Amanhecer, da Jerónimo Martins. Em 2017, continua a existir um potencial maior para a aposta em pequenos formatos, mais próximos do roteiro dos consumidores – casa, trabalho, transportes- sendo que a modernização dos espaços existentes passa para primeiro plano. “Existem atualmente mais de 12 000 lojas alimentares com menos de 400 metros quadrados em Portugal. A maioria destas lojas são independentes, mas a tendência será para a sua transformação para formatos mais modernos, através de modelos de franchising ou de comércio integrado”, dá conta Ana Paula Barbosa.

Por sua vez, a expansão das lojas no canal não alimentar será “anémica” e seguirá “formatos de média dimensão, alinhados com as aberturas verificadas nos últimos cinco anos”, perspetiva Luís Rosário.

Q – Qualidade-Preço como “dado adquirido”

Os retalhistas já habituaram os clientes à oferta de “preços sempre baixos”. As promoções “continuarão este ano a influenciar muito as escolhas dos consumidores, no entanto o seu efeito tende a diminuir à medida que se vão banalizando”, explica a especialista da Nielsen. Ou seja, o consumidor considera os descontos como um dado adquirido.

© vege - Fotolia.com (2)
Assim, “o desafio das marcas e insígnias em 2017 será a fidelização do shopper” e, para isso, a relação qualidade-preço já não é suficiente. “Há que encontrar novas formas de captar a sua atenção. Nos últimos anos, assistimos a várias campanhas de coleccionáveis (peluches, miniaturas ou loiças) promovidas por empresas do retalho alimentar. São bons exemplos de promoções que não têm como principal benefício o preço e conseguem levar a um aumento do gasto, uma maior regularidade da compra e geram lealdade”, exemplifica a responsável.

Sandra Lucas Ribeiro afina pelo mesmo diapasão.O consumidor “procura agora experiências assentes em valores (saudável, status, estilo, entre outros) e tende a tornar-se um ‘consum-ator’, sendo o retalho o palco de uma experiência na qual ele tem o papel principal”.

R – Robotização

A automatização – ou a substituição da intervenção humana por equipamentos robotizados – pode simplificar e agilizar processos mais demorosos. Como é o casa da logística e processamento de encomendas nos armazéns. A Amazon, por exemplo, adquiriu a empresa KivaSystems para agilizar os seus centros de armazenagem. “Este é um bom exemplo de robotização em grande escala,com um nível muito exigente de Inteligência Artificial”, destaca a responsável da Fabernovel.

No entanto, a automatização dos processos em ambiente de loja ou a utilização de drones para transporte ainda enfrentam desafios legais e de segurança que precisam ser contornados. Pelo que não se antecipa no mercado nacional significativas mudanças na aplicação destes sistemas.

S – Social Media

Assim como o mobile, a presença nas redes sociais é um fator crucial na experiência de compra proporcionada aos clientes. Além de os social media serem poderosas plataformas de marketing, confundem-se cada vez mais com canais de venda direta.

A responsável daChronopost perspetiva que as “compras sociais” venham também a evoluir em 2017, sendo “já possível identificar produtos nas redes sociais que automaticamente encaminham o utilizador para a página de compra do respetivo retalhista”.

T – Tecnologia com propósito

“Tecnologia por tecnologia não acrescenta valor”, destaca Pedro Fernandes. “Não é exequível pensar que o consumidor médio vai ter dez‘apps’ de marcas de retalho. Para trazer retorno, a tecnologia tem que ser pensada e aplicada de uma forma integrada e consistente com a marca, o espaço físico e a experiência de compra. Se em 2016 houve muita experimentação de novas tecnologias, em 2017 vamos assistir à consolidação das experiências mais bem-sucedidas e a sua replicação”.

U – “Uberização” dos transportes

A combinação das preocupações ambientais, eficiência energética, redução de custos, modelos de economia partilhada e otimização de rotas tendem, num contexto de smartcities, a um maior recurso a veículos híbridos e elétricos e a uma maior experimentação de veículos autónomos e semiautónomos. A “uberização” dos modelos de entrega, “já experimentada em outras geografias, verá surgir em 2017 e em Portugal os seus primeiros projetos-pilotos associados a novos modelos de negócio”, considera o diretor de ecommerce dos CTT.

V – Virtual Reality

A tecnologia que leva os consumidores para um mundo virtual tem sido um dos acessórios mais aproveitados para proporcionar experiências diferenciadoras em loja. “No ano passado assistimos ao ‘pré-boom’ da realidade virtual, que promete mudar o panorama do retalho, dando origem a novas e inovadoras formas de comunicação”, considera a responsável da Chronopost. Este ano, prevê-se uma maior utilização desta ferramenta, cuja utilização ainda se encontra em estado embrionário na criação de experiências “memoráveis”.

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Fator – X

A possibilidade de misturar o físico com o real é algo a que vamos assistir cada vez mais. No entanto, há um fator-chave para o sucesso das implementações tecnológicas: a qualidade dos conteúdos. Na sinalética digital, “há novos formatos de ecrã, totalmente inesperados e fora do comum ou por exemplo resoluções de ecrã absurdamente realistas que, conjugados com conteúdos de elevada qualidade, tornam-se uma combinação vencedora, que justifica a visita ao espaço físico”, denota Pedro Fernandes.

Z – Zonas turísticas

O turismo tem sido o grande dinamizador do retalho nacional, em particular nas cidades do Porto e de Lisboa. O presidente da Associação de Comerciantes do Porto, Nuno Camilo, está certo que em 2017 o comércio continuará a crescer, “em número de espaços particularmente na cidade invicta, onde a procura continua em alta e a pressão imobiliária é enorme”. O comércio de rua, modelo que mais beneficia com o crescimento do turismo, “vai continuar a expandir à boleia do binómio turismo/reabilitação urbana, que tem sido muito relevante para o desenvolvimento e crescimento na malha urbana das cidades”.

 *Texto originalmente publicado na edição impressa de fevereiro do HIPERSUPER

Sobre o autorAna Catarina Monteiro

Ana Catarina Monteiro

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Leia a edição 427

Estes são alguns dos destaques da edição 427 do Hipersuper: entrevista com Ângela Sarmento, diretora de marketing e comunicação do Grupo Apolónia, que enaltece a aposta numa oferta diversificada, que combina produtos premium e básicos, e sublinha que esta tem sido essencial para o crescimento sustentado da marca. Em entrevista ao nosso jornal não tem dúvidas: a inovação e a satisfação do cliente continuam a ser pilares fundamentais para o sucesso do Apolónia.

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Estes são alguns dos destaques da edição 427 do Hipersuper:

  • Entrevista com Ângela Sarmento, diretora de marketing e comunicação do Grupo Apolónia, que enaltece a aposta numa oferta diversificada, que combina produtos premium e básicos, e sublinha que esta tem sido essencial para o crescimento sustentado da marca. Em entrevista ao nosso jornal não tem dúvidas: a inovação e a satisfação do cliente continuam a ser pilares fundamentais para o sucesso do Apolónia.
  • Entrevista com António Silvestre Ferreira, administrador da Vale da Rosa,  que é um homem apaixonado por Ferreira do Alentejo. Quando regressou do Brasil, foi na sua terra que decidiu implantar o projeto de produção de uvas sem grainha que desenvolve há mais de 20 anos na Herdade Vale da Rosa. A marca internacionalizou-se já há vários anos, mas é na sua Ferreira do Alentejo que continua a investir.
  • Mafalda Franco Frazão, head of sales da Google Portugal, antecipa em conversa com o Hipersuper a peak season e sublinha a importância estratégica do e-commerce para o crescimento do retalho em Portugal.
  • José Frazão, CEO da Exposalão, que dinamiza a Expoalimenta,  fala sobre esta feira profissional dedicada a todas as empresas que fornecem e suportam o setor alimentar, que abrange um vasto leque de áreas,  desde máquinas, equipamentos e acessórios para preparar, acondicionar, embalar e processar até aos alimentos e bebidas, e que regressa à Exponor de 24 a 26 de outubro.
  • Fomos saber mais sobre O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa, a marca por trás da Comur – Fábrica de Conservas da Murtosa. Desta fábrica, uma das poucas em Portugal a manter métodos de produção artesanais, saem conservas que brilham nas 20 lojas em Portugal e na loja na Times Square, Nova Iorque.
  • Está a IA a revolucionar a forma como as empresas encontram e selecionam talentos? Fomos saber junto de alguns dos principais players do setor.
  • ‘Crescimento e Sustentabilidade’ foi o lema do 9º Congresso da Indústria Agro-alimentar, que se realizou em Lisboa numa organização da FIPA. Um evento a pensar na dimensão desta indústria, “que é não só o pilar fundamental da nossa economia, mas também um agente incontornável na concretização de muitos dos desafios da sociedade”, como afirmou o presidente da Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares, Jorge Tomás Henriques.
  • Pedro Queiroz, diretor-geral da FIPA, assegura em entrevista ao nosso jornal que a indústria agro-alimentar está determinada “em posicionar-se na vanguarda da transição para a sustentabilidade”. Mas defende que é preciso uma atenção às necessidades de certos setores e empresas, em particular as PME, “que podem ter dificuldades com algumas das medidas/políticas que decorrerão do processo e da transição”.
  • Jaime Piçarra, secretário-geral da IACA e recentemente nomeado perito junto da NATO para a área da segurança alimentar, reflete sobre a importância de capacitar a indústria alimentar para o crescimento e sustentabilidade. Um artigo de opinião a ler nesta edição.
  • Tendo como tema central ‘Logística: Desafios e Inovação para o Futuro’, o 26º congresso anual da Associação Portuguesa de Logística reuniu, em Lisboa, especialistas, empresas e profissionais do setor para debater os desafios que o setor da logística e transportes enfrenta. Fazemos um resumo do que se passou neste que já um congresso obrigatório para os profissionais deste setor.
  • Em entrevista ao Hipersuper, Afonso Almeida, presidente da Associação Portuguesa de Logística, sublinhou que as empresas do setor da logística e transportes precisam que avance o TGV entre Lisboa e Porto e a ligação entre Lisboa e Madrid, que é urgente terminar a nova ligação entre Sines e a fronteira espanhola, avançar a nova fase de Sines e, acima de tudo, “que se tomem as decisões certas com uma visão estratégica em termos logísticos para o país e com uma rapidez bem superior ao passado”.
  • João Baluarte, sócio responsável pelos estudos financeiros na OnStrategy, evidencia a força crescente de algumas marcas nacionais que têm conseguido afirmar-se num mercado altamente competitivo, impulsionadas pela consolidação, internacionalização e um contexto económico mais favorável. E aponta em entrevista: “a existência de marcas verdadeiramente globais continua a ser um dos calcanhares de Aquiles do nosso crescimento económico. Com algumas exceções, continuamos a ter marcas, na sua grande maioria orientadas ao mercado nacional”.
  • O Hipersuper esteve na Fruit Attraction que encerrou a sua 16ª edição com números históricos em termos de participação. Segundo dados oficiais, a feira organizada pela IFEMA Madrid e pela FEPEX, registou a presença de 117.370 profissionais oriundos de 145 países, o que representa um aumento de 13% em relação ao ano anterior. Nesta feira, os prestigiados World Food Photography Awards, agora patrocinados pela Bimi Tenderstem Broccolini, reuniram um leque variado de fotografias galardoadas ao longo dos dez anos do concurso, que chamaram a atenção dos participantes da feira internacional, que foi ainda escolhida como local de apresentação da nova imagem dos WFPA.

Além disso, nesta edição pode ler os nossos especiais sobre alimentação saudável, pagamentos e logística. Também nesta edição os artigos de opinião de Sara Monte e Freitas, Emanuele Soncin, José Núncio, José Pedro Fernandes, David Lacasa, Manuel Pinheiro, Graça Mariano e a análise da Kantar sobre Higiene e Beleza.

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Leia a edição 426 + Especial Fruit Attraction 2024

Já pode ler a edição de setembro do Hipersuper que conta com um trabalho especial sobre a presença portuguesa promovida pela Portugal Fresh na Fruit Attraction 2024.

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Em entrevista ao nosso jornal, Pedro Subtil, presidente do Grupo os Mosqueteiros em Portugal, comenta os resultados de 2023, destacando um crescimento sólido com um volume de negócios de 2,9 mil milhões de euros, um aumento de 7,8% face ao ano anterior. Pedro Subtil aborda também os desafios da estrutura de gestão descentralizada e os planos ambiciosos para 2024, incluindo a abertura de novas lojas e o reforço do comércio eletrónico.

Também em destaque nesta edição uma entrevista com Carlos Gonçalves, CEO e co-fundador da Casa Mendes Gonçalves que chegou ao mercado há 42 anos e logo com um produto que tanto teve de arriscado como de inovador: o vinagre de figo firmou-se e provou que vale a pena arriscar e diferenciar-se. E os dois fundadores, responsáveis pelo seu lançamento, mostraram que inovar e apoiar a produção nacional, vale ainda mais a pena. Uma entrevista que vale a pena ler.

Também fomos conversar com Jaime Piçarra que tem dedicado a sua vida às questões da segurança alimentar e da importância da gestão agroalimentar tanto na geopolítica nacional e mundial como na vida dos cidadãos. Foi recentemente nomeado perito nacional na Organização do Tratado do Atlântico Norte, na área da segurança do abastecimento e passa assim a integrar o Grupo de Planeamento de Agricultura e Alimentação da NATO. “Não podemos negar as situações climáticas, temos que tentar fazer tudo aquilo que é possível para mitigá-las, mas sem comprometer a função da agricultura, que é a produção de alimentos”, sublinha nesta entrevista ao Hipersuper.

Na rubrica Inovação pode conhecer a UvineSafe que quer estimular as defesas naturais e combater as pragas na vinha.

Não apenas em Portugal, mas a nível da União Europeia, é cada vez mais importante apostar numa política de armazenamento de água nos períodos de abundância, para que seja utilizada nos períodos de seca. É o que defende a Federação Nacional de Regantes de Portugal. “Temos de dar prioridade à resiliência hídrica, vital para o futuro da Europa, nomeadamente da segurança alimentar, da competitividade e da coesão social e territorial”, alerta José Núncio, presidente da FENAREG, nesta entrevista ao Hipersuper.

A cidade de Viseu recebe, em novembro, os World Cheese Awards 2024. Considerados os ‘Óscares do Queijo’, decorrem pela primeira vez em Portugal. Motivo para uma entrevista a Bruno Filipe Costa, o impulsionador da vinda do evento para Portugal.

Nesta edição fizemos a pergunta: será que ser distinguido com os prémios Cinco Estrelas, Escolha do Consumidor, Produto do Ano, Sabor do Ano ou Superbrands faz a diferença junto dos consumidores? Uma das conclusões é clara: “Os consumidores tendem a confiar mais em produtos que detenham distinções reconhecidas”. A ler nesta edição.

As frutas, legumes e flores produzidos no nosso país continuam a dar cartas nos mercados internacionais e a crescer. Este ano a Fruit Attraction vai contar com a maior representação portuguesa de sempre. Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh, antecipa um momento histórico para o setor na Fruit Attraction, em Madrid: 54 participantes e um stand de 708m2, num trabalho especial onde os produtos portugueses estão em destaque.

São vários os especiais que completam a nossa edição de setembro. Falamos de vinho, queijo e charcutaria. Fomos perceber tendências, desafios e saber as novidades. Também fomos saber quais os grandes desafios da logística urbana que os players do setor estão a enfrentar.

A sustentabilidade é outro dos temas que marca esta edição onde pode conhecer a estratégia e alguns dos melhores exemplos do que se tem feito no nosso país.

Contamos ainda com a opinião de Sara Monte e Freitas, partner da Monte e Freitas | ERA Group, de Marta Ribeiro, consulta da Michael Page, do enólogo Tiago Macena, de Paulo Amorim, presidente da direção da Anceve, de Maria Ramos, fermented product formulation da Casa Mendes Gonçalves, de David Lacasa, partner da Lantern, e de Bernardo Samuel, Adecco Recruitment Director. Eduardo Serra, Client Manager na Kantar, escreve sobre ‘Higiene do lar’.

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Leia a edição 425

A APED apresentou a sua visão estratégica até 2026, assente em quatro grandes eixos que pretendem redefinir o setor e as suas oportunidades e desafios. O mote perfeito para uma entrevista com José António Nogueira de Brito, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, onde explica estes eixos e destaca uma necessidade: a de que o setor e os seus players tenham uma maior participação no processo legislativo.

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A APED apresentou a sua visão estratégica até 2026, assente em quatro grandes eixos que pretendem redefinir o setor e as suas oportunidades e desafios. O mote perfeito para uma entrevista com José António Nogueira de Brito, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, onde explica estes eixos e destaca uma necessidade: a de que o setor e os seus players tenham uma maior participação no processo legislativo.

Também nesta edição de verão, pode ler uma entrevista com Raquel Vieira de Castro, CEO da Vieira, empresa histórica, referência na produção de bolachas, amêndoas e rebuçados e que tem na inovação um dos seus principais eixos de sustentabilidade.  “Nós temos que aceitar ser os desafiadores do mercado. Não podemos achar que as coisas vão perdurar para sempre. E, portanto, temos que ter a capacidade de as reinventar”, assume ao Hipersuper.

Nesta edição, que tem o mercado de bebidas em destaque, com muitas sugestões, tendências e novidades que as marcas lançaram para estes dias mais quentes, fomos saber junto das insígnias do retalho alimentar, quais são as grandes tendências de alimentação saudável e que investimentos estão a fazer nos formatos de conveniência.

Insígnias que são essenciais para a sustentabilidade da Operação Nariz Vermelho – Associação de Apoio à Criança. As parcerias com empresas do retalho alimentar como o Pingo Doce, Auchan, E.Leclerc e Continente, fazem a diferença para uma associação que há 22 anos mete o nariz onde é mais importante. Presente em 21 hospitais, 176 serviços, a Operação Nariz Vermelho acompanha 58% das crianças que se encontram nos hospitais do SNS. Vale a pena ler!

O projeto export.i9 surge renovado e fomos conversar com Christelle Domingos, diretora executiva da InovCluster, que sublinha a importância e a mais-valia que este projeto tem para a internacionalização das PMEs do setor.

Exportação que leva a todo o mundo a excelência dos produtos portugueses. Fomos falar com vários players que explicaram a importância que representam os mercados externos, os seus países alvo, os projetos de internacionalização e os desafios que enfrentam. Um dossier que pode ler a partir da página 36.

É incontestável: a Inteligência Artificial (IA) impacta todas as indústrias. As vantagens são inegáveis, mas os ciberataques potenciados por IA são uma das maiores preocupações e lideram mesmo as classificações de risco emergente. Fomos ouvir alguns especialistas e perceber como a inteligência artificial impacta a cibersegurança.

Também fomos conversar com Filipe Ribeiro, presidente da Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP), que representa cerca de 90% da produção de pera em Portugal. A par da Bélgica, Holanda, França, Espanha e Itália, Portugal é um dos seis principais países europeus produtores de pera. “A DOP Pera Rocha do Oeste tem sido determinante para o setor”, sublinha.

Pelo terceiro ano consecutivo a José Maria da Fonseca Distribuição promove, em conjunto com a Ravasqueira, Lima & Smith e Quinta da Lagoalva, a campanha de recolha de rolhas com o nome “Vinhos que vão bem com o ambiente” e que, nos últimos dois anos, resultou na plantação de mais de 9500 árvores. Fomos saber mais de um projeto importante para todos os participantes e onde os consumidores têm um papel fundamental.

Conheça também o Zero, um software que controla toda a cadeia de gestão de resíduos e leia a entrevista com Carla Pinto, diretora executiva da Associação Portuguesa de Centros Comerciais, que sublinha a preferência dos portugueses por estes espaços, cuja popularidade ultrapassou os níveis pré-pandemia.

A REDUNIQ juntou clientes e parceiros numa conferência que discutiu o papel do e-commerce no crescimento dos negócios. O Hipersuper esteve lá conversou com Carla Castro que assumiu este ano a liderança da unidade de e-commerce e parcerias da Unicre. Em declarações ao Hipersuper não tem dúvidas: “o sucesso dos nossos parceiros é o nosso sucesso e todas as ideias, todos os desafios, acabam por ser desafios para nós próprios evoluirmos e nos adaptarmos”.

Leia também os artigos de opinião de Emanuele Soncin, business unit director de Portugal, Espanha e França na Checkpoint Systems, de Ana Lourenço, gestora comercial e coordenação da SagalExpo – Sabores de Portugal, Vânia Padeiro, national sales manager na Massimo Zanetti Beverage Iberia, Sara Monte e Freitas, partner Monte e Freitas | ERA Group, e a habitual análise da Kantar.

Ainda nesta edição um desafio que o Hipersuper lançou e que Cláudio Martins, CEO da Martins Wine Advidor, aceitou de imediato: apresentar nas nossas páginas as suas recomendações de vinhos brancos para este verão.

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Leia a edição 424

João Melo, diretor-geral do Meu Super, está em destaque na edição 424 do Hipersuper. Em entrevista ao nosso jornal partilha as estratégias que têm levado ao crescimento e expansão da […]

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João Melo, diretor-geral do Meu Super, está em destaque na edição 424 do Hipersuper. Em entrevista ao nosso jornal partilha as estratégias que têm levado ao crescimento e expansão da cadeia de supermercados Meu Super, que se tornou uma referência quando falamos de proximidade.

Nesta edição pode também ler uma entrevista com a diretora executiva da ACIBEB. Ana Isabel Alves fala sobre o impacto socioeconómico do setor do vinho em Portugal, que gera 168 mil empregos e contribui significativamente para as receitas fiscais do país. A entrevista aborda ainda as políticas de preço, a importância da PAC e as novas tendências de consumo.

Estivemos na apresentação da Cofidis Portugal que revelou as conclusões do estudo europeu que analisa os hábitos de compra e pagamento dos consumidores. Carla Monteiro, responsável comercial da CofidisPay, destaca os principais resultados desse estudo fala sobre os objetivos e valores que a empresa continuará a defender.

A Missão Continente apresentou o Relatório de Impacto Social, que demonstra o compromisso da marca com a inclusão social, saúde e educação. Mais de 11 mil pessoas foram beneficiadas através de diversos projetos, mostrando a importância da transparência e do envolvimento comunitário. Fomos falar com Nádia Reis, diretora de comunicação e responsabilidade social do Continente, que sublinha: a transparência é mesmo “pedra basilar, é estrutura central naquilo que é a atuação da Missão Continente”.

Nesta edição de junho leia também a entrevista com Leonor Assunção, brand manager da marca Nacional do Grupo Cerealis, que destaca o papel significativo da marca no grupo e como tem equilibrado a sua herança com a necessidade de inovação para se manter relevante num mercado em constante mudança.

Esta edição, inclui também com um artigo sobre as bebidas de verão que combinam sabor, conveniência e responsabilidade ambiental, refletindo as mudanças nos hábitos de consumo e a crescente preocupação com a sustentabilidade. Escrevemos ainda sobre a importância das conservas no verão, enfatizando a conveniência e a praticidade desses produtos e a importância dos molhos e condimentos, especialmente em saladas e grelhados.

Também estivemos na presentação das tendências de consumo nos setores da panificação, pastelaria e chocolate para 2024, com foco em sustentabilidade, saúde e inovação. O estudo “Taste Tomorrow” identifica as preferências dos consumidores por produtos naturais, saudáveis e sustentáveis​​.

Fomos ouvir Bruno Borges, CEO da iServices, que fala sobre a evolução da empresa, os planos de expansão e as tendências no setor de tecnologia e Gonçalo Morais Tristão, presidente do CEPAAL, que entrevistamos, na sequência do 7º Congresso Nacional do Azeite. O responsável aponta a criação de mais valor à produção nacional como um dos grandes desafios do setor e a questão da água como um grande obstáculo.

Pode ler ainda como as alterações ao estilo de consumo moldam inovação nas águas e os artigos de opinião de Emanuele Soncin, business unit director de Portugal, Espanha e França da Checkpoint Systems, Sara Monte e Freitas partner da Monte e Freitas | ERA Group, Filipe Luz head of sales strategy & team performance da CEGOC, Vitor Ribeiro Gomes, CEO da Pendular e Patrícia Martins, consultora industrial na Bosch Industry Consulting e a análise de César Valencoso Consumer Insights Director da Kantar sobre  as Oito regras para uma inovação bem sucedida no Grande Consumo.

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Intermarché volta a marcar presença na Feira Nacional de Agricultura

O Intermarché volta a marcar presença na Feira Nacional de Agricultura, a decorrer até 16 de junho, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém. Este ano, […]

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O Intermarché volta a marcar presença na Feira Nacional de Agricultura, a decorrer até 16 de junho, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém. Este ano, a feira tem como tema a “Exploração Extensiva” e o Intermarché apresenta um stand renovado para receber todos os visitantes.

Durante a Feira, estão a ser realizadas provas de vinhos da marca Seleção de Enófilos, que proporcionarão aos visitantes a oportunidade de conhecer a qualidade e diversidade dos vinhos selecionados pelo Intermarché com a presença DE especialistas que presentes para esclarecer dúvidas e proporcionar uma experiência enriquecedora todos os dias pelas 18 horas.

Haverá ainda degustações dos produtos da marca PorSi, conduzidas pelos próprios produtores, permitindo aos visitantes conhecer a origem e os métodos de produção dos produtos Programa Origens.

O Programa Origens, iniciativa destinada a promover a produção nacional, terá um papel de destaque durante este evento. O Intermarché irá oferecer frutas provenientes de produção nacional, com o objetivo de promover os produtos locais e reforçar o compromisso do Intermarché com a sustentabilidade e o apoio aos produtores nacionais, avança a insígnia alimentar do Grupo os Mosqueteiros em comunicado.

 

 

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Auchan reforça compromisso com a proteção dos oceanos e junta-se à campanha da MSC

“Na Auchan, a sustentabilidade é um pilar estratégico e, por isso, aliamos a qualidade dos nossos produtos à necessidade de preservação do planeta.” destaca Rita Cruz, diretora de responsabilidade corporativa ambiental e social da Auchan Retail.

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A Auchan reforça a sua visão 2032 – Alimentar uma Vida Melhor e Preservar o Planeta – e junta-se à campanha da Marine Stewardship Council (MSC) que tem como mote ‘A Pesca Sustentável significa mais peixes’.

Com um compromisso assumido com a sustentabilidade, a Auchan assume, desde 2009,  uma política de comércio sustentável de pescado destacando-se dois compromissos da retalhista: a diminuição, suspensão ou cessação da comercialização das espécies que se identifiquem ameaçadas, tal como fez, em 2008, com todas as espécies de tubarão ameaçadas, tornando-se, assim, na primeira insígnia de distribuição internacional a implementar esta medida de resposta à situação de sobrevivência deste peixe emblemático; e, privilegiar a oferta de produtos provenientes de pesca sustentável ou com menor grau de risco para a biodiversidade. Exemplo disso são o Bacalhau Produção Controlada Auchan comercializado desde 2019 e a Pescada Congelada Auchan, ambos com uma certificação MSC, exemplifica a retalhista.

“Na Auchan, a sustentabilidade é um pilar estratégico e, por isso, aliamos a qualidade dos nossos produtos à necessidade de preservação do planeta. Já temos uma oferta de produtos da nossa marca com certificação por parte de entidades com quem colaboramos na procura por alimentos que promovam uma vida melhor para os nossos clientes. A campanha da MSC, em defesa dos nossos oceanos e da pesca sustentável, está muito alinhada com os nossos objetivos e, por isso, fez todo sentido podermos juntar-nos a esta causa”, explica Rita Cruz, diretora de responsabilidade corporativa ambiental e social da Auchan Retail.

“No MSC, valorizamos e apreciamos enormemente o apoio da Auchan Retail pela pesca sustentável e pelo trabalho que a nossa organização está a fazer em Portugal. Estamos convencidos de que, graças ao apoio de retalhistas como a Auchan Retail a iniciativas como o Dia Mundial dos Oceanos, avançamos para uma maior consciencialização da sustentabilidade do mar e dos seus produtos na sociedade em geral”, afirma Laura Rodríguez, diretora da MSC Portugal e Espanha.

Para assinalar e promover a preocupação com os oceanos, a MSC lançou uma campanha, que estará no ar até ao final de junho, e que pretende destacar o impacto positivo da pesca sustentável na preservação da vida marinha. Assim, na Auchan, existe uma seleção de produtos que têm o selo de certificação da MSC, que atestam a origem, confiança, credibilidade e manuseamento de peixes selvagens e outros produtos de mar.

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Nuno Luz nomeado diretor-geral da FNAC Ibéria

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Nuno Luz nomeado diretor-geral da FNAC Ibéria

O atual diretor-geral da Fnac Portugal, Nuno Luz, foi nomeado diretor-geral da Fnac Ibéria – Portugal e Espanha –, cargo que assumiu no início deste mês. Nuno Luz passa, assim, a integrar o […]

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O atual diretor-geral da Fnac Portugal, Nuno Luz, foi nomeado diretor-geral da Fnac Ibéria – Portugal e Espanha –, cargo que assumiu no início deste mês. Nuno Luz passa, assim, a integrar o Comité Executivo do Grupo Fnac Darty e irá reportar diretamente ao CEO do Grupo Fnac Darty, Enrique Martinez.

Por sua vez, Domingo Guillén Figuerola, atual diretor de vendas omnical da Fnac Espanha, assumirá as funções de diretor-geral da Fnac Espanha, sucedendo a Annabel Chaussat, que ocupa a posição até 15 de junho de 2024. Domingo Guillén Figuerola ficará sob a responsabilidade hierárquica de Nuno Luz.

Nuno Luz iniciou o seu percurso na Fnac Portugal como diretor comercial, em maio de 2016, e assumiu a direção geral da empresa em outubro de 2017. Sob a sua liderança, a Fnac consolidou o seu crescimento e desenvolvimento de forma sustentada, impulsionados pela abertura de novas lojas FNAC e Nature & Découvertes, pela aquisição da PC Clinic e pelo aumento da venda de serviços. Recentemente, encabeçou, com sucesso, a operação de aquisição da MediaMarkt, em Portugal. 

É de recordar que o mercado ibérico é um mercado estratégico para o Grupo Fnac Darty, tendo registado 732 milhões de euros de vendas, em 2023. Na Península Ibérica, o Grupo conta com 88 lojas do universo Fnac.

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El Corte Inglés e To Be Green celebram parceria para dar nova vida aos têxteis usados

O El Corte Inglés e a To Be Green, spin-off da Universidade do Minho, celebraram uma parceria para, a partir de roupa usada e recolhida nas lojas El Corte Inglés […]

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O El Corte Inglés e a To Be Green, spin-off da Universidade do Minho, celebraram uma parceria para, a partir de roupa usada e recolhida nas lojas El Corte Inglés de Lisboa e Vila Nova de Gaia, produzir 300 novos artigos com o têxtil reciclado, dando-lhe uma segunda vida.

Os clientes podem agora deixar as suas roupas e outros têxteis num contentor próprio para o efeito, que se encontra no Espaço Resíduo 0, no piso -1 nos Grandes Armazéns de Lisboa e de Vila Nova de Gaia, informa a retalhista.

No âmbito deste projeto, a Universidade do Minho e o El Corte Inglés criaram um Concurso de Eco Design, dirigido aos alunos do último ano de licenciatura do Curso de Design e Marketing de Moda com o objetivo de encontrar a melhor proposta de design para a produção de aventais com o têxtil reciclado que, no futuro, serão utilizados pelas equipas de restauração do El Corte Inglés.

O projeto inclui ainda o fabrico de mantas a partir dos fios dos têxteis recolhidos, que serão depois entregues a várias instituições IPSS parceiras do El Corte Inglés. Para desenvolver esta componente do projeto e a sua implementação, participam também o CITEVE, como centro tecnológico e de investigação e várias empresas da Setor Têxtil e Vestuário (STV) portuguesas.

Este é o terceiro projeto de Economia Circular criado pelo El Corte Inglés. Em 2022 lançou a “É uma Cerveja”, uma cerveja artesanal feita a partir das sobras de pão dos Supermercados do El Corte Inglés e que está à venda também nos Supermercados e nos restaurantes da Associação CRESCER, que se dedica à empregabilidade de pessoas em situação de sem-abrigo. Parte das receitas reverte para a associação.

No ano seguinte, o El Corte Inglés lançou o “É um Gelado” em parceria com a gelataria Nannarella, que criou um sorvete feito a partir das frutas “menos bonitas” dos Supermercados El Corte Inglés. Também este produto está à venda no El Corte Inglés e Nanarella e parte das receitas reverte para a Associação CRESCER.

“Para o El Corte Inglés é um grande passo e um motivo de grande orgulho este novo projecto. Tem sido feito um investimento em projectos de economia circular que promovam o combate ao desperdício alimentar mas ainda estávamos a estudar a melhor forma de apresentar aos nossos clientes uma oportunidade de se desfazerem das suas roupas com a garantia de que teriam o melhor destino. Esta é a nossa proposta e com ela assumimos o compromisso de dar uma nova vida aos têxteis que nos forem confiados”, explica Vasco Marques Pinto, da área de responsabilidade social corporativa do El Corte Inglés.

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Gestão de pessoas é o maior desafio para as lideranças de organizações cada vez mais dependentes da tecnologia

Estudo da consultora QSP, organizadora do QSP SUMMIT, realizado a propósito da 17ª edição do evento, que vai decorrer de 2 a 4 de julho de 2024, no Porto – Matosinhos, com o mote ‘Rethinking Organizations’

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  • Modelos de educação e formação desajustados face às necessidades das organizações são um dos principais problemas identificados pelos profissionais do tecido empresarial.
  • Principais desafios para a gestão está nas pessoas, seja pela dificuldade de engagement dos colaboradores, seja pela de retenção de talento nas empresas.
  • Reconhecimento e valorização dos colaboradores (63,7%), comunicação aberta e transparente (52,6%), e uma liderança inspiradora (50,4%) são as três características consideradas mais importantes na gestão das organizações.
  • Gestores valorizam as pessoas, mas reconhecem a importância da tecnologia para o sucesso das organizações. A inteligência artificial (AI) será a tecnologia com maior impacto na gestão organizacional.

Quais são os principais desafios para o futuro empresarial? Como é que as organizações se estão a adaptar? E como é que os colaboradores sentem estas mudanças nas empresas onde trabalham? A QSP – Marketing Management & Research procurou responder a estas e outras questões, através de um estudo realizado no âmbito do lançamento de mais uma edição do QSP SUMMIT, junto de profissionais do tecido empresarial, sobretudo quadros médios e superiores, que partilham a sua visão sobre as mudanças e desafios inerentes ao mundo empresarial.

Para a grande maioria dos gestores que partilharam a sua visão sobre o mundo empresarial neste estudo, as pessoas assumem-se como o principal desafio de gestão. Tanto pela dificuldade de incutir uma cultura organizacional e o engagement dos colaboradores (apontada 60% dos inquiridos), como pela dificuldade de atrair e reter profissionais qualificados nos seus quadros (53,3%), uma preocupação com grande relevância para as organizações já que estes são cada vez mais escassos. 77% dos profissionais consideram os modelos de educação e formação atuais desajustados face às necessidades das organizações. Em contraponto, apenas 14,1% consideram ajustados, com os restantes 8,9% a não saberem.

Pedro Carneiro, Head of Marketing Research da QSP, entidade organizadora do QSP SUMMIT, refere que “estes valores demonstram que há um claro desconforto com os modelos educacionais atuais e uma vontade de reformulação de forma a corresponder melhor às necessidades das organizações, seja pela prioridade dada ao conteúdo teórico em detrimento do saber fazer, pela desconsideração das soft skills, ou mesmo pela pouca ligação ao mundo empresarial, como os resultados do estudo indicam. Os desafios que as organizações enfrentam, num ambiente de concorrência feroz e em constante mutação leva a que, principalmente os gestores de topo, sintam que os recém-formados devam estar mais preparados para as dinâmicas do mundo empresarial ”.

A agilidade na adaptação às mudanças do mercado, outro dos muitos temas debatidos ao longo dos três dias da edição deste ano do QSP SUMMIT, que decorre de 2 a 4 de julho, surge como o terceiro maior desafio atual da gestão (52,6%) para os inquiridos do estudo.

Valorizam colaboradores, mas falta investimento na diversidade e na sustentabilidade

Quais são as três características consideradas mais importantes na gestão das organizações? Os profissionais inquiridos destacam o reconhecimento e valorização dos colaboradores (63,7%), a comunicação aberta e transparente (52,6%), a liderança inspiradora (50,4%) e a agilidade organizacional (35,6%). A QSP procurou então perceber se estas características são promovidas nas organizações e percebe-se que em 25,2%, 20%, 22,3% e 26,7% dos casos, respetivamente, são pouco ou nada promovidas.

Embora assumam a valorização dos colaboradores como um fator importante na gestão, os inquiridos dão pouca relevância à inclusão, diversidade e equidade dentro das organizações. É vista como a característica mais importante na gestão das organizações por apenas 11,9% dos profissionais, sendo pouco ou nada promovida por 20,8% dos inquiridos do estudo realizado pela QSP.

Também a responsabilidade social e a sustentabilidade merecem pouco destaque pelos gestores. É destacada por apenas 20%, mas também há 23,7% que referem não ser promovida internamente nas organizações onde trabalham. Nos casos em que efetivamente há uma promoção, ainda que moderada, da sustentabilidade e responsabilidade social (76,3%), as iniciativas mais referidas como prioritárias em termos de responsabilidade social corporativa são a ética nos negócios (59,2%), a transparência (49,5%), a redução do impacto ambiental (48,5%) e a promoção da diversidade e inclusão (39,8%).

Para além da tecnologia, as pessoas são o centro da mudança

O estudo realizado pela QSP revela que 97,8% dos profissionais consideram a inovação essencial para o sucesso das organizações e 85,2% defendem que a tecnologia está a impactar positivamente a forma como as organizações operam. Nos próximos anos, espera-se que a inteligência artificial (AI) seja a tecnologia com maior impacto na gestão organizacional segundo 83% dos inquiridos. E, embora 18,8% não discriminem, espera-se que tanto a inteligência artificial generativa (57,1%), como a preditiva (50,9%) venham a ter um impacto significativo. Pedro Carneiro realça que “tratando-se de temas pouco difundidos no léxico dos portugueses, é natural haver alguma confusão nos conceitos do que é AI generativa e AI preditiva, porém fica claro que a inteligência artificial marcará o futuro da gestão organizacional”.

Há também 63% que acreditam que a Big Data e a análise de dados venha a ser a tecnologia com mais impacto no futuro a curto/médio prazo e 40,7% que apontam a automação. Outras tecnologias, como a Internet of Things (21,5%), a blockchain (14,1%), a realidade aumentada e virtual (9,6%) e o metaverso (8,9%) também são referidas.

No entanto, nem todas as empresas parecem estar preparadas para a mudança. 16,3% dos profissionais indicam que a sua organização tem uma capacidade baixa, ou até muito baixa, de adaptação à mudança e 43% veem a sua organização com uma capacidade moderada. No prisma oposto, 40,7% acreditam que a sua organização tem uma capacidade de adaptação à mudança elevada ou até muito elevada.

O estudo da QSP indica ainda que, atualmente, o foco no cliente e nas necessidades do mercado parece ser a estratégia prioritária da maioria das empresas, no entanto os inquiridos acreditam que, embora isso seja muito importante, o foco deveria estar principalmente no desenvolvimento de habilidades e competências dos colaboradores e também na flexibilidade organizacional e agilidade na tomada de decisões. O investimento em tecnologia e inovação, embora seja indicado por 33,3% dos profissionais como área prioritária atual nas suas empresas, deveria ser prioritária para 46,7%, demonstrando que ainda há um longo caminho a percorrer e que o investimento em tecnologia e inovação ainda não é o suficiente.

Para Pedro Carneiro, “mais uma vez, e ainda que o investimento em tecnologia e inovação seja visto como muito relevante e uma realidade cada vez mais premente para as organizações, os profissionais destacam o desenvolvimento de habilidades e competências dos colaboradores, demonstrando que, hoje, as pessoas continuam a estar no centro das organizações e a preocupação maior do tecido empresarial passa por garantir quadros valiosos e preparados para as mudanças que se adivinham”.

Rethinking Organizations

Os resultados do estudo realizado pela QSP – Marketing Management & Research, realizado junto de mais de 130 profissionais do tecido empresarial, permitiram fazer uma primeira análise sobre a temática do evento, explorando o cenário evolutivo do mundo empresarial e as estratégias que vêm a reformular as organizações como as conhecemos.

A 17ª edição do QSP SUMMIT, que vai decorrer de 02 a 04 de julho de 2024, no Porto – Matosinhos, será o palco para o debate e a partilha de conhecimento. Sob o tema ‘Rethinking Organizations’, mais de três mil e quinhentos participantes terão a oportunidade de ouvir durante os três dias do evento mais de 90 oradores a debater sobre as tendências da dinâmica organizacional e como as empresas estão a adaptar-se para enfrentar os desafios do mundo atual.

Mais informações podem ser consultadas no website oficial do evento http://www.qspsummit.pt/.

 

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Associações de Portugal e Espanha pedem maior reconhecimento do setor da distribuição na Europa

APED, ASEDAS e ANGED lançaram um manifesto com as prioridades do setor da distribuição que devem ser tidas em conta pelos decisores políticos na próxima legislatura europeia.

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A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), a Asociación Española de Distribuidores, Autoservicios y Supermercados (ASEDAS) e a Asociación Nacional de Grandes Empresas de Distribución (ANGED) lançaram um manifesto com as prioridades do setor da distribuição que devem ser tidas em conta pelos decisores políticos na próxima legislatura europeia.

A poucos dias das eleições para o Parlamento Europeu, que se realizam a 9 de junho, as associações signatárias apelam a um maior diálogo dos atores políticos europeus com este setor, que “está no centro da economia europeia e do bem-estar dos cidadãos deste território”, sendo um dos 14 ecossistemas estratégicos definidos pela Comissão Europeia na sua proposta de reforma da política industrial europeia.

“É o elo de ligação entre fabricantes e 450 milhões de consumidores, o maior empregador do setor privado na Europa – 26 milhões de pessoas -, gera 10% do PIB da União Europeia, com mais de 99% das cinco milhões de empresas retalhistas e grossistas na Europa a serem Pequenas e Médias Empresas (PME)”, destacam.

O aumento dos preços da energia e dos combustíveis, constrangimentos no transporte internacional, impactos decorrentes de conflitos armados, escassez de matérias-primas e inflação são os principais desafios apontados ao setor pelas associações signatárias do manifesto.

A estes, acrescentam “um verdadeiro ‘tsunami’ regulatório, com mais de 3.000 normas regulamentares em constante evolução e alteração, que aumentou consideravelmente os custos de funcionamento das empresas”.

A partir deste cenário, APED, ASEDAS e ANGED apontam a necessidade de serem criadas novas soluções e maior flexibilidade na regulamentação laboral para responder às novas necessidades do mundo do trabalho e aos novos estilos de vida e necessidades dos consumidores.

Defendem ainda uma regulamentação que garanta segurança jurídica e um ambiente empresarial estável, que assegure condições de concorrência e acesso a um mercado que permita o desenvolvimento dos seus modelos de negócio.

E apelam a que o quadro regulamentar garanta a segurança alimentar em todas as circunstâncias, relações comerciais estáveis na cadeia, utilização de tecnologias que reforcem a segurança dos estabelecimentos comerciais e deem uma garantia da qualidade dos produtos e a rotulagem adequada, aliada ao combate ao desperdício alimentar.

“Perante um mercado cada vez mais globalizado e que permite que comerciantes de países terceiros obtenham uma vantagem competitiva sobre empresas da União Europeia, os signatários defendem a necessidade de estabelecer condições de concorrência equitativas entre as empresas europeias e os operadores internacionais, bem como garantir um level playing field, com as mesmas regras para todos os operadores, independentemente de operarem em ambiente físicos ou digitais”, alertam ainda.

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