Indústria 4.0 permite aumentar produtividade de empresas “em mais de 30%”
“A interligação de todas as aplicações que o smartphone veio permitir é uma exigência também para fábricas”, diz o diretor-geral da Trumpf
Ana Catarina Monteiro
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A Indústria 4.0 representa a “interconetividade digital permanente de todos os passos do processo, tornando-os mais eficientes, flexíveis, rápidos, transparentes e fáceis de manusear e permite aumentar a produtividade das empresas em mais de 30%”, dá conta Detlef Kranich, diretor-geral para Portugal e Espanha da Trumpf, por ocasião das conferências “A Indústria 4.0 – A Fábrica Inteligente”. Cerca de meia centena de empresários participaram nos debates que decorreram na última semana em Lisboa e no Porto com vista a perceber como adaptar os negócios aos desafios tecnológicos que a indústria hoje enfrenta.
O diretor-geral para a região ibérica da alemã Trumpf, especialista em soluções para máquinas, lasers e eletrónica, assim como em conetividade digital na indústria de transformação, deu como exemplo a democratização dos smartphones entre os consumidores para ilustrar as transformações pelas quais o tecido empresarial está a passar. Os dispositivos móveis mudaram o quotidiano dos indivíduos devido à “interligação inteligente de todas as aplicações num sistema conjunto” e o mesmo está a acontecer nas fábricas.
O conceito de Indústria 4.0 “não é um produto individual” mas uma “conexão em rede” e, por conseguinte, a chave está na utilização de dados globais. “Já existe um conjunto de serviços que põem em prática este conceito, que internamente designamos de TruConnect e cuja aplicação prática em várias empresas comprovam que o potencial de poupança e de otimização de processos é impressionante”, explica o responsável da multinacional de produção tecnológica presente em mais de 70 países e com filial em Portugal desde 2015.
Neste sentido, para não ficar para trás na transformação digital é necessária a adaptação de, por exemplo, “ferramentas em que os orçamentos sejam feitos online, a abolição do papel na produção através da implementação de um código em que a máquina automaticamente carrega o programa indicado e mostra o plano de configuração correspondente, um software que permite controlar todo o processo de fabricação ou ainda uma ferramenta ‘web’ que mostra todos os indicadores de produtividade importantes do processo de fabrico”. Estas mudanças permitem às empresas “poupar tempo, dinheiro e recursos e, acima de tudo, colocam-nas mais focadas nos principais desafios que a indústria hoje enfrenta, e que as empresas em Portugal tão bem sabem, que são as encomendas cada vez mais costumizadas, em quantidades mais pequenas e com um prazo de entrega cada vez mais curto”, conclui Detlef Kranich.