Maior fábrica nacional de aquicultura entra em PER para reconduzir produção
O Processo Especial de Revitalização deve durar “cerca de quatro meses”. A empresa manterá o normal funcionamento e os 127 trabalhadores
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Ana Catarina Monteiro
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A Acuinova – Actividades Piscícolas, empresa do grupo Nova Pescanova que gere a maior unidade de pregado da Europa, instalada desde 2009 na praia de Mira, no distrito de Coimbra, entrou em Processo Especial de Revitalização (PER), após solicitação junto das autoridades judiciais portuguesas.
O Processo Especial de Revitalização deve durar “cerca de quatro meses”, durante os quais a empresa manterá o normal funcionamento das atividades, assim como os 127 postos de trabalho, sob supervisão do administrador judicial provisório, nomeado pelo Tribunal da Comarca de Coimbra, Bruno Miguel da Costa Pereira, de acordo com o anúncio publicado no último dia 31 de janeiro no portal Citius. A apovação do PER permitirá à maior fábrica de aquicultura do País reconduzir o projeto que chegou a ser considerado o “projeto-estrela” da pesqueira espanhola Pescanova.
As instalações na praia de Mira foram inauguradas em 2009 com um investimento de 140 milhões de euros. O projeto inicial estimava uma capacidade de produção de 7000 toneladas por ano mas os números não se cumpriram devido a falhas nas infraestruturas. A casa-mãe chegou, inclusivamente, a apresentar queixa contra a construtora espanhola Sacyr por defeitos de construção. A fábrica de Mira assistiu a acidentes que mataram milhares de peixes e que causaram prejuízos na ordem dos 70 milhões de euros.
Segundo o Jornal de Negócios, a empresa produz atualmente entre 1900 e 2300 toneladas de pregado por ano. Apesar de operar apenas “30% da sua capacidade total”, a viabilidade do projeto depende agora de uma reestruturação da dívida considerada “incomportável”, explica o jornal espanhol Inforetail. O objetivo passa agora por alcançar um acordo de refinanciamento com os credores Millennium BCP, o BPI, a Caixa Geral de Depósitos e o Novo Banco.
A fábrica de Mira já tinha sido posta à venda pela banca portuguesa em 2014 e, segundo a imprensa portuguesa e espanhola, a cadeia de supermercados Mercadona mostrou-se na altura interessada no negócio. No entanto, em declarações ao HIPERSUPER fonte da Mercadona desmente que alguma vez tenha demonstrado a intenção de compra. “Sendo uma empresa que opera como distribuidora, não investe em negócios alimentares”, esclarece. No último ano, a Nova Pescanova apresentou um plano de investimento de 150 milhões de euros para executar até 2020 com a intenção de alienar o ativo.
*Notícia atualizada às 10h39 do dia 7 de fevereiro de 2017