Shoyce. Primeira marca nacional de bebidas vegetais prevê faturar €10 milhões no terceiro ano de atividade
Fruto da primeira produtora de bebidas vegetais em Portugal, a Shoyce tornou-se em dois anos de presença nos lineares da grande distribuição nacional a segunda marca mais comprada pelos portugueses dentro da categoria. Internacionalizada desde a sua fundação, no ano de 2014 em Aveiro, a produtora cresce a dois dígitos e quer duplicar o peso da exportação na faturação este ano. A China foi o primeiro destino além-fronteiras onde a empresa instalou estruturas logísticas e comerciais, seguindo-se “em breve” a vizinha Espanha
Ana Catarina Monteiro
Diogo Costa: “Estamos sempre atentos às necessidades e preferências dos nossos consumidores”
Staples une-se à EDP e dá passo importante na descarbonização de toda a sua cadeia de valor
CTT prepara peak season com reforço da capacidade da operação
Já são conhecidos os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR
Campolide recebe a terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar
Montiqueijo renova Selo da Igualdade Salarial
Sensodyne com novidades nos seus dentífricos mais populares
Salutem lança Mini Tortitas com dois novos sabores
LIGARTE by Casa Ermelinda Freitas chega às prateleiras da Auchan para promover inclusão social
Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser
Fruto da primeira produtora de bebidas vegetais em Portugal, a Shoyce tornou-se em dois anos de presença nos lineares da grande distribuição nacional a segunda marca mais comprada pelos portugueses dentro da categoria. Internacionalizada desde a sua fundação, no ano de 2014 em Aveiro, a produtora cresce a dois dígitos e quer duplicar o peso da exportação na faturação deste ano. A China foi o primeiro destino além-fronteiras onde a empresa instalou estruturas logísticas e comerciais, seguindo-se “em breve” a vizinha Espanha.
O consumo de bebidas vegetais tem vindo a aumentar a nível mundial, à medida que os consumidores se consciencializam sobre a importância da alimentação para a saúde e o bem-estar. Ao mesmo tempo, aumenta o número de indivíduos que padecem de alergias e intolerâncias alimentares, aos quais o mercado tem vindo a dar resposta com o lançamento de produtos sem lactose ou sem glúten.
Enquanto o consumo de leite cai, as alternativas bebidas vegetais mostram potencial de crescimento. Estima-se que, em 2016, o consumo mundial seja superior a 29 mil milhões de litros.
Em Portugal, a primeira unidade de produção deste tipo de bebidas surgiu com a criação da Nutre Indústrias Alimentares (IA), que fez chegar ao mercado em 2014 a marca Shoyce, uma alternativa ao leite com base na soja. “Até àquela data, toda a categoria no mercado nacional era importada”, explica em entrevista ao HIPERSUPER, João Vitor, Business Director da Nutre IA.
Segunda marca mais consumida no País
“Em dezembro de 2010, foi criada a PrioFoods Indústrias Alimentares, integrada no grupo Martifer, que mais tarde dá lugar à Nutre. Esta surge com o objetivo de contribuir para a redução do défice da balança comercial na categoria de bebidas vegetais”.
Localizada na zona industrial de Vagos, no distrito de Aveiro, a unidade resulta de um investimento de “13 milhões de euros, aplicados sobretudo em I&D (Investigação e Desenvolvimento)”. Em dois anos de presença nos lineares de “mais de dois mil pontos de venda de todas as insígnias da grande distribuição”, a primeira marca portuguesa de bebidas vegetais tornou-se “a segunda deste segmento mais consumida no País, segundo dados da Nielsen”.
Depois de “dois anos a crescer a dois dígitos”, durante 2016 a empresa tem-se focado “na conquista de quota de mercado e no reforço da presença nos diversos canais de venda e comunicação”.
Posicionamento alargado a partir da soja
A abordagem inicial ao mercado associava a Shoyce à soja, embora o “plano estratégico de desenvolvimento a curto e médio prazo” contemplasse o alargamento da gama a outras matérias-primas vegetais. “A mudança de posicionamento acabou por acontecer mais cedo do que tínhamos inicialmente previsto, condicionado pelos ‘inputs’ recebidos por parte dos diferentes ‘players’ do setor, mas sobretudo fruto do ‘feedback’ dos consumidores”, explica o diretor de negócio. “Os consumidores pediram para que alargássemos a gama de produtos e foi isso que fizemos”.
A marca estreou-se no mercado com o “Shoyce Original”, que é neste momento o produto “mais vendido” de toda a sua oferta. Atualmente, além do portefólio de produtos de soja, que integra também o iogurte líquido “sojagurte”, um complemento culinário e “uma gama específica para os mais novos – o Shoyce Júnior”, a marca engloba ainda bebidas vegetais de arroz e de aveia sem glúten. Além disso, está a desenvolver produtos com base em amêndoa e coco, que prevê lançar “nos próximos meses”, assim como novas propostas de soja.
“Queremos também aumentar a nossa oferta disponível nos ‘sojagurtes’ líquidos até ao final do ano e o primeiro ‘sojagurte’ sólido deverá ser apresentado ao mercado no primeiro semestre de 2017”.
Possibilidade de produzir soja em Portugal
Apesar de esta se afirmar como a primeira marca portuguesa de bebidas alternativas ao leite, a soja utilizada na produção é plantada na “Roménia e na França”. No sentido de obter um produto 100% português, a marca está a analisar a possibilidade de cultivar no País com parceiros em Portugal. “Já lançamos diversas conversações com agricultores portugueses no sentido de ser possível fazer um produto totalmente português”, dá conta João Vitor.
A unidade de produção de Vagos tem capacidade para 40 milhões de litros por ano mas a empresa “ainda não atingiu a capacidade máxima”, da qual vai ficando cada vez mais perto com a chegada a novos mercados.
Internacionalização a mercados asiáticos
A chegada da Shoyce ao mercado nacional coincidiu com a internacionalização da marca. “Os primeiros mercados onde estivemos presentes, além de Portugal, foram mercados asiáticos, nomeadamente, Hong Kong, Macau e China, considerados prioritários pela dimensão, pelo potencial de crescimento e pela posição geoestratégica”.
Estes são mercados nos quais a marca observa um grande potencial de crescimento, fruto do elevado volume de consumo de soja e de bebidas vegetais. “Em Hong Kong, por exemplo, o consumo anual assenta nos 132 milhões de litros de soja, sendo neste momento o décimo maior consumidor mundial”, sublinha o responsável.
Primeiras estruturas logísticas fora de Portugal na China
Considerando aqueles mercados prioritários, a Nutre IA inaugurou recentemente nas duas regiões administrativas especiais da China as primeiras estruturas logísticas e comercias fora de Portugal. “Com estas operações contamos chegar às cidades chinesas de Shenzhen e Zuhai ainda este ano. Assim, estaremos próximos de mais de 27 milhões de consumidores em Hong Kong, Shenzhen, Macau e Zuhai”.
Além destes países, no ano passado a empresa entrou também em Taiwan e Espanha. No país vizinho, onde se consomem “cerca de 165 milhões de litros de bebidas de soja por ano”, a produtora vai também “em breve” estar presente com uma estrutura comercial. “Olhamos para este mercado com muito interesse, no qual queremos crescer significativamente nos próximos anos”, reforça o diretor.
Portugal continua a pesar mais na faturação
Já este ano, a Shoyce passou a ser distribuída em Angola e Luxemburgo. “A atividade no Grão-Ducado garante a presença na Europa central, onde há uma grande comunidade portuguesa e especial apetência pelos produtos que produzimos”. Neste momento, a empresa está “a estudar a entrada em mercados como a França, a Nigéria, Turquia, Israel e nos países nórdicos”.
Ainda assim, o mercado nacional continua a ser o mais relevante para a empresa, uma vez que, as vendas fora do País representam 10% do volume total. “A nossa ambição é duplicar este número e chegar ao final de 2016 com os mercados externos a pesarem 20% na faturação da empresa”.
22 milhões de litros de soja consumidos em Portugal
A Nutre espera obter no final de 2016 uma faturação de cerca de 10 milhões de euros, o que representa um crescimento de 42,9% face ao ano anterior. Em 2014, o primeiro ano de atividade, a empresa conquistou um volume de negócios de 4.6 milhões de euros, que subiu 52,2% em 2015 para os 7 milhões de euros.
O diretor de negócio da empresa de Vagos considera que “o mercado das bebidas vegetais em Portugal tem ainda muito espaço para crescer”. O consumo da soja, por exemplo, tem vindo a aumentar “cerca de dois milhões litros por ano, tendo ultrapassado em 2015 os 22 milhões de litros”.
A estratégia da Nutre está atualmente assente em três pilares: solidificar o mercado interno, crescer na internacionalização e diversificar o portefólio de produtos disponíveis. “Acreditamos que é possível democratizar o consumo de bebidas vegetais e transmitir a todos os consumidores que é possível ter benefícios nutricionais a um preço justo com o melhor sabor. Temos confiança que vamos conseguir converter não apenas consumidores de outras marcas de bebidas vegetais, mas também consumidores de bebidas animais”.