ESPECIAL Pavimentos e Revestimentos. Indústria aposta em acabamentos estéticos e eficientes
As soluções de revestimento e pavimento para o retalho permitem uma cada vez maior versatilidade no ‘design’ do espaço, com sistemas de rápida aplicação e fácil manutenção. As infraestruturas de […]
Ana Catarina Monteiro
Está a IA a revolucionar a forma como as empresas encontram e selecionam talentos?
El Corte Inglés ilumina-se de azul para sensibilizar importância da luta contra o Cancro da Próstata
Quinta da Vacaria investe na produção de azeite biológico
Grupo Rotom reforça presença no Reino Unido com aquisição da Kingsbury Pallets
Diogo Costa: “Estamos sempre atentos às necessidades e preferências dos nossos consumidores”
Staples une-se à EDP e dá passo importante na descarbonização de toda a sua cadeia de valor
CTT prepara peak season com reforço da capacidade da operação
Já são conhecidos os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR
Campolide recebe a terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar
Montiqueijo renova Selo da Igualdade Salarial
As soluções de revestimento e pavimento para o retalho permitem uma cada vez maior versatilidade no ‘design’ do espaço, com sistemas de rápida aplicação e fácil manutenção.
As infraestruturas de retalho assim como as industriais necessitam de ser planeadas antecipadamente, consoante as especificidades de cada atividade, para que sejam aplicadas as soluções de pavimentos e revestimentos que melhor garantem as devidas condições do espaço no longo prazo.
Para o retalho, o tráfego e o ‘design’ do edifício são dois fatores a ter em conta, sendo que uma má aplicação poderá significar elevados custos e impedir o bom funcionamento da atividade. “Os espaços interiores de retalho exigem soluções funcionais com elevada flexibilidade, no sentido de permitir remodelações rápidas, com custos reduzidos. Por outro lado, o tráfego intenso que os caracteriza obriga à utilização de materiais com elevada resistência e durabilidade”, explica em entrevista ao HIPERSUPER fonte da Revigrés. Para responder às necessidades dos retalhistas, a empresa oferece o pavimento Revicomfort, uma solução sustentável e versátil, indicada para renovações e aplicações rápidas. “É um pavimento em grés porcelânico, amovível e reutilizável, rápido e simples de colocar, sendo quem não é necessário usar cimento cola, betume, equipamentos específicos ou mão-de-obra especializada, o que contribui para a redução de custos na sua aplicação. De fácil reutilização em vários locais, não danificando o pavimento preexistente, sem necessidade de prévia de demolição e consequente minimização dos resíduos de obra, a solução é ideal para remodelações em áreas comerciais, podendo ser imediatamente utilizadas após aplicação. Neste processo, o pavimento cerâmico é encapsulado num polímero, no tardoz (reverso) e nas arestas laterais, o que minimiza a rigidez dos pisos, criando uma perceção de conforto e de isolamento acústico e térmico”. Está disponível em várias coleções da empresa, “valorizando a diversidade estética e a liberdade de escolha do consumidor”.
Soluções permitem versatilidade estética
Os estabelecimentos comerciais exigem à indústria de pavimentos e revestimentos “produtos de elevado valor estético e, simultaneamente, com uma excelente qualidade técnica”. No que diz respeito ao ‘design’, os retalhistas optam por “coleções em grés porcelânico, material cuja elevada resistência ao desgaste e ao impacto, durabilidade e facilidade de limpeza e manutenção, as tornam a solução ideal para áreas com um muito tráfego”.
A este nível, a Revigrés, cujas soluções estão integradas em espaços como as lojas Fnac, Padaria Portuguesa, os shoppings Vasco da Gama, Allegro Alfragide e Setúbal, supermercados Lidl, Pingo Doce ou Continente, apresenta a coleção Cromática, “uma das coleções em grés porcelânico mais completas a nível mundial, com 40 cores, cinco acabamentos e dez formatos”. Além desta, as soluções como a coleção Flake, com efeito escamas, e a coleção Purestone, com três efeitos: efeito pedra, reflexos do azulejo tradicional e estrutura em três dimensões, permitem versatilidade na criação de pontos de venda esteticamente atrativos.
Pavimento tipo Terrazzo
Para os espaços comerciais o “pavimento tipo Terrazzo continua a apresentar-se como uma solução de elevado acabamento estético e bastante duradouro”, assegura João Correia, gestor de projetos da Caetano Coatings. “Embora o seu preço não seja o mais convidativo, pelo menos comparado com outras soluções de revestimento de pavimento, importa salientar que de um ponto de vista de ‘design’, o recurso a esta solução permite satisfazer as ideias mais elaboradas e ambiciosas de qualquer projetista”.
Também o diretor-geral da Sotecnisol Engenharia, Valdemar Lebre, aponta a solução como uma “excelente opção”. “Nos espaços interiores de retalho as soluções são diversas, orientando-se para soluções normalmente à base de resinas de epoxy, muito lisas de muito fácil limpeza, onde predomina a cor, que pode ser mono ou policromática. As soluções de resina de epoxy com adição de agregados selecionados e polimento à posteriori, vulgarmente chamadas de Terrazzo, dada a sua espessura e acabamento estético muito cuidado, são muito dispendiosas. No entanto, começam a ser muito utilizadas por quem se preocupa com a imagem que este tipo de acabamento proporciona, realmente excepcional. A elevada durabilidade deste tipo de sistema é também um factor tomado em conta”, sublinha.
Pavimento em Vinil
Por sua vez, João Cabral, diretor comercial da Tarkett, destaca os pavimentos de interior de lojas das “gamas de LVT (Luxury Vinyl Tiles), as chamadas soluções modulares, autoportantes, coladas ou com sistema ‘click’, em mosaicos ou em réguas, com uma enorme variedade de cores, padrões e ‘designs’”. “Os investidores e donos de obra de uma forma geral procuram soluções inovadoras e que se consigam coordenar facilmente à medida que os conceitos e imagens de marca se vão atualizando. Os LVT são soluções que permitem uma renovação muito rápida e que fazem também com que o pavimento seja parte integrante da decoração dos espaços comerciais, tornando o ambiente mais atrativo, acolhedor e propício a relações comerciais mais regulares e duradouras”, explica o diretor-geral. Além disso, a solução apresenta uma “rápida instalação e facilidade de manutenção”, que são outras das exigências atuais para os espaços de comércio.
Pavimentos Modelares
Neste sentido, na opinião de Ruy Vieira, managing diretor da Hidroreport, “os pavimentos que tiveram a maior evolução nos últimos tempos, pela sua novidade, grande resistência e facilidade de substituição de uma peça danificada ou de aplicação noutro local são os pavimentos modulares, que apresentam soluções sem obras e agora até design italianos são uma ótima solução”. O responsável destaca o “tipo Ecotile”, que permite em um “fim de semana substituir um pavimento sem que a atividade da empresa seja afetada”. “No aeroporto de Lisboa, por causa da urgência provocada pela Expo 98, instalamos 10 000 metros quadrados de Ecotile que ainda não careceram de substituição”. A empresa é especializada neste tipo de pavimentos, detento “todo o tipo de certificações” e aplicando soluções de raiz ou de reabilitação.
Entre os diversos tipos de materiais, as lojas de menor dimensão estão “mais suscetíveis a revestimentos resinosos, devido à sua versatilidade de cores e padrões e facilidade de aplicação. Além de que são fáceis de manter, muito resistentes e podem ser executados tanto em espaços novos como em remodelações, o que facilita a escolha do espaço, sem estar condicionado às condições existentes no local. Por outro lado, a grande distribuição “opta por revestimentos cimentícios”, como vemos nas lojas da “Bricodépôt, Makro, Décathlon”, exemplifica Adelino Ribeiro, diretor comercial da Asic Pavimentos.
A “emblemática indústria de cerâmica portuguesa”
“Em 2015, o setor cerâmico nacional registou um saldo positivo da balança comercial de cerca de 550 milhões de euros. Atualmente, é o setor com a quarta maior taxa de cobertura das importações pelas exportações em Portugal, em grande parte impulsionada pelo subsetor de revestimentos e pavimentos cerâmicos no qual, em 2015, o valor das exportações foi mais de sete vezes superior ao valor das importações”, explica em entrevista fonte da Revigrés.
A operadora do setor cerâmico tem contribuído para diversas obras emblemáticas, a nível mundial, como a Basílica La Sagrada Família, em Barcelona, o Harrod’s, em Inglaterra, várias “computerstores”, nos EUA e Canadá, aeroportos internacionais na Rússia e na Polónia; estações de metro em Espanha, na Arábia Saudita, Holanda e Inglaterra, hospitais no Kuwait e Inglaterra e centros comerciais na Eslováquia, Irlanda e Rússia, além de vários edifícios portugueses como estádios de futebol, hotéis, centros comerciais, hospitais, escolas, restaurantes e empreendimentos residenciais, em Portugal.
Novas construções exigem eficiência energética
Para a Revigrés, que marca presença em mais de 50 países e opera sobretudo em obras de raiz de grande dimensão, uma das exigências da “arquitetura moderna são as soluções de construção que promovam a eficiência energética e a sustentabilidade dos edifícios, privilegiando, em simultâneo, o conforto e bem-estar dos seus utilizadores”. O que fez a empresa apresentar recentemente o sistema Revifeel – cerâmica com elevado conforto térmico, desenvolvido em parceria com o CeNTI – Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes. “Com duas funcionalidades distintas – ‘Warmup’ e ‘Colldown’ – este é um sistema inovador de cerâmica que suaviza as sensações de frio e de calor”.
O sistema de cerâmica ‘Warmup’, presente nas coleções ‘Suite’ e ‘Saloon’ da empresa, proporciona uma sensação termicamente similar ao da madeira, recorrendo à nanotecnologia para potenciar a concentração do calor, ao mesmo tempo que apresenta “maior resistência ao desgaste e maior durabilidade, quando sujeito às mesmas condições e tempo de utilização que a madeira”. Além disso, “promove a sustentabilidade ambiental e contribui para aumentar a eficiência energética dos edifícios, reduzindo a dissipação de calor e as oscilações de temperatura que os materiais causam sem o uso de aquecimento artificial. Por sua vez, o sistema de cerâmica ‘Cooldown’ “aquece os espaços menos do que outros materiais, quando sujeitos ao mesmo tempo de exposição ao sol”. Esta solução de pavimento, ideal para espaços exteriores, “recorre à incorporação de componentes que permitem aos materiais absorver menos radiação térmica, refletindo a radiação solar e evitando o sobreaquecimento”.
De igual forma, a preocupação principal da Tarkett tem sido a questão do ambiente e da sustentabilidade, promovendo a economia circular e a redução do desperdício de matérias primas. “Já não é suficiente apresentar soluções tecnicamente avançadas a preços competitivos, mas sim tem de se conseguir melhorar de ano para ano a performance dos produtos a nível de sustentabilidade”, explica o diretor comercial.
Indústria alimentar requer materiais diferentes
Com exigências diferentes das lojas de comércio, para a indústria alimentar “as soluções mais avançadas em termos de revestimento de pavimentos são as híbridas à base de resinas de Poliuretano e Cimento e de Resinas Acrílicas e Cimento. As primeiras, à base de resinas de Poliuretano e Cimento, são muito recentes mas já comprovadas em toda a Europa. No entanto, são soluções muito dispendiosas ao nível do mercado Português, embora estejam a ser bastante bem consideradas pelos empresários do setor alimentar. As segundas, à base de Resinas Acrílicas e Cimento, são soluções muito mais comprovadas ao longo de décadas e que continuam a ser muito consideradas, embora e apenas na indústria alimentar em condições de utilização permanentemente molhada, muito orientadas para o setor industrial do mercado do peixe, carne e conservas. Estas são as soluções que optam por maior fiabilidade, compreendendo-se este facto por serem as que obtêm uma maior espessura e portanto maiores resistências ao nível mecânico, químico e térmico, não descurando as necessidades adicionais e de compromisso entre anti-derrapância e de limpeza. Estas soluções híbridas, são as que, de facto, aproveitam as melhores propriedades de cada uma das resinas envolvidas na sua formulação, com sucesso”, explica o diretor-geral da Sotecnisol, operadora com “grande experiência” nas indústrias de carne, peixe e conservas.
A indústria agroalimentar tem as suas exigências próprias, porque são espaços de confecção de alimentos e necessitam de uma higienização cuidada. Os pavimentos necessitam de um acabamento “antiderrapante e contínuo e a execução de um rodapé em meia cana, de forma a permitir uma fácil lavagem do mesmo. Um sistema composto por resinas de base epoxy ou de metil metacrilato, com saturação de areias de quartzo calibrado colorido, com espessuras aproximadas de três a quatro milímetros, são soluções bastante recorrentes para a indústria alimentar. Para indústrias com outros tipos de exigências, nomeadamente matadouros e lotas de pescado, onde há consideráveis agressões químicas estando o pavimento continuamente molhado, soluções à base de poliuretano / cimento ou uma argamassa hidráulica modificada com polímeros são as soluções mais praticadas. A gama de sistema de revestimento “Monopur” apresenta espessuras que variam desde os dois milímetros a nove milímetros, tal como o revestimento “Monile” com dez milímetros de espessura”, explica o responsável da Caetano Coatings, líder no mercado nacional e com uma “forte aposta no mercado estrangeiro, sobretudo em França”.
Revestimentos Cimentícios
Na indústria não alimentar, e para as empresas que trabalham com equipamentos de manuseamento de cargas (porta-paletes, empilhadores), “os revestimentos cimentícios à base de agregados endurecedores funcionam muito bem e têm um custo inferior às resinas”, afirma o diretor comercial da Asic. “Estas indústrias trabalham em ambientes secos, por isso a impermeabilização do piso é secundária, o principal requisito para os clientes é ter um pavimento fácil de manter, muito resistente ao desgaste (que não faça pó), duradouro e com um aspecto estético aceitável”.
Quer para a indústria alimentar quer para a não alimentar, “os sistemas escolhidos devem ter em consideração, a agressividade química, o grau de rugosidade, a temperatura dos líquidos derramados, as cargas em circulação no revestimento como também o tipo de equipamentos de manuseamento de paletes e a frequência de passagem”, enumera o responsável.
Entre os fatores a ter em conta no planeamento de um pavimento e revestimento, “o problema mais frequente é o do cálculo e previsão da utilização em termos de cargas a suportar, tipos de empilhadores que o cliente pretende utilizar e qual a utilização que vai ser dada ao espaço: oficinas automóveis, laboratórios, equipamento de precisão, existência de electricidade estática, entre outras. A infiltração de humidades e a exigência que o piso esteja plano são preocupações a ter também. Para cada um destes tipos existe uma solução diferenciada. Pelo menos a Hidroreport dispõe de resposta para todas estas questões. Dispomos também de todo o tipo de tapetes imaginável para completar qualquer situação específica, dá conta o managing diretor da empresa, que até ao momento está a crescer 30% este ano. Em Portugal, o setor de pavimentos e revestimentos “está em recuperação”, depois de ter enfrentado a crise económica dos últimos anos. “É um setor muito variável e influenciado por grandes obras a ocorrerem ou a serem adiadas”.