Mais clientes e preços mais elevados dão liderança à Primark no mercado ‘fashion’
Sete anos depois de entrar no mercado português, a cadeia de moda irlandesa alcança a liderança do mercado português em vestuário e calçado, posição que ‘tira’ à Zara, a sua principal concorrente que pertence ao grupo Inditex
Rita Gonçalves
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A Primark abriu a primeira loja em Portugal em maio de 2009. Hoje, opera nove lojas no nosso País, uma das quais abriu em abril último, em Almada.
Sete anos passados, a cadeia de moda irlandesa alcança a liderança do mercado português em vestuário e calçado, posição que ‘tira’ à Zara, a sua principal concorrente que pertence ao grupo espanhol Inditex.
“Num mercado que fechou 2015 globalmente estável, a chave desta liderança começa logo na penetração alcançada. Um total de 17,4% dos portugueses são clientes desta empresa irlandesa. Um valor impressionante, considerando que todas as lojas “Independentes” do País (não pertencentes a cadeias) têm no seu conjunto 25,8% de penetração”, segundo as principais conclusões de um estudo periódico da consultora Kantar Worldpanel, que representa o comportamento de compra dos portugueses com 15 e mais anos, residentes em Portugal Continental, no que ao mercado “fashion” diz respeito.
“Por outro lado, a Primark encontra-se entre as lojas que conseguem uma maior percentagem de clientes repetidores. Considerando uma análise por lojas/cadeias no mercado “fashion”, em 2015, a cadeia irlandesa tem a liderança em valor, com uma quota de 6,1%, e em volume, com uma quota de 11,9%. O crescimento da Primark, no ano passado, advém, em parte, do aumento – em mais de 10% – da clientela captada. Mas também pelo aumento do preço médio dos produtos que os consumidores compraram nesta cadeia”, segundo o mesmo estudo.
“Se, em vez de lojas/cadeias, considerarmos as empresas que detêm várias insígnias ou marcas de roupa, nesse caso, o Grupo Inditex continua líder em Portugal, em 2015, reunindo as insígnias Zara, Bershka, Stadivarius, Massimo Dutti e outras. Mas está a perder, em termos gerais, frequência de compra nas suas lojas, o que penalizou particularmente o seu desempenho no ano passado. Esta redução da frequência (em cerca de -14,5%) não é compensada pelo incremento de clientela que obteve, nem pelo aumento do volume comprado, em cada ato de compra, variável que também conseguiu fazer crescer”.
2015 não correu bem à insígnia principal – a Zara – do grupo Inditex. “Esta icónica marca, cai em volume e em valor, apesar de ter uma redução do seu preço médio, talvez para compensar o considerável aumento ocorrido em 2014. Mas o facto que mais penalizou a Zara foi a já mencionada redução da frequência de compra, o que não está sequer em linha com a tendência geral verificada neste mercado. Por outro lado, como ponto positivo, apresenta um promissor aumento da penetração, a dois dígitos. Mas, uma vez mais, este aumento de clientela, pode ser considerada uma recuperação do que aconteceu em 2014, onde tinha perdido muitos compradores, face a 2013”.