Lojas físicas vão se transformar em ‘showrooms’?
Com a “crise de identidade” que o e-commerce trouxe para as lojas físicas, surge agora uma nova tendência a nível mundial: os ‘showrooms’. Retalhistas estão a apostar em espaços sem stock, onde os clientes podem experimentar os produtos, para comprarem posteriormente online
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Ana Catarina Monteiro
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Com a “crise de identidade” que o e-commerce trouxe para as lojas físicas, surge agora uma nova tendência a nível mundial: os ‘showrooms’. Retalhistas estão a apostar em espaços sem stock, onde os clientes podem experimentar os produtos, para comprarem posteriormente online.
A norte-americana Bonobos nasceu no canal online para vender várias marcas de vestuário de homem. Abriu o primeiro espaço físico em 2011 e hoje detém 20 ‘showrooms’ nos Estados Unidos, onde os clientes podem experimentar diferentes combinações de peças de vestuário de várias marcas como Zara ou Gap.
De acordo com o The Economist, este ponto de venda apresenta um único funcionário, cuja tarefa passa por aconselhar os clientes sobre moda. Tem stock para Todos os produtos vendidos estão armazenados em um único espaço central. “A ideia é divorciar a compra do produto da sua distribuição”, explica a fonte.
Esta estratégia de espaços “sem stock”, que servem para potenciar o contacto do consumidor com o produto, era um modelo de negócio utilizado até “recentemente” exclusivamente por vendedores de produtos de “grandes dimensões”, como mobiliário, que os clientes não poderiam transportar para fora da loja. Agora, os retalhistas de moda a nível mundial estão a notar as potencialidades deste modelo.
A democratização do espaço digital obriga os retalhistas físicos a “oferecerem mais aos clientes do que a simples venda de bens de consumo”. Para as cadeias de lojas, o posicionamento do ponto de venda enquanto “showroom” faz com que o retalhista poupe nos custos de reposição do stock, evite ter mais ou menos produto do que aquilo que realmente vende e os colaboradores ficam, assim, “concentrados apenas nos clientes”.
No entanto, “é mais fácil os retalhistas online abrirem um “showroom” do que as próprias cadeias já estabelecidas transformarem as suas lojas neste conceito. A Zara, por exemplo, “habituou os seus clientes à compra imediata” e a entrega de produtos individualmente, através da compra online, “supõe que acabe de enviar remessas para os vários canais de venda”. Isto vem tirar a “utilidade das redes de distribuição destas cadeias”, explica Neil Saunders, da consultora Conlumino, citado pela mesma fonte.
Para os retalhistas nativos do digital, o processo é mais simples. A aposta em ‘showroom’ traz a vantagem de oferecerem um ponto de contacto aos clientes, sendo que a “maior parte” ainda privilegia analisar como se sente quando utiliza um produto, antes de o adquirir online.
Um exemplo de um negócio que aposta nesta estratégia é a retalhista online asiática “Zalora”, com quatro anos de atividade, que exibe as suas peças de roupa em ‘showrooms’ ‘pop up’, distribuídos entre “Singapura, Malásia, Hong Kong, Indonésia e Filipinas”, diz aquela fonte. Estes espaços temporários são uma forma de “ganhar a confiança do cliente”, que pode “experimentar as várias peças, conversar com estilistas e encomendar online, através da página da marca na internet ou através da digitalização do QR Code no espaço, a partir de uma aplicação própria para ‘smartphones’”.