Corrupção e suborno nas empresas: Portugal é 5º no ranking mundial
Portugal figura em quinto lugar no ranking mundial de países onde a corrupção está difundida de forma generalizada nos negócios. De acordo com as análises da EY, 82% dos colaboradores nacionais têm esta perceção das empresas

Ana Catarina Monteiro
Casaleiro com nova imagem e novas referências
Mars vai investir 27 milhões de dólares para reduzir emissões em explorações agrícolas
Sophos e Pax8 anunciam parceria para simplificar a gestão da segurança
Wells abre nova loja em Aveiro
Panattoni Iberia constrói parque logístico em Santarém
Corticeira Amorim promove novo programa de recolha seletiva e de reciclagem de rolhas de cortiça em Nova Iorque
MO reabre lojas em Esposende e Abrantes
Abertas as candidaturas ao PEL – Prémio de Excelência Logística 2025
Novo Mercadona em Santa Iria de Azóia abre no dia 20 de março
Missão Continente salva mais de 8 milhões de refeições em 2024
Portugal figura em quinto lugar no ranking mundial de países onde a corrupção está difundida de forma generalizada nos negócios. De acordo com as análises da EY, 82% dos colaboradores nacionais têm esta perceção das empresas.
17% dos trabalhadores portugueses admite ter testemunhado manipulações da performance financeira da sua empresa nos últimos 12 meses. A nível global, o número sobe para 21%.
57% dos colaborares que participaram no estudo mundial da EY concordam que a direção das empresas está sobre constante pressão para encontrar novas formas de gerar receita, o que leva à falta de transparência no reporte de resultados ou à falta de medidas antifraude adequadas a cada mercado para onde expandem.
As oportunidades de crescimento estão em países que apresentam atualmente índices de rápido desenvolvimento e, segundo os colaboradores, esses mercados são mais propícios à corrupção do que países “desenvolvidos”. No entanto, a fraude não está limitada por geografias.
Pressão para aumento das receitas faz prevelecer corrupção?
De acordo com o relatório “Fraud Survey, Fraud and corruption – the easy option for growth?” realizado pela EY em 38 países da Europa, Médio Oriente, África e incluindo a Índia, cerca de 33% das grandes empresas considera que a gestão está sob pressão crescente para se expandir em mercados de elevado risco, onde a fronteira entre o que é lícito e ilícito é ainda muito ténue.
A constante pressão para que as empresas aumentem receitas, dada a volatilidade do mercado e da sua regulação e também a instabilidade geopolítica estão a empurrar as empresas e os seus executivos para comportamentos de alto risco.
Expansão para mercados de crescimento rápido
As empresas estão pressionadas para expandirem para países de “crescimento rápido” que são, de acordo com Rapid-Growth Markets Forecast, datado de Jullho de 2014: República Checa, Egito , Índia, Nigéria, Polónia, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Ucrânia.
Nestes mercados, 61% dos entrevistados afirma que a corrupção em empresas é generalizada e 37% refere que muitas vezes as empresas reportam o seu desempenho financeiro acima da realidade.
No entanto, o risco de fraude não é limitado a estas geografias. 26% dos gestores de topo entrevistados refere ter ouvido falar em antecipação de lucros no ano transato – origem de diversas fraudes ao nível do “top management”. Além disso, 21% relata que as más notícias relativas ao desempenho financeiro não são partilhadas de forma transparente.
Práticas compliance, anticorrupção e suborno em Portugal não são prioridade
35% dos colaboradores das empresas portuguesas considera justificável a oferta de presentes pessoais, dinheiro ou entretenimento para a sobrevivência do negócio, 17% considera que a pressão legislatória do setor de atividade tem impacto positivo nos padrões éticos das suas empresas e 82% admite falta de transparência nos resultados da sua empresa. Portugal é o quinto país onde a corrupção mais vigora de forma transversal aos diferentes setores de atividade. Croácia lidera o ranking, seguida do Quénia, Eslovénia e Sérvia.
Apesar disso, apenas 10% das empresas nacionais acredita que as suas políticas anticorrupção as torna menos competitivas, número abaixo da média mundial.
A EY mostra no seu estudo, para o qual entrevistou 3800 trabalhadores, que 20% considera que as políticas antifraude ou anticorrupção retiram valor ao negócio. No entanto, revela que, dentro dos negócios que têm crescido em receitas nos últimos dois anos, os colaboradores qualificam-nos como estruturas com padrões éticos “muito bons”, têm e conhecem a política anticorrupção e reconhecem que são propensas a identificar padrões éticos em diferentes mercados de atuação.
Portanto, “existe uma forte correlação entre as empresas em crescimento e o cumprimento das regras de compliance”. Por comparação com outros setores, o dos serviços financeiros está mais focado no compliance e na ética dos comportamentos dos seus colaboradores.
Texto escrito conforme o novo Acordo Ortográfico