Trazer o campo para a cidade. Portugal importa conceito italiano de ‘Slow Food’
O Slow Food Porto quer assumir-se como “um núcleo do movimento internacional, totalmente urbano e levar, assim, até à cidade, as vivências próprias da actividade mais rural, em prol de uma valorização mais equitativa da cadeia de valor”
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Rita Gonçalves
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Em média, quatro em cada cinco consumidores estão dispostos a pagar até cinco por cento mais por um produto de qualidade superior, revelam estudos europeus.
Foi com base nesta premissa, mas também com a ideia de promover experiências gastronómicas e culturais no Norte do País, que o IPAM lançou o “Slow Food Porto”, projecto que representa 18 municípios do distrito e inspira-se numa iniciativa que nasceu em Itália.
Mudar hábitos de consumo alimentares, promover as tradições do saber fazer agro-alimentar e a biodiversidade. Estes são os objetivos do “Slow Food Porto”, um novo projecto que conjuga prazer e alimentação, com consciência e responsabilidade, defendendo uma cultura ecogastronómica.
De Itália para Portugal
Composto por um grupo de oito fundadores, a iniciativa partiu de uma ideia de Rui Rosa Dias, docente do IPAM – The Marketing School e especialista em marketing e economia agro-alimentar, Catarina Domingos e Joana Afonso, marketeers, e Lurdes Madureira, professora do primeiro ciclo, que têm em comum o gosto pela agricultura, natureza e alimentação.
Os fundadores convidaram quatro figuras da região – o empresário Manuel Serrão, o chef Álvaro Dinis, o professor Daniel Sá, director do IPAM Porto, além do jornalista Paulo Ferreira – para dar corpo a este movimento originalmente criado em Itália e que pretende ser uma voz activa na agricultura e no comportamento de consumo do Norte.
“Numa época em que a marca e o preço de um produto são os principais critérios de compra do consumidor”, a iniciativa pretende notar “que existem mais benefícios se a opção recair em três pilares: ser bom (saber bem, ter qualidade e contribuir para a saúde); ser limpo (respeitar a biodiversidade e o ambiente); e ter um preço justo para produtor e consumidor”. O combate ao desperdício alimentar é outras das bandeiras do movimento.
O Slow Food Porto quer assumir-se como “um núcleo do movimento internacional, totalmente urbano e levar, assim, até à cidade, as vivências próprias da actividade mais rural, em prol de uma valorização mais equitativa da cadeia de valor. A iniciativa conta já com quase uma centena de membros e entidades associadas, entre as quais se encontram a Nieeport, Cantinho das Aromáticas, 1000 Paladares, Casa de Mouraz, Soundwich e Cor da Tangerina. A curto prazo, o projecto espera reunir 500 associados e recuperar o conceito de petisco, disponibilizando-o nos parceiros do movimento.
Certificação “Slow Food”
Para 2015, o movimento tem já apontadas algumas acções, nomeadamente a realização de uma conferência internacional e o estabelecimento do “Slow Food Day” – dia em que se oferecerá à população de todos os concelhos do distrito do Porto petiscos “slow food”, servidos em zonas que contemplem a história e tradição de cada local. Serão ainda identificados um conjunto de produtos que possam vir a integrar a “Arca do Gosto”, projecto que visa catalogar sabores esquecidos, documentando produtos gastronómicos de excelência.