CHEP: “Estamos a investigar novas tipologias de paletes”
Por ocasião dos 20 anos em Portugal, Maria do Céu Carvalho, Country General Manager da CHEP, revela em entrevista ao HIPERSUPER as principais conquistas mas também os principais desafios da empresa de pooling no mercado nacional
Rita Gonçalves
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Por ocasião dos 20 anos em Portugal, Maria do Céu Carvalho, Country General Manager da CHEP revela em entrevista ao Hipersuper as principais conquistas mas também os principais desafios da empresa de pooling no mercado nacional
No ano em que assinala 20 anos em Portugal, que balanço faz do negócio desde o início até hoje?
São 20 anos de intensa actividade que representam o lançamento e a consolidação na indústria portuguesa da gestão de paletes em sistema de pooling. Somos uma empresa que persegue, desde o primeiro dia, a inovação e a criatividade, transformando as necessidades da cadeia de abastecimento em alternativas que aumentem a produtividade e reduzam os custos. Somos uma empresa comprometida com a excelência, uma empresa madura, mesmo só completando 20 anos, que sabe da responsabilidade que tem com os seus parceiros de negócio. Chegar até aqui tem sido obra de muita luta e dedicação, com as dificuldades próprias do mundo empresarial mas também com muitas conquistas e realizações, das quais muito nos orgulhamos.
Quais as principais conquistas?
Através da nossa experiência global conseguimos ao longo destes 20 anos oferecer aos nossos clientes as melhores soluções para as ineficiências relacionadas com o acondicionamento ao longo da cadeia de abastecimento. Nos últimos anos, o lançamento de novos formatos, como a ½ palete (600mmx800mm) e a ¼ de palete (400mmx600mm), que permitem facilitar os processos logísticos, eliminar a manipulação e aumentar as vendas. Ou a oferta de serviços como o TPM (Total Pallet Management), em que a classificação e inspecção de paletes é realizada nas instalações dos clientes, têm permitido a redução de custos na cadeia de abastecimento e a redução da nossa pegada ambiental.
Começámos também a medir as emissões de CO2 do nosso negócio seguindo o standard internacional mais reconhecido, o Green House Gas Protocol. É um sistema integral que nos permite medir também as emissões dos nossos fornecedores e empresas colaboradoras (transportadores, centros de serviço). Apostamos no conceito de “energia limpa” e progressivamente estamos a introduzir geradores de biomassa nos nossos centros de serviço. O nosso objectivo fundamental é o de gerar resíduos zero.
O conceito “Sustentabilidade” significa muito mais que respeito pelo meio-ambiente. Significa respeitar o ambiente social em que estamos inseridos, apostar nas boas práticas de gestão empresarial e no nosso valor humano.
Como está a correr o ano? Quais as principais dificuldades no mercado nacional?
A situação sócio-económica nacional tem vindo a sofrer uma deterioração gradual, causando um impacto significativo no sector de grande consumo, sector onde assenta grande parte da nossa actividade. Por este motivo, torna-se ainda mais relevante todo o esforço que temos vindo a realizar no desenvolvimento de novas soluções de pooling com os clientes existentes e na aposta em novos sectores.
Nenhuma empresa está imune ao actual clima económico, e quando vemos os requisitos cada vez mais exigentes da cadeia de abastecimento dá-nos ainda mais motivação para continuar a identificar boas práticas empresariais e a criar soluções que agreguem valor e aumentem a competitividade dos nossos clientes.
Por isso, temos vindo a implementar em conjunto com os nossos clientes vários projectos logísticos, que permitem enfrentar esta crise, proporcionando redução de custos tangíveis e melhorias logísticas.
Devido à situação económica actual, todas as empresas estão a analisar o seu modelo de negócio com a finalidade de efectuar ajustes estruturais que permitam concentrarem-se na sua actividade principal e eliminar da sua actividade diária todas as outras actividades que não trazendo valor acrescentado ao seu negócio causam preocupações e custos desnecessários. Esta tendência é registada não apenas nos sectores que tradicionalmente utilizam as paletes de pool – como o sector de grande consumo – mas também em outros sectores, que agora mais do que nunca necessitam de optimizar a sua logística para poupar nos custos.
Temos um potencial de crescimento em Portugal e uma solidez financeira que nos permite continuar a investir em novas soluções que aportem valor aos nossos clientes, agregando valor aos accionistas e valorizando um dos nossos activos mais importantes: as pessoas.
Que acções têm tomado para contornar a recessão que vive o consumo em Portugal? Encontraram oportunidades de crescimento?
A CHEP foi a empresa pioneira dos sistemas pooling de equipamentos e está presente num vasto número de países a nível mundial. A aposta na sustentabilidade, no serviço ao cliente, no controlo dos nossos activos, a cobertura internacional, um exaustivo conhecimento da cadeia de abastecimento e, acima de tudo, no seu valor humano, são alguns dos aspectos que nos têm caracterizado.
Estes factores têm-nos permitido manter a nossa solidez financeira e ajudar os nossos clientes a enfrentar os desafios actuais do mercado. As necessidades da cadeia de abastecimento vão crescendo à medida que os hábitos dos consumidores e o contexto sócio-económico vai alterando. A multiplicação dos formatos na loja, a crescente quantidade de SKUs, uma maior frequência de entregas que têm que ser realizadas a custos eficientes, a preocupação pelo impacto meio-ambiental, são apenas alguns dos desafios que os nossos clientes encontram. Por este motivo, a temos vindo a desenvolver alguns projectos muito interessantes que irão proporcionar soluções aos nossos clientes.
Como por exemplo?
Um bom exemplo é o projecto “Last Mile Solutions” que surge com a intenção de analisar as oportunidades de melhoria das operações logísticas que têm lugar na “última milha”, o último segmento da cadeia de abastecimento, onde se encontra 65% dos custos totais. O objectivo é desenvolver uma gama de produtos e serviços que tragam valor, tanto para os fabricantes como para os distribuidores, neste ponto concreto da cadeia de abastecimento e para este projecto temos vindo a trabalhar em conjunto com organizações profissionais, como a ECR na Europa.
A cadeia de abastecimento aposta cada vez mais em soluções logísticas ergonómicas que aproximem a mercadoria do consumidor e eliminem a manipulação desnecessária. Actualmente, investigamos novas tipologias de paletes, como a ¼ de palete com rodas, a ½ palete com rodas retrácteis ou a palete multicamada.
As exportações das empresas portuguesas, por exemplo, tem compensado a quebra da actividade no mercado nacional?
É importante destacar que graças à nossa cobertura geográfica, podemos fornecer soluções a todas as empresas que têm como estratégia incrementar o seu negócio de exportação com a finalidade de atenuar a quebra de actividade no mercado nacional.
Há alguns meses anunciámos ao mercado a expansão do nosso negócio para a Roménia, Bulgária, Croácia e Sérvia nos Balcãs e para os países bálticos – Estónia, Letónia e Lituânia, com o objectivo de aumentar ainda mais a nossa cobertura geográfica. Acompanhamos assim os nossos clientes na sua expansão, facilitando as suas operações para todas as geografias.
Mas esta expansão para os países da Europa Central e Oriental não é recente, a CHEP está presente desde 1998 nesta região, com um crescimento sustentável em países como a Republica Checa, Hungria, Polónia, Eslováquia e Turquia.
Qual a estratégia da CHEP no mercado nacional?
Num ambiente muito competitivo, temos renovado contratos com importantes empresas com as quais trabalhamos desde há muitos anos, devido à qualidade do nosso valor humano e do serviço.
Por outro lado, mantemos a aposta na apresentação de soluções a outros sectores da indústria, onde o sistema pooling apresenta como uma opção fulcral para reduzir custos, optimizar os processos logísticos e respeitar o meio-ambiente.