Ondina Afonso, directora executiva da PortugalFoods
Maiores cadeias de distribuição da China e Coreia do Sul às compras em Portugal
Por ocasião de uma visita a Portugal das maiores cadeias de distribuição da China e Coreia do Sul, Ondina Afonso, directora executiva da PortugalFoods, revela, em entrevista ao Hipersuper, quais os produtos que estas empresas têm interesse em importar do nosso País
Rita Gonçalves
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Por ocasião de uma visita a Portugal das maiores cadeias de distribuição da China e Coreia do Sul, Ondina Afonso, directora executiva da PortugalFoods, revela, em entrevista ao Hipersuper, os produtos que estas empresas têm interesse em importar do nosso País
Qual o peso das cadeias de distribuição chinesa e sul coreana – City Food Distribution, da China, e CJ FreshWay, da Coreia do Sul – que visitaram Portugal e reuniram com empresas agro-alimentares nacionais, por ocasião da MIFA Fórum Ásia, no panorama da distribuição na Ásia?
A CJ FreshWay é líder da distribuição moderna sul-coreana, dominando, assim, vários canais da distribuição, como lojas grossistas, hiper e supermercados, restaurantes e take-away.
Tem cerca de 20.000 fornecedores, provenientes da agricultura, das pescas e produção animal, produtos processados e equipamentos de cozinha. O seu volume de negócios anual ronda os 30 biliões de dólares, cerca de 22 biliões de euros. Além de um grande comprador, é também um grande exportador para países vizinhos, como Singapura, Tailândia e Malásia.
Por sua vez, a City Shop é a maior cadeia de lojas em Xangai, lidando com uma vasta gama de produtos alimentares importados de todo o mundo. A missão da empresa passa por oferecer aos consumidores os produtos mais inovadores, uma grande variedade de produtos e um serviço de primeira classe.
A empresa possui 10 filiais na cidade de Xangai. Dos 24 mil produtos que contempla na sua gama, 80% são importados, com principal destaque para lacticínios, carne, bebidas alcoólicas e temperos ocidentais, doces e produtos hortícolas orgânicos.
Possuem produtos seleccionados de 20 países, entre eles EUA, Alemanha, Austrália, Reino Unido, Japão e Itália, sempre com a premissa de possuir os melhores sabores mundiais.
A política das lojas contempla refeições locais e refeições prontas (take-away), bem como festivais gastronómicos e degustações. O volume de negócios anual é de cerca de 60 milhões de euros.
Que tipo de produtos e mercadoria estão estas empresas à procura em Portugal?
A CJ FreshWay procurou frutos secos, chocolate, conservas, cereais, massas e bolachas e reuniu com empresas transformadoras de carnes (produtos tradicionais e de charcutaria), apesar de a Coreia do Sul ainda não importar produtos cárneos de Portugal.
A City Shop importa já de Portugal água mineral, conservas, chocolates, biscoitos e molhos. A mesma reuniu com empresas de cereais de pequeno-almoço, conservas, arroz, cerveja e águas, pastelaria industrial, azeitonas e derivados (pastas) e também charcutaria e enchidos tradicionais. Além disso, interessou-se também por queijos portugueses e transformados de fruta.
Procuram produtos mais económicos ou, pelo contrário, bens com valor acrescentado e posicionados num segmento mais sofisticado?
Ambos procuraram produtos “high standard”. No entanto, a CJ FreshWay procurou também produtos para as suas marcas próprias.
Que trabalho está a fazer a PortugalFoods no mercado asiático? Qual o potencial do Continente para as empresas nacionais?
Sabemos que os produtos portugueses têm capacidade para responder às tendências e expectativas que o consumidor chinês apresenta, nomeadamente no que respeita à procura de produtos de conveniência (pela mudança demográfica que ocorre nos países asiáticos), indulgentes e que correspondam às preocupações de saúde e bem-estar (produtos saudáveis). Além disso, Portugal está na linha da frente quanto à segurança alimentar dos produtos, factor primordial para os asiáticos, principalmente para os chineses, dado os recentes escândalos ligados a este tema da segurança alimentar. Assim, com base numa vigilância das tendências de consumo mundiais suportada pelo seu Observatório, bem como na estratégia de internacionalização para o sector agro-alimentar entregue em 2012 à Ministra da Agricultura, e na qual se estabelecem 10 prioridades estratégicas – uma delas focava na “consolidação e exploração de novas geografias” – a PortugalFoods entendeu apostar e trabalhar o mercado asiático, como forma de dinamizar uma actuação mais abrangente, em economias emergentes e cujas categorias de produtos de valor acrescentado mais crescem.
Qual o valor da exportação da agro-indústria nacional para a Ásia? Quais os produtos do TOP 5?
Segundo dados oficiais do Gabinete de Planeamento e Políticas do Ministério da Agricultura e do Mar, as exportações de produtos agro-alimentares para a China têm vindo a aumentar gradativamente, sendo que os produtos mais exportados têm sido vinhos, azeites, peixe congelado e conservas, equivalendo a cerca de 7 milhões de euros (valor médio entre 2008-2012).
Ainda com base na mesma fonte, e no caso da Coreia do Sul, sabe-se que Portugal tem vindo a exportar margarina e preparações de gorduras animais ou vegetais, azeites, produtos à base de tomate, vinhos e produtos de padaria e pastelaria, perfazendo também cerca de 7 milhões de euros (valor médio entre 2008-2012).
Sublinha-se que os produtos lácteos só há bem pouco tempo é que são permitidos exportar para a China. O processo de exportação de produtos cárneos portugueses estará em vias de concretização e, portanto, há possibilidade de as empresas deste sub-sector conseguirem explorar este vasto mercado, com forte apetência para os produtos portugueses.
É possível quantificar o potencial de volume de negócios concretizado na MIFA?
Os importadores tiveram oportunidade de reunir com 23 empresas, degustar os seus produtos e visitar as suas unidades de produção, tendo ficado perplexos pelo nível tecnológico e de segurança alimentar que as empresas portuguesas apresentam.
O feedback obtido, quer do grupo dos importadores, quer do grupo das empresas, foi muito positivo e já haverá já propostas a serem enviadas para a China e para a Coreia do Sul.