Resultados da Sumol+Compal em baixa no semestre
Com os resultados do semestre a indicarem perdas, a Sumol+Compal admite que um agravamento da taxa de IVA “terá um impacto muito negativo na competitividade da indústria de bebidas em Portugal”.

Victor Jorge
Vendas das marcas nos centros VIA Outlets crescem 7% em 2024
Missão Continente salva mais de 8 milhões de refeições em 2024
Nestlé Portugal lança série dedicada à literacia alimentar
Casa Relvas aumenta o portfólio com três novos monocastas
CONFAGRI diz ser “incompreensível” a redução do apoio à horticultura
Snacking é uma forma de conexão segundo estudo de tendências da Mondelēz
HAVI implementa em Portugal um projeto-piloto de gestão de armazéns
Jerónimo Martins entre as 100 melhores empresas mundiais em diversidade e inclusão social
Essência do Vinho regressa ao Porto com 4.000 vinhos de 400 produtores
Indústria alimentar e das bebidas exportou 8.190 M€ em 2024
O volume de negócios do grupo Sumol+Compal no primeiro semestre de 2011 registou uma quebra de 2,2% face a igual período de 2010, alcançando os 160,2 milhões de euros. As vendas totalizaram 152,7 milhões de euros, tendo em Portugal alcançado 118,1 milhões de euros, reflectindo um decréscimo de 4,6% face aos primeiros seis meses do exercício transacto.
Já a nível internacional, as vendas tiveram uma evolução positiva, beneficiando do dinamismo dos mercados estratégicos da Sumol+Compal, crescendo 19,8% para 34,6 milhões de euros.
Em volume, por sua vez, as vendas da companhia que detém marcas como a Sumol, Compal, B, Serra da Estrela, Um Bongo, Frize ou Tagus, decresceram em 2%, alcançando 207,3 milhões de litros, com os refrigerantes a crescerem 9,7% e as bebidas nutricionais a regredirem 5,8%. As águas evoluíram positivamente em 2,6% tendo as cervejas apresentado uma evolução negativa de 13,7%.
Nos mercados internacionais verificou-se, em volume, um crescimento positivo de 21,5%, atingindo-se 53,4 milhões de litros, com a empresa a salientar que “as vendas para todos os espaços geográficos para onde exportamos aumentaram significativamente”.
A margem bruta decresceu 6,1% para 87 milhões de euros, correspondendo a 54,3% do volume de negócios, tendo a Sumol+Compal apresentado, no ano completo de 2010, uma margem bruta de 56,1%.
Com uma capacidade reduzida de subida dos preços, fruto de uma procura pouco dinâmica e de um ambiente competitivo bastante agressivo, o preço médio de venda global manteve-se praticamente estável, refere a empresa em comunicado.
Ao nível da aquisição de algumas matérias-primas e outros materiais, o grupo admite que se tem vindo a assistir, em 2011, “a subidas expressivas de preços, que contribuíram para uma descida de margem”.
A empresa informa ainda que o cash flow operacional (EBITDA) atingiu 22 milhões de euros, um decréscimo de 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, com os resultados financeiros a serem de 9,8 milhões de euros negativos contra 9,4 milhões de euros negativos no período homólogo do ano anterior, influenciados pelas subidas das taxas de juro e dos spreads associados aos financiamentos.
Informando que “está em curso a implementação do primeiro plano estratégico de médio prazo (2010-2012)”, plano esse que norteia os objectivos de desenvolvimento de negócio, com vista à melhoria da rendibilidade das operações e a uma criação de valor que remunere de forma adequada os accionistas e cumpra as expectativas dos restantes stakeholders, a companhia indica que, “dadas as alterações de contexto que se têm vindo a assistir em Portugal e no mundo, existe uma elevada probabilidade de se efectuar uma reformulação relevante desse mesmo plano”.
Relativamente aos mercados de bebidas de alta rotação em que a Sumol+Compal opera deverão, neste exercício, em Portugal, apresentar evoluções menos favoráveis do que as evidenciadas em períodos recentes, muito influenciadas por um ambiente económico geral negativo.
Neste contexto, a Sumol+Compal perspectiva uma “continuada pressão sobre a evolução dos preços de venda”, além de destacar a “particular preocupação” com a possibilidade de alteração do enquadramento fiscal aplicado ao sector das bebidas, em sede de IVA. Assim, e caso se verifique um agravamento, “haverá certamente um impacto muito negativo na competitividade da indústria de bebidas em Portugal”.
Nos mercados internacionais, contudo, a Sumol+Compal deverá manter um “elevado ritmo de crescimento, beneficiando de enquadramentos positivos e do reforço da aposta estratégica nestes mercados”.