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Entrevista a Luís Marques, Administrador da Atlantic Meals

O Hipersuper entrevistou o responsável máximo pela empresa que fornece arroz para várias marcas da distribuição. A marca da casa – Ceifeira – é, no entanto, o segundo maior cliente da Atlantic Meals.

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Entrevista a Luís Marques, Administrador da Atlantic Meals

O Hipersuper entrevistou o responsável máximo pela empresa que fornece arroz para várias marcas da distribuição. A marca da casa – Ceifeira – é, no entanto, o segundo maior cliente da Atlantic Meals.

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“O negócio hoje é da distribuição que proporciona ao consumidor final um serviço completo”

O Hipersuper entrevistou o responsável máximo pela empresa que fornece arroz para várias marcas da distribuição, contando entre seus clientes a Jerónimo Martins, Sonae ou El Corte Inglés. A marca da casa – Ceifeira – é, no entanto, o segundo maior cliente da Atlantic Meals.

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Luís Marques, administrador da Atlantic Meals, prefere não ser fotografado quando dá entrevistas. Julga que desse modo a equipa fica obliterada apenas por um rosto. Ciente do papel próprio de cada colaborador no desempenho das empresas, o Hipersuper entrevistou um dos homens chave da cúpula responsável pela estratégia que tornou a Atlantic Meals num fornecedor privilegiado de arroz para insígnias da distribuição como a Jerónimo Martins, Modelo Continente ou El Corte Inglés. Mesmo tendo uma marca própria, Ceifeira, apresentada como a mais antiga de Portugal.

Hipersuper (H): A Atlantic Meals realizou recentemente investimentos na fábrica de Monte da Barca, em Coruche. Em que consistiram?
Luís Marques (L.M.):
Em bom português, temos andado um pouco a correr atrás do prejuízo. Crescemos à força e muito rapidamente, basicamente por solicitação dos clientes. Primeiro, tivemos de resolver no imediato essa situação. A seguir, estruturámos para que o futuro não traga mais dores de crescimento e, sobretudo, para adequar o nível de serviço e qualidade do produto que é expectável, e que sempre disponibilizámos ao cliente.

Este ano começámos por fazer a substituição total das máquinas da linha mais antiga de branqueamento de arroz. Não que estivessem obsoletas, mas não estavam ao nível do que havíamos feito em 2007. Agora temos duas linhas exactamente ao mesmo nível, com sofisticação, layout moderno, máquinas energeticamente mais limpas, e estamos tranquilos. Depois, é preciso embalar e guardar em condições tudo aquilo que se fabrica. Na segunda parte do investimento, duplicámos o abastecimento do fabrico ao embalamento e criámos condições de armazenagem para o produto acabado, que permitam ter produto permanentemente em stock para satisfazer o just-in-time que os clientes exigem.

H: A capacidade de produção também aumentou?
L.M.:
Os grandes ganhos de capacidade de produção têm a ver com a eficiência das máquinas e o redesenho dos layouts.

H: Disse que correram um pouco atrás dos vossos clientes. A aposta recai nos mesmos clientes ou pensam expandir?
L.M.:
Estamos satisfeitos com a carteira de clientes que temos, esperamos que continuem a comprar e nos mantenham como fornecedores. Novos clientes… sim, mas novo cliente por novo cliente não vale a pena. Novo cliente por ser um desafio, que nos vai obrigar a crescer, a ser melhores, a ser mais eficientes, claramente sim. E ir para a exportação só por ir, não faz sentido. Se é para agregarmos algum valor, para acrescentar alguma coisa para nós e para a fileira, fará sentido: só porque é moda, não vale a pena.

H: Produzem muito para marcas próprias da distribuição. Porquê essa aposta estratégica uma vez que também têm a marca Ceifeira?
L.M.:
Estamos a falar de uma comodity. Arroz é arroz. Isto não é uma verdade absoluta, mas é uma verdade muito grande. É um produto muito barato, de alimentação base, em que a diferenciação pode ser feita pelo tipo de arroz e por outras coisas, muitas das quais não serão apercebidas pelo cliente final. Falamos de embalagem, imagem, notoriedade junto do consumidor final. Ou já se tinha isso, ou hoje não faz sentido. Existem marcas fortes em cada segmento e mesmo essas têm vindo a perder quota ao longo do tempo. O negócio hoje é da distribuição que proporciona ao consumidor final um serviço completo, com uma gama de marcas mais completa nuns casos (hipers), menos completa noutros (supers), mas de qualquer modo com ofertas diversificadas de valor e variedade. Qualquer uma das insígnias consegue, com as suas gamas de marca própria, satisfazer a totalidade dos segmentos. Então porquê a marca Ceifeira? Obviamente porque acrescenta mais vendas, porque é a marca mais antiga do País (1925), que veio agarrada ao accionista Herdade da Comporta / Grupo Espírito Santo e, portanto, há que fazer alguma coisa por ela.

H: Mas tem importância na actividade da Atlantic?
L.M.:
É claramente importante. Se a Ceifeira fosse um cliente de arroz, era o segundo maior cliente da Atlantic Meals.

H: Que percentagem da vossa produção interna vai para a marca Ceifeira?
L.M.:
20%, grosso modo, vai para a marca Ceifeira.

H: E a vossa expectativa é que esse valor vá decrescendo de ano para ano?
L.M.:
Não, ele tem vindo a crescer! Nós não partimos de zero, mas quase. E temos vindo a crescer sistematicamente todos os anos. Acreditamos que vamos continuar a crescer com a marca Ceifeira. Mas crescer com a marca só para ter números bonitos… não vale a pena. Se for para acrescentar valor a nós e à fileira, estamos inteiramente disponíveis.

H: E pensam investir na expansão na marca ou ela tem o seu mercado…
L.M.:
…ela tem o seu mercado. Temos uma aposta forte de estarmos presentes em todos os canais, o que é importante porque significa vendas. O consumidor depois fará a escolha entre a Ceifeira, produto certificado com qualidade irrepreensível, e tudo aquilo que existe no mercado. Sendo certo que muitas das coisas, se não são iguais, são muito parecidas… Mas o cliente saberá distinguir.

H: É difícil a coexistência de deter uma marca de fabricante e produzir para as marcas da distribuição?
L.M.:
Depende do posicionamento que lhe quisermos dar. E do que pretendemos com a marca. Para nós, a Ceifeira merece todo o respeito e ainda nos merece mais respeito e carinho os clientes que a preferem. Mas não pode entrar em colisão, nem em conflito, com as marcas da distribuição. Não pode. Não pode de modo nenhum.

H: Em entrevistas passadas, já expressaram dúvidas sobre as mais-valias em relação a novos produtos, como por exemplo os arrozes preparados. Como sabe, outras empresas apostam na inovação como bandeira e estratégia para combater as MDD. Mas esse caminho parece não ser o da Atlantic Meals…
L.M.:
O termo combate para nós é um bocadinho estranho…

H: Posso retirar o termo…
L.M.:
Não precisa de retirar! Eu digo-lhe porque é que é um pouco estranho. Não vale a pena tentarmos fazer as coisas contra, vale a pena tentarmos fazer a favor. Vejamos: a distribuição moderna, qualquer uma delas, tem de cem lojas para cima. Consegue cativar a esmagadora maioria do consumidor pela proximidade, variedade, preço, ou por tudo em conjunto. Qual é a alternativa a isto? Abrir uma loja para vender arroz? Ou existimos para ir a jogo com os nossos clientes e para servir o cliente deles, funcionando como desbloqueador dos problemas que eles tenham, ou não nos querem. Isto não é o raciocínio do “se não podes vencê-los, junta-te a eles”. Ou nós produtores, transformadores, distribuidores e clientes andamos lado a lado, sabemos todos o que cada um quer, acertamos no que produzimos e criamos o produto que as pessoas realmente querem, ou então não andamos cá a fazer nada. Nos tempos actuais, com a quantidade de informação que há, com a liberdade de escolha, apesar de tudo com o poder de compra que existe, pensar que vamos influenciar as pessoas a comprar um produto, criando carência ou criando excesso, parece-me uma ideia um bocado peregrina. Na nossa cabeça não faz sentido.

H: O crescimento das MDD tem dinamizado o mercado?
L.M.:
Claramente. A partir do momento em que as MDD fizeram uma gama a cobrir a totalidade dos segmentos, já a bater nalguns nichos, com um produto de qualidade…

H: Portanto, não foi só trazer dinâmica pelo baixo preço?
L.M.:
Todos os nossos clientes da distribuição ocupam lugar na gama alta, gama baixa, gama premium, nos nichos… Cobrem perfeitamente a totalidade dos segmentos e nichos de mercado. Basta ver a quantidade de referências disponíveis em arroz de qualquer um deles.

H: No caso do arroz, a alternativa às MDD complica-se por tratar-se de um produto básico?
L.M.:
Sendo um produto muito básico consegue claramente ter sete ou oito referências, perfeitamente demarcadas e diferenciadas. Temos o basmati, o jasmim, o agulha, o carolino, o risotto, o aromatizado, o integral… e apesar disso, é tudo arroz. Faz lembrar o leite. No passado, havia leite. Ponto. Hoje há leite com não sei quantas coisas. No fundo, é tudo leite. Mais ou menos açúcar, mais ou menos chocolate, mais ou menos aditivo, mais ou menos cálcio… vem tudo da vaca. Nós fomos produtores de leite, por isso dei o exemplo. Estamos a falar de produtos base que, sendo difícil, é possível diferenciar. Mas diferenciar muito mais do que isto? Se calhar vai ser possível. Se calhar um caminho serão os tais arrozes preparados. Se as pessoas vão aderir ou não? Veremos. Nós não estamos numa de apostar aí.

H: Disse que as MDD geraram dinâmica no sector do arroz. Isso teve impacto na produção nacional?
L.M.:
Achamos que sim e que a Atlantic Meals também é um pouco causadora e promotora da mudança. Havia e há um conservadorismo muito grande de que o arroz produzido em Portugal é o carolino e que o carolino é que é bom. Não me parece que isto seja uma verdade absoluta. Diria que o carolino é o arroz tradicional de Portugal porque foi aquele que durante mais tempo se cultivou e que sempre esteve disponível para toda a gente. O crescimento do agulha deve-se a algum motivo e presumo que não tenha sido por ser mau. Quando fazemos estudos de mercado e perguntamos aos consumidores “porque é que o agulha é mais caro?”, a resposta é “porque é melhor”. Perguntamos a seguir “porque é que é melhor?” e dizem “porque é agulha”. Isto é circular, não se sai daqui. Diz-se que o carolino adapta-se à gastronomia tradicional portuguesa. Estamos completamente de acordo. O carolino é excelente, mas tem técnica de cozinhar; é fácil o arroz ficar espapaçado. Hoje, o tempo destinado à refeição, sobretudo a cozinhá-la, é cada vez menor. Tudo o que seja fácil de cozinhar e fique imediatamente pronto e em condições, é usado em detrimento daquilo que é mais complicado. Julgo que isto justifica, também, o fortíssimo crescimento do basmati nos últimos anos, sendo o arroz mais caro de todos. Tem a ver com o ser um arroz extremamente simples de cozinhar, que tem realmente um paladar diferente, e ainda por cima é leve em termos de digestão. Não vale a pena dizer que tem de comer-se carolino porque carolino é que é bom. Isso hoje não vale nada com consumidores que são perfeitamente livres nas suas escolhas.

H: E como passaram essa mensagem aos produtores?
L.M.:
Se o nosso País só produz, normalmente, 50 a 60% do arroz que consome e ainda assim consegue criar excedentes… é algo que não lembra a ninguém. Havia excedentes de carolino e variedades que, não sendo exactamente carolino, entravam no lote carolino, o que tornava tudo um pouco complicado. Trabalhamos com os produtores de maneira diferente do que trabalham os restantes. Os produtores fazem parte do nosso processo: têm à disposição a totalidade dos factores de produção, acordam connosco determinadas variedades – duas por tipo de arroz -, e uma determinada área. É tudo programado em Janeiro, antes da sementeira e quando vamos colher, já sabemos que vamos ter X por cento de carolino e X por cento de agulha, que já estão destinados. Assim não se criam excedentes e produz-se para o mercado. Foi isto que a Atlantic Meals fez. Passámos a produzir mais agulha e, se quiser, a importar menos agulha. O agulha produzido em Portugal tem uma qualidade muito razoável.

H: Actualmente como estão as percentagens de produção nacional e importação de arroz?
L.M.:
Para este ano, se a safra for normal, dado a área que é a maior dos últimos dez anos, acreditamos que se andará ligeiramente acima dos 70% de cobertura do consumo por produção nacional. Algo que não se vê desde há muitos anos.

H: Que argumentos existem nas produções portuguesas para se entrar nos mercados internacionais?
L.M.:
A Atlantic Meals basicamente exporta farinhas que servem como ingredientes nas farinhas de alimentação infantil. O que nos diferencia dos restantes é a qualidade dos nossos solos, das nossas águas, do nosso ar e dos nossos produtores. “Só” isso. Atingem-se níveis microbiológicos, de metais pesados, muito abaixo do que se consegue noutros sítios da Europa. Aquilo que exportamos é mais caro do que aquilo que se produz e comercializa em Portugal, estamos claramente a falar de um produto de valor acrescentado que traz valor e processo para o País, e que é reconhecido lá fora.

H: Que expectativas têm para 2011?
L.M.:
Para este ano prevíamos um crescimento total – arroz e milho -, na casa dos 10% e estamos em linha com o esperado. Queremos sempre crescer todos os anos. Já crescemos a três dígitos, por incrível que possa parecer! Temos funcionado bem. Estamos numa situação social e económica muito complicada. Isso normalmente ajuda o arroz, porque é um produto muito barato e, passe a expressão, um quilo de arroz e um bocado de frango alimenta muitas pessoas por meia dúzia de tostões. Mas noutras áreas importantes para nós, como é o caso da cerveja, tem havido alguma retracção. Portanto, há alguma precaução, não temos orçamento fechado para o ano… Mas pelo menos manter é um objectivo claro, crescer é um objectivo constante, a exportação é sempre procurada desde que acrescente valor.

H: Os momentos de crise são bons para as empresas solidificarem posições já adquiridas?
L.M.:
O crédito é escasso mas continua a ser barato. Quando nós não formos capazes de gerar, pelo menos, o suficiente para o serviço à dívida, é melhor pensarmos fazer outra coisa diferente. Estamos a falar de taxas de juro abaixo dos cinco por cento, portanto continua a ser perfeitamente fazível. Não temos de investir todos os anos ao mesmo nível, nem temos de investir só por investir. Nada disso. Mas no dia em que deixarmos de perceber que alguma coisa tem de ser feita, que alguma máquina tem de ser mudada, que algum processo tem de ser revisto, é o princípio do fim. Começamos a estagnar e, a seguir, é a descida a pique. E a recuperação custa verdadeiras barbaridades… caso haja capacidade para a encetar.

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Diogo Costa: “Estamos sempre atentos às necessidades e preferências dos nossos consumidores”

A marca Activia continua a inovar para responder ao crescimento do mercado de bebidas funcionais, especialmente no segmento da saúde digestiva. Diogo Costa, diretor de marketing da Danone, sublinha que a Activia mantém a sua relevância com base em três pilares estratégicos: a escuta ativa dos consumidores, a inovação no portefólio e uma comunicação eficaz.

A crescente procura por alimentos funcionais tem impulsionado o dinamismo do segmento de leites fermentados com probióticos. Para Diogo Costa, o sucesso da Activia reside, em grande parte, na capacidade de ouvir o consumidor e adaptar-se às suas necessidades. “Estamos sempre atentos às necessidades e preferências dos nossos consumidores em Portugal, e é a partir dessa conexão direta que conseguimos adaptar a nossa oferta”, afirma.

Esse foco no consumidor traduziu-se, por exemplo, no lançamento da gama Activia Triplo Zero em 2023, uma resposta direta a dois grandes insights do mercado: a crescente preocupação com a redução do consumo de açúcar e a maior procura por produtos sem lactose. “Esta gama tem trazido excelentes resultados com crescimento a dois dígitos em volume, valor e penetração”, explica Diogo Costa, salientando a importância da inovação no portfólio para acompanhar as mudanças no mercado.

Além da gama Triplo Zero, a Activia tem também apostado na expansão da sua linha de kefir, que já conta com cinco referências e continua a crescer, refletindo as tendências de consumo mais recentes. “Pretendemos continuar a expandi-la, acompanhando as novas tendências de consumo”, refere.

Outro ponto crucial para o sucesso de Activia tem sido a constante validação de insights junto dos consumidores, ajustando as suas campanhas de comunicação para garantir que estas sejam eficazes. “Temos investido fortemente na validação de insights junto dos consumidores, testando constantemente para identificar quais os elementos que geram maior relevância e conversão”, explica Diogo Costa. Esta estratégia permite à marca manter-se presente e relevante na vida dos consumidores, ajustando continuamente as mensagens e campanhas.

O papel dos especialistas em saúde e nutrição

Os especialistas em nutrição e saúde desempenham um papel fundamental na promoção dos benefícios das bebidas probióticas da Activia, reforçando o seu posicionamento como uma marca funcional de referência. Diogo Costa destaca que, para além da investigação e desenvolvimento rigorosos, a colaboração com estes profissionais é essencial para validar a proposta de valor dos produtos. “Chegamos mesmo a sentar-nos com especialistas para encontrar mais insights e reforçar a nossa proposta de valor”, afirma.

Esta colaboração resulta numa promoção orgânica e natural dos produtos da Activia por parte dos especialistas durante as suas consultas, reconhecendo a relevância das bebidas probióticas como parte da alimentação diária dos seus pacientes. “Eles reconhecem o benefício e relevância dos nossos produtos enquanto parte diária da alimentação dos seus pacientes”, salienta Diogo Costa.

A Activia aposta numa oferta diversificada e adaptada a diferentes perfis de consumidores, sempre com uma base científica sólida. A linha de kefir, por exemplo, é uma das inovações que tem sido bem recebida, combinando os tradicionais fermentos da marca com grãos de kefir, que proporcionam uma fermentação com 16 microrganismos específicos distintos. “Este é o tipo de inovação e superioridade que trazemos, sempre assente em evidência científica comprovada”, reforça Diogo Costa.

 

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

ESG

Staples une-se à EDP e dá passo importante na descarbonização de toda a sua cadeia de valor

A Staples é o primeiro cliente da EDP em Portugal a escolher, em simultâneo, soluções de energia elétrica, comunidades de energia solar e mobilidade sustentável. A retalhista sublinha que esta parceria permite, por exemplo, produzir localmente metade da energia que necessita diariamente e partilhar a energia restante com vizinhos.

Hipersuper

A Staples escolheu a EDP Comercial como fornecedora de uma solução integrada para a descarbonização do consumo elétrico da empresa, combinando fornecimento de energia, produção local de energia solar para consumo próprio e partilha com vizinhos e mobilidade elétrica conectada à rede pública MOBI.E.

Esta parceira inclui a instalação de comunidades de energia em mais de 20 lojas por todo o país: os Bairros Solares EDP terão uma capacidade combinada de cerca de 2,5 MWp e uma produção anual estimada de aproximadamente 3,5 GWh. Esta energia limpa vai permitir evitar a emissão de cerca de 1.800 toneladas de CO2 por ano, que seria emitido para produzir a mesma eletricidade a partir de fontes poluentes.

A instalação destas centrais solares vai permitir à Staples uma independência da rede elétrica de aproximadamente 50%  e partilhar estes benefícios com cerca de dois mil vizinhos. Podem aderir famílias ou empresas que se encontrem num raio de dois quilómetros das lojas Staples aderentes, ao inscreverem-se no site da EDP Comercial (edp.pt/bairro-solar).

Para além de promover o uso de eletricidade renovável nas comunidades em que está inserida, esta parceria permite à Staples alcançar poupanças de mais de 60% no custo mensal com eletricidade e reduzir significativamente a sua pegada ambiental. Já os vizinhos que fizerem parte deste projeto terão uma poupança de até 35% em parte da eletricidade que consomem, para além de contribuírem para a transição energética do seu bairro, pode ler-se no comunicado enviado.

A EDP vai também instalar 60 pontos de carregamento de veículos elétricos em quase 90% das lojas Staples de norte a sul do país, que estarão ligados à rede pública MOBI.E, que podem ser utilizados por qualquer condutor de veículos elétricos, independentemente do seu Comercializador de Energia de Mobilidade Elétrica (CEME).

Além destas soluções de mobilidade elétrica e da implementação das comunidades de energia, a EDP vai ainda fornecer energia elétrica a todas as localizações Staples em Portugal durante sete anos. Ao escolher um contrato de fornecimento de energia a longo prazo, a Staples deverá reduzir em cerca de 30% os seus custos com eletricidade, avança em comunicado.

Com este projeto, a Staples reforça o seu empenho na descarbonização de toda a sua cadeia de valor, um passo importante na redução significativa das emissões de CO2, enquanto envolve as comunidades onde está inserida na transição energética, sublinha ainda.

Sobre o autorHipersuper

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Logística

CTT prepara peak season com reforço da capacidade da operação

Em Portugal, a área de tratamento de encomendas terá capacidade para processar cerca de 500 mil encomendas por dia, sendo o pico da atividade esperado para a semana da Black Friday, que arranca a 25 de novembro.

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Os CTT – Correios de Portugal vão reforçar a operação de tratamento e distribuição de encomendas para fazer face à procura da peak season, período entre a Black Friday e o Dia de Reis. A nível ibérico a expectativa é que sejam feitas mais de um milhão de entregas de encomendas pelos CTT em dias de pico, avança a empresa em comunicado.

Em Portugal, a área de tratamento de encomendas terá capacidade para processar cerca de 500 mil encomendas por dia, sendo o pico da atividade esperado para a semana da Black Friday, que arranca a 25 de novembro.

Já na distribuição em Portugal, existirá um reforço de recursos humanos e de rotas de distribuição, com a contratação de mais de 800 pessoas para esta época, elevando para cerca de 7800 os trabalhadores das operações de correio e expresso dedicados à peak season, com mais veículos para o transporte de encomendas e mais 850 rotas suplementares.

Será ainda implementado o trabalho suplementar aos feriados, sábado e domingos e, sempre que possível, serão antecipadas as recolhas junto dos clientes empresariais, refere ainda os CTT que terão equipas de manutenção em permanência nos centros da CTT Expresso (MARL, em Lisboa, e Perafita, no Porto) e uma equipa de Sistemas de Informação reforçada.

Também no apoio ao cliente existirá um reforço de 25% a 30% da equipa de atendimento, sendo que o chatbot Helena, solução de Inteligência Artificial dos CTT, estará também com uma robustez reforçada para dar resposta aos clientes dos CTT. A nova assistente virtual dos CTT disponibiliza uma assistência em tempo real, conjugando as componentes informativa e transacional, sendo possível, por exemplo, saber o estado de uma encomenda.

Os CTT lembram que é importante estar atento contra eventuais esquemas de phishing, devendo os clientes seguir todos procedimentos para assegurar a segurança dos seus dados pessoais e bancários.

Já em Espanha a CTT Express está preparada para gerir entre 500 a 600 mil envios por dia nos dias de maior movimento e reforçará a contratação para esta época com cerca de 200 pessoas para o tratamento e cerca de 600 fornecedores de distribuição.

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ESG

Já são conhecidos os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR

Os projetos LIFE SeaBIL, OCEAN4FUEL e MESMERISING, focados na proteção dos oceanos e dos ecossistemas aquáticos, foram os três projetos vencedores do Prémio TransforMAR, lançado este ano para tornar a iniciativa ainda mais abrangente.  

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Um dos três projetos vencedores, o LIFE SeaBIL, liderado pela SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, tem o objetivo de reduzir o impacto direto e indireto do lixo marinho nas aves que dependem dos ecossistemas costeiros e marinhos, além de promover a consciencialização e incentivar práticas mais ecológicas. A sua principal prioridade será continuar a recolher dados mensais nas Berlengas, monitorizar as aves arrojadas, reunir cientistas, autoridades e entidades reguladoras em prol da identificação das melhores soluções.

O OCEAN4FUEL, um projeto submetido pela Universidade de Aveiro – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, foi outro dos vencedores. A sua missão consiste em transformar plásticos marinhos, que poluem os oceanos e afetam os ecossistemas, em combustível líquido. Para isso, utiliza um processo denominado pirólise, que permite produzir um combustível compatível com a gasolina e gasóleo, oferecendo uma solução sustentável para enfrentar dois grandes desafios globais: a poluição marinha e a crise energética e ambiental associada aos combustíveis fósseis.

Apresentado pelo Instituto de Telecomunicações, o projeto MESMERISING, o terceiro vencedor, concentra-se no desenvolvimento de tecnologias para a monitorização em tempo-real de microplásticos em meios aquáticos. Isso permitirá identificar e caracterizar os diminutos microplásticos, recorrendo a canais microscópicos para conduzir a água por sensores eletromagnéticos, cujos dados serão recolhidos e processados por sistemas eletrónicos avançados.

As inscrições para o Prémio TransforMAR decorreram durante os meses de junho a setembro deste ano. As 38 candidaturas recebidas foram avaliadas segundo critérios estratégicos: alinhamento com o objetivo de proteção do oceano e dos ecossistemas aquáticos; robustez e/ou capacidade de implementação; inovação e criatividade; e qualidade do pitch. Podiam candidatar-se projetos nas áreas de redução de plástico nos oceanos; limpeza dos mares e orla costeira; transformação e/ou reciclagem de resíduos marinhos; proteção das espécies marinhas e sensibilização e/ou educação ambiental.

A par do Prémio TransforMAR em 2024, o Lidl Portugal levou a sua forte estratégia de sustentabilidade a 10 praias de norte a sul do país, durante o mês de agosto, com a dinamização de atividades de sensibilização para toda a família. Além disso, entre junho e julho, foram realizadas atividades para colónias de férias em 18 praias, aproximando-nos da comunidade escolar, promovendo ações lúdico-pedagógicas para crianças. Em parceria com a ONG Brigada do Mar, o Lidl Portugal promoveu 11 ações de limpeza na costa portuguesa, tanto em praias como nos rios, contribuindo para a descontaminação e proteção destas zonas, bem como dos ecossistemas aquáticos.

O programa TransforMAR surge de uma iniciativa pioneira do Lidl Portugal, juntamente com o Electrão, em parceria com a Marinha Portuguesa e a Brigada do Mar, contando com o apoio da  Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação (ABAAE), Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e Quercus. Desde 2018, o TransforMAR recolheu mais de 253 toneladas de resíduos plásticos e metal das praias, mares e rios portugueses, transformando-os em benefício da comunidade.

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Retalho

Campolide recebe a terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar

Com esta nova abertura, a Auchan Retail Portugal reforça a sua estratégia de expansão no mercado da saúde e bem-estar.

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A Auchan Retail Portugal reforça a aposta no segmento de ultra proximidade com a inauguração da terceira loja My Auchan Saúde e Bem-Estar.

Num espaço de 204 metros quadrados, a My Auchan Saúde e Bem-Estar de Campolide, localizado na Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, em Campolide, abre  portas esta sexta-feira.

“Sabemos que a Saúde é hoje extremamente relevante na sua componente de prevenção e na lógica de “viver mais e melhor”. A nossa missão é proporcionar o acesso a soluções integradas que vão ao encontro das necessidades do consumidor, numa experiência de compra completa, com uma oferta diversificada de marcas nacionais e internacionais, que alia qualidade e acessibilidade. A nova loja de Campolide reflete esse compromisso”, explica Inês Matos, diretora de nutrição, saúde e bem-estar na Auchan Retail Portugal.

“Temos um plano de expansão forte para os centros urbanos e pretendemos levar estes espaços, adaptados às necessidades específicas de cada bairro, a vários pontos do país nos próximos anos, reforçando a proximidade com os nossos clientes”, acrescenta.

Aberta todos os dias das 9 às 21 horas, a loja oferece ainda vantagens exclusivas para membros do Clube Auchan.

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Alimentar

Montiqueijo renova Selo da Igualdade Salarial

“O primeiro passo para o sucesso de uma empresa é valorizar as suas pessoas e a renovação desta distinção é precisamente um reflexo desse facto e das nossas boas práticas. Estamos comprometidos com a mudança para um mundo mais igualitário e justo”, afirma Dina Duarte, diretora geral da Montiqueijo.

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Pelo segundo ano consecutivo, no âmbito do Dia Mundial para a Igualdade Salarial – assinalado a 14 de novembro – a Montiqueijo foi distinguida com o Selo da Igualdade Salarial, atribuído anualmente pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), reforçando, assim, o seu compromisso com a equidade no local de trabalho.

O Selo da Igualdade Salarial procura reconhecer as boas práticas das empresas na promoção da Igualdade Remuneratória entre Mulheres e Homens. Este certificado Salarial sublinha o empenho da Montiqueijo em garantir que todos os seus colaboradores recebem remunerações justas e que vão ao encontro das suas competências e desempenho, independentemente do género.

“O primeiro passo para o sucesso de uma empresa é valorizar as suas pessoas e a renovação desta distinção é precisamente um reflexo desse facto e das nossas boas práticas. Estamos comprometidos com a mudança para um mundo mais igualitário e justo”, afirma Dina Duarte, Diretora Geral da produtora.

Sendo a responsabilidade social um pilar fulcral para a empresa, este selo reafirma a importância da adoção de práticas laborais justas e transparentes, bem como da criação de um ambiente de trabalho equitativo e inclusivo, procurando promover não só igualdade e respeito como também a motivação dos colaboradores, sublinha a Montiqueijo em comunicado.

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Não Alimentar

Sensodyne com novidades nos seus dentífricos mais populares

A Sensodyne ouviu os consumidores e apresenta várias novidades nas seis pastas dentífricas da gama base da marca. 

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“Sensodyne tem como missão melhorar a qualidade de vida dos que sofrem de sensibilidade dentária. Ao renovar a sua gama essencial, pretende incentivar mais pessoas a usar um produto adequado à sua condição. Estamos a investir na gama essencial para mostrar aos consumidores que Sensodyne tem todos os atributos de uma pasta regular, com o benefício acrescido de também proteger contra a sensibilidade dentária.” explica Cristina Rosa, Sensodyne Brand Manager – Haleon Portugal.

Depois de ouvir os consumidores, a marca concluiu que 36% dos portugueses que sofrem de sensibilidade dentária não usam dentífrico específico. Segundo a marca, a justificação está relacionada com dois fatores. Por um lado, há quem pense que um dentífrico específico só deve ser usado perante um quadro de dor relacionada com a sensibilidade dentária; por outro lado, há quem acredite que essas mesmas pastas não têm os benefícios de uma pasta regular, como proteção contra as cáries e limpeza profunda.(*IPSOS U&A Study 2018).

Para combater esta condição, Sensodyne introduziu novidades nos seus dentífricos mais populares (Proteção diária, Multicare, Gengivas, Extra Fresh, Branqueadora, Limpeza e Frescura): uma nova fórmula com tripla ação de limpeza, que elimina a placa bacteriana e que contém flúor para proteger contra as cáries, e uma imagem renovada.

 

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Alimentar

Salutem lança Mini Tortitas com dois novos sabores

Mini Tortitas de Lentilhas com sabor a Queijo e Trufa e a Queijo Azul são as novidades “para quem procura snacks equilibrados e cheios de sabor”.

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A Salutem traz duas novidades para quem procura snacks equilibrados e cheios de sabor: as Mini Tortitas de Lentilhas com sabor a Queijo e Trufa e a Queijo Azul.

Prontas a comer, as novas Mini Tortitas de Lentilhas com sabor a Queijo e Trufa e com sabor a Queijo Azul “surgem como uma escolha ideal para quem quer elevar a experiência de receber a família e os amigos em casa. Com uma textura crocante e um toque sofisticado, são perfeitas para compor tábuas de queijos, acompanhar um vinho ou serem servidas simplesmente como um aperitivo em ocasiões especiais”, refere a Salutem em comunicado.

Estes novos sabores refletem o compromisso da marca em criar opções que respeitam o ritmo natural de cada pessoa, unindo o sabor ao bem-estar, sublinha ainda.

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Bebidas

LIGARTE by Casa Ermelinda Freitas chega às prateleiras da Auchan para promover inclusão social

Colaboração entre a Auchan, a Fundação LIGA e a Casa Ermelinda Freitas reforça compromisso com a responsabilidade social e a construção de uma sociedade mais inclusiva.

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Uma nova iniciativa solidária chega às prateleiras da Auchan. Em parceria com a Fundação LIGA, instituição que se dedica à capacitação e inclusão de pessoas com deficiência, e a Casa Ermelinda Freitas, a retalhista lança o vinho “LIGARTE by Casa Ermelinda Freitas”. Parte do valor das vendas será para apoiar pessoas com deficiência.

O vinho distingue-se pelo rótulo, uma obra de arte original da autoria de Bráulio Moreira e Tomás Lima, artistas e utentes da Fundação LIGA. Por cada uma das garrafas vendidas, 1,50€ será destinado aos projetos de apoio da Fundação, que abrangem áreas como habilitação, reabilitação, formação profissional, emprego e acessibilidade, promovendo a inclusão e autonomia.

A apresentação oficial está marcada para dia 28 de novembro, às 17 horas, na Auchan Live Almada, com a presença dos representantes das três entidades envolvidas. Esta colaboração entre a Auchan, a Fundação LIGA e a Casa Ermelinda Freitas reforça compromisso com a responsabilidade social e a construção de uma sociedade mais inclusiva.

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Produção

Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser

Pedro Serra defendeu no 10ª edição do Congresso Nacional de Rega e Drenagem que o modelo de gestão de recursos hídricos em Portugal deve ser de fins múltiplos e idêntico ao concebido para o Alqueva, impondo-se a necessidade urgente de criar um quadro legislativo novo.

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A 10ª edição do Congresso Nacional de Rega e Drenagem organizado pelo COTR – Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio, com o apoio da Câmara Municipal de Alcobaça, da Associação de Beneficiários de Cela, da Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça, da APDEA, da APRH, do COTHN, da DGADR, da FENAREG, do INIAV, do Politécnico de Coimbra, da SCAP e da Universidade de Coimbra, reuniu mais de 30 oradores e especialistas nacionais e internacionais  durante 3 dias, além de profissionais do ecossistema da agricultura e do regadio.

Presidente do COTR, Gonçalo Morais Tristão

O programa do X Congresso incluiu uma sessão de abertura a cargo do presidente do COTR, Gonçalo Morais Tristão, de Hermínio Rodrigues – Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, e de José Manuel Gonçalves da Escola Superior Agrária de Coimbra, 5 keynotes, várias apresentações, 4 mesas-redondas e 2 fóruns de comunicações, estruturados em torno de 13 painéis dedicados aos temas: Água, Agricultura e Ambiente: Uma Abordagem Integrada da Gestão da Água; Regadio, Inovação e Tecnologia; Alterações Climáticas e Regadio: Medidas de Adaptação; Comunicar Agricultura e Regadio. Durante o Congresso foi também efetuada a apresentação da Agenda de Investigação e Inovação para o Regadio, e ocorreu uma visita técnica à Campotec.
Nuno Canada, Presidente do INIAV, e Hermínio Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, foram os responsáveis pela sessão de encerramento.

Modelo de gestão dos recursos hídricos deve ser semelhante a Alqueva

Pedro Serra, que teve a seu cargo a primeira keynote do Congresso, defendeu que o modelo de gestão de recursos hídricos em Portugal deve ser de fins múltiplos e idêntico ao concebido para o Alqueva, impondo-se a necessidade urgente de criar um quadro legislativo novo que tenha em conta o momento atual e que traga a Lei da Água de 2005 para o presente. Dando a conhecer o retrato de Portugal e da Península Ibérica no que diz respeito ao clima e ao regadio, aquele responsável revelou a posição de privilégio de que Portugal desfruta no contexto europeu, dispondo, além disso, do dobro da quantidade de água per capita face ao resto da Europa, ainda que o nível de pluviosidade seja mais irregular e a variabilidade se venha a acentuar cada vez mais, mercê também do impacto das alterações climáticas.

Referindo a assimetria existente entre as zonas húmidas de Portugal (norte) e as zonas secas (sul) que justificam uma maior apetência para agricultura de regadio na zona sul do país com o Alentejo a apresentar um crescimento de mais 60% nos últimos anos, Pedro Serra afirmou que em Portugal são os privados quem tem vindo a fazer investimentos avultados, na ordem dos vários milhões de euros, no regadio durante a última década, criando o seu próprio Plano e impulsionando a sua modernização. Destacando a necessidade de se criar uma gestão integrada dos recursos hídricos em Portugal, o orador deu como exemplo o enorme sucesso de Alqueva que já rega cerca de 150 mil hectares, e sublinhou que o nível de eficiência do regadio privado no nosso país está nos 90%, enquanto o regadio público/coletivo não vai além dos 40%.

Pedro Serra também defendeu que os planos hídricos são essenciais para o futuro da água no nosso país, onde considerou que temos tudo, exceto vontade política e estratégia para termos mais e melhores recursos hídricos, e que é urgente mudar o paradigma da água na agricultura, porque dele depende a nossa segurança e autonomia alimentar.

A mudança de paradigma, segundo Pedro Serra, tem de assentar numa gestão estruturada que inclua a rega, a agricultura e a sustentabilidade, de modo a termos uma política da água que se articule com política do regadio e a nova política energética, porque a mudança de paradigma na agricultura e na água, é também uma questão de transição energética. Desde logo porque é preciso evitar o desperdício da água através do planeamento da utilização da água para fins múltiplos, tornando-se essencial aproveitar o excesso produzido pelas energias renováveis através de melhor ligação às hidroelétricas. Aquele orador, defendeu ainda que o modelo de gestão de recursos hídricos em Portugal deve ser de fins múltiplos e idêntico ao concebido para o Alqueva.

Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser

Seguiu-se uma mesa-redonda, moderada pela jornalista Teresa Silveira, onde participaram Jorge Froes do Projeto Água no Oeste, José Núncio da Fenareg e Rogério Ferreira da DGADR. Os intervenientes foram unânimes em considerar que é preciso desburocratizar, simplificar o licenciamento e criar enquadramentos legais novos e ajustados à presente realidade do país.

Jorge Froes defendeu que Portugal não tem falta de água, não está é a saber geri-la como deve ser, e precisa de planos hídricos que permitam fazer a gestão integrada, envolvendo cada região e criando um plano hídrico nacional que contemple as vertentes local, regional, particulares e nacional. Sublinhando o papel dos privados ao longo dos últimos anos no que diz respeito ao investimento e desenvolvimento dos recursos hídricos e relembrando que para se fazer agricultura – da qual depende a segurança alimentar do país, é preciso regadio, José Núncio referiu que temos água, temos dinheiro, recursos e tecnologia e que só falta vontade política para se avançar com um plano e uma estratégia de Resiliência Hídrica.

Portugal terá de investir 3 a 4 mil milhões de euros para reabilitar as águas residuais urbanas nos próximos anos

Os participantes referiram ainda a necessidade de reduzir as perdas de água e de a levar para a rega, algo que impõe um esforço de modernização urgente, e no qual devem ser respeitadas as especificidades do território em matéria de construção e gestão de barragens e da água. Um cenário onde adquirem particular importância as barragens de fins múltiplos e onde a questão da reutilização da água e das ETARS terá de ser também equacionada. Sobretudo, porque, com a entrada em vigor da nova diretiva europeia, Portugal nos próximos anos terá de investir entre 3 e 4 Mil Milhões de Euros para reabilitar as águas residuais urbanas, implicando a construção de mais ETARS e a remoção das mais poluentes.

Durante a mesa-redonda, o responsável da DGADR referiu que a iniciativa Água Que Une – cujo trabalho será apresentado em janeiro de 2025, constitui uma oportunidade única para se criar um ponto de encontro de toda a fileira e a possibilidade de termos uma visão do país como um todo no que diz respeito ao tema da água. Neste contexto, a vertente da Governança, que irá ser abordada no trabalho de levantamento que está a ser feito, adquire particular relevância. Sublinhando o potencial das águas Residuais Tratadas no Regadio, Rogério Ferreira, alertou para a necessidade de se reformular a lei do Regadio (RJOAH) que tem quarenta anos e que há 20 que não é alterada, e revelou que a taxa de execução do PDR 2020, que só em 2023 deu 350 Milhões de Euros à agricultura, é já neste momento de 96%, faltando apenas executar apenas 4% daqui até ao final de 2025.

O responsável da DGADR, que defendeu que é preciso fazer uma reflexão profunda em Portugal sobre os licenciamentos, para se encontrarem soluções e fazer alterações que permitam reduzir os atuais prazos demasiado longos das candidaturas (5 e 7 anos entre o estudo prévio e o momento da execução) e assim sermos mais eficientes, destacou a importância do PEPAC na desburocratização e encurtamento dos prazos de decisão sobre os financiamentos dos projetos dos agricultores, que neste contexto passam a ser de um máximo de 60 dias.

Tecnologia ajuda a fazer uso mais eficiente e racional da água

A tarde do primeiro dia foi dedicada ao Regadio: Inovação e Tecnologia e contou com duas apresentações e uma mesa-redonda.

Na sua apresentação, José Maria Tarjuelo, Professor da Universidade de Castilla-La Mancha (UCLM), sublinhou a importância dos dados e das ferramentas digitais no contexto do regadio, e deu a conhecer o SAR (servicios de asesoramiento al regante). Trata-se de um sistema criado pela UCLM com o intuito de ajudar os agricultores a fazerem uma utilização eficiente e racional dos meios de produção, em especial da água e da energia, proporcionando-lhes o apoio científico e técnico adequado para otimizarem a sua gestão, e contribuindo para tornar a agricultura numa atividade económica, social e ambientalmente sustentável. José Maria Tarjuelo, sublinhou ainda a importância do uso de sistemas digitais na compreensão e monitorização do consumo de água e seu respetivo impacto nas culturas, determinando as necessidades e racionalizando os consumos. Desta forma é possível conjugar o regadio com a água da chuva, adequar os sistemas de rega à evolução concreta de cada uma das fases das culturas e obter poupanças muito significativas.

Por seu turno, Joan Girona, responsável do IRTA – Institut de Recerca i Tecnología (Catalunha) falou sobre o Uso Eficiente da Água na Agricultura e o seu papel na produção dos alimentos. Este orador referiu a crescente importância da tecnologia neste âmbito desde os programas de software, à IA, aos drones, às aplicações, aos sensores (aéreos e enterrados) até às sondas e satélites, etc, defendendo que o mais importante não é a quantidade de água que está afeta a cada cultura, mas sim a porção que cada cultura tem possibilidade de absorver. Dois conceitos distintos e que importa trabalhar a bem do aumento da eficiência do consumo e da produção e da poupança de recursos. Neste contexto, relembrando que a maior parte da água absorvida pelas plantas é depois devolvida ao meio ambiente através da transpiração, o responsável do IRTA chamou atenção para o papel da rega e do regadio de precisão, apoiados em sensores que medem as culturas continuamente cruzando os dados, guiando e otimizando a produção e os respetivos consumos de água.

Segundo Joan Girona, os sistemas de rega são cada vez mais eficientes, fornecendo informação cada vez mais detalhada sobre o estado hídrico das culturas e permitindo ajustar a utilização da rega com a água da chuva, otimizando os consumos e tornando a agricultura muito mais sustentável. Um esforço que é preciso continuar a fazer, dadas as alterações climáticas e a sua repercussão no aumento dos períodos de seca e de escassez da água.

A tecnologia terá um papel fulcral a desempenhar no contexto da sustentabilidade e da otimização do consumo da água, mas importa encontrar um equilíbrio que inclua o conhecimento humano, e que advém de se ir a campo e de se observarem as plantas e os solos in loco, até para podermos manter toda a riqueza do conhecimento agronómico do qual dependemos para programarmos corretamente e com precisão as ferramentas, concluiu.

É fundamental aumentar a literacia dos agricultores e impulsionar a capacitação digital do setor

A mesa-redonda do período da tarde, que foi moderada por Luís Alcino Conceição do InvoTechAgro, teve como participantes Miguel Tavares da Sysmart, Paula Paredes do ISA Rui Sousa do INIAV, e Tiago Sá da Wisecrop. Os participantes consideraram que não obstante os grandes avanços do regadio, desde que foi implementado o primeiro pivot de rega nos anos 90 do séc. XX, passando depois pelo projeto do Alqueva e pela introdução dos sistemas gota a gota, o atual movimento de transformação digital exige mais literacia e capacitação dos agricultores. Um esforço que obriga à criação de equipas multidisciplinares, que trabalhem em conjunto no sentido de maximizar a aplicação da tecnologia na agricultura e no regadio, integrando e passando conhecimento técnico para o setor. A academia tem um papel importante a desempenhar neste contexto, onde a tecnologia não pode fazer perder o foco na agronomia e na produção de alimentos.

A par desta abordagem abrangente, onde o dimensionamento no campo para se ver o que se está a fazer é uma peça chave, os vários intervenientes consideraram que os agricultores precisam de ser apoiados na adoção e na implementação da tecnologia para que este processo possa ser verdadeiramente eficaz. A assessoria, a par da formação, é outra vertente a desenvolver e ampliar, porque não basta ter a tecnologia e os sistemas inteligentes implementados. É preciso saber usá-los e tirar partido deles, percebendo que o seu propósito é dar opções para se gerir melhor, quais são as vantagens da sua utilização, e que a inovação é um processo contínuo. Agilidade e simplicidade são por isso dois aspetos fundamentais a ter em atenção, para se poder aumentar a literacia digital do setor e reduzir o gap existente entre o nível de maturidade do setor e o novo universo que a IA está a abrir em todos os setores de atividade, incluindo na agricultura e no regadio.

O primeiro dia do Congresso terminou com um Fórum de Comunicações onde foram apresentados vários projetos como:  Serviço Irriwatch; Avaliação Da Espectroscopia De Campo Na Gestão Da Rega Em Kiwicultura; Potencial De Reutilização De Águas Residuais Em Contexto Agrícola; Qualidade Da Água De Rega E Dos Fluxos De Retorno Em Áreas De Culturas Anuais E Perenes – Um Caso De Estudo No Aproveitamento Hidroagrícola Da Campina Da Idanha; Análise Comparativa Da Utilização De Diferentes Tipos De Disposição De Painéis Fotovoltaicos Na Rega Da Cultura Da Amendoeira; Proteção Dos Recursos Hídricos Nos Agroecossistemas Orizícolas – Contributo Do Projeto Promedrice, Programa Prima; e Estimativa Do Consumo De Água, Assistida Por Deteção Remota, Em Pomares De Macieiras Com Enrelvamento Permanente – Estudo Sobre A Produção De Maçã De Alcobaça IGP.

 

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