3 soluções alternativas de financiamento para empresas potenciadas pelas fintech
As fintech vieram revolucionar o mercado português e prova disso são as startups financeiras que permitem às PME obter financiamento de formas alternativas aos tradicionais empréstimos concedidos por instituições de crédito
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As fintech vieram revolucionar o mercado português e prova disso são as startups financeiras que permitem às PME obter financiamento de formas alternativas aos tradicionais empréstimos concedidos por instituições de crédito. A plataforma gratuita de comparação de produtos de crédito e serviços de telecomunicações ComparaJá.pt apresenta três destas empresas, através das quais as PME podem conseguir maiores níveis de liquidez
Raize: a bolsa de empréstimos colaborativos
A Raize caracteriza-se como uma bolsa de investimento colaborativo para Pequenas e Médias Empresas (PME). Esta fintech atua como um intermediário de crédito entre as PME e os investidores que têm capital para investir. Na Raize, as PME conseguem obter financiamento para três situações específicas: apoio de tesouraria, realização de investimentos e/ou adiantamento de faturas.
Os empréstimos para apoio de tesouraria e realização de investimentos são reembolsados mensalmente, num período que varia entre os seis e os 60 meses. Estes poderão ter acesso a um período de carência, no qual a empresa apenas paga juros num período inicial do financiamento. Para estes tipos de empréstimo, é necessário que a PME detenha, no mínimo, dois anos de atividade.
No caso do empréstimo para adiantamento de faturas, este permite antecipar o recebimento das faturas junto dos seus clientes, sendo que as mesmas funcionam como garantia ao pagamento do financiamento.
Por último, a Raize disponibiliza ainda um tipo de financiamento designado “Start”. Este destina-se às PME mais jovens, ou seja, com menos de dois anos de atividade, que apresentem não só uma boa capacidade financeira como também um potencial de crescimento.
O processo de obtenção de financiamento é gratuito e bastante simples. As empresas devem apenas registar-se no site e enviar a documentação necessária para a Raize. A bolsa de financiamento irá realizar a análise da PME em questão, não cobrando pelo processo de estudo e de análise, sendo a aprovação feita em 48 horas.
Das vantagens da Raize, destacam-se a isenção no pagamento de comissões por amortização antecipada, a rapidez na obtenção efetiva do montante solicitado e a diferenciação relativamente às instituições financeiras – ao obter uma fonte de financiamento alternativa, as PME não têm necessidade de pagar custos anuais de manutenção de contas bancárias, bem como outras comissões e despesas associadas às mesmas.
José Maria Rego, cofundador da Raize, afirmou que, em Portugal, “existe uma grande discrepância no acesso a financiamento entre empresas pequenas, médias e grandes. E é precisamente esta discrepância que torna o trabalho da Raize e o financiamento dos investidores tão importante”.
Edebex: ganhar dinheiro vendendo faturas
Com a promessa de permitir uma reformulação na gestão das tesourarias das PME e criar maiores níveis de liquidez, a Edebex entrou no mercado português numa parceria com o banco BNI Europa. Esta plataforma é de origem belga e veio permitir às PME vender as suas faturas não liquidadas a investidores que as queiram comprar.
A Edebex permite que todo o processo seja completado em apenas cinco passos. Em primeiro lugar, a PME coloca a sua fatura à venda, cujo valor deverá ser de, no mínimo, 5.000 euros, e a Edebex verifica de imediato a solvabilidade do devedor da fatura. No segundo passo, a Edebex verifica, junto do devedor, todas as características da fatura não liquidada.
O seguinte passo é relativo à compra, por parte de um investidor, da fatura em questão. A empresa receberá o montante na sua conta em 72 horas, em média. Após esta transferência de proprietário da dívida, a Edebex notifica o devedor desta situação e, por último, este efetua o pagamento na data de vencimento da fatura.
Esta plataforma online de venda e compra de faturas é, sem dúvida, uma alternativa de financiamento mais simples e acessível às PME, quando comparada com os tradicionais produtos de factoring e de crédito. Este processo rápido de obtenção de financiamento permite às PME conseguirem ter maior liquidez e gerirem melhor as suas finanças, uma vez que não é necessário aguardar pela data de vencimento das faturas em questão, e sem que tenham a preocupação constante com todo o processo administrativo do recebimento de faturas.
Além disso, a Edebex, contrariamente a empresas de factoring ou a instituições financeiras, não cobra quaisquer custos, não exige nenhuma caução nem garantia, e também não inicia nenhum processo de crédito. Outra vantagem é o acompanhamento em todo o processo de pagamento do montante em dívida por parte do devedor. Ou seja, caso exista uma falta de pagamento, a Edebex não devolve a fatura à PME para que seja esta a recuperar o montante em falta, mas sim encarrega-se de uma eventual cobrança.
Xavier Corman, CEO da Edebex, explica que “uma em cada quatro falências está diretamente ligada a problemas de fluxo de caixa. A Edebex orgulha-se de ter desenvolvido uma solução prática, rápida e flexível no que toca à aceitação de empresas que são recusadas por outras entidades. Esta abordagem tem um impacto macroeconómico no país em que a Edebex opera. Reduzindo o número de falências, ajuda ao crescimento económico e ao desenvolvimento de postos de trabalho. Com mais de 150 milhões de euros já financiados, é uma solução real e com impacto para várias PME na Europa”.
Seedrs: alavancar o negócio
A Seedrs é a maior plataforma de equit crowdfunding (financiamento coletivo) europeia que permite aos investidores financiar startups inovadoras. A partir de 10 euros, qualquer investidor pode financiar as empresas que considera terem potencial de crescimento futuro. Em Portugal, a Seedrs desenvolveu uma parceria de investimento em startups portuguesas no passado mês de dezembro, com a Portugal Ventures, uma sociedade de capital de risco do Estado.
A Seedrs permite às PME alavancarem o seu negócio, não tendo a necessidade de uma constante preocupação com o capital necessário e podendo focar-se na gestão e crescimento dos seus negócios. A parceria com a Portugal Ventures irá permitir às startups portuguesas obterem investimentos de qualidade que irão permitir elevar os seus negócios a um novo patamar. Só em 2017, as cinco startups que recorreram à Seedrs em Portugal conseguiram um financiamento conjunto de 1,4 milhões de euros.
Todo o processo é simples e online, sendo que a Seedrs está envolvida em todo o processo, garantindo o máximo acompanhamento antes, durante e após o financiamento entre as empresas e os investidores. As startups apenas necessitam de desenvolver uma campanha que será aprovada previamente pela Seeders.
Posteriormente, o desenvolvimento de um vídeo e de um plano de marketing são cruciais para despertar a atenção dos investidores. A campanha é lançada online e após atingir o montante de financiamento desejado, a plataforma trata de toda a documentação necessária e lida com todos os processos legais requeridos. Após toda a formalização do processo, a startup irá receber o valor financiado e poderá, então, impulsionar o seu negócio.
Deste modo, uma start up conseguirá obter financiamento de uma forma muito mais fácil e rápida do que utilizando as tradicionais formas para ter algum empréstimo, ou seja, através de créditos, que são, por norma, processos burocráticos mais demorados e difíceis de obter para empresas tão recentes no mercado português.
Ricardo Brízido, CTO da Seedrs, sublinha que “desde a sua criação que o objetivo da Seedrs passa por proporcionar um serviço de excelência tanto a empreendedores como a investidores. Em cinco anos de existência, superámos a barreira dos 330 milhões de euros investidos em campanhas, ajudámos a financiar mais de 590 negócios, criámos um mercado secundário e, mais recentemente, fizemos a parceria com a Portugal Ventures. O interesse, tanto das empresas como dos investidores, no equity crowdfunding é cada vez maior, o que demonstra que a Seedrs é, cada vez mais, uma fonte alternativa e eficaz no financiamento e investimento na Europa”.
As fintech como alavancadoras da economia portuguesa
Sem dúvida que as fintech vieram alterar o modo de funcionamento de todo o ramo financeiro. As instituições de crédito já não competem só entre si, mas também entre as fintech que se desenvolveram como intermediários de crédito e que permitem a pequenas e médias empresas ter não só mais capital, mas também maior facilidade de gestão financeira. Assim, as fintech possibilitam mais e maior fluxo de dinheiro entre empresas, financiando as que mais dificuldades têm em adquirir crédito junto dos bancos, o que consequentemente impulsiona a nossa economia e o crescimento do País.