ANIL: Continente promove falência da produção nacional de leite
O Continente está a comercializar embalagens de 1,5 litros a €0,78, sobre o qual recai o desconto de -75%, resultando um preço final de €0,13/Litro.

Hipersuper
Pombos-correio no marketing? Essa é a proposta da E-goi
Adega da José Maria da Fonseca distinguida como a mais sustentável da Europa
Rui Miguel Nabeiro apresenta livro sobre a liderança e legado do avô, fundador da Delta Cafés
Grupo Global Quality Ibéria entrega prémios Top Beleza 2025, Troféu da Casa e Pet Care em Barcelona
Super Bock Group conquista 11 medalhas no Monde Selection de La Qualité
Action chega a Ovar, Évora e Sintra em abril
Mário David Carvalho assume direção Hisense HVAC em Portugal
DPD Portugal lança calculadora de carbono para monitorizar impacto ambiental das entregas
LASO Transportes nomeada para os ESTA Awards 2025 com transporte de pontes metálicas de 80 toneladas
Vitacress e STEF formalizam parceria estratégica para otimizar distribuição nacional de frescos
No início do presente ano a cadeia de Distribuição Continente iniciou uma acção de promoção de diversos produtos de primeira necessidade, maioritariamente importados e com a insígnia do operador, com um preço de venda ao público bastante baixo e um desconto acumulável em cartão de -75% (50% disponível na segunda quinzena de Janeiro e 25% da primeira quinzena de Fevereiro).
Nesse pacote de bens de primeira necessidades encontram-se diversos produtos lácteos, como queijos, iogurtes e também o leite, neste caso em embalagens de 1,5 litros comercializados a 0,78€, sobre o qual recai o desconto de -75%, resultando um preço final de 0,13€/Litro.
Sendo a matéria-prima de origem não nacional (mais concretamente espanhola) e tendo em conta que o preço médio do leite ao produtor praticado em Portugal e Espanha ronda os 0,33€/Litro (2,5 vezes superior ao preço de comercialização do referido leite da marca Continente) é incompreensível como tais práticas sejam livremente permitidas no nosso país.
Com efeito, o comportamento deste operador da Distribuição merece a nossa firme censura, pois representa um duro golpe na cadeia de valor nacional ao tornar manifestamente impraticável concorrer com referências comercializadas a valores inferiores a metade do custo de aquisição da matéria-prima pelos operadores industriais.
Fica, assim, mais uma vez bem patente a diferença entre as posições mediáticas de defesa da produção nacional por parte das cadeias de Distribuição e a sua prática efectiva, sendo que a FENALAC e a ANIL, enquanto representantes sectoriais, não deixarão de denunciar e desmascarar a política de comunicação de operadores que utilizam os interesses nacionais de forma torpe e indecorosa.
Relembramos que os produtores de leite portugueses, apesar de atravessarem uma situação muito difícil devido ao aumento brutal dos custos de produção, são capazes de abastecer na totalidade o mercado nacional. Nesse cenário, fica evidente que o único objectivo das importações de leite é a destruição de valor e das marcas comerciais nacionais e, em última análise, o aumento dos lucros da Distribuição, nem que para tal milhares de produtores de leite e as suas famílias declarem falência.
Dada a importância social e económica do sector do leite, que emprega cerca de cem mil pessoas e gera 2 mil milhões de euros em volume de negócios (1,3% do PIB), a FENALAC e a ANIL irão denunciar esta prática junto das autoridades e instituições relevantes (Presidência da República, Primeiro Ministro, Governo, Grupos Parlamentares, Autoridade da Concorrência e ASAE) e promover a informação e a sensibilização do consumidor para os perigos de tais práticas, ao nível do emprego e da actividade económica em Portugal.